quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Fraternidade sempre!

 

Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. (Mateus 7: 1,2)

Encontramos no dicionário da língua portuguesa, entre outras definições para a palavra fraternidade, as que seguem: Amor ou afeto em relação ao próximo; Boa convivência ou harmonia entre as pessoas, o que nos leva a deduzir que ser fraterno é antes de tudo buscar o bom convívio, a paz e a harmonia em nossas relações com o nosso próximo, no contexto em que a Soberana Sabedoria do Universo nos situou por misericórdia.
Quando alcançamos a bênção de compreender com a Doutrina Espírita que temos um passado de vidas anteriores à presente, em que nem sempre pautamos nossas relações com o nosso irmão de caminhada nos preceitos do Evangelho do nosso Mestre e Guia, que é Jesus de Nazaré, isso nos faz entender o porquê, quase sempre, nossas experiências e desafios de hoje causam-nos tantas dificuldades, dores e sofrimentos.
Mas há sempre uma porta aberta para nos libertar na busca de transformar os obstáculos de hoje em bênçãos para o amanhã com a Lei Divina do Trabalho, pela qual nos é permitido refazer em pensamentos, palavras e atos, uma imprescindível reforma íntima, pois que para isto, recursos não nos faltam em momento algum.
Preciso se faz que empreguemos os nossos melhores recursos intelectuais, morais e espirituais, movidos por uma vontade verdadeira para seguir com disciplina os exemplos daquele que é para nós “O Caminho a verdade e a Vida”, que nos impulsionaram na direção da caridade e do respeito ao nosso próximo, que conosco convive, o que nem sempre é tão simples. Somos naturalmente convidados a entender que precisamos ser os braços multiplicados do Amigo Maior da Humanidade e, nessas condições, é imprescindível nos movimentemos na execução dos nossos programas na fraternidade legítima.
Isto porque, nem todos os membros de nossa convivência social estão em condições de compreender conceitos tão fora de uso pela maioria dos indivíduos que preferem seguir os modismos ditados pelos padrões materialistas do mundo de hoje, onde os mais desrespeitosos, indecentes e atrevidos conquistam espaços e, até mesmo, a atenção e a inveja dos incautos que chegam ao cúmulo de admirar-lhes a “esperteza”.
É lastimável essa visão de tantos quanto ainda não despertaram para o fato de que a criminalidade em qualquer nível não tem outra consequência que não seja a desgraça causada pela infidelidade aos ensinamentos do Cristo que resumiu as Leis e os Profetas em “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, e que mais tarde esses supostos “espertos” estarão às voltas com a realidade da Lei de Causa e Efeito, que lhes chamarão à prestação de contas, fazendo-os entender pela dor, que o crime jamais compensará.
Essa realidade está à vista de quem tiver olhos de ver as prisões lotadas desses irmãos, tolhidos em uma das maiores bênçãos que desfrutamos na vida, a liberdade de ir e vir, causada justamente pelas tais atitudes de esperteza, desrespeito etc., onde aprendem de forma dura, triste e lamentável que a honestidade, o respeito e a paz têm para todo indivíduo um valor inestimável.
O pior de tudo isso, é que não somente sofre o indivíduo encarcerado, mas também toda sua família, amigos e toda sociedade, pois, ninguém há que possa ser beneficiado em termos reais com a desgraça de um irmão em humanidade, um filho do mesmo Pai de todos nós, levado a infelicidade de uma vida de presidiário.
O espiritismo nos ensina a não julgar ninguém, entregar a Deus o justo direito do julgamento que só ELE pode avaliar com exatidão o melhor para cada filho seu. Cabe-nos orar, vibrar e a fazer ao outro o que gostaríamos que os outros nos fizessem em situações delicadas como a vida nas penitenciárias.

PRISÃO

“Mentalizemos a criatura recolhida à prisão para relacionar-lhes os aflitivos problemas.
Quase sempre chora sem lágrimas sob o azorrague do remorso a zurzir-lhe o espírito, arrependendo-se, tardiamente, da culpa que poderia ter evitado a preço de complacência.
Dia e noite, o relógio assinala-lhe os instantes amargos que se acumulam em cristalizações de angústia que, frequentemente, raiam no desespero.
Padece doloroso banimento social, em compulsória distância daqueles que mais ama….”(1)

Francisco Rebouças

Referência:
Xavier, Francisco Cândido, pelo espírito Emmanuel. Livro: Alvorada do Reino – Cap. 20 Prisão.