segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Você conhece suas limitações e virtudes?


É interessante notar como nos embaralhamos com questões simples, como, por exemplo, identificar algumas de nossas limitações ou falar sobre algumas de nossas virtudes.
Grande parte desta dificuldade é cultural, fruto do aprendemos no contato com a sociedade e acabamos por transferir sem reflexão à nossa forma de lidar com o mundo. Temos, portanto, problemas em conhecer limitações e grandes dramas de consciência em reconhecer nossas virtudes.
Conhecer limitações: temos receio de falar de nossas fragilidades porque queremos nos sentir sempre fortes. Aprendemos isto desde tenra idade. “Homem não chora”. “A vida não premia os fracos”. “Vivemos numa selva de pedras”.
A sociedade prega a competição predatória e o individualismo, então vamos neste embalo e consideramos os outros nossos concorrentes, por isso não falamos de nossas fragilidades, dores e dificuldades. Preferimos guardar a sete chaves e esconder nossos receios e limitações até de nós mesmos. E isso ocorre porque não nos estudamos, conseqüentemente, não nos conhecemos. Transitamos de mãos dadas com nossas limitações por não sabermos identificá-las.
Conhecer virtudes: e por outro lado fomos ensinados a cultivar uma humildade de fachada, uma humildade apática, em que é “PECADO” conhecer virtudes que possuímos. Temos medo de que o outro nos ache arrogante, por isso, não raro, desvalorizamo-nos. Aliás, a cultura da desvalorização prejudica a estima do indivíduo e abarrota consultórios de terapeutas, psicólogos e psiquiatras. Isso para não falar que fomenta a tresloucada idéia do suicídio, porquanto o suicida geralmente é aquele que não reconhece seus valores, seus
talentos e habilidades, julga-se um peso para o mundo, afunda-se em seus dilemas, e então, vê no suicídio a porta para salvação. Isso também ocorre porque não nos estudamos, e, portanto, não nos conhecemos.
É necessário romper os cadeados do preconceito para que possamos nos estudar com eficácia. Saber em que nível de evolução moral e intelectual estamos, o que já conquistamos e o que falta conquistar. Quais são nossas imperfeições morais, quais são nossas maiores dificuldades e como fazer para superar estas fragilidades. São questões que podemos propor a nós mesmos, a fim de que identifiquemos o estágio evolutivo no qual nos encontramos.
Importante lembrar: reconhecer fragilidades não é sinal de inferioridade, ao contrário, alguém para reconhecer uma limitação e falar naturalmente dela é alguém já amadurecido para tanto. A mesma regra vale para a questão que envolve o conhecimento de nossas habilidades e virtudes. Reconhecer em nós alguma virtude, ou algo que sabemos fazer bem feito, não quer dizer falta de humildade ou arrogância. A prepotência não está em sabermos de nosso valor, mas sim se usamos esses valores conquistados para subjugar, humilhar e desdenhar do outro. Desde que não nos infectemos pelo vírus da auto suficiência e não nos consideremos superiores a ninguém, não há porque deixarmos de reconhecer nossas habilidades.
Será o estudo sobre nós mesmos e a reflexão em torno de nossas limitações e virtudes que nos estenderão o tapete vermelho para o auto conhecimento, proporcionado-nos um caminhar mais sereno pelos palcos da existência.

Wellington Balbo
wellington_plasvipel@terra.com.br

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nós somos Deuses mais amados por Deus do que ele por nós


Para o Nazareno, Deus é Pai Dele e de todos nós.E é assim que oramos no Pai Nosso. E Deus é maior do que Jesus (João 14:28), que reclamou com seus discípulos, dizendo: “Por que me chamais bom?
Ninguém é bom, senão um só, que é Deus”: (Marcos 10:18).
E o Mestre dos mestres jamais ensinou que Ele era Deus, mas sempre que Ele era apenas Filho de Deus, e que nós também o somos. E Paulo afirma de modo categórico que Jesus não é mesmo Deus: “Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1 Timóteo 2: 5).
Mas se até nós somos chamados pela Bíblia de deuses (Salmo 82:6; e João 10:34), por que Jesus não poderia ser também Deus? Podemos dizer que há dois tipos de deuses: o absoluto, único, e que Jesus chamou de seu Pai e nosso Pai, e os inúmeros deuses relativos, que somos todos nós, inclusive Jesus. E Deus habita em nós (Romanos 8:8). E em Jesus a Divindade habitou plenamente (Colossenses 2:9), ou seja, o máximo possível que Deus pode habitar em um ser humano. Isso mesmo mostra que Jesus não é Deus absoluto, pois Deus habitou também Nele, como habita em nós. De fato, há um só Deus absoluto, o Pai, que os orientais denominam de Brâman, enquanto que, para eles, os orientais, os outros deuses são secundários (relativos), o que nos mostra que, na verdade, os orientais não são politeístas, como foi ensinado pelos teólogos ocidentais antigos, mas monoteístas. Os orientais destacam a magnitude de Brâman, dizendo até que Dele nada pode ser dito e que é o Único.
Como ficam os teólogos ocidentais diante disso, insistindo em que Jesus é Deus e que, também, o Espírito Santo o é? Quais teólogos seriam politeístas, os orientais ou os ocidentais? Que os teólogos ocidentais de hoje, corajosamente, reflitam sobre esse imbróglio que seus colegas do passado criaram, o que, ao longo dos séculos, lamentavelmente, vem prejudicando seriamente o cristianismo, mormente agora no Terceiro Milênio, quando a teologia não pode mais ir de encontro à ciência e à razão, ou seja, à verdade, pois chegou a hora de todos saberem o que é o conhecimento da verdade que nos libertará (João 8:32).
Deixando de lado os pormenores teológicos sobre a adoração, dizemos que ela é uma ação de amor máximo à Divindade. Adoração deriva-se de duas palavras latinas: “ad”, preposição que significa “junto de”, e “oratione”, do ablativo latino, e que quer dizer “oração”.
Adoração tem, pois, pela etimologia, o significado de “oração junto de”, no caso, de Deus. Porém tomemo-la simplesmente por amor. Mas a nossa capacidade de amar a Deus é finita, limitada. Ademais, por sermos imperfeitos, nós nunca fazemos o máximo que podemos fazer em nossas atividades, quaisquer que sejam elas. Daí amarmos mal a Deus.
E estamos diante de paradoxos. Como Deus nos ama também infinitamente, isto é, sem medida, Ele nos ama mais do que nós O amamos com nosso amor finito e imperfeito, quando nós é que deveríamos amar mais a Deus do que Ele nos ama.
Religião é também um meio de amar a Deus, a nós e aos nossos semelhantes. Então, é como se Deus tivesse também uma religião, pois Ele, Deus, se ama a si próprio, como Ele nos ama a nós seus semelhantes.
Mas, se o amor de Deus para conosco é também infinito, ou seja, sem medida, é como se Ele próprio estivesse sendo idólatra!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sinal dos Tempos


“Em tudo somos atribulados, mas não
angustiados; perplexos, mas não
desanimados.
Perseguidos, mas não desamparados;
abatidos, mas não destruídos"
(PAULO – 2ª Epist . Coríntios, 4 : 8 e 9)


Nesse final de milênio, a Terra iniciou um lento processo de transição de mundo de expiações e provas para o de regeneração.
Como um sinal dos tempos, assustada, a humanidade convive com intensa convulsão social entremeada por conflitos armados, contendas verbais, pressões psicológicas, disputas emuladas por paixões políticas. Assalta-se, rouba-se, mata-se sem que a justiça dos homens ponha termos aos desmandos.
Aproxima-se a época da ceifa e da separação do joio do trigo.
Inapelavelmente participaremos do pranto e ranger de dentes dos renegados ou então integraremos o préstito triunfal dos escolhidos, porque cada um será distinguido conforme seu merecimento.
Espíritos recalcitrantes no erro, infensos à evolução moral, serão expurgados para um planeta inferior onde conhecerão a adversidade em permeio com uma humanidade primitiva e experimentarão, por tempo indefinido, as conseqüências de sua rebeldia.
Nada temem aqueles que consolidaram na fé o aprendizado e a prática do AMOR e do PERDÃO ensinados e exemplificados por Jesus. Sofrem, contudo, as atribulações da vida, mas não se angustiam; os desregramentos presenciados deixam-nos perplexos, mas não desanimados; quando perseguidos, mostram-se confiantes e encontram no Senhor o amparo merecido; podem ser abatidos materialmente, mas seus ideais de paz e de evolução espiritual jamais serão destruídos.
Os espíritas, em especial, conhecedores da lei do progresso através de vidas sucessivas pela reencarnação, devem ficar atentos para o advento do terceiro milênio, durante o qual se verificará a ascensão do nosso orbe a mais um degrau na grande escalada rumo ao infinito.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Para além da porteira


Túu-Túu-Túuu- Ressoava novamente lá pras bandas de Ouro Fino, no Estado de Minas Gerais, o brado daquele berrante. Instrumento imponente, de chamar gado e gente, cortava com sua nota dissonante vales e serras, anunciando a novidade daquela manhã.
O vaqueiro, que em outros tempos ficara desolado com a súbita partida do menino, vítima de um boi sem coração, via agora a sua vida se esvair. O tempo, implacável, levava as forças daquele corpanzil que conduziu boiadas mil pelo nosso Brasil, somando-se mais uma cruz à do menino no antigo estradão.
Olhando perdido para todos os lados, já confuso entre os portões da vida e da morte, o velho boiadeiro somente consegue distinguir no dourado do horizonte o som daquele berrante que ele jurara jamais tocar novamente. Som que ele há muito não ouvia e que lhe trazia no coração as lembranças do menino tão trigueiro, que abria a porteira para a sua boiada passar.
À medida que o som se aproximava, via surgir um pequeno jovem de cor de ébano, cavalgando bela montaria, tocando berrante em meio de uma imensa boiada. O vaqueiro, em um misto de alegria e de espanto, pergunta com sua voz de trovão ao jovem anjo:

“- Quem é você, que como eu conduz o gado? Por que toca esse berrante que jurei jamais tocar?”
O menino apeia do cavalo, tira o seu chapéu para cumprimentar o boiadeiro. De seu bolso, tira uma moeda, entrega ao boiadeiro, juntamente com seu berrante.

“- Boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando! Eu sou aquele menino da porteira e estou aqui para recebê-lo, nas portas do país da luz. Seja bem-vindo! Siga agora para amealhar outros rebanhos, para tocar outra vez com fé o seu berrante...”

E com as mãos firmes, apagada da memória a cruzinha do estradão, o boiadeiro toma de novo o seu berrante, que prometera jamais tocar, e, com novo ar em seus pulmões, corta com sua nota dissonante vales e serras, anunciando a novidade daquela manhã: Túu-Túu-Túuu.

Inspirado na famosa música do cancioneiro popular “O menino da porteira” (1955), sucesso na voz do cantor Sérgio Reis, composição de Teddy Vieira / Luizinho, transformada em filme homônimo em 2009, pela direção de Jeremias Moreira, existindo também uma versão em 1977.


Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito Federal (Brasil)


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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Psicografia: O novo olhar da justiça

  
Mensagens psicografadas devem ser aceitas como provas nos tribunais?
É isso que Nemer da Silva Ahmad busca responder em seu recém-lançado livro – “Psicografia: o novo olhar da Justiça” –, através de uma análise criteriosa sobre as manifestações mediúnicas, com destaque para a psicografia. Este trabalho surge num momento bastante oportuno, já que se está em vias de se debater no Congresso Nacional projetos de lei que visam criar empecilhos ao livre convencimento dos julgadores, simplesmente proibindo a utilização de documentos resultantes da psicografia.
No livro, o autor, que é formado em Ciências Jurídicas e Sociais e professor de Pós-Graduação em Processo Civil e Direito Civil no Rio Grande do Sul, serviu-se de uma correspondência recebida por Allan Kardec, na qual é narrada a experiência vivida por um acusado de homicídio cuja sentença de morte foi suspensa mediante comunicação do Espírito da vítima, que o inocentou afirmando que o mesmo estivera sob influência de um Espírito que a perseguia desde remotas épocas. Este Espírito se aproveitou da indisciplina e do desequilíbrio do então acusado para cometer o crime.
Esta interessante passagem está registrada na “Revista Espírita” de novembro de 1859 com o título “O Espírito e o jurado” e, sem dúvida, foi levada em consideração a autenticidade do comunicado mediúnico que teve peso jurídico no caso.
Como este, o livro de Nemer reproduz, ainda, aqueles episódios vividos pelo saudoso Francisco Cândido Xavier, que teve algumas das mensagens por ele psicografadas utilizadas por advogados de defesa para tentar a absolvição de dois acusados de homicídio, em locais e datas diferentes.
O primeiro caso ocorreu no dia 8 de maio de 1976, em Goiânia, quando Maurício Garcez Henrique, involuntariamente, atingiu com um tiro seu amigo José Divino Nunes, que veio a falecer. O segundo caso envolveu o casal João Francisco Marcondes Fernandes de Deus e Gleide Dutra de Deus e aconteceu no dia 1o de março de 1980, em Campo Grande (MS). As mensagens, ditadas pelos Espíritos das vítimas, foram apresentadas no Tribunal e serviram como provas de inocência dos acusados, que lograram absolvição das acusações, já que juízes, promotores e jurados autenticaram as mensagens psicografadas por Chico. Na parte final do livro, são estampados os despachos e pareceres dos juízes, além de uma resumida biografia do saudoso medianeiro.
O livro é dividido em três partes, intituladas: “Natureza da psicografia como prova processual”, “Aplicação da psicografia como fonte de prova” e “Conclusão”, sendo nelas abordados temas como: “Ciência espírita e psicografia”, “A cientificidade da escrita mediúnica”, “Posições contrárias ao uso da prova psicografada”, “Critérios de credibilidade da psicografia como fonte de prova processual”, “Outras qualidades necessárias ao médium psicógrafo”, “A influência do médium na prova psicografada”, “Requisitos técnicos da prova psicografada” e “Perícia grafodocumentoscópica”.

“Psicografia – o novo olhar da Justiça” tem 222 páginas, 14x21cm e é um lançamento da Editora Aliança, que atende a pedidos na Rua Major Diogo, 511 – Bela Vista – CEP 01324-001 São Paulo, SP – telefone begin_of_the_skype_highlighting - (11) 2105-2600 - end_of_the_skype_highlighting, correio eletrônico    editora@editoraalianca.org.br ou e página www.editoraalianca.org.br. 

Matéria extraída  do site: http://www.divulgacaoespirita.com.br/index.php/artigos/psicografia-o-novo-olhar-da-justica/

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Segue a matéria referida pelo artigo da Revista Espírita de 1859 com o titulo: 


 O Espírito e o Jurado
 
Um dos nossos correspondentes, homem de grande saber e provido de títulos científicos oficiais, o que não o impede de ter a fraqueza de crer que temos uma alma, que essa alma sobrevive ao corpo, que depois da morte ela erra no espaço, e pode ainda se comunicar com os vivos, tanto melhor que ele mesmo é um bom médium, e tem numerosas conversas com os seres de além-túmulo, nos endereçou a seguinte carta "Senhor, "Fui jurado há algum tempo; a Corte criminal havia julgado um homem jovem, apenas saído da adolescência, acusado de uma morte cumprida na pessoa de uma mulher idosa, com horríveis circunstâncias. O acusado confessara e contara os detalhes do crime com uma impassividade e um cinismo que faziam a assembléia tremer.
"Entretanto, era fácil de prever que, tendo em vista sua idade, sua falta absoluta de educação, e os estímulos que recebera em sua família, solicitariam para ele circunstâncias atenuantes, tanto mais que rejeitava a cólera que o fizera agir numa provocação por injúrias.
"Eu quis consultar a vítima sobre o grau de sua culpabilidade. Apelei, durante a sessão, por uma evocação mental; ela deu-me a conhecer que estava presente, e lhe entreguei a minha mão. Eis a conversa que tivemos, eu mentalmente, ela por escrito:

"P. Que pensais de vosso assassino? - R. Não serei eu quem o acusará.
"P. Por que? - R. Porque ele foi impelido ao crime por um homem que me fez a corte, há cinqüenta anos, e que nada tendo obtido de mim jurou que disso se vingaria. Ele conservou, na morte, seu desejo de vingança; aproveitou-se das disposições do acusado para lhe inspirar o desejo de me matar.
"P. Como o sabeis? - R. Porque ele mesmo me disse, quando cheguei ao mundo que hoje habito.
"P. Concebo a vossa reserva, diante desse impulso que o vos- • só assassino não repeliu como o devia e como o podia; mas não pensais que a inspiração criminosa, à qual tão voluntariamente obedeceu, não teria sobre ele a mesma força, se não tivesse nutrido e entretido, há longo tempo, sentimentos de inveja, de ódio e de vingança contra vós e vossa família? - R. Seguramente; sem isso teria sido mais culpado por resistir por isso eu disse que aquele que quis se vingar aproveitou as disposições desse jovem; pensai bem que ele não teria se dirigido a alguém que tivesse vontade de resistir.
"P. Ele goza por sua vingança? - Não, porque vê que lhe custará caro, e que, por outro lado, em lugar de me fazer mal, prestou-me serviço em me fazendo reentrar mais cedo no mundo dos Espíritos, onde sou mais feliz, foi, pois, uma ação má sem proveito para ele.
"Circunstâncias atenuantes foram admitidas pelo júri, pelos motivos que indiquei mais acima, e a pena de morte foi afastada.

"Sobre o que acabo de contar, há que fazer-se uma observação moral da mais alta importância. É necessário disso concluir, com efeito, que o homem deve vigiar, até nos seus menores pensamentos, até os seus maus sentimentos, em aparência os mais fugidios, porque têm a propriedade de atraírem contra ele os Espíritos maus e corrompidos, e de o oferecer, fraco e desarmado, às suas culpáveis inspirações: é uma porta que abre ao mal, sem compreender-lhe o perigo. Foi, pois, com um profundo conhecimento do homem e do mundo espiritual que J.C. cometeu adultério em seu coração." (São Mateus, cap. V, v. 28.)

'Tenho a honra, etc.


"Simon M..."


 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Se não for sempiterna, é falsa a misericórdia divina infinita


Seguidores da Teologia Paulina e Luterana pregam a salvação pela graça. Mas Jesus ensina que a cada um será dado de acordo com suas obras. (São Mateus 16,27). Em certo sentido, está certa a teologia da graça, pois a nossa própria existência é uma graça de Deus. Mas ela é dada a todos nós, pois Deus não faz acepção de pessoas. (Atos 10,34). O próprio Paulo até ensinou que onde abundou o pecado, superabundou a graça. (Romanos 5,20). Ninguém, pois, perde a salvação por falta da graça. Mas cabe a nós fazermos também a nossa parte.
A lei de causa e efeito é científica: “A cada ação corresponde uma reação de igual potência e reversibilidade”. E, moralmente, ela não é só bíblica, mas universal. “Colhemos o que plantamos.” Chamam-na também de carma. E ela nunca termina, pois cada ação dá origem a outra, automaticamente. E é por ela que acontece a nossa evolução espiritual sempiterna. São Paulo diz: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, nós somos os homens mais infelizes.”
(1Coríntios 15,19). De fato, em espíritos, nós somos imortais, colhendo no futuro os frutos da boa semeadura que tivermos feito.
Fala-se muito na misericórdia infinita de Deus para conosco, o que tem muito a ver também com a imortalidade do espírito e o carma.
Realmente, se a misericórdia de Deus é infinita, ela jamais termina, beneficiando, pois, o espírito que, por ser também imortal, jamais termina, esteja ele encarnado ou desencarnado. Aliás, se a misericórdia divina é infinita para nós, isso significa também que ela será sempre necessária, pois poderemos continuar errando em outras vidas, aqui na Terra ou em outros mundos. “A casa do Pai tem várias moradas”.
Deus atua através dos seus espíritos (Hebreus 2,2; e 1,14). Os espíritos do bem, que agem em nome de Deus, são chamados na Bíblia de anjos. Mas os maus ou atrasados (ainda impuros) são também de Deus, e podem atuar, igualmente, em nome de Deus, do bem. “Um espírito maligno da parte de Deus atormentava Saul”. (1 Samuel 16,23).
O “O Livro dos Espíritos”, de Kardec, na questão 459, nos ensina também que os espíritos não só nos influenciam os pensamentos, mas até controlam a nossa vida. E são Paulo adverte-nos de que a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra as potestades do mal. Aliás, até Jesus foi tentado por um espírito. Mas “Deus sabe tirar do mal o bem.” Exemplificando: Se alguém ou um espírito de alguém me fizer um mal, esse mal pode ser a colheita minha de um mal semelhante ao da semeadura que fiz. A pessoa ou espírito, que está me ofendendo, pode estar, pois, queimando meu carma, fazendo, portanto, um bem a mim. E, em parte, é por isso, também, que Jesus ensinou que devemos perdoar sempre, não só sete vezes, mas setenta vezes sete, e que devemos amar até os nossos inimigos.
Deus é onisciente, sabendo, pois, o passado, o presente e o futuro, e nos criou com amor. Se o nosso livre-arbítrio pudesse, pois, ser causa de uma condenação irremediável para nós, Deus jamais no-lo teria dado. 
E a expressão de que a misericórdia de Deus é infinita só pode ser mesmo verdadeira, se ela for sempiterna, não podendo, pois, jamais, terminar com a morte do corpo, além de que, também, nós fomos criados por Deus para sermos, um dia, realmente felizes para sempre!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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