sábado, 30 de julho de 2011

Nosso Lar - Mensagem de André Luiz - 01



Obs.: Foi produzido pela TV Alvorada Espírita e apresentado por André Luiz Ruiz, o programa O Espírito da Letra é exibido pela TV Mundo Maior analisando a obra do Espírito André Luiz a partir do livro Nosso Lar, psicografia de Chico Xavier, trazendo em uma linguagem de fácil compreensão as explicações da vida no mundo.
Os capítulos 1, 2 e 3 ( Novo Amigo) foram postados no dia 04/07/11, caso queiram acompanhar desde o início.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Por que e para que o Centro Espírita?


Certa vez, quando eu era ainda um adolescente, um amigo indagou-me por que existiam e o que se fazia nos Centros Espíritas.
Com muita simplicidade e sem maior aprofundamento no mérito da questão, respondi-lhe que o Centro Espírita é uma casa de orações, onde se pratica a fraternidade entre seus componentes encarnados e desencarnados.
Desconhecedor da Doutrina Espírita, meu amigo, ironicamente, argumentou que para se rezar, a cidade estava cheia de igrejas e de padres.
Por serem diminutos os meus conhecimentos, curta a minha inteligência e fraca a minha habilidade para contra-argumentar, faltou-me, na ocasião, a palavra fácil e bem conduzida para maiores explicações.
Agora, lendo o livro “MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS”, de Eliseu Rigonatti, encontrei no capítulo “Os Centros Espíritas”, o necessário esclarecimento, a resposta adequada àquela pergunta, que passo a transcrever:

“Um Centro Espírita é uma agremiação que tem por finalidade:

1. - A difusão dos ensinamentos de Jesus, consubstanciados em seu Evangelho e explicados à luz do Espiritismo.
2. - A difusão do Espiritismo que é uma doutrina que tem por bases a imortalidade da alma e a reencarnação dos espíritos.
3. - A prática da caridade espiritual através dos passes, da água fluida e da prece.
4. - O desenvolvimento da fraternidade universal pela extinção dos preconceitos de raças, de cor, de religiões e das classes sociais e de outras quaisquer barreiras que separam a família humana e a tornam infeliz.
5. - O desenvolvimento do senso de responsabilidade de cada indivíduo, demonstrando que pelo livre arbítrio cada um é responsável plenamente pelos seus atos, cujas conseqüências atingirão quem os pratica mais cedo ou mais tarde.

Um Centro Espírita é dirigido por duas diretorias: a diretoria terrena e a diretoria espiritual.
A diretoria terrena é composta de um grupo de pessoas de boa vontade, dotados de idéias nobres que se reúnem para lutar pelo progresso espiritual da humanidade. A diretoria espiritual é composta de espíritos abnegados que lutam ao lado da diretoria terrena e lhe secundam os esforços.
Entre as duas diretorias reinará a harmonia a fim de que os trabalhos não sejam perturbados pelas entidades malfazejas. Íntima e sincera amizade ligará os diretores terrenos e os espirituais porque são, de fato, amigos que habitam planos diversos e aos quais foi permitido congregarem-se para a realização de um ideal comum. Para presidir ao Centro, escolhe-se, sempre, o irmão mais capaz, mais estudioso e que apresente as melhores garantias de que não falhará no desempenho da tarefa que lhe foi confiada.
Entre os médiuns é preciso que haja uma grande estima, nunca um se julgando mais do que o outro e lembrando-se de que o pequenino esforço de cada um resultará em engrandecimento de todos.
Enfim, um Centro Espírita é um templo de estudo, de fé, de oração e de trabalhos, onde encarnados e desencarnados, estudando as leis eternas que emanam do Senhor, assentam os alicerces de um mundo de compreensão e de amor”.
Hoje, transcorridos quase setenta anos, após tantos fatos vividos e revividos, depois de tantas lições recebidas e repetidas, quando, por fim, adquiri o mínimo de experiência desejável e um pequeno acervo de conhecimentos da Doutrina Espírita, respondo com mais detalhes ao meu amigo, se é que ele me pode ouvir em algum lugar do mundo ou da espiritualidade:
Meu amigo, a Casa Espírita pode e deve ser considerada uma igreja, uma escola, um hospital, conforme as necessidades de quem a procura.
É uma igreja onde se louva a Deus em Espírito e Verdade, sem o culto a ídolos, sem incensos, sem velas e outros apelos materiais, sem rituais e formalidades; é uma casa de orações onde se reza com sentimento de espontaneidade, sem textos decorados e repetitivos, sem fórmulas preconcebidas, sem oblatas, sem óbolos, sem espórtulas ou quaisquer retribuições financeiras.
É uma escola onde se estuda o Evangelho de Jesus e se vive o Cristianismo em sua pureza e simplicidade primitivas; é um educandário onde se aprende a amar a Deus, ao próximo, aos inimigos, onde se instrui sobre a lei de causa e efeito, ou seja, a cada um segundo as suas obras, onde se busca adotar o lema “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”.
É um hospital onde são atendidos os sofredores encarnados e desencarnados, possuidores de chagas morais, portadores de desequilíbrios emocionais provocados por desatinos cometidos nesta ou em encarnações passadas, vítimas de desajustes familiares e sociais.
Ah ! meu amigo, a Casa Espírita é tudo isso e mais, é um refúgio de paz para as almas atribuladas.
Praza aos céus que você, depois de tanto tempo decorrido, já possa entender toda essa realidade.
Que Jesus o abençoe e que você possa ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

A tese de que o Espiritismo é o Consolador tem base na Bíblia


Quem estuda a Bíblia e o espiritismo, percebe logo que ele é bíblico. Aliás, ele existe desde que o mundo existe.
A Igreja declarou, no final do século 19, que o espiritismo deveria ser atacado com todas as armas. E os protestantes e evangélicos acataram também essas instruções. Mas faz bastante tempo que a Igreja parou de atacar o espiritismo. Contudo, ficou a sua difamação.
A Bíblia proíbe o contato com os espíritos dos mortos (Deuteronômio capítulo 18). Mas essa própria proibição de Moisés, e não de Deus, prova que esse contato existe. E ela só valeu para o povo hebreu daquele tempo, como foi o caso do apedrejamento das prostitutas, pois não consta do Decálogo.
Para a Bíblia, as profecias são feitas por espíritos através dos profetas. (1 João 4:1; e Números 11:25 a 30). E ela nos mostra também que os profetas não são apenas aqueles famosos, como Isaias, Jeremias, Joel etc., mas que todas as pessoas podem ser profetas, que Kardec passou a chamar de médiuns, havendo uns que têm esse dom mais aguçado. Jesus, quando ia participar de um fenômeno mediúnico mais especial, como o da Transfiguração, sempre Ele convocava os três maiores médiuns dos seus apóstolos: Tiago, Pedro e João. Já Paulo denominava esses dons proféticos ou mediúnicos de dons espirituais. “Se alguém se considera profeta ou espiritual...”(1 Coríntios 14:37). Mais tarde, foi criada a doutrina do Espírito Santo, principalmente a partir do Concílio Ecumênico de Constantinopla (381), passando a ser atribuída a ele a origem dos fenômenos proféticos ou mediúnicos. O apóstolo Paulo, que não conheceu o Espírito Santo da Santíssima Trindade, atribui esses fenômenos ao próprio espírito do médium ou profeta. Quando o indivíduo ora em línguas, é o próprio espírito dele que ora (1 Coríntios 14:14), fenômeno que o espiritismo denomina de animismo, embora exista a xenoglossia (quando o médium fala línguas estrangeiras desconhecidas por ele), o que não deve ser confundido com glossolalia ou bla bla bla. E Paulo aconselha a prática, de preferência, de profecias. “Procurai com zelo os dons espirituais, mas que principalmente profetizeis”. (1 Coríntios 14:1; e 14:39). O médium prático só recebe um espírito, quando ele quiser.
“Os espíritos (entidades) dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas” ou médiuns. (1 Coríntios 14:32).
Nos capítulos 12, 13 e 14 de 1 Coríntios, temos verdadeiras aulas de sessões espíritas, quando ocorrem profecias e revelações, tal qual acontece, hoje, nas casas espíritas de todo o mundo, práticas essas que que nos consolam, pois nos deixam mais fortes na fé, pincipalmente com relação à nossa imortalidade. “Para todos aprenderem a serem consolados”. (1 Coríntios 14:31). Porém essas reuniões mediúnicas paulinas não acontecem mais nas igrejas ou templos cristãos, ou acontecem, mas, os espíritos manifestantes são tidos erradamente como sendo o próprio Espírito de Deus (que presunção!), que os participantes chamam de Espírito Santo.
Esses fenômenos mediúnicos, além de terem base Bíblica, contam também, hoje, com o respaldo da ciência espiritualista, e como foi dito, de fato eles nos consolam!

PS: 1) Estarei novamente no programa espírita Transição, aos domingos, às 16h15m, campeão de IBOPE da Rede TV, em 24-7-2011, com o tema “O Apocalipse”.
2) Lançamento do meu livro “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Ed.Chico Xavier, em 23-7-2011, das 10 às 13h, na Livraria da UEM, Rua dos Guaranis, 315, Centro de Belo Horizonte (MG).

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu email: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

A tragédia de Realengo e a Páscoa judaica

Artigo publicado, na seção: Tendências/Debates, da Folha de S.Paulo, de 22/04/2011

Devemos cercar nossos filhos com o calor que só o amor emana; precisam se sentir membros da família, da comunidade e da sociedade Já houve épocas em que "levar bomba" na escola poderia ocasionar, no máximo, uma severa repreensão dos pais e a perda de um ano de estudos. Atualmente, a bomba é literal.
Estamos nos dias da Páscoa, quando a Lei Judaica nos obriga a se abster de qualquer pão convencional (fermentado) e a consumir apenas a matsá (pão ázimo), lembrando a libertação do povo judeu da escravidão do Egito. Ambos são elaborados com água e farinha, mas o pão cuja massa cresceu simboliza o orgulho; a matsá, o pão achatado, simboliza a humildade.
Ordenou o Criador: "E cuidareis do pão ázimo" (Êxodo 12:17), para que a matsá não fermente. Na prática, existem duas formas para você inibir a fermentação natural:

a) Antes de começar a inflar, pegamos a massa e rapidamente a colocamos no forno.
b) Basta continuarmos a sovar a massa, trabalhando-a sem parar, não permitindo que ela fique "ociosa" -mesmo por horas-, e ela não fermentará.

Nossas crianças e nossos jovens são a massa mais preciosa que temos.
Assim como, por natureza, qualquer massa fermenta e incha, de forma similar a criança, apesar de pura, é propensa ao egoísmo e pode tender para a maldade.
É nossa obrigação cuidar dessas massas jovens para elas não fermentarem nem azedarem, pois uma criança que se sente rejeitada pode causar danos irreversíveis à sociedade. O judaísmo, como falamos, oferece duas alternativas para inibir a fermentação do caráter e a tendência para a arrogância e a maldade: o calor do forno e o trabalho com a massa.
Analogamente, devemos cercar nossos filhos com o calor humano que somente o amor emana. Eles precisam sentir-se queridos e membros orgulhosos e ativos de algo maior: família, comunidade e sociedade.
Querem amar e ser amados, conhecer o calor e a intensidade dos relacionamentos familiares.
Trabalhar a massa significa fazer com que os nossos jovens se interessem pelas coisas. Que estejam ocupados com assuntos bons e positivos. A ociosidade é extremamente perigosa para eles. Temos que dar a eles muitas responsabilidades para cumprir a fim de que não tenham tempo nem sequer para pensar em errar.
Na triste tragédia da escola de Realengo, o assassino foi descrito pelos colegas como uma pessoa tímida e calada. Porém, numa análise mais profunda, percebe-se que ele cresceu sem o calor familiar necessário.
Passou por vários braços e sofreu decepções e rejeições na vida.
Também ficava horas e horas em frente à tela do computador.
Uma vez que a tecnologia é desprovida de moral e não produz pessoas melhores, essa ociosidade e essa falta de "calor do forno" fizeram a massa fermentar.
Há décadas, o Rebe de Lubavitch, líder mundial judaico, já dizia: "Ao contrário do senso comum, que considera as crianças potenciais seres humanos, incapazes de atingir o seu valor completo antes da maturidade, a tradição judaica as vê como dignas e merecedoras do nosso tempo, já que personificam a pureza de propósitos, sinceridade, fé e amor à vida".

DAVID WEITMAN
Rabino da Congregação Beit Yaacov, São Paulo.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Internet, Infância e Juventude

 
Muitas invenções e descobertas do ser humano modificaram a sua vida cotidiana de forma irreversível. A lâmpada elétrica, o avião, a propulsão a vapor, a pílula anticoncepcional... somente para apresentar as mais relevantes no campo da tecnologia.
A última década inseriu com grande capilaridade em nossas vidas uma outra descoberta a Internet que pela sua capacidade de vencer distâncias e a promover interação entre os componentes dessa rede, trouxe mudanças significativas em nossos hábitos, em especial os das crianças e jovens atuais, que cresceram à luz desse mundo multiconectado.
Para além da questão da habilidade em operá-la, onde jovens e crianças manuseiam os computadores com destreza e naturalidade, a Internet mexeu diretamente com o contato destes com o mundo, sendo esta uma relação mediada. Os nossos jovens conversam com seus amigos por meio de teclados, monitores e programas. Os encontros, as brigas, o lazer, tudo se faz por intermédio da máquina, em jornadas de horas a fio, em dias e madrugadas, conversando, navegando e interagindo.
Além da mediação, a internet cria no jovem e na criança o hábito de realizar várias coisas ao mesmo tempo, a similitude do ambiente multitarefa dos computadores, com múltiplas janelas abertas, disputado a atenção dos sentidos sobreexcitados, entre sons e imagens.
Por fim, a internet traz ao jovem e a criança uma lógica programática, de seguir um rumo pré-determinado pelos sistemas, a maneira dos "if-then-else" da programação, atingindo os níveis pelo seu esforço e dedicação e pouco pela sua criatividade, no perigoso "efeito RESET': onde não gostou, reinicia tudo. O amigo máquina pode servir de substituo do convívio, do abraço e do "bom dia", O jovem vê tudo pela lente, escravo daquela forma de se relacionar com o mundo, como uma muleta para ser ele mesmo.
Essa vivência mediatizada pela máquina esconde o jovem dos outros, dos seus próximos, em máscaras de "nicknames". As ações múltiplas que trazem movimento, ao mesmo tempo impingem pouca profundidade nas relações. A visão programática favorece o individualismo, a competitividade e o desapego. Pequenos exemplos de pontos negativos na personalidade e que necessitam ser trabalhados, entendendo a internet como algo irreversível, que trouxe avanços, mas como tudo, demanda cuidados.
Entretanto, como tudo na vida, a internet guarda em si grandes possibilidades, latentes, que precisam ser exploradas. As construções colaborativas - (WIKI) - as possibilidades de pesquisa e ainda a imensa capacidade de mobilização da rede, agindo no mundo virtual para operar mudanças no mundo real são exemplos dessa atuação que enriquece. A internet, bem dosada, é ferramenta de desenvolvimento e de amadurecimento da infância e da juventude, para a construções do Reino de Deus sobre a terra.
Como realidade inconteste e sem volta, cabe a nós no movimento espírita que labutamos na seara infanto-juvenil, propiciar a orientação adequada do uso dessa potencialidade, incentivando nessa rede as opções de crescimento, de troca de material, de divulgação de artigos, de reencontro dos amigos, de debates virtuais, blogs, coberturas on-line, campanhas fraternas e uma gama de boas práticas que mostram que usar essa rede é muito mais que isolar-se no seu mundinho em jogos e movimentos superficiais.
Não adianta torcer o nariz para essa inovação tecnológica que diariamente bate à porta de nossas residências. Importa enxergar nesse instrumento um caminho de fraternidade e de união entre os espíritos encarnados, na realização do grande sonho da comunicação global, no respeito as diferenças e na construção da almejada fraternidade universal entre os povos, que depende muito mais de nossa transformação moral do que de equipamentos eletrônicos.
Faz-se necessário incluir a internet em nossas aulas, atividades e discussões com os jovens, aproveitando essa dádiva. Negá-la é isolar-se do mundo dos jovens e das crianças, afastando-os da mesma forma.
 
Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

  
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segunda-feira, 4 de julho de 2011