segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fora do centro espírita


Milhares de pessoas sofrem por desconhecimento dos princípios básicos da constituição divina. Ignoram leis como ação e reação, influência dos espíritos na vida dos encarnados, importância da prece e de manter o padrão vibratório em sintonia com a espiritualidade maior e etc.
Milhares de pessoas transitam pela Terra sem nem sequer imaginar o que estão fazendo aqui, desconhecem, portanto, os objetivos da existência humana, ou seja, de sua própria existência. Vivem por viver, portam-se como autênticas máquinas biológicas; alimentam-se, dormem, acordam e trabalham completamente alheias a outras circunstâncias da vida.
Essa falta de ciência das leis divinas é extremamente prejudicial para o progresso do espírito que temporariamente está reencarnado.
E por isso são inúmeras pessoas que se suicidam direta ou indiretamente.
Diretamente quando desalentadas aniquilam o corpo físico. Indiretamente quando minam a golpes de irreflexão o envoltório carnal que lhes serve de instrumento sagrado para o progresso.
E em face desta realidade é que se torna fundamental estender as idéias reveladas pelos Espíritos para além das paredes do centro espírita.
A questão não se resume a retirar pessoas de determinada religião e transformálas em espíritas, mas sim modificar corações e esclarecer mentes por meio das realidades trazidas a nós pelos imortais.
E como, então, estender as lições da espiritualidade para além do horizonte do centro espírita, de modo a deixá-las mais acessíveis ao maior número de pessoas?
Dentre as tantas maneiras de massificar a Doutrina Espírita uma boa sugestão é programar palestras espíritas para espaços neutros, tais como, escolas, casas de cultura, ginásios, clubes e etc.
Tenho comparecido a muitas cidades para palestras e constatado que a realização de eventos espíritas em espaço neutro contribui para que mais pessoas se façam presentes.
Óbvio que fica a curiosidade: Por qual razão o público não espírita comparece em maior número quando a palestra é fora do centro espírita?
Difícil saber ao certo. Contudo podemos citar como algumas razões os chamados modelos mentais obsoletos que muita gente tem do centro espírita e o famigerado preconceito que, quer queiramos ou não, ainda existe.
No entanto para quebrarmos esse paradigma e oferecermos ao público o que é de fato o Espiritismo é imperioso trabalhar com criatividade. E não podemos deixar de concordar que promover palestras e outros eventos espíritas além do universo espírita é fazer uso da criatividade.
A propósito a USE Intermunicipal Bauru realizou recentemente a feira do livro espírita em uma praça no centro da cidade de Bauru, bem em frente a tradicional igreja. Foi sucesso total, muita gente saia da missa e procurava a barraca de livros para se informar mais sobre o Espiritismo.
Buscavam livros de conforto e esclarecimento; queriam saber se é possível reencontrar os entes amados que se foram e tantas outras inquietações que deixam o coração humano em sobressaltos.
Outra experiência de sucesso e que certa vez tive o prazer de participar é a feira do livro espírita da cidade de Jaú, realizada em Shopping Center da cidade. Que maravilha!
Quanta gente nova que ouviu falar de Espiritismo numa iniciativa desse quilate.
Citei as duas cidades, porém sei que empreendimentos como esses espalham-se por todo o território nacional.
Peço licença para narrar uma experiência. Em uma das localidades pelas quais passei recentemente pude verificar na palestra uma quantidade grande de pessoas que se declarava não espírita. Acharam interessante o tema e compareceram para saber de que se tratava. Estiveram presentes católicos e praticantes de diversas outras filosofias de vida.
Todos saíram do recinto curiosos para saber mais sobre Allan Kardec, André Luiz, Emmanuel, Jerônimo Mendonça e tantas figuras históricas de nossa doutrina.
Por isso deixo para sua análise, caro dirigente: pense seriamente na possibilidade de promover palestras e outros eventos espíritas em ambientes neutros. Vale lembrar que não faço apologia contra o centro. O centro é nossa escola e oficina de trabalho, jamais o abandonaremos! Todavia, considere a idéia de estreitar os laços com sua comunidade.
A iniciativa indubitavelmente será excelente para a sociedade, pois em posse de informações como a imortalidade da alma, comunicabilidade dos espíritos, pluralidade dos mundos habitados, lei de ação e reação e etc., certamente muitos desvios comportamentais, suicídios, abortos e crimes serão evitados.
Um romantismo descabido e ingênuo de minha parte?
Creio que não. É só termos paciência e semearmos o bem divulgando as leis da vida enunciadas pela nossa incomparável Doutrina Espírita.
E em futuro não muito distante poderemos não ter os centros espíritas abarrotados de gente, todavia teremos um planeta repleto de pessoas conscientes de seu papel na sociedade e certas de que a vida, seja aqui ou além, não cessa jamais.

Wellington Balbo – Bauru - SP 
wellington_plasvipel@terra.com.br

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O criacionismo e o evolucionismo são duas verdades possíveis


A teoria evolucionista era defendida pelo filósofo grego Anaximandro, século VI a.C., que imaginou que o princípio de tudo era o infinito (indeterminado). Seria sua ideia de Deus? E o biólogo francês Chevalier Lamarck, desencarnado em 1829, concebeu a evolução orgânica, antes só se aceitava a geológica. Ele defendeu as polêmicas teorias da geração espontânea e do transformismo.
Erasmo Darwin, avô de Charles Darwin, já havia levantado a ideia da evolução biológica. Mas coube a Darwin e Alfredo Russel Wallace, um dos criadores da geografia zoológica, ficarem consagrados como os verdadeiros criadores da teoria evolucionista. Wallace não tinha nenhum contato com Darwin. Mas havia uma semelhança tão grande entre os seus trabalhos literário-científicos e a obra de Darwin "A Origem das Espécies" (1859), que até houve um acordo entre os dois cientistas antes da publicação dessa obra.
Darwin não era ateu. Em "A Descendência do Homem" (1871), ele tem uma certa tendência agnóstica. Mas ele cria em Deus, e disse: "Por maiores que tenham sido as crises por que passei, nunca desci até o ateísmo, nunca cheguei a negar a existência de Deus" (Eliseu F. da Mota Jr, "Que é Deus?", página 107, Ed. O Clarim, Matão, SP, citando a revista "Globo Ciência"). E Wallace foi um dos grandes pesquisadores do espiritismo científico. A falsa fama de os evolucionistas serem ateus se deve à adesão ao evolucionismo de cientistas materialistas, como T. H. Huxley, criador da palavra agnóstico.
As teorias criacionista e evolucionista triunfar-se-ão, pois são consentâneas com a ciência e a filosofia espiritualistas.
Pierre Teilhard de Chardin aceitava ambas as teorias. O espiritismo é também criacionista e evolucionista. A finalidade da reencarnação é justamente a evolução do espírito. Aliás, o espiritismo é a religião mais espiritualista que existe, pois lida diretamente com os espíritos. Também a Igreja Católica e uma parte das outras igrejas cristãs e demais religiões existentes no mundo são criacionistas e evolucionistas. O Vaticano não se desculpa com Darwin, pois nunca o condenou, afirma o padre Juarez de Castro (www.padrejuarez.com.br), secretário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo, citado pelo padre Gladstone Elias de Souza no "Jornal de Opinião", de 19 a 25.1.2009, da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Discordamos de santo Agostinho, que ensinou que Deus criou o mundo do nada ("ex nihilo"), pois cremos que Deus engendrou o mundo do Todo, que é o próprio Deus! Mas concordamos com ele, quando ele afirma que a criação foi em estado potencial ou de semente, que vai se atualizando com o decorrer dos tempos.
Existem cristãos que ainda não aceitam a realidade do evolucionismo. Que eles comparem o homem da caverna com o de hoje! Pregam a criação bíblica literal do mundo, em seis dias de 24 horas, quando esses dias são períodos consecutivos de milhões de anos cada um. E eles creem também que Deus, literalmente, descansou mesmo no sétimo dia, quando Deus é incansável, e quando a Bíblia quer apenas nos mostrar que nós, sim, temos que descansar.
Esses cristãos estão atrasados, mas eles ainda têm um tempo sempiterno para evoluírem e conhecerem a verdade que liberta!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Jesus


Muito se tem pesquisado, falado e escrito sobre a passagem de Jesus pelo planeta Terra. Há, ainda hoje, incertezas a respeito da época exata em que ele viveu e se alguns acontecimentos foram entendidos e traduzidos corretamente, mas a inexatidão de datas e palavras não alteram a mensagem de amor que ele deixou; não existem dúvidas sobre a importância e a singeleza de seus ensinamentos morais, que transcorrem o tempo e as gerações.
Jesus ensinou através do seu exemplo. Em apenas três anos de peregrinação por uma pequena região não deixou nada escrito, não criou religião, não ostentou nenhum título terreno, não fundou escolas e nem ensinou nelas. Sua cátedra eram os lugares por onde passava e as lições transmitidas por palavras que exalavam sabedoria e humildade. Proclamou o amor, o perdão, a paz, tornando-se modelo vivo e inesquecível da mensagem que deixou.
Utilizou-se de coisas simples, como um grão de mostarda para falar de fé (Mateus 17: 14 a 19); referiu-se à semente que cai em diferentes tipos de solo para fazer compreender a diversidade de sentimentos em relação à luz da sua palavra (Mateus 13: 1 a 9); exemplificou no samaritano (Lucas, 10: 25 a 37) e na doação da viúva (Marcos, 12: 41 a 44) a prática da caridade; tocou o coração e a razão dos que o ouviam, contando histórias, utilizando-se de situações cotidianas de seu tempo, a fim de ser compreendido por todos.
Espírito de luz, curava, sem julgar a origem do mal; ouvia as mazelas do povo, esclarecendo e consolando. Nunca quis ser glorificado ou temido, ao contrário, queria ser amigo e irmão.
Tratava a todos com igual amor, paciência e devotamento.
Flávio Josefo, historiador do povo hebreu, no século I, em sua obra Antiguidades Judaicas, fez as seguintes considerações sobre Jesus: "Nesta época viveu Jesus, um homem excepcional, porque realizava coisas prodigiosas. Conquistou muitos adeptos entre os judeus e até entre os helenos. Quando, por denúncia dos notáveis, Pilatos o condenou à cruz, os que lhe tinham dado afeição não deixaram de o amar, porque ele apareceu-lhes ao terceiro dia, de novo vivo, como os divinos profetas o haviam declarado. Nos nossos dias ainda não acabou a linhagem dos que, por causa dele, se chamam cristãos."
No lugar do Cristo crucificado, exalando tristeza e dor, em cada coração deve estar o Cristo vivo, irradiando esperança e fé: "Eu vos tenho falado estas coisa para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, eu tenho vencido o mundo."
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona (nº 625): Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e modelo? Jesus. No comentário que segue a essa questão, pretender a humanidade na Terra. Deus nos oferece Jesus como o mais perfeito modelo, a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei (...)"
Jesus foi o maior Mestre de que se têm notícias. Sábio, equilibrado, possuía uma bondade inteligente que cativava. Com seu amor a Deus e à humanidade demonstrou o caminho para a verdade e a vida. E continua a convidar-nos - ontem, hoje e sempre - a caminhar na estrada do amor, seguindo seus passos.

Publicado no Jornal Seara Espírita, ano IV, nº 37, dezembro 2001.
(ao repassar a mensagem mantenha os créditos do autor)

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@yahoo.com

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Encontro da Madre Teresa de Calcutá e a Princesa Diana

Divaldo P. Franco

Certo dia, a princesa Diana, procurou a madre Teresa de Calcutá, abrindo o coração. Faloulhe de suas angústias, do vazio que sentia em seu íntimo, muito embora, a sua, fosse uma vida de glamour, confessou-lhe o desejo de fazer parte de sua ordem religiosa.
A madre comoveu-se ante o relato, cheio de ternura e confiança, e viu muita doçura e bondade na alma daquela mulher simples, porém muito rica e famosa. E com grande carinho, buscou orientar-lhe. Disse-lhe que ela era uma princesa e, como tal, não poderia pertencer à sua ordem religiosa, de estrema pobreza. Então, a madre lhe disse:

Diana, você pode doar esse amor às crianças indefesas. Na sua posição, você pode auxiliar muitas delas que sofrem ... a caridade pode ser exercida, em qualquer lugar onde nos encontremos...
A princesa voltou para o seu palácio e daí, em diante, dedicou-se a visitar crianças vítimas da aids, essa enfermidade tão cruel, e auxiliou, com enorme carinho, crianças mutiladas pelas minas das guerras... desde então, encontrou a alegria de ser útil, o prazer de servir.
Md. Teresa tudo acompanhava pelos informes da TV, da imprensa. E entre aquelas duas mulheres, elos de amor passaram a existir.
O tempo correu. Alguns meses depois, a princesa, amiga dos sofredores, a rosa da Inglaterra, como era conhecida mundialmente, veio a desencarnar num acidente que chocou a todos.
A madre, muito abalada, ao saber do fato, apressou-se a tomar providências e a cancelar compromissos, a fim de comparecer ao funeral, dias depois. Algo, porém, alterou-lhe os planos. Sua saúde, muito instável, levou-a à cama. Alguns dias se passaram, e madre Teresa veio também a falecer.
Joanna de Ângelis nos contou, então, o suceder dos acontecimentos, do “outro lado”.
Md. Teresa foi recebida, numa festa de luz, sob a carinhosa assistência de Teresa de Lisieux, a sta. Teresinha do Menino Jesus, como é adorada na igreja católica. Permaneceu consciente de seu processo desencarnatório, na paz de consciência que a sua vida honrada lhe fizera merecer. E é então que ela pergunta`a religiosa que lhe recebera, onde estava Diana. E Teresa de Lisieux lhe conta, que a princesa, devido ao choque causado pelo acidente, estava dormindo, ainda em refazimento e recuperação.
Md. Teresa de Calcutá vela pela princesa, faz-lhe companhia, ora por sua harmonização. E no momento do despertar, quando Diana abre os olhos diante da vida espiritual e reconhece a grandeza do amor de Deus, eis que ela revê a madre, a religiosa afetuosa e amiga, que com extremo amor,
lhe diz:

“Agora, minha filha, você está pronta para ser aceita na minha ordem. Iremos trabalhar juntas, com a bênção do Senhor”.
Nós que sabemos como o mundo espiritual é fascinante, diz Divaldo, imaginemos o júbilo deste encontro!

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@yahoo.com
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