terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Criam-se conflitos e até traumas com as mudanças de paradigmas


Paradigma é um modelo científico, filosófico e religioso tido como certo em determinada época, mas que, com a evolução, pode tornar-se superado em parte ou no todo.
Mas a mudança de paradigmas não é fácil, pois, por orgulho, inveja e falta de melhor conhecimento a respeito do novo paradigma, os cientistas, filósofos e teólogos reagem rigorosamente contra o novo que surge.
Mas a conversão à nova “heresia” é apenas uma questão de tempo. Os cientistas, filósofos e teólogos renomados, respeitados e não invejosos, como que num arrastão, levam de roldão os seus colegas ainda teimosos em não aceitarem o novo paradigma.
Do paradigma do determinismo racional cartesianonewtoniano-baconiano, que negava tudo que não pudesse ser provado pela Ciência, surgiu o Método Científico que muito beneficiou o materialismo. Descartes com seu “Discurso do Método” é também o pai do Racionalismo e o precursor do iluminismo. Newton, igualmente, foi destaque entre os iluministas. E Bacon se celebrizou com suas experiências empíricas. Descartes e Newton tinham uma metafísica com acentuada crença em Deus, mas nisso não foram seguidos por outros iluministas, não porque fossem ateus, mas porque não eram muito ligados às coisas do espiritualismo. Esses dois grupos de cientistas e filósofos foram os inspiradores da Revolução Francesa, que mudou o mundo. E eles e os cientistas de hoje tiveram e têm um pensamento errado comum entre eles, ou seja, o de que os assuntos da matéria são da competência da Ciência, enquanto que os do espírito seriam da competência da religião. Daí que a maioria dos cientistas não tem estudado o espírito e as questões a ele inerentes, o que prejudicou muito o aspecto científico do espiritismo. Mas com a queda do paradigma do determinismo, e o surgimento do paradigma do probabilismo ou do Princípio da Incerteza de Heisemberg, o espiritismo se fortaleceu, pois sua filosofia é radicalmente contra a do determinismo, que pode ser anulado pelo livre-arbítrio.
Porém, por ser o espiritismo um novo paradigma cristão revolucionário e estar avançando celeremente, não é surpreendente que todas as outras correntes religiosas cristãs se unam aos materialistas nos ataques e calúnias contra ele e suas personalidades. Um exemplo disso é o aumento das escandalosas mentiras e calúnias contra Chico Xavier na internet, pois ele conquistou o título de “Maior Brasileiro de todos os Tempos”, no concurso promovido em 2012, pelo SBT, além de ter, atualmente, mais de duzentos biógrafos em todo o mundo.
Tudo isso, realmente, só podia mesmo estar incomodando, e muito, os adversários do novo e vitorioso paradigma do espiritismo!
Max Planck encontrou muita resistência para o seu novo paradigma da Física Quântica. Eis o seu desabafo: “Uma nova verdade científica não triunfa convencendo seus oponentes e fazendo com que vejam a luz, mas porque eles, finalmente morrem e a nova geração cresce familiarizando-se com ela.”

(Jorge Pedreira de Cerqueira, “Espiritismo, Metodologia, Fé e Ciência”, 2ª Edição, página 23, Editora Lorenz, Rio (RJ), 2011).

Na Rede Mundo Maior, por parabólica digital, aberta em algumas regiões, a cabo e internet, “Presença Espírita na Bíblia” com este colunista, às 20h das quintas-feiras, com reprise às 23h dos domingos. www.redemundomaior.com.br - Para seu comentário: penb@redemundomaior.com.br E na Rede TV, o “Transição”, aos domingos, às 16h15, com reprise nas segundas-feiras, à 1h45.

Parabéns ao jornal O TEMPO, por ser o quality paper mais vendido nas bancas de Minas Gerais.

Pela Rede Mundo Maior de TV e TVCEI, às quintas-feiras, às 20h, o programa “Presença Espírita na Bíblia”, apresentado por este colunista de O TEMPO, de Belo Horizonte, e reprisado aos domingos, às 23h, horário de Brasília. Para perguntas e sugestões:
penb@redemundomaior.com.br e rede@redemundomaior.com.br

Aos domingos, na Rede TV, às 16h15, o programa espírita Transição.

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar o item “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da matéria sobre ela e outros comentários. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “Presença Espírita na Bíblia“, Ed.Chico Xavier em Parceria com a Ed. Sinal Verde, SP; “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, SP; “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”. Ed. EBM, SP; “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Ed. e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia, MG; e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte, MG, www.literarium.com.br - Meus livros podem ser adquiridos comigo: Telefone (31) 3373-6870 Email: jreischaves@gmail.com com a Ed.Chico Xavier, www.editorachicoxavier.com.br Telefone: 0800-283-7147, a Ed. Sinal Verde: www.sinalverdelivros.com.br Telefone: (11) 2409-1540, e com a Ed. EBM - www.ebmeditora.com.br Telefone (11) 3186-9766.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mortes coletivas


Assunto enviado por email, segue o dialogo:

Para quem acredita no espiritismo, algumas coisas são explicáveis. Já havia escutado nestes resgates coletivos em acidentes aéreos e catástrofes...
Acho possível.

Leiam até o final e acreditem, ou não...

Paula...Esse é o artigo sobre o qual nós falamos...Um dia saberemos...


From: Lu*
Sent: Sunday, February 3, 2013 6:42 PM
To: "Undisclosed-Recipient:;"@smtps.uol.com.br
Subject: ??? Santa Maria - R.S.

Caros,

Durante os nossos trabalhos ontem no Centro, recebemos uma comunicação de um irmão da espiritualidade que nos explicou que o acontecimento de Santa Maria estava relacionado com um resgate coletivo de soldados alemães que trabalhavam em Auschwitz e em 27/01/45 foram descobertos pelo Exército Vermelho (soviéticos). Neste mesmo dia acontece a data do Holocausto.

Vejam a notícia no jornal Folha de São Paulo de ontem.

O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou mais de 230 pessoas no último domingo, liberou a mesma substância usada por nazistas para matar judeus e outros prisioneiros nas câmaras de gás na Segunda Guerra Mundial. O cianeto - princípio ativo do pesticida Zyklon B, utilizado pelas tropas de Adolf Hitler - é um dos venenos mais letais que existem. Ele mata as células por impedir que elas produzam energia, disse o diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Ceatox), Anthony Wong, ao jornal Folha de S. Paulo.

Fim dos comentários.

Visão sobre Mortes Coletivas por Felinto Elízio Duarte Campelo:

Essas ocorrências, chamadas catastróficas, que ocorrem em grupos de pessoas, em família inteira, em toda uma cidade ou até em uma nação, não são determinismo de Deus, por ter infringido Suas Leis, o que tornaria assim, em fatalismo. Não. Na realidade são determinismos assumidos na espiritualidade, pelos próprios Espíritos, antes de reencarnar, com o propósito de resgatar velhos débitos e conquistar uma maior ascensão espiritual. O Espírito André Luiz, no livro Ação e Reação, afirma esses fatos: “nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”.
São ações praticadas no pretérito longínquo, muito graves, e por várias encarnações vamos adiando a expiação necessária e imprescindível para retirada dessa carga do Espírito, com o fim de galgar vôos mais altos. Assim, chega o momento para muitos, por não haver mais condições de protelar tal decisão, e terão que colocar a termo a etapa final da redenção pretendida perante as Leis Divinas. Dessa complexidade de fatos é que geram as chamadas “mortes coletivas”.
Os Espíritos Superiores possuem todo conhecimento prévio desses fatos supervenientes, tendo em vista as próprias determinações assumidas pelos Espíritos emaranhados na teia de suas construções infelizes, aí, providenciam equipes de socorros altamente treinadas para a assistência a esses Espíritos que darão entrada no plano espiritual. Mesmo que o desencarne coletivo ocorra identicamente para todos, a situação dos traumas e do despertar dependerá, individualmente, da evolução de cada um. Estes fatos, mais uma vez André Luiz confirma: “se os desastres são os mesmos para todos, a “morte” é diferente para cada um”.

Enviado por: Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Reflexões Espíritas sobre a tragédia de Santa Maria por Dora Incontri


A tragédia de Santa Maria me leva a algumas reflexões que considero importantes para o movimento espírita. Recentemente participei de uma banca de doutorado na Universidade Metodista, em que o pesquisador José Carlos Rodrigues, examinou em ampla investigação de campo quais os principais motivos de “conversão”, eu diria, “migração” para o espiritismo, no Brasil. Ganhou disparado a “resposta racional” que a doutrina oferece para os problemas existenciais.
De fato, essa é grande novidade do espiritismo no domínio da espiritualidade: introduzir um parâmetro de racionalidade e distanciar-se dos mistérios insondáveis, que as religiões sempre mantiveram intactos e impenetráveis, sobretudo o mistério da morte.
Entretanto, essa racionalidade, que era realmente a proposta de Kardec, tem sido barateada em nosso meio, como tudo o mais, para tornar-se uma cartilha de respostinhas simples, fechadas e dogmáticas, que os adeptos retiram das mangas sempre que necessário, de maneira triunfante e apressada, muitas vezes, sem respeito pela dor do próximo e sem respeito pelas convicções do outro. Explico-me.
Por exemplo: existe na Filosofia espírita uma leitura de mundo de “causa e efeito”, que traduziram como “lei do karma”, conceito que vem do hinduísmo. Essa ideia é de que nossas ações presentes geram resultados, que colheremos mais adiante ou que nossas dores presentes podem ser explicadas à luz de nossas ações passadas. Mas há muitas variáveis nesse processo: por exemplo, estamos sempre agindo e portanto, sempre temos o poder de modificar efeitos do passado; as dores nem sempre são efeitos do passado, mas sempre são motivos de aprendizado. O sofrimento no mundo resulta das mais variadas causas: má organização social, egoísmo humano, imprevidência… Estamos num mundo de precário grau evolutivo, onde a dor é nossa mestra, companheira e o que muitas vezes entendemos como “punição” é aprendizado de evolução.
O assunto é complexo e pretendo escrever mais profundamente sobre isso. Aqui, apenas gostaria de afirmar que nós espíritas, temos sim algumas respostas racionais, mas elas são genéricas e não podem servir como camisas de força para toda a realidade. Que respostas baseadas em evidências e pesquisas temos, por exemplo, para essas famílias enlutadas com a tragédia de Santa Maria?

• que a morte não existe e que esses jovens continuam a viver e que poderão mais dia, menos dia, dar notícias de suas condições;
• que a morte traumática deixa marcas para quem fica e para quem foi e que todos precisam de amparo e oração;
• que o sofrimento deve ter algum significado existencial, que cada um precisa descobrir e transformá-lo em motivo de ascensão…
• que a fé, o contato com a Espiritualidade, seja ela qual for, dá forças ao indivíduo, para superar um trauma dessa magnitude.

Não podemos afirmar por que esses jovens morreram. Não devemos oferecer uma explicação pronta, acabada, porque não temos esses dados. Os espíritas devem se conformar com essa impotência momentânea: não alcançamos todas as variáveis de um fato como esse, para podermos oferecer uma explicação definitiva. Havia processos da lei de causa e efeito?
Provavelmente sim. Houve falha humana, na segurança? Certamente sim. Qual o significado que essa tragédia terá? Cada pai, cada mãe, cada familiar, cada pessoa envolvida deverá achar o seu significado. Alguns talvez terão notícias de algum evento passado que terá desembocado nesse drama; outros extrairão dessa dor, um motivo de luta para mais segurança em locais de lazer; outros acharão novos valores e farão de seu sofrimento uma bandeira para ajudar outros que estejam no mesmo sofrimento e assim por diante.
Oremos por essas pessoas, ofereçamos nossas melhores vibrações para os que foram e para os que ficaram e ainda para os que se fizeram de alguma forma responsáveis por esse evento trágico. Mas tenhamos delicadeza ao tratar da dor do próximo! Não ofereçamos respostas fechadas, apressadas, categóricas, deterministas. Ofereçamos amor, respeito e àqueles que quiserem, um estudo aberto e não dogmático, da filosofia espírita.

Dora Incontri
http://doraincontri.com/

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Dolorida ocorrência


Agora que a poeira assentou, dirijo-me aos leitores que me perguntaram sobre o lamentável e duro episódio de Santa Maria-RS. Também, como qualquer ser humano, comovi-me às lágrimas diante do episódio tão comovente e cortante ao coração.
As especulações foram muitas, as notícias fartamente exploradas, muita bobagem foi dita tentando explicar o acontecimento. O fato é que vários fatores, e nem é preciso repetir aqui, desencadearam a tragédia. E não adianta agora procurar culpados, é um fato consumado. Deixemos que o tempo responda às nossas dúvidas doídas.
O que é importante nesse momento é a vibração amiga em favor dos pais, cortados pela dor que não podemos imaginar. A prece em favor deles é, aliás, nosso dever, para que sintam ao menos o conforto da solidariedade.
Não temos condições de fechar a questão, pois nos faltam informações que fogem à alçada de simples mortais e limitada condição humana. Por mais que tentemos explicar, sempre faltará um componente cuja origem desconhecemos. Aliás, todos desconhecemos a história de cada vítima, de cada família, de cada jovem que ali sucumbiu. E não me refiro à história presente, mas à bagagem trazida de outras experiências.
As razões, pois, são muitas. Estão presentes no episódio quadros de provas (degraus de crescimento para pais e filhos), de consequências do passado (também para pais e filhos) e necessidade de aprendizados (igualmente para todos os envolvidos), que não temos como definir quais especificamente, nem para quem.
É muita leviandade declarar que todas as vítimas estão pagando erros do passado. Claro que há casos assim, mas como definir? Muitos deles podem inclusive ter solicitado passarem por tais situações para algum aprendizado que não temos como alcançar. E muitas vezes alguns casos foram para despertar familiares, a sociedade, e há casos em que não havia tais necessidades citadas, mas foram vividas por circunstâncias que nos escapam completamente.
Como, pois, querer explicar fechando a questão? Não temos acesso às razões de Deus, que são sábias, justas e misericordiosas. Aliás, a misericórdia de Deus está sempre presente em qualquer situação, socorrendo os filhos. Estes, normalmente, em casos assim, nada sentem, porque são amplamente amparados por equipes espirituais especificamente preparadas para essa finalidade.
Deus permite tais casos para nos despertar dessa letargia de insensibilidade, para promover o progresso moral que surge espontâneo na solidariedade e igualmente impacta a sociedade com providências normalmente esquecidas pela leviandade humana, de cidadãos ou autoridades.
O que nos deve nortear o pensamento e a emoção é pensar na Bondade de Deus, que nunca abandona seus filhos. As vítimas e suas famílias estão amparados, apesar do momento muito doloroso. Confiar, pois, aguardar o tempo, sem guardarmos revolta. E ao mesmo tempo nos lembrarmos carinhosamente de todos eles, já acolhidos bondosamente em estâncias superiores de socorro.
Se algo podemos fazer, isso sim, é manter atenção aos locais que frequentamos ou dirigimos, como funcionários ou proprietários, para sempre pensar na questão da segurança pessoal daqueles que ali frequentam, pois o episódio igualmente nos mostra isso.
Em linhas gerais, notemos que o episódio provocou impacto material e moral em toda a sociedade brasileira. É a sabedoria de Deus que permite tais fatos, nunca por capricho ou abandono, mas como lições necessárias ao nosso crescimento. O impacto maior fica por conta da quantidade de vítimas, mas o corpo nada mais é que uma veste. O espírito é o ser principal e que sobrevive à morte do corpo. Há razões que podemos especular, mas nunca poderemos fechar questão pois nos faltam itens históricos que não temos acesso. Então, respeitemos a ocorrência, tirando as lições que nos cabem. Estamos todos aprendendo.
Todos voltarão um dia à pátria de origem. Todo dia tem gente voltando ou chegando. Aprendamos a enxergar além das aparências e unamos os pensamentos em prece em favor de todos os envolvidos nesse triste episódio da história brasileira, que, embora muito dolorido no presente, deixa lições vivas para todos, para um futuro de felicidade e harmonia. E não nos deixemos impressionar por especulações em fundamento.

Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com

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