sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Escolha sua praia


A expressão acima foi dita, com propriedade, na gravação de estudos do livro Nosso Lar, levados ao ar toda terça-feira, às 21h45 em meu canal de Youtube. Comentávamos com ênfase sobre a diversidade que nos caracteriza a condição humana, bem como de tudo que nos cerca na natureza. Tudo se assemelha, mas nada é igual, dada a concepção do Criador que não se repete em nada, num turbilhão de diversidade, do micro ao macro, em qualquer ângulo de análise, escancarando Sua grandeza. Onde também está incluído um grão de areia, que pode ser semelhante, mas nunca é igual a outro. Daí a expressão “Escolha sua praia”.
Na edição do vídeo, o amigo Américo Sucena, participante dos estudos, incluiu diversas fotos de praias, com a diversidade própria. E como todo mundo gosta de praia, ficou o convite.
Numa frase simples pode ser feita uma comparação notável. Existem praias empedradas, outras limpas, ainda outras sujas de óleo, lixo ou detritos, carregadas ou não de vegetação. Muitas se apresentam com águas calmas e límpidas, como também há aquelas com águas revoltas, de ondas altas ou calmas. Muitas há lotadas, outras solitárias, de fácil ou difícil acesso, como também encontramos as privadas ou públicas, improvisadas, perigosas, procuradas para atividades esportivas, utilizadas para caminhadas ou descanso e mesmo iluminadas à noite ou esquecidas pelas autoridades que delas devem cuidar.
Essa diversidade de condição pode ser aplicada, em comparação, com a própria vida e suas escolhas, nos vários segmentos de atuação e vivência. Podemos escolher sempre dentro da diversidade de opções e sempre colheremos o resultado das escolhas. Escolha, pois, sua praia. Na vigilância do bom senso e no uso do discernimento em tudo que fazemos, as escolhas sensatas resultarão em paz e alegria para nossos dias!

Orson Peter Carrara

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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Renovemo-nos dia a dia


"...Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita a vontade de Deus." – Paulo. Romanos (12:2)

Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.
Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.
Renovemo-nos por dentro.
É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.
Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.
Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.
Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.
Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.
Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres, na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida, e, com ela, o conhecimento da "perfeita vontade de Deus", a nosso respeito.

EMMANUEL (espírito); XAVIER, Francisco Cândido (psicografado por). Fonte viva. 12. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. Cap. 107.


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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Disciplina


No texto Profissão de fé espírita raciocinada, publicado no livro Obras póstumas, Kardec comenta que o aperfeiçoamento do Espírito é fruto do seu próprio esforço; ele avança na razão da sua maior ou menor atividade ou da sua boa vontade em adquirir as qualidades que lhe faltam.
Destacamos no texto a ideia de qualidades que nos faltam, e indagamos: nos faltam para quê? Certamente, para nos aproximarmos da condição que é a meta final do desenvolvimento do espírito humano: o conhecimento de todas as coisas e a soma completa das virtudes.
Algumas qualidades serão adquiridas muito lentamente, pois dependem de mudanças muito profundas em nossa individualidade, mas, outras, encontram-se mais próximas de nossa realidade. Exigem aparentemente um menor esforço pessoal. Uma dessas qualidades é a disciplina.
A indisciplina não é manifestação de mau caráter, mas concorre para a desorganização, o descompromisso, os atrasos recorrentes, e termina por prejudicar muita gente. Quantas pessoas não são más, mas, em decorrência desse traço de personalidade, agem de forma a interferirem negativamente no bem-estar dos outros. 
Mas em que consiste a disciplina? O vocábulo disciplina nos remete ao conceito de discípulo, aquele que aprende com um mestre segundo um método. Disciplina, assim, consiste em viver segundo um método.
Se pretendo furar um poço não farei buracos em locais diferentes, porque assim agindo nunca alcançarei o lençol de água. Se desejo perder peso, não ficarei 10 dias sem nada comer, pois, ao final, estarei enfermo e todo o meu esforço de nada valerá. Se sonho em tornar-me campeão de natação, não vou treinar 12h por dia por 30 dias, mas algumas horas por dia por longo tempo.
Disciplina, portanto, é adequar nossas atividades cotidianas a um projeto vital lógico, organizado, seguindo um método adequado.
Curioso observar que, no seu primeiro contato com Emmanuel, Chico Xavier ouviu dele que, a princípio, uma só coisa lhe era necessária para desempenhar a contento a tarefa previamente programada: disciplina!

Ricardo Baesso de Oliveira

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