terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Patente realidade


Reconheçamos com lealdade a nobreza dos princípios morais apresentados por Jesus de Nazaré à humanidade, fazendo-se portador da mensagem viva do Evangelho. Seus ensinos e orientações significam lúcida orientação de vida para que nos libertemos das ilusões mundanas e das graves quedas nos precipícios de nossas imperfeições morais. 
Luz do mundo e modelo exato para a felicidade real da moralidade, sua presença e grandeza significam – além de conforto moral próprio – roteiro de alegrias e perene felicidade diante dos desafios da vida humana e complexos desafios evolutivos. 
Sua bondade, por outro lado, expressa em autêntico amor aos irmãos menores que somos todos nós, indica o compromisso assumido de nos conduzir, chegando ao extremo de entregar-se ao sacrifício para nos ensinar o amor e o perdão, em gesto aparentemente mínimo que se transformou em roteiro celeste para a renúncia e a humildade que nos liberta de vícios e constrói o real caminho da felicidade moral que podemos alcançar. 
Construtor do planeta, modelo e guia para a humanidade, Jesus foi capaz de dividir a história em antes e depois dele. Não é Deus, mas um irmão mais velho, criado antes e já habitante do estágio de perfeição – ainda que relativa diante de Deus –, sua experiência e maturidade constituem a única opção para uma vida melhor. 
Seus ensinos, por meio das parábolas e bem-aventuranças e mesmo nas curas efetuadas – normais para o conhecimento que detêm e não milagres – ou nas orientações aos discípulos, apóstolos e seguidores, significam sabedoria proveniente da experiência e maturidade acumulada, mas sem dispensar bondade e imenso amor capaz de contagiar intensamente todos aqueles que se deixam tocar pela energia que fluem de suas palavras, de sua presença pessoal ou de sua autoridade moral inquestionável. 
Neste Natal, esse ar diferente, esse clima de entusiasmo – apesar dos apelos comerciais próprios da época – são resultantes da presença marcante de Jesus em favor da Humanidade, de maneira mais intensa evocado em dezembro pela humanidade cristã do planeta. 
Deixemo-nos também contagiar pelo entusiasmo, pela alegria de viver, pela gratidão a essa incomparável personalidade que nos pede humildade, renúncia, bondade e postura de perdão diante dos ferimentos físicos ou morais recebidos. Sua sabedoria sabe que quando perdoamos nos libertamos das prisões que nós mesmos criamos com nossa rebeldia ou condicionamentos vários que vamos alimentando ao longo dos relacionamentos conflituosos. 
Por gratidão à sua divina presença, ao seu imenso amor, à sua incontestável e patente realidade de sua bondade e amor para conosco, deixemos que mais que as luzes externas das fachadas comerciais ou residenciais se transformem em luzes interiores, as luzes da solidariedade, da humildade, da disposição de servir, da alegria de viver, da gratidão, virtudes capazes e potentes para transformar o sofrido cenário da atualidade num ambiente de paz e harmonia, a partir dos lares que se refletem na sociedade. 
Por isso, nesse Natal, nosso coração pulsa para dizer: Obrigado Senhor Jesus!

Aos leitores, nossos votos de um Natal feliz, repleto de harmonia no coração!

Orson Peter Carrara

Quando chega o Natal…


O Natal sempre me pega pelo coração. Seja pela tristeza e pelas saudades por ausentes, mortos e vivos. Seja para me alegrar com a alegria das crianças que amo. Seja porque me lembro (e tenho boas lembranças) de Natais de outras vidas, sobretudo na Alemanha e na Áustria. Seja para me conectar mais fortemente com o homenageado da data.
Já dezembro é um mês que anuncia emoções e balanços. Para mim, especialmente, que é o mês de meu aniversário. Para muitos, que se embebem do espírito natalino, para outros que realmente param par fazer reflexões de fechamento de um ciclo, que é o ano que se vai.
Dezembro, sempre acho um mês leve, festivo, apesar das possíveis nostalgias que nos possam assaltar nas datas de celebração. Apesar do comercialismo abusivo. Mas se permanecermos em nosso eixo de paz e equilíbrio, promovendo pequenas ou grandes alegrias para próximos ou estranhos; se estivermos em sintonia com o Mestre que nasceu e renasce sempre para os homens e as mulheres de boa vontade, o dezembro nevado do norte ou o dezembro ensolarado do sul, será sim um mês de beleza e elevação. Cabe a cada um fazê-lo assim.
Como, para mim, a melhor maneira de celebrar é através da arte, aqui ficam dois poemas meus, feitos por esses dias (e há outros aqui no blog e no meu livro de poesia, recém-lançado, A Hora de Dora,) e uma música chamada “Ich will von Gottes Güte singen” (“Quero cantar a bondade de Deus”) da compositora judia alemã, da primeira metade século XIX, Fanny Mendelssohn Hensel, irmã de Felix Mendelssohn. 


O Natal que quero

Tocam sinos invisíveis
Porque os sinos reais 
Nas praças já não se ouvem mais… 
Cantam anjos que ninguém escuta 
Porque há muito barulho no ar 
E as crianças não sabem mais cantar… 
O Natal chega de novo 
Mas Jesus quase não é lembrado 
Só Papai Noel está na alma do povo… 
Quero um Natal com sonhos suaves 
Com carícias no olhar… 
Quero um Natal em que anjos e aves
Nos venham a paz anunciar… 
Quero um Natal de aconchego 
De mãos nas mãos 
De corações com corações 
E preces ao luar… 
Quero um Natal de paz na terra 
Com a presença de um anjo tutelar 
Que venha contar daquela noite 
De Jesus menino, em seu primeiro lar… 
E assim um Natal que se espraie 
Pelo mundo, pelo ano, pelo tempo afora 
Um Natal que anuncie um amor sem limites 
E um Jesus pequenino sempre agora! 

* * * 

Quando chegas no Natal 

E assim nos chegas novamente 
Chegas todos os anos, todos os dias 
Com teu olhar azulado e paciente… 
Esperando nos doar tuas alegrias! 
Visitas-nos descalço, pés tão mansos, 
Com tua túnica azul, resplandecente, 
Na voz tens cânticos, remansos, 
De braços abertos, complacente!
Cochichas doces preces às crianças,
Distribuis sementes e esperanças… 
Incansável e sereno, altíssimo e brando, 
Menino, homem, mestre e irmão, 
Vens nas mãos abertas carregando 
O próprio coração! 
Que aprendamos receber-te em nós, 
Que saibamos repetir tua voz 
De ternura, compaixão, fraternidade 
E façamos enfim como tu queres
Uma nova e feliz humanidade!




Dora incontri 
http://wp.me/p1Bz2Z-8t 
https://www.youtube.com/watch?v=UrRjZD1AcXA

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O trabalhador Espírita


As Casas Espíritas são mantidas por trabalhadores voluntários, porém, algumas observações podem ser importantes para entendermos a finalidade e importância desse trabalho.
Primeiro lembramos de que a Casa Espírita não é sua estrutura física, paredes, portas e janelas, pelo contrário, ela é o conjunto dos seus trabalhadores. Porém, numa primeira análise, podemos acreditar que a prioridade desse trabalho é a de promover a caridade aos outros e de manter o Centro Espírita e suas funções em funcionamento.
No entanto, existe uma finalidade maior no trabalho Espírita, que é a de melhorar o trabalhador.
Lemos em II João capítulo 1:8 “Olhai por vós mesmos, para que não percais o fruto do nosso trabalho, antes recebeis plena recompensa”.
Analisando a expressão acima, vemos que para “não perder o fruto do trabalho” é necessário “olhar para vós mesmos”, assim, antes de tudo, o trabalho Espírita tem a finalidade de edificar moralmente e espiritualmente aquele que realiza o trabalho.
Em definições práticas, os médiuns devem melhorar-se pela prática da mediunidade, assim como o aplicador de fluidoterapia, os evangelizadores, dirigentes e todos os demais devem entender que a prioridade é que nos tornemos melhores com o trabalho que abraçamos.
Lembremos que Simão Pedro trabalhou durante anos na Casa do Caminho, atendendo aos necessitados, porém hoje, a Casa do Caminho foi destruída, consumida pelo tempo e Simão Pedro edificado sobre sólidas bases morais construídas em si mesmo. 
Muitas vezes vemos os trabalhadores orgulhando-se por terem muitos anos na Casa Espírita, porém equivocam-se, esquecendo que isso é seguramente insignificante, a questão é quanto o Espiritismo nos serviu para melhoramento próprio, quanto construímos em nós os valores que ele ensina.
Certamente que o estudo sério do Espiritismo, guardando rigorosamente o que ensina Allan Kardec por meio das Obras Básicas, deixa claro que a maior alegria que deve ter o trabalhador Espírita é o avanço em vencer em si as tendências distorcidas, naturais pelo transitório estado evolutivo atual.
Outra situação quase que generalizada, é a falta de trabalhadores nos Centros Espíritas, que quase sempre possuem mais atividades e compromissos do que pessoas para realizar. Falamos que confiamos nos Espíritos, mas estamos sempre achando que faltam pessoas para as atividades empenhadas.
Será que faltam trabalhadores ou os Centros Espíritas abraçam serviços que não fazem parte de suas atividades? Lembrando que a finalidade das Casas Espíritas é muito bem definida pelos Espíritos, que são o estudo e a divulgação da mensagem libertadora que eles trazem.
Muitas vezes, para que sejam realizadas atividades assistencialistas, faltam trabalhadores para a caridade maior, que é a disseminação dos preceitos que elevam os indivíduos e a sociedade. Claro que podemos atender as necessidades materiais dos menos favorecidos, porém, isso é para as Instituições que tem muito bem estruturados os compromissos com a propagação do Espiritismo.
Vemos, em alguns casos, Centros Espíritas que destinam seus recursos e trabalhadores para atividades de assistência material, que comprometem o bom andamento da Doutrina Espírita.
Outro ponto que compromete a quantidade de trabalhadores é a resistência dos trabalhadores antigos, ou mais experientes, diante da chegada dos novos integrantes. Muitos sentem que vão “perder o lugar” e os iniciantes ficam limitados e acabam se afastando pelo desestímulo.
Claro que algumas funções pedem tempo de estudo e capacitação, mas muitas atividades podem ser repassadas aos iniciantes, afinal, os que já são Espíritas, não devem precisar de um trabalho para virem ao Centro Espírita.

Trabalhador ou não, nossa ida ao Centro deve ter como estímulo o próprio crescimento. Chegamos até a nos questionar, será que faltam trabalhadores ou falta o amadurecimento dos que já temos?

Roosevelt A. Tiago

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A boa morte


A morte não existe...Bem verdade...mas tem um negócio aí, um fenômeno natural, uma tal de transição que merece toda a nossa atenção! Esse breve artigo procura tratar o que significa, em termos espíritas, nos prepararmos para uma boa morte. O fato de sermos espíritas não nos credencia a uma transição tranquila, mas sim o uso desse conhecimento libertador na promoção do homem de bem que necessita renascer em nós em cada reencarnação.
Algumas igrejas católicas tem a sua denominação como “Nossa Senhora da Boa Morte” ou ainda “Nosso Senhor do Bom Fim”, resgatando a antiga preocupação do ser humano com morrer bem. Morrer bem, para a sabedoria popular, indica o morrer dormindo ou de forma imediata, rechaçando a morte lenta e com sofrimento. Na lógica espírita, de forma inversa, os ensinos dos espíritos nos dizem que o sofrimento traz a reflexão que auxilia o processo de desligamento.
A mesma igreja católica do “Bom fim” tem como um de seus sacramentos Extrema Unção, ou Unção dos Enfermos, conferido à pessoas que estão em estado grave de doença, buscando aliviá-lo e prepará-lo para a transição. Os egípcios enchiam a tumba de riquezas e alimentos para atender ao morto do outro lado. No campo da medicina, atualmente, se discute a humanização do momento do desencarne, com cuidados paliativos a enfermos já sem possibilidades terapêuticas.
Percebe-se que o fenômeno da morte é complexo e passar por ele com “sucesso” é oriundo de vários fatores, que ultrapassam aquele momento fatídico. Assim como planejamos a nossa reencarnação, com o auxílio dos amigos espirituais, a nossa vida como encarnados demanda um “Plano de morte”, o qual nos preparemos para esse momento, transcendendo as questões de herança, doações de órgãos, custas ou tipos de jazigo.
Na doutrina espírita, a discussão do bom desenlace se apresenta na literatura mediúnica, como uma relação direta com a conduta na vida encarnada, com o desapego do espírito. Como dito no livro “Obreiros da vida eterna” (André Luiz pela pena de Chico Xavier), “Morrer é mais fácil do que nascer”, desmistificando o temor pela morte, mas revelando também, a mesma obra, que grande parte de nossos sofrimentos no desencarne são derivados da decepção pelos avanços não obtidos na encarnação.
A morte, para nós espíritas, é um fenômeno natural, que não o desejamos, mas que o compreendemos, e apesar dessa compreensão, não estamos livres da perturbação natural da transição. Não temos credenciais de uma boa morte, dado que esta se vincula ao aspecto moral, como ilustrado no trecho da obra “Voltei” (Irmão Jacob na pena de Chico Xavier), que narra a volta de operoso trabalhador espírita: “Quantas vezes; julguei que morrer constituísse mera libertação, que a alma, ao se desvencilhar dos laços carnais, voejaria em plena atmosfera usando as faculdades volitivas! Entretanto, se é fácil alijar o veículo físico, é muito difícil abandonar a velha morada do mundo. Posso hoje dizer que os elos morais são muito mais fortes que os liames da carne e, se o homem não se preparou, convenientemente, para a renúncia aos hábitos antigos e comodidades dos sentidos corporais, demorar-se-á preso ao mesmo campo de luta em que a veste de carne se decompõe e desaparece. “
 Seria ilusório acharmos que a boa morte seria um privilégio nosso, por termos o conhecimento espírita! A vinculação com a conduta terrena é límpida no processo de preparação para uma boa morte! Da mesma forma, a doutrina espírita aponta a inexistência de santificações no momento da partida e indica sim o fim de um ciclo reencarnatório, no qual continuamos sendo nós mesmos, apenas concluintes de uma etapa importante e se ajustando a uma nova realidade, a vida espiritual.
Sobre essa questão, merece destaque também as palavras do espírito Emmanuel, na obra “O Consolador”, também psicografada por Chico Xavier: “A morte não prodigaliza estados miraculosos para a nossa consciência. Desencarnar é mudar de plano, como alguém que se transferisse de uma cidade para outra, aí no mundo, sem que o fato lhe altere as enfermidades ou as virtudes com a simples modificação dos aspectos exteriores. Importa observar apenas a ampliação desses aspectos, comparando-se o plano terrestre com a esfera de ação dos desencarnados.”
Inimigos continuam inimigos, nós continuamos com a nossa bagagem de imperfeições e apenas apeamos do trem, para se preparar para um novo estágio de nossa existência. Como toda transição, é complicada...Após a morte, na outra vida, nos encontraremos com nós mesmos, pois “(...) se queres conhecer o lugar que te espera, depois da morte, examina o que fazes contigo mesmo nas horas livres.”, nas palavras também de Emmanuel, na obra “Justiça Divina”:
Assim, um preparo para a boa morte não implica em negar esse fenômeno, ou ainda, colocá-lo no centro de nossas preocupações. Faz-se mister enxergá-lo como uma ocorrência inexorável da vida, uma transição de planos que já enfrentamos outras vezes e que está subordinado, estritamente, a nossa conduta terrena, na construção da reforma íntima e na superação das diferenças de nosso passado reencarnatório. 
Vivamos a nossa vida, com trabalho e alegria, amando e sendo amados, sem esquecer que um dia retornaremos a pátria espiritual, que longe de ser um céu ou um inferno, é uma nova etapa de existência, na vida que continua. Teremos a nossa transição, encontraremos os que nos precederam, e teremos uma boa morte, sorridentes, se tivemos uma boa vida, fazendo o nosso próximo sorrir.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Censuras


Ler, pensar e refletir sobre os textos de Emmanuel é sempre oportunidade renovada de aprender continuamente. A capacidade de síntese desse notável benfeitor que se utilizou das mãos abençoadas de Chico Xavier para nos orientar através de seus textos é admirável. Suas linhas compactas, seus parágrafos e textos lúcidos ensinam muito. Daí a importância de nos debruçarmos sobre seus livros para saciar a sede de conhecimento e aprender muito. Seus romances clássicos ou seus livros de mensagens que comentam o Evangelho ou os livros da Codificação são preciosos.
No livro Rumo Certo, editado pela FEB, no capítulo 49, encontramos a importante reflexão “Não censures”, de onde nos permitimos refletir sobre os ensinos ali contidos. Ao convidar a não censura, Emmanuel já traz valioso ensino no início de sua abordagem: Onde o mal apareça, retifiquemos amando, empreendendo semelhante trabalho a partir de nós mesmos.
Note o leitor que diante de mal de qualquer origem, ela pede que nos retifiquemos amando, ao invés de apenas censurar, a partir de nós mesmos e na sequencia relaciona exemplos do artista e do cirurgião que, utilizando atenção, carinho, paciência, retifica os quadros a que se dedicam ou se lhes apresentam, alcançando resultados em suas áreas específicas.
É que em tudo, como indica a sequencia do texto que sugiro ao leitor conhecer na íntegra, ele destaca a importância da paciência para se alcançar resultados. Isso porque o progresso, a luz, a felicidade nasce da construção lenta do tempo. Citando Deus com sua esperança e paciência infinitas, coloca o exemplo magnífico da semente que se transforma para gerar os frutos de sua essência, através do tempo...
Parece-nos que o objetivo maior da linda mensagem é destacar que, diante das adversidades a que estamos expostos, nunca devemos nos desesperar ou desanimar. É preciso mesmo muita paciência para transformar as ocorrências em bênçãos de aprendizado e orientação.
É que Deus está em toda parte, opera por caminhos que desconhecemos e transforma tudo em aprendizado para que amadureçamos nas experiências. Isto é amor Divino.
A experiência do próprio autor espiritual faz com que conclua a reflexão com a sabedoria que lhe é própria em linda frase: sempre que nos vejamos defrontados por dificuldades e incompreensões, saibamos servir com paciência e aprenderemos que, à frente dos problemas da vida, sejam eles quais forem, não existem razões para que venhamos a esmorecer ou desesperar.
Sim, porque Deus sempre permanece agindo através da sabedoria de suas leis e se usarmos a paciência nas dificuldades, superaremos os problemas e desafios e com uma grande vantagem: aprendemos algo mais, saímos amadurecidos. Afinal, tudo passa.
Caso você não tenha o livro em casa, poderá ler a mensagem na íntegra, pesquisando na internet: RUMO CERTO – Francisco Cândido Xavier – pelo Espírito Emmanuel. Você encontrará o livro todo e aí basta pesquisar no índice a lição 49.

Orson Peter Carrara

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Doença mental ou doença cerebral?


Uma visão espírita


O entendimento dos transtornos “mentais” passa pela compreensão do mecanismo de reparação dos desatinos pretéritos e atuais, através da lei de causa e efeito.(1)
Ao retornar à dimensão física, a Individualidade reencarnante traz, em seu perispírito, marcas cármicas constituídas por vibrações desarmônicas, relacionadas a débitos e culpas, adquiridos em vivências anteriores. Essas marcas energéticas, em virtude de sua natureza cármica, irão plasmar, em seu corpo físico, regiões de fragilidade. Essas regiões encontram-se mais suscetíveis ao desenvolvimento de enfermidades que, em última análise, estarão relacionadas ao carma a que está vinculada a Individualidade. Obviamente, o surgimento dessas enfermidades depende também da conduta atual do Espírito domiciliado no plano físico. 
Vejamos um exemplo: determinado Espírito comprometeu-se, em existências passadas, com o abuso de bebidas alcoólicas e cometeu falhas morais em virtude desse vício. Ele poderá reencarnar então com marcas nas áreas do perispírito que são responsáveis pela vitalização do aparelho digestivo. Essas marcas estarão criando uma predisposição ao aparecimento de enfermidades, como a gastrite crônica ou disfunções hepáticas. Assim, o Espírito reencarna com “pontos fracos” em seu perispírito, que determinam os órgãos que estarão mais predispostos a adoecer. Se o Espírito vai enfermar, ou não, isso dependerá, naturalmente, do estilo de vida e da conduta moral que adotar enquanto encarnado. 
Conceito equivalente pode ser aplicado à gênese dos transtornos “mentais”, pois o cérebro é um órgão como outro qualquer. Assim, se no passado, o Espírito adquiriu débitos em virtude do mau uso de seus atributos intelecto-morais, pode criar marcas cármicas em seu perispírito na região correspondente ao cérebro. Ao reencarnar, trará consigo tendências a desequilíbrios químicos em seus neurotransmissores cerebrais. Se esse desequilíbrio neuroquímico se verificar, a Individualidade reencarnada poderá vir a padecer de enfermidades ditas “mentais”, como a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo, as fobias, a esquizofrenia etc. Tais doenças nada mais são do que doenças do cérebro. Não se tratam de doenças da mente ou do Espírito, embora sua causa seja espiritual. Se o transtorno dito “mental” estivesse radicado no Espírito, não se verificariam respostas favoráveis aos psicofármacos (medicamentos que agem reorganizando a química do cérebro). Essa é a prova de que tais doenças estão, de fato, no cérebro, apesar da ciência atual ainda não ter recursos para perscrutar as sutis alterações que ocorrem na intimidade das células nervosas e em seus trilhões de conexões.
Ao examinar as origens da loucura, em O Livro dos Espíritos, item 375-a, Kardec reproduz o pensamento dos Benfeitores espirituais: é sempre o corpo, e não o Espírito que está desorganizado. 
Entretanto, apesar das ditas doenças “mentais” serem, em verdade, doenças cerebrais, isso não significa que tudo se reduz ao cérebro. Pelo contrário, é o Espírito - com suas vibrações desarmônicas - que cria o desequilíbrio no cérebro, por intermédio do perispírito. Desta maneira, o Espírito não seria a sede das doenças ditas mentais, mas seria, sim, sua causa. 
Importante ressaltar que, também na gênese das enfermidades “mentais”, a conduta moral do Espírito reencarnado, suas escolhas e atitudes, seu papel perante o outro e a vida têm indiscutível valor. Inserido, muitas vezes, em situações conflituosas, como relacionamentos desprazerosos, carência afetiva, problemas vocacionais, doenças incapacitantes, situações humilhantes ou derrocada econômica, o Espírito que não se habilita à superação das provas citadas coloca-se em situação psíquica desfavorável, que pode contribuir para o desiderato infeliz da enfermidade “mental”. 
Outras vezes, a situação cármica é tão grave que tais doenças já se manifestam independentemente do concurso de fatores ambientais. 

Apresentamos abaixo um modelo que sintetiza nossas ideias:


Espírito com predisposições mórbidas específicas 




 Construção psíquica de um estado de ânimo negativo 
(revolta, aflição, ódio, medo, culpa, insatisfação etc.)  



   
Desarmonização da química cerebral
(redução de serotonina e noradrenalina, por ex. na depressão; aumento de dopamina, por ex.  na esquizofrenia.)  



   
Manifestação da doença “mental”
(depressão, mania, psicoses etc.)  



   
 Medicamentos e outras medidas terapêuticas reorganizam a química do cérebro

  

    
Recuperação plena ou parcial do equilíbrio cerebral 

  

   
Condição psíquica da entidade reencarnada define seu prognóstico futuro


(1) Colaborou neste artigo: Carlos Alberto Mourão Júnior que, tal como Ricardo Baesso de Oliveira, é médico radicado na cidade de Juiz de Fora (MG).

Ricardo Baesso de Oliveira
Juiz de Fora, MG (Brasil)

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Mortos, estamos nós...


O dia de finados chega e ficamos a chorar os que partiram. 
Questionamos, indagamos e tentamos saber as razões pelas quais nossos afetos vão embora, muitas vezes de forma repentina. 
A inconformação ganha espaço em nossos raciocínios porque em nossa visão quem deve ir primeiro são os mais velhos. Consideramos que o pai deve partir antes do filho. 
Irmão mais velho antes do mais novo. 
Quem tem 99 deve ir antes, muito antes do que aquele que tem 45. Entretanto, embora queiramos que seja assim, sabemos que não funciona assim. 
É que são insondáveis os desígnios de Deus, e ignoramos as necessidades evolutivas dos seres que estão encarnados, entonces... 
Entonces, muita gente se perde em pensamentos, questionamentos e reflexões deste quilate:

 - Por que se foram? 
 - Coitado, tão jovem, tinha tanta vida pela frente! 
 - Tanta gente malvada, e justamente ele vai embora! Que injustiça!

Frases assim demonstram o desconhecimento do público em geral sobre as leis que regem a vida, sobre a reencarnação. 
Reencarnamos com o bilhete de passagem de volta comprado, só não está datado, porquanto em muitos casos a data do desencarne dependerá de nossa postura aqui na Terra. 
Pessoas negligentes com a saúde tendem a entrar no ônibus de retorno mais cedo. 
Indivíduos que levam uma vida desregrada, arriscada, começam a tingir com as cores da imprudência o seu retorno ao plano dos Espíritos. 
Exatamente, morrem antes do tempo previsto! 
O inverso também é real. 
Pessoas que se cuidam, guardam qualidade de vida, obedecem a regras, tendem a viver mais tempo no corpo. 
Porém, em verdade, ninguém morre. 
Aqui ou no Além estamos vivos. 
Aliás, aqui, encarnados, estamos mais mortos do que aqueles que julgamos serem os mortos da história. 
Em suma, mortos estamos nós, eles vivem. 
Os que se foram não estão mortos, mas vivos. Mortos, estamos nós, encarnados que, limitados pelo corpo físico, não conseguimos experimentar em plenitude todas as capacidades do Espírito. 
Eles, os que se foram, estão vivos, podendo gozar a vida sem tantas necessidades grosseiras que nos são impostas pela máquina orgânica. 
Um dia, porém, nasceremos, ao nos despojarmos do corpo, e enquanto um cortejo chora a nossa partida, afirmando que morremos, nós constataremos felizes a certeza de que a vida continua e de que mortos estão os que ficaram, não os que partiram. 
Todavia, que saiamos daqui no tempo exato, no prazo previsto para nosso desencarne, e para isso é preciso aproveitar com comedimento a vida, ou melhor, a experiência de estar encarnado. 
Podemos ser os próximos passageiros a entrar no ônibus que atravessa a fronteira para o Além... E que nosso nascimento seja tão feliz quanto foi a nossa morte por aqui, enquanto encarnados. 
Porque eles vivem. E nós? Nós estamos “mortos”...

Wellington Balbo
Salvador, BA (Brasil) 

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Entrevista com o médium Divaldo Pereira Franco


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O tamanho das coisas


Por vezes, gastamos horas amuados, jururus, macambúzios e sorumbáticos, consumindo a nossa mente e as nossas horas em problemas corriqueiros, em coisas que não saíram como imaginávamos, em sonhos frustrados parcialmente. Iludidos ficamos, focados no ponto preto em meio a um grande quadro branco.
Nesse sentido, o poeta mato-grossense Manoel de Barros trata, em um de seus poemas, do tamanho das coisas, como no trecho a seguir:
“Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade”.
A beleza da poesia pantaneira nos serve de inspiração para refletirmos sobre de que forma lidamos com os problemas habituais em nossa vida... Probleminhas, quando é do outro. Problemões, quando são os nossos... Maximizamos os nossos obstáculos, pela sua “intimidade”, e minimizamos os problemas alheios, pelo nosso egoísmo.
Seguimos assim, nos lamuriando de nossas cruzes, sem enxergar os martirizados à nossa volta. Se o gramado do vizinho é mais verde, a nossa cruz certamente será mais pesada...
Os Espíritos não se cansam de nos avisar desta realidade, onde destacamos a historieta intitulada “Aflitíssima”, no Livro “Bem-aventurados os simples” (Espírito Valerium, psicografia de Waldo Vieira), na qual a mulher se vê aflita com seus problemas, com questões comezinhas e busca o amparo de um dirigente espírita, que a consolava, ainda que não possuísse braços.
Na fieira das encarnações, avançamos diante de desafios inúmeros e a autocomiseração e o melindre não devem diminuir o nosso ritmo no enfrentamento dos problemas – chaves para a nossa evolução. O trabalho no bem, como terapia de múltiplas utilidades, também nos leva a conhecer outras realidades, de modo a mensurarmos, de forma mais realista, o “tamanho das coisas”, e percebermos que nossos fardos são leves, pelo acréscimo de misericórdia divina.
Falta-nos um sentido amplo da palavra otimismo, em um contexto no qual a doutrina espírita pode nos ajudar sobremaneira, a partir do momento que esta nos mostra uma visão ampla da existência, uma percepção concreta da eternidade, na qual tudo passa. E nos lembraremos desses fatos dolorosos apenas como uma lembrança alegre.
Necessitamos não só ampliar a visão em relação ao outro, mas também no que concerne à temporalidade. Para o Espiritismo a eternidade não é um dormir, em uma pseudo-existência, e sim uma sucedânea de vidas nas quais crescemos, aprendemos e superamos desafios e percebemos que a pequena luta de hoje se torna menor ainda amanhã.
Cabe registrar o dito n’O Evangelho segundo o Espiritismo, no seu Capítulo segundo: “Para aquele que se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é infinita, a vida corporal não é mais do que rápida passagem, uma breve permanência num país ingrato. As vicissitudes e as tribulações da vida são apenas incidentes que ele enfrenta com paciência, porque sabe que são de curta duração e devem ser seguidos de uma situação mais feliz“.
O otimismo não se confunde com a inatividade de uma vida repousada apenas na vida espiritual ou na depressão de problemas insolúveis no plano terreno. Na visão espírita, o otimismo nos aponta uma lógica de oportunidades, de superação pelo perdão, pelo amor, pela reparação, atuando sobre os problemas que julgamos enormes, mas que são ínfimos nos portfólios de almas que lutam pela evolução na crosta terrestre.
Assim, pelo prisma da vida espiritual, diante de nossos problemas, analisemos sua dimensão frente aos nossos irmãos, em outros espaços, e a nossa própria existência, na multiplicidade das vidas sucessivas, e veremos que tudo é pequeno, mas não insignificante, indigno de nossa tristeza e merecedor de nossa atenção.
O ponto de vista espírita nos enche de otimismo, afastando a tristeza que nos invade o coração, mostrando o real tamanho das causas de nossas aflições e a medida certa que deve ser nossa atitude: tristes pela nossa humanidade, ativos pela nossa espiritualidade.
As coisas têm o tamanho que a ela atribuímos! Sem sermos desleixados pelo nosso egoísmo, sem sermos melindrados pelo nosso orgulho, devemos sopesar cada problema, lembrando a nossa condição de Espíritos imortais em evolução com outros irmãos de jornada.
Assim, com o olhar renovado, nivelamos a vida em alto astral, na lição de que o tempo despendido em lamentações tem melhor uso se convertido em trabalho.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Imagem ilustrativa

sábado, 8 de novembro de 2014

O amor é para sempre…


(Escrevi esses pensamentos, muito sentidos, há alguns anos. Pretendia publicá-los num livro, mas antes que ficarem guardados, na memória do computador, melhor partilhar com outros que, como eu, estejam amadurecendo essa que é a maior herança divina em nós: a capacidade de amar. Dediquei essas palavras na época a uma pessoa especial em minha vida e que, embora distante, continuo amando, já que o amor é para sempre…)

O amor é o oposto da indiferença. O amor nunca tanto faz, com o que o ser amado faz. Por isso se empenha sempre por um fazer de luz. 
O amor pode curar, salvar, elevar, educar, regenerar. Mas tudo a longo prazo, pois para se mostrar, atuar e agir, precisa muito ter paciência, perseverar, persistir, muitas, infinitas vezes perdoar... Tudo devagar. 
O amor desgovernado, tumultuado pelas paixões, queima os corações, provoca afastamentos, descontentamentos, dilacerações... Por isso, o amor precisa se asserenar, se suavizar, alimentando-se de eternidade! 
Mesmo o amor mais forte, mais viril, mais ativo precisa ser feminino... Cuidadoso, gentil, acolhedor, sabendo se esconder para o outro brilhar! 
O amor se muda, se adapta, se transforma, se sublima, mas nunca desiste. O amor pode estar triste, agitado, aflito, cansado com os atritos do dia a dia. Mas se for amor, nunca esfria! O amor tudo sofre - diz Paulo - e nunca se acaba. Mesmo ofegante, prossegue; mesmo ferido, perdoa! Mesmo desacreditado, insiste! E mesmo rejeitado, resiste! O amor tudo pode, tudo alcança! Força divina que nos move e nos transfigura! Mesmo ainda misturado aos cascalhos das paixões, sua fonte profunda é sempre pura! E por isso limpa com o tempo os corações! 
O amor é o único motivo, o único estímulo, o único impulso suficientemente forte, elevado e belo para nos levar à superação de nós mesmos! Por amor a quem amamos e por amor a Deus, alcançamos a transcendência! 
O amor para bem comunicar-se, precisa aprender sutilezas, precisa fazer recuos, precisa ocultar ímpetos e transfigurar angústias! Precisa calar e falar com sinceridade serena, compreensiva, derramando-se muito mais no olhar, que na palavra; muito mais nos gestos, que nas anunciações! 
O amor compreende mais que julga! Não se endurece, antes se enternece! Quer mais se doar do que receber! E o tempo todo tece o carinho, que alimenta! 
O amor sempre renova a confiança, refaz a esperança, alimenta o otimismo, porque seu horizonte é a eternidade! 
O amor é combativo, mas não agressivo! É ativo, mas pacífico! É enérgico, mas suave! 
O amor para ser saudável deve ter dignidade, autoestima. Mas para ser pleno, não pode ter orgulho nenhum! 
O amor, por amor a quem ama, busca melhorar-se todos os dias, para elevar-se em altura e grandeza, sendo sempre mais digno do ser amado! 
O amor só descansa com a perfeição, por isso está sempre à procura... Só se satisfaz com a felicidade, por isso quer sempre mais! 
O amor está sempre perto do coração amado, mesmo que este esteja trancado, mesmo que esteja distante! Está perto, nem que seja por uma prece ardente e por um pensamento constante! 
O amor quando nasce é uma flor cheia de perfumes e cor, com ilusões de primavera! Mas quando amadurece, é fruto doce, sem ornamentos, alimento perene! 
O amor, quanto mais se asserena, mais conquista; quanto mais se desapega, mais se aproxima do ser amado! 
Não há um só dia em que o amor não dedique um serviço, um pensamento, uma prece, um algo, em favor de quem ama! Mesmo à distância, mesmo oculto! 
O amor desfaz todas as tragédias, desanuvia todas as angústias, cura todos os desequilíbrios, harmoniza todas as almas... O tempo tudo refaz, regenera, reergue, sublima... Só o que sobra para sempre é o amor! 
Nada mais doce que um olhar de amor trocado, nada mais confortador que uma vibração de amor permutada. Nada mais apaziguante que uma comunhão de pensamento elevado, projetado para o infinito! 
O amor inventa sempre novos caminhos, não se conforma com obstáculos... Caminhos que chegam ao coração, caminhos que levam ao céu! 
O amor sempre encontra um ponto de equilíbrio, um consenso confortável, uma sintonia fina... E o arremate das piores situações será sempre uma costura de bom gosto! 
O amor é delicado como uma flor, forte como uma rocha, vasto como o universo! Por isso, não cabe apenas no corpo, não cabe apenas numa vida! É necessário que seja infinito! Lógico que seja eterno! 
O amor pode se melhorar, pode se elevar, se transformar, se sublimar... Perder sensualidade e ganhar asas; desfazer-se do feminino e do masculino e ser divino... O amor pode até ficar guardado por um tempo até a próxima esquina da vida... Mas se for amor, nunca termina. 
O amor está sempre conectado com o ser amado. Lê seu olhar, percebe sua alma, capta seu coração. O amor é lúcido, desperto, vidente. Não para controlar, tomar posse, mas para estar ao lado, estar dentro, estar em ressonância. A postos para proteger, servir, ajudar e se ofertar. 
O amor se entrega inteiro, confia, se abre. Mas sem deixar de ser reto nos princípios, elevado nos propósitos, correto na ação. 
Podem surgir desavenças, o amor as supera! Podem se erguer ofensas, o amor as perdoa! Podem se formar mágoas, o amor as desfaz! Para o amor, qualquer sombra é tempestade passageira e a bonança volta sempre a brilhar! 
Não há dor que o amor não cure! Não há mal que o amor não desmanche! Não há escuridão que o amor não ilumine! Não há queda que o amor não restaure! E seu único aliado é o tempo. Por isso, o amor é infinitamente paciente. 
O amor tem que tornar melhor quem ama e quem é amado. Se não torna (ou se torna pior) não é ainda amor. 
O amor pode se sentir impotente, rejeitado, diante de um coração trancado, ensimesmado numa concha de solidão! Mas então, o amor tem sempre que continuar amando, aguardando brechas de entrada, uma estrada, um clarão... E pouco a pouco se abre o outro coração! 
O amor pleno sereno, inteiro, é aquele que percebe cada sutil necessidade, cada mensagem calada, cada aceno do ser amado. Percebe, compreende e age. Mas é preciso caminhar muitos séculos juntos, é preciso se desfazer de muitos egos para que o amor seja assim. 
Quando o amor está presente, nenhum dia passa inútil e cada problema revela uma lição! 
Quando não é compreendido, o amor compreende mil vezes, até que o outro alcance a compreensão! 
O amor nada faz de banal, não fica na superfície, não age com leviandade. Por isso desmancha o mal e lida com a verdade. Por isso não é mesmice e com energia e meiguice se lança na eternidade! 
Nem tudo o que sabe, o amor fala, porque não faz falta. Nem tudo o que faz o amor fala, porque não se exalta. Nem tudo o que dói o amor fala, sem mágoa incauta. E quando o amor cala, sua luz brilha mais alta! 
Amar, amar, amar é a única maneira de ir se esquecendo de si! E quando se esquece completamente, o amor encontra Deus! 
O amor ensina, sem ofuscar e aprende, com gratidão! 
Quando se está possuído de amor, os pés andam mais leves, o coração alado e o ar mais rarefeito. Mesmo que às vezes, pesem a caminhada, o coração e o ar, logo tudo se desanuvia e o céu claro logo de novo se anuncia! 
Entender como o outro expressa amor e saber fazer chegar ao outro o nosso amor é alcançar o milagre da comunicação. 
O amor não precisa ter medo de amar mesmo que o outro não ame, mesmo que o outro ame menos. O amor não precisa ter medo de amar o diferente, o oposto, o desaprovado, o endurecido... Pois o amor transpõe qualquer barreira e um dia alcançará a plena comunhão! 
O amor saberá tornar a franqueza tão doce, que não fira... Saberá usar a crítica com tanto acolhimento que não afaste... O amor não faltará jamais à verdade mas não há de buscar seus interesses e não a vestirá como arma, sendo-lhe ao invés uma túnica sutil! 
O amor não se deixa aprisionar pela rotina seca do cotidiano! Ao invés, resgata a flor, a poesia, o sorriso e o toque suave das mãos! 
Quantos espinhos o amor precisa colher na terra, por breves momentos de sintonia plena! Mas sempre esperando a certeza de uma eternidade de comunhão! 
Quando o amor é muito grande e se vê no inferno, não desiste, resiste, insiste, mesmo triste! E de salto em salto (porque se sabe eterno) se faz fraterno e afinal se dilata tanto, regado a pranto, que se alcança materno! 
Quando o amor nasce materno, doce, sem nuvens, já nasce eterno, mas não evita a luta, a labuta... Então precisa apenas secar o pranto, aceitar as penas e de alma enxuta, persistir para sempre, como anjo sem desencanto! 
O amor restaura pacientemente o que se quebrou. Dá asas aos que se arrastam, fazendo de vermes borboletas, fazendo de homens, anjos.
O amor não se agasta, não se gasta, nunca se afasta e só doar-se já lhe basta. 
A colheita do amor é farta, exuberante, ensolarada. Alimenta e conforta. Quando vem, falta nada. Apenas um pleno bem escancara a porta. 
Quando não se cobra, o amor dá de sobra. Quando não se apega, o amor transborda pleno, doce e sereno. Quando se respeita e nenhum ciúme à espreita e quando se entrega inteiro, sem medidas, floresce singelo, campestre, como margaridas.
Amar sem posse é amar mais. Amar melhor. Amar em paz. Amar sem desejo de nada, recebendo o que se deseja, de mão sobeja.

Dora Incontri 

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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Humberto de Campos


O notável escritor, jornalista e político Humberto de Campos nasceu em 25 de outubro de 1886 em Miritiba (MA). De origem humilde, com a morte do pai quando tinha apenas seis anos de idade, mudou-se para a capital São Luiz, onde começou a trabalhar no comércio local e aos dezessete muda-se para o Pará, onde começa sua atividade jornalística na Folha do Norte. 
Em 1910, com apenas 24 anos, publica seu primeiro livro e dois anos depois muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a ganhar destaque no meio literário, angariando amizade com os escritores Coelho Neto e Olavo Bilac. Começa a trabalhar no jornal O IMPARCIAL ao lado de figuras ilustres como Rui Barbosa, José Veríssimo, entre outros, tornando-se gradativamente cada vez mais conhecido em âmbito nacional por suas crônicas, publicadas em diversos jornais das principais capitais brasileiras. Membro da Academia Brasileira de Letras, ingressa também na política com Deputado Federal, sendo cassado na Revolução de 30. Faleceu no Rio de Janeiro em 05 de dezembro de 1934, com apenas 48 anos.
Mas o grande escritor não interrompeu seus escritos. O conhecido médium Chico Xavier publicou vários livros por meio da psicografia trazida pelo referido Espírito, gerando rumoroso caso na justiça, movido pela família do escritor com alegação do pagamento dos direitos autorais. A demanda judicial, de grande repercussão e polêmica à época, foi julgada improcedente e todo o material dessa disputa jurídica está disponível no livro A Psicografia ante os tribunais, do Dr. Miguel Timponi, e editado pela editora FEB. E traz o significativo subtítulo: O caso Humberto de Campos no seu tríplice aspecto: Jurídico, Científico e Literário. É obra que merece ser conhecida.
A partir daí o autor e consagrado escritor passou a usar o pseudônimo Irmão X, também com vários livros publicados.
Entrevistei Isabela Pereira Esperança, de Barra Mansa (RJ), admiradora, estudiosa e pesquisadora da obra de Humberto.  A entrevista ainda está inédita na íntegra, mas reproduzo aqui uma das perguntas e sua respectiva resposta, para apreciação do leitor:

 6 - O que pensar entre Humberto encarnado e o espírito Humberto?

No primeiro livro psicografado de Humberto de Campos publicado em 1937 com o título Crônicas de além-Túmulo, três anos depois de sua desencarnação ocorrida em 1934, já no prefácio o autor assume seu passado materialista, em que ideias transcendentais de perpetuidade do espírito seriam idealistas e distantes da realidade prática da vida. Enquanto encarnado sua índole de revolta e amargura diante dos sofrimentos e dores nas experiências da vida, como ele mesmo se autobiografa, impediu que a fé florescesse em seu coração conturbado (...) saturado que estava de fórmulas religiosas e filosóficas de seu tempo como ele mesmo diz “o pior enfermo é sempre aquele que já experimentou todos os específicos (medicamentos) conhecidos”. Desencarnado, se surpreende com a nova situação além-túmulo. Em seus últimos anos de vida julgava o túmulo o fim, e diante continuidade da vida, fica perplexo ao se deparar com a realidade espiritual que em nada corresponde as ideias religiosas impregnadas de símbolos, de anjos, inferno e céu. Esta nova experiência abre enfim seu coração para o medicamento evangélico, reconhecendo-se como estudante novo diante da eternidade como relata no conto “De um casarão de outro mundo”: “Ah! Meu Deus, estou aprendendo agora os luminosos alfabetos que os teus imensos escreveram com giz de ouro resplandecente no livro da Natureza. Faze-me novamente menino para compreender a lição que me ensinas!” A obra de Humberto de Campos desencarnado é ao trabalho de um espírito intelectualizado, e agora desperto, que procura avidamente regenerar seu coração como escreve no prefácio do livro Boa Nova “É que existem Espíritos Esclarecidos e Espíritos Evangelizados, e eu, agora, peço a Deus que abençoe a minha esperança de pertencer ao número desses últimos.”

Orson Peter Carrara

Prossiga: Uma resposta

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Qual é o tema mesmo?


As palestras são uma das mais eficazes maneiras de promover a divulgação do Espiritismo, levando sua mensagem libertadora e que merece o melhor daqueles que possuem a responsabilidade de apresentá-la. No entanto, algumas questões devem ser observadas, seja pelos palestrantes, pelos que organizam e agendam, quanto pelos que ouvem. É a questão do tema! Percebemos que, em algumas vezes, saindo-se bem ou não, o palestrante anuncia um tema e atrai aqueles que se interessam por ele, outros que têm necessidade de ouvi-lo, sem falar que seguir um tema, organiza o pensamento de quem fala e de quem ouve. No entanto, percebemos a existência de palestrantes que, por falta de comprometimento com o próprio tema, acabam fazendo com que suas apresentações divaguem por vários temas superficialmente, muitas vezes utilizando músicas e diversas apresentações com multimídia, mas sem se aprofundar em coisa alguma. Quando isso ocorre, por melhor que seja a apresentação, o palestrante anuncia um tema, desenvolve vários e conclui sem compromisso com o tema que anunciou... Deve haver profundo respeito para a realização de uma palestra Espírita, afinal a mensagem que ela encerra possui determinante influência na edificação daqueles que ouvem, tanto quanto no entendimento claro ou equivocado que terão do Espiritismo. Partindo do princípio de que todos somos imperfeitos e de pouco conhecimento real de algo tão grande como a Doutrina Espírita, a busca de todo palestrante deve ser a de ter responsabilidade com a maior dedicação e constante empenho de ser fiel ao que o Espiritismo verdadeiramente ensina e com honestidade, verticalizar sua busca de fazer o melhor possível.
Não falamos de grandes apresentações de oratória, de palavras enfeitadas e empolgados discursos, mas sim de respeito com a Doutrina dos Imortais e com aqueles que ouvem. Muitas vezes, as pessoas estão chegando ao Centro Espírita pela primeira vez, o que dilata nossa preocupação com a mensagem, que deve ser segura e que motivem aos ouvintes a dar atenção especial ao Evangelho, afinal, o Evangelho é Jesus que prossegue a orientar o homem. Ao falar, o palestrante tem a oportunidade de influenciar o ouvinte com as suas informações e conceitos, fornecendo material ao seu mundo mental e que lhe conduzirá as ações e posturas. Vemos mesmo em grandes eventos, considerados especiais e que juntam grandes quantidades de pessoas, com tema principal estabelecido para todos, palestras prontas de outros temas sendo realizadas, contando com o fato de que ninguém perceberá a negligência. Quando no final da palestra, o ouvinte, achando que a apresentação foi boa ou não, tem dificuldade de lembrar qual o tema estudado, algo está errado, pois a intenção era a de aprofundar a mensagem principal. Somente o despreparo e a falta de dedicação pode justificar uma palestra que diz muito sem falar nada, nossas capacidades são diferenciadas, mas respeitando as limitações de cada um, devemos buscar mensagens seguras e claras e que apenas se obtêm, caminhando pautados pelas obras de Allan Kardec. 

Roosevelt Andolphato Tiago 

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domingo, 19 de outubro de 2014

Paciência


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Desceu do animal


A primeira atitude daquele homem foi descer do animal, um cavalo ou um camelo. Em sua caminhada encontrou aquele homem ferido, que havia sido desprezado por dois outros que ali passaram, conforme narra a conhecida Parábola do Bom Samaritano. Todo mundo conhece a parábola, nem é preciso narrar novamente. Seus personagens e desdobramentos são muito conhecidos e as lições morais daí decorrentes igualmente tocam o coração humano com lições incomparáveis.      
Deixemos, todavia, aquelas lições já conhecidas, divulgadas e disponíveis para quem deseja ampliar o assunto e conhecer mais.  Fixemo-nos na ocorrência da decisão do terceiro personagem, o bom samaritano, que encontrou o homem caído e ferido.              
Sua primeira atitude foi descer do animal que o transportava. Isso não se deve apenas ao fato da comodidade de estar mais próximo, mas mostra a postura de decisão, de humildade principalmente, ao aproximar-se do enfermo caído. Antes de qualquer outra iniciativa de apoio que se sucedeu, como conhecida, ele antes desce do animal, aproxima-se, verifica a necessidade, para depois, então, agir como exigia o momento.               
A ocorrência é repleta de ensinos. Ele sentiu a dor alheia, preocupou-se com a dificuldade, não se manteve no pedestal da facilidade de locomoção que se encontrava – o que naturalmente pode ser comparado com as facilidades do nome, do cargo, da posição social, entre outras circunstâncias –, que todos normalmente desfrutamos.               
Ao aproximar-se, providenciou o que era necessário, como conhecido. Antes, a indiferença dos outros dois personagens. Sua aproximação, contudo, mudou todo o quadro da história. Desceu do animal com a disposição de ajudar, de fazer-se presente no que era necessário, de levar adiante as providências que o momento exigia.               
As lições preciosas da citada parábola estão em todo o trecho. Desde o orgulho e a indiferença dos outros dois personagens e ganha destaque já a partir da decisão de socorrer o infeliz, quando, então, desce do animal.               
Sim! Precisamos observar atentamente este dado inicial da parábola. Também precisamos descer dos pedestais do orgulho, do egoísmo, da prepotência, da vaidade, da indiferença. Na verdade, trazemos conosco o dever de atenuar as agruras alheias. Fácil? Nem sempre! Muitos desafios se apresentam nessa decisão de auxiliar a quem precisa, mas é importante que não permaneçamos indiferentes, que façamos o que esteja ao nosso alcance.               
E esta decisão não se resume apenas no socorro à dificuldade alheia. Ela pode ser ampliada por meio da boa vontade e da disposição em ser útil. Também se encaixa perfeitamente em facilitarmos o andamento das providências e ocorrências do cotidiano. Seja no trato com um animal doméstico, com uma criança, com idosos, com outros adultos de nosso relacionamento, perante as providências diárias, na vida social, familiar ou profissional.               
Desçamos, pois, de nossas pretensões. Aproveitemos a bela lição para revermos nossos próprios comportamentos perante perspectivas da própria vida e principalmente perante as dificuldades alheias...

Orson Peter Carrara

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Benefícios do sacrifício


O Evangelho segundo o Espiritismo, no seu capítulo V, fala-nos, entre outros assuntos, do verdadeiro sacrifício aos olhos de Deus. Capítulo interessante e atual, dado que a vida nos exige sacrifícios e por vezes buscamos estes, sem saber bem o porquê.
Em um primeiro momento, apresenta-se a questão de se é possível reduzir o rigor das provas, dado que estas são instrumentos de nossa evolução. A conclusão é simples, dados que a Lei é de amor e, sim, podemos e devemos abreviar a dor de nosso próximo, abreviar as suas provas voluntariamente, pois esse amor nos impulsiona a ser melhores e a evolução se faz em conjunto, nesse nosso planetinha azul.
Ao contrário da visão do Carma adotada em algumas religiões, não devemos deixar nossos irmãos sofrerem para “pagar”, pois a divindade quer que nós aprendamos a amar e não que soframos indistintamente, como um Deus sádico, a exemplo do Olimpo greco-romano.
A dor deve nos empurrar para o amor, e o amor pode sim colaborar para reduzir a dor, na busca da luz, em um contexto de interdependência, de Espíritos encarnados em um planeta de provas e expiações, na luta da evolução.
De forma simétrica, apresenta-se a questão: é possível então aumentar as suas provas voluntariamente? Ou seja, posso aumentar a minha dor e assim evoluir mais rápido?
O evangelho é claro nesse ponto... e o bom senso também! Produzir dor por produzir pouco contribui com a instauração do reino dos céus em nossos corações. Em muitas facetas se apresenta esse sacrifício voluntário, em roupagens modernas que escondem sentimentos adversos.
As práticas de se prometer coisas para a divindade em troca de bênçãos, como nos sacrifícios muito famosos em festas religiosas, nas famosas promessas, ilustram bem esse sentimento de imolação, como passagem para a felicidade. São os terroristas que esperam o reino de cachoeiras de mel... Uma forma de sacrifício egoísta e de barganha!
Têm-se ainda, de forma reprovável, práticas nesse sentido, adotadas por vezes por celebridades, no campo da automutilação. Com cortes e marcas, as dores corporais buscam substituir sofrimentos emocionais, em uma punição de si mesmo, prima da comiseração, em uma mescla de carência, culpa e remorso. Uma forma de sacrifício focado em si, na troca de suas dores sentimentais por dores corporais.
Esses exemplos atuais nos mostram que o nosso sacrifício ainda está atrelado a uma ideia de egoísmo. O disposto n’O Evangelho segundo o Espiritismo indica que o aumento da dor sem reverter para o benefício coletivo é sim egoísmo, e que as provações voluntárias somente têm valor quando agregarem bem ao próximo.
O sacrifício, o acréscimo de sofrimento por escolha, só têm valor aos olhos de Deus quando significam doação para o bem geral. E, para isso, na maioria das vezes, necessitamos de dores muito menores do que imaginamos!
Devemos ficar atentos às motivações que se escondem por detrás dos grandes espetáculos de dor e sofrimento, enxergando o valor do pequeno esforço cotidiano que produz o bem, sem pompa e cerimônia, sem heróis de papel.
Deus nos criou para aprendermos a amar... Para rompermos as nossas imperfeições, por vezes somos impulsionados pelo aguilhão da dor, para a senda da evolução. Mas o grande sacrifício se impõe na conduta reta no cotidiano, por vezes longe de holofotes e luzes...
O fim da evolução é o amor, força divina por excelência, que nos faz mais próximos do homem que queremos ser, nos faz melhores nas batalhas de cada dia e, para isso, precisamos entender a função da dor no contexto da justiça divina e do aperfeiçoamento do Espírito.
Sacrifícios só trazem benefícios se forem direcionados ao nosso próximo... A doutrina dos Espíritos é clara em nos explicar esse mecanismo, do primado do amor! Não busquemos evolução onde pode morar a estagnação! 

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

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