domingo, 17 de agosto de 2014

Até quando viveremos assim?


No mundo corpóreo as influências dominam as relações humanas. Isso pode ser bom ou ruim para as pessoas, dependendo do caráter dessas influências. Um bom exemplo tem força de transformação a ponto de melhorar hábitos e renovar ideias. O contrário é ainda mais verdadeiro: por conta das suas imperfeições morais, o ser humano assimila o mau comportamento com grande facilidade.
Há, entre nós, a tendência em seguir modelos. Gostamos de imitar os outros. Fazemos isso automaticamente. Sem raciocinar, muitas vezes nos surpreendemos falando, pensando ou agindo igual àquele que nos impressionou com seu modo de ser.
A comparação é outro processo de influência entre os homens. Queremos nos comparar aos outros para medir nossa posição social, nosso desempenho, nossa inteligência etc. Normalmente nos comparamos a quem julgamos nos ser superior, jamais a quem está abaixo de nós. Tolo orgulho.
Curioso é que imitamos e nos comparamos, quase sempre, ao que é ruim, e acabamos “incorporando” em nossa vida vícios e erros que nos atraem. Identificamos, nos outros, aquilo que temos dentro de nós e isso estabelece uma ligação que não percebemos. Esse motivo existe neles, forte a ponto de nos influenciar; e em nós, a ponto de querer parecer com eles. Passamos a escravos da conduta alheia, deixamos de ser nós mesmos. Esquecemos nossa identidade própria e adotamos um estereótipo. Vivemos uma vida de aceitação passiva, sem nenhuma avaliação crítica, guiados pela moda, conformados com o estabelecido, o que nos acarretará frustrações e desenganos, cedo ou tarde.
Até quando viveremos assim, seguindo os outros, com prejuízo do nosso livre-arbítrio? Até quando agiremos pela cabeça de terceiros, sem pensar que isso possa estar nos desviando dos compromissos que nos compete realizar? 
Precisamos reagir e pensar sério num bom projeto de vida para nós; ganhar experiência, construir nossa personalidade sob valores de qualidade, aprimorar as características pessoais e fazer escolhas com mais cuidado. Importante ajuizar se os modelos que copiamos não estão atrasando nossa vida; se as pessoas em quem nos espelhamos e cujas atitudes parecem o máximo, não estão equivocadas. O nível de exigência em relação a nós precisa aumentar. O que é bom para os outros pode não servir para nós. Precisamos exercer nossa vontade, independentemente da opinião em voga, sem desprezar as referências éticas. 
Essas medidas garantirão nosso processo de crescimento interior, sem ilusões. Construtores do nosso destino, nós desenvolveremos um modelo próprio, segundo as características que nos identificam como seres individuais. As influências, naturais no convívio humano, nos afetarão de modo menos impactante, já que passaremos a filtrá-las segundo padrões assertivos. De tudo o que é lícito, acataremos só o que nos convier, conforme o ensino de Paulo de Tarso (I Coríntios, 6,12).
Está na hora de reagir, portanto, e seguir com mais fidelidade a nossa própria vocação, dando ouvidos à consciência, escolhendo o modelo de vida que mais tem a ver conosco e que nos porá no caminho de grandes realizações.

Cláudio Bueno da Silva
Osasco, SP (Brasil) 

Imagem ilustrativa

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