terça-feira, 30 de março de 2010

Macaco Simão



Carregando o peso dos seus oitenta e oito anos, dos quais setenta e nove vividos na dura faina da roça, Simão, um negro robusto, o mais antigo morador da Fazenda Oiteira, depois de um dia estafante, retornava do trabalho a passos lentos, levantando o pó do chão, num penoso arrastar de pés.
No aconchego do lar, cercado do carinho de sua Maria - pensava feliz - acharia novas forças para enfrentar as labutas do dia seguinte.
Antes, porém, que alcançasse sua choupana, encontrou Matias, neto dos atuais patrões, um garoto de doze anos, inconveniente e atrevido, que, maldosamente, só o tratava por Macaco Simão.
Insolente, o petiz não perdeu a oportunidade de zombar do pobre ancião, cantarolando:

“Meio dia, panela no fogo barriga vazia.
Macaco torrado que vem da Bahia, fazendo caretas pra Dona Maria”.

Simão descontrolou-se, agüentara silencioso todos os insultos, mas não suportava ver sua Maria incluída nas troças do irreverente guri. Revidou:
- Menino arreliento, quando você morrer vai pras profundezas do inferno de cabeça pra baixo. E eu vou achar graça.
- Macaco Simão - chasqueou Matias - o inferno foi feito para os negros sujos como você e sua mulher. De pouco valeram os apelos de muita paciência e as palavras de conforto de Dona Maria.
Simão estava injuriado, pouco se alimentou e, logo depois, saiu.
Sentado na margem do açude grande, seu lugar predileto para meditar e orar, deu vazão à tristeza. Em pranto convulso, perguntava:
- Por que, meu Deus, tanta maldade no coração daquele fedelho? Que fazer para corrigi-lo?
Pensamento solto, volveu aos tempos de criança, quando chegou à fazenda. Conhecera os bisavós de Matias, pessoas austeras e exigentes, contudo, justas; não detratavam os empregados quer fossem brancos, mulatos ou negros. Os avós e os pais haviam seguido a mesma linha de conduta, sérios, compenetrados, mas respeitadores e bondosos. Só o Matias escarnecia dele.
Morosamente o sol declinava no horizonte. O velho Simão, em oração, aos poucos, refazia-se do desgosto. Admirou o céu tingido de púrpura anunciando o final da tarde morna, sentiu a suave brisa acariciar-lhe a fronte escaldante, desejou voltar aos cuidados de Maria, porém o sono anestesiou-lhe os sentidos, pendeu a cabeça sobre o peito, dormiu profundamente e sonhou com um anjo luminoso convidando-o:
- Venha, Simão, sossegue sua alma tão angustiada. Muitos foram os seus sofrimentos, grande será sua recompensa.
- Meu bom anjo, como posso asserenar-me se vejo o menino Matias inclinando-se para o mal? Desejo o seu bem, sofro com o seu descaminho.
- Hoje, Matias, espírito endurecido, não poderá ouvi-lo; no futuro, você terá como dar sua ajuda direta para salvar aquela alma rebelde. Agora, repouse para um despertar feliz.
Ao amanhecer, encontraram o corpo de Simão hirto, olhar sereno fixado no infinito, tendo nos lábios o sorriso daqueles que morrem em paz.
Sessenta anos passaram na carruagem do tempo.
Matias, sentado à margem do mesmo açude, angustiava-se pensando no passado, no presente e nas sombrias perspectivas do futuro.
A Fazenda Oiteira viera-lhe diretamente dos avós. Administrador severo, fez-se temido e repudiado. Juntou dinheiro, mas não fez amigos. Agora, envelhecido, vivia como eremita, mal visto, rejeitado. Não casou, não tinha filhos. Quem poderia assisti-lo na senectude?
Da angústia passou ao desespero. Quis gritar, não conseguiu. Dor intensa comprimiu-lhe o peito, a visão anuviou-se. Morreu blasfemando.
No dia seguinte, acharam o cadáver de Matias, olhos esbugalhados, lábio contraídos, reflexo de uma morte atormentada.
Dez anos se foram na inexorável marcha do tempo. Matias, que vagara em densas trevas, lentamente despertou em profunda aflição, sem decifrar o que lhe acontecera.
Pressuroso, demandou à casa grande. Constatou, contrariado, radicais modificações. Na entrada, um belo e bem cuidado jardim; no interior, recentemente pintado, móveis novos; empregados zelosos cuidavam do asseio.
Aturdido, retirou-se procurando informações. Nenhuma resposta, fingiam não escutá-lo.
Só então, contrafeito, pôde observar que as antigas e acanhadas casas de barro batido tinham sido substituídas por outras maiores, mais confortáveis, de alvenaria. Viu ainda uma escola, uma creche, um clube recreativo. Tudo feito com o seu dinheiro, sem autorização. Verdadeira espoliação dos seus bens!
De repente, lembrou-se de suas considerações à beira do açude, da sufocante dor no peito, do turvamento da visão acompanhado de um longo vazio. Certamente morrera, era a explicação.
Vencido pelo desgosto, chorou amargamente, lamentou seu infortúnio que, reconhecia, só podia imputar a si próprio. Caiu de joelhos e orou:
- Se realmente morri, se há esse Deus que todos têm como Pai de infinita misericórdia, que eu seja socorrido neste momento de inquietação e de dúvidas atrozes.
Inimaginável é o poder da prece. Natalício, um ser angelical, abeirou-se de Matias, tocou-lhe de leve o ombro falando com ternura:
- Matias, que você fez da vida? Desperdiçou uma oportunidade de crescer espiritualmente! Discriminou os negros, desconsiderou os direitos dos seus empregados, cometeu uma série de equívocos.
- Bem sei que mereço ir para o inferno de cabeça para baixo. Mande-me logo arder no fogo. Cumpra a justiça.
- Não, Matias, você não irá. Deus é bom e misericordioso, não permitirá tal absurdo. Por ser justo, Deus concede sempre novos ensejos de redenção.
- Estou confuso. Que fazer então?
- Recomeçar - retrucou Natalício - Outra vida ser-lhe-á dada se aceitar reencarnar como filho dos novos donos da Oiteira para retomar a tarefa abandonada por negligência. À noite, durante o sono, promoverei um encontro para o entendimento fraterno. Aceita?
O carrilhão soava anunciando as vinte e três horas quando Matias, acompanhado do protetor, penetrou na alcova do jovem casal que dormia serenamente.
Ao chamamento de Natalício, ambos desprenderam-se do corpo físico indo ao encontro dos visitantes.
- Eis seus futuros pais, Eliseu e Marina - sorridente, Natalício fez a apresentação - muitos anos atrás, acataram de bom grado a incumbência de guiá-lo pelo caminho reto do dever. Deseja conhecê-los melhor? 
- Sim, quero muito saber qual a ligação entre nós que justifique o sacrifício de receber-me como filho - respondeu Matias cheio de curiosidade.
Como num passe de mágica, o guapo rapaz e sua encantadora esposa transmudaram-se. As peles alvas tornaram-se escuras, os cabelos lisos ficaram encarapinhados; eram dois idosos vergados pelo peso dos anos.
Trêmulo, incapaz de suster-se em pé, Matias arrojou-se aos pés dos pretos-velhos gemendo de assombro e de dor:
- Macaco Simão, Dona Maria! Como podem aceitar-me como filho? Não mereço voltar nem como empregado. Sou um pobre diabo indigno de ser olhado. Perdoem este infeliz.
Emocionado até as lágrimas, Simão replicou:
- Levante-se, Matias, há muito tempo você foi perdoado. Venha, abrace-nos como irmãos queridos, esqueçamos o passado, olhemos o futuro promissor.
Mais cinco anos transcorreram. Eliseu e Marina contemplam embevecidos o filho recém nascido como um presente descido do céu.
 
 
Felinto Elizio Duarte Campelo

segunda-feira, 29 de março de 2010

Para a Bíblia e Santo Agostinho


PARA A BÍBLIA E SANTO AGOSTINHO, PEDRO NÃO É A PEDRA DA IGREJA 



O fato de a Igreja ter cometido erros não quer dizer que ela fique desmoralizada e perca a sua importância e credibilidade na história do cristianismo e do mundo, pois a grandeza dos seus benefícios prestados à humanidade supera em muito seus desacertos. 
Um desses desacertos foi o ensino de que São Pedro foi o primeiro papa, cujo objetivo foi de engrandecer e fortalecer a dobradinha dos poderes civil e religioso, e que começou com o imperador Constantino. 
Outra coisa que os poderosos do cristianismo do passado criaram para se autobeneficiar é a interpretação desta frase de Jesus: “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos”. (São João 20,23). A hierarquia religiosa atribuiu-se a si a exclusividade desse poder, a qual argumentava que Jesus se dirigiu só aos apóstolos, e que, portanto, esse poder era dos papas e dos bispos, sucessores dos apóstolos, poder esse que eles estenderam também para os padres. Acontece que Jesus se dirigiu não só aos seus apóstolos, mas a todos os seus discípulos (São João 20, 19 a 23). Ademais, o próprio Jesus nos ensina que todos nós não só podemos, mas devemos perdoar os nossos ofensores, e não só sete vezes, mas setenta vezes sete, ou seja, sempre. E quem pode perdoar uma ofensa é a vítima da ofensa. Você, que me está honrando com sua leitura, o que acharia de uma pessoa pisar no seu pé, e pedir perdão a outra pessoa? 
Mas retomemos o assunto principal desta matéria. Muitos judeus achavam que Jesus fosse João Batista ressuscitado, outros: Elias; outros: um dos profetas; e ainda outros: Jeremias. Observe-se aqui que os judeus acreditavam na reencarnação, pois admitiam que pessoas já desencarnadas pudessem voltar. E o Mestre perguntou aos seus apóstolos: e eu sou quem para vocês? Pedro de pronto respondeu: “Tu és o Filho de Deus vivo”. Jesus disse, então, a Pedro: “Não foi à carne e o sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus”. Atentemos para o fato de que a resposta de Pedro não foi originada da sua pessoa (carne e sangue), mas de Deus. Porém Deus não se manifesta diretamente, mas tem seus espíritos atuando em seu nome (Hebreus 1,14), do que se conclui que foi um espírito que inspirou ou intuiu Pedro para a sua resposta. E acrescentou Jesus, confirmando a verdade dessa frase inspirada de Pedro: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra (a verdade da frase inspirada de Pedro) edificarei minha igreja”. (São Mateus 16,14 a 18). Essa interpretação é baseada na Bíblia e em Santo Agostinho (Sermão 76, página 479, do 5º Volume das Obras Completas, editadas por Migne, Paris, 1877, com o apoio dos Padres Beneditinos, nota do filósofo e teólogo Jesuíta Huberto Rohden, “Filosofia Cósmica do Evangelho”, página 115, Ed. Alvorada – a atual Martin Claret –, 1982). 
Realmente, a pedra da Igreja é Cristo (1Coríntios 10,4; Atos 4,11). Assim, figuradamente, ela representa Jesus Cristo e não a pessoa de Pedro, embora Jesus tenha chamado também esse seu grande apóstolo de “Kefas” (Pedro, nome derivado de pedra). E eis uma frase dos originais latinos de Santo Agostinho, sintetizando essa questão: “Super me aedificabo te, non me super te”, cuja tradução é: “Sobre mim te edificarei, não a mim sobre ti”.
É o nome Pedro que procede de pedra, e não a pedra que procede de Pedro, do mesmo modo que cristão vem de Cristo, e não Cristo de cristão!



Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO,  pode ser lida também no site www.otempo.com.br   Clicar colunas.   Ela está liberada para a publicação. Nas publicações, fico grato pela citação de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP)  e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) –  www.literarium.com.br -  e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail:  contato@editorachicoxavier.com.br    e o telefone: 0800-283-7147.

Imagem ilustrativa

sábado, 27 de março de 2010

O casal Nardoni



O casal Nardoni e a coerência da Doutrina Espírita. 


Em virtude do julgamento do casal Nardoni o caso da garota Isabela, morta em março de 2008 após ser atirada do alto de um prédio, ocupa novamente grande espaço na mídia.
Natural, atitudes insanas cometidas contra crianças causam enorme comoção. O pai e a madrasta da garota são acusados e várias pessoas estão reunidas para o julgamento de ambos. A sentença sairá em poucos dias. Não vamos entrar no mérito da questão se o casal é culpado ou inocente. 
O ponto a ser abordado é bem outro: as penas impostas pelo tribunal humano e as impostas pelo tribunal da consciência. 
Nada é mais doloroso e aprisionador do que o peso da culpa. O que são 30, 40 anos de confinamento em prisão se compararmos com as chamas da culpa queimando a consciência? 
O que é a decisão de um júri humano perto da jurisprudência divina estampada na consciência de cada ser? A pior prisão não é aquela que trancafia o corpo físico, mas, sim, aquela que atormenta a alma que se compromete com as leis divinas. 
Nesse tipo de prisão não há qualquer liberdade ou tempo para banho de sol. Ela é implacável!
Frequentemente aqueles que se enredam pelo caminho do crime são sumariamente chamados de “desalmados”. Mal sabem os acusadores de que os “desalmados” habilitaram-se a penoso resgate. 
A Doutrina Espírita, no entanto, diverge da tese dos desalmados e explica que os chamados desalmados, marginais que segundo a opinião pública são monstros trajando o vestuário de gente, são espíritos; espíritos que se deixaram arrastar pelos impulsos primitivos da ira e por isso comprometeram-se em atos insanos. Pagarão por isso, sem dúvida, obedecendo a lei de causa e efeito. 
A consciência cedo ou tarde os cobrará, impondo sanções disciplinadoras e corretivas para que retomem o caminho do bem. 
Quanto a nós outros, nada de violência, revide e pensamentos de revolta. Isso apenas piora a situação já tão lamentavelmente explorada pela imprensa sensacionalista. 
Nossa postura deve ser cristã, serena, tranqüila. Jesus recomendava piedade, se somos seus seguidores, pois, devemos seguir seu conselho. 
É um absurdo, uma atitude de total desequilíbrio agredir o advogado dos acusados, como fez um cidadão. Ele deveria estar em sua casa, cuidando de sua vida, preocupado com seus afazeres ao invés de tumultuar o que já está demasiadamente tumultuado. Diz o ditado popular: Muito ajuda quem não atrapalha. Portanto, não estejamos no rol daqueles que atrapalham. Muito melhor fazer o caminho inverso: Ajudar. Óbvio, muito mais eficaz. 
Se sei que determinada situação escapa ao meu controle, que nada posso fazer para alterar o destino, o que faço? Reconheço minha pequenez e me entrego de corpo e alma em fervorosa oração, pedindo a proteção do Alto para os envolvidos. Pronto, nada além disso. 
A violência apenas aumenta o clima de tensão ao invés de resolver o problema. Não podemos pagar o mal com o mal.
Os envolvidos em um caso tão doloroso estão sofrendo muito, é inadmissível sob o ponto de vista cristão atirarmos mais lenha nessa fogueira de mágoas e desencontros. 
Cuidemos de nossa vida, deixemos de lado o julgamento, a acusação, os dardos mentais emitidos contra essa ou aquela criatura, porquanto, cada um arcará com a responsabilidade de seus atos perante as leis da vida instituídas pelo Criador. 
Podemos escapar do tribunal humano, mas não escaparemos do incorruptível tribunal da consciência. Assim sendo, inexistem razões para apelarmos à violência em qualquer situação, isso apenas demonstra o estado primitivo em que nos demoramos. Quanto ao casal, esses receberão o veredicto final da própria consciência. Se inocentes, mesmo trancafiados em inóspita prisão estarão absolvidos pelas leis da vida. Se culpados, mesmo soltos e vivendo em confortável mansão estarão sempre as voltas com os fantasmas de suas atitudes. Quanto a nós? Oremos pelos envolvidos, é o melhor a ser feito.


Wellington Balbo
Bauru - SP

quinta-feira, 25 de março de 2010

Momentos de transição


Crítica ao colunista José Reis Chaves 


Boa noite, D. Pagotto,

Venho através do site da arquidiocese tentar comunicar-lhe, pois acredito que o fato é relevante, sua pessoa é citada no artigo no jornal O Tempo de Belo Horizonte, no qual, claramente o articulista cita que 80% dos católicos são espíritas e o senhor como o maior representante no Brasil. Eis o último parágrafo do texto: "Opinião dividida pelo teósofo José Reis Chaves. Segundo informa o estudioso, cerca de 80% dos católicos freqüentam centros espíritas. "Só aqueles que são católicos de sacristia, os carismáticos, não vão porque é um desconforto freqüentar, mas eles representam cerca de 4% dos fiéis católicos". José Reis chega até a nomear alguns padres, bispos e arcebispos que são médiuns e que chegam até a dar palestras sobre o espiritismo, como por exemplo o arcebispo de João Pessoa, Dom Aldo Pagotto. É interessante observar que o Brasil é um dos maiores países católicos, mas é também o país com maior número de adeptos do espiritismo". 
Acredito que não preciso citar os que desde o Concílio de Orleans (511), Toledo (633) até os dias atuais a Igreja deixa claro que o espiritismo é contrário a fé e ao culto exclusivo a Jésus Cristo, Único Redentor e Senhor dos homens. Está em oposição à verdadeira fé do crente e é um perigo para a santidade. 
Assim, seria muito importante vosso desmentido, pois o Sr. Jósé Reis quando generaliza, ele demonstra desonestidade, que também foi mote de Kardec nos meados do séc. XIX. 
Como diz o Pe Quevedo, desde as irmãs Fox (1848) que se retrataram em 1888 até os líderes espíritas atuais, mesmo que inconscientemente e muitas vezes de boa fé, não deixa de ser um erro primário no escopo das doutrinas. 
No aguardo de vossa atenção, 

Luccas Godoy - Jornalista 
Mestre em Ciência da Religião e Filosofia.



Considerações endereçadas ao Sr. Luccas Godoy



De: Alamar Régis Carvalho 
Para: Luccas Godoy 
RESPOSTA À SUA CARTA A DOM ALDO PAGOTTO 


Prezado Luccas:

Acabo de ler a sua carta, dirigida ao ilustre, digno, corajoso, destemido e respeitável Dom Aldo Di Cillo Pagotto, Arcebispo de João Pessoa, na pretensão de cobrar dele uma postura, conforme as suas conveniências, em função do que foi escrito na coluna "O Tempo", de Belo Horizonte, pelo ilustre escritor, ex-Teólogo Católico, José Reis Chaves. 
Você escreveu aí o que quis e o que lhe convém, não é verdade, Luccas? Quando cita os Concílios de Orleans e Toledo, por que não cita também os concílios que impuseram uma Trindade, no Cristianismo, que inventaram que Jesus é Deus, que inventaram as imagens nas igrejas, que instituiram as velas, as confissões, a virgindade de Maria, que determinou que não se falasse mais em reencarnação e até que instituição a inquisição, onde padres poderiam, arbitrariamente, torturar e assassinar, cruelmente, pessoas que não pensassem como o igreja? 
Pelo que tudo indica, talvez você queira que Dom Aldo Pagotto, e inúmeros outros bispos e padres sensatos e verdadeiramente comprometidos com o Cristo, pense assim, não é verdade? Para você, certamente, Dom Helder Câmara, que nunca apoio essa estúpida violação do direito humano, também deve estar errado. Dom Lucas Moreira Neves, que junto com os espíritas, fundou o Pro Vida, na Bahia, na luta contra a praga do aborto, em belíssima convivência e harmonia, também estava errado? 
E ainda vem citar Quevedo, quando fala do absurdo que fizeram com as irmãs Fox, pressionando-as sob tortura, para que elas desmentissem os fenônemos de Hydesville? Se duas filhas adolescentes suas, que lhe amam, estivessem num cativeiro de sequestro, com revólveres apontados para as suas cabeças, obrigadas as fazerem uma "confissão" diante de gravadores e câmeras, dizendo que você é ladrão, é traficante de drogas e é um grande bandido, e essas imagens se espalhassem pela internet, você gostaria que as "afirmativas" delas fossem absorvidas para a cultura popular que você de fato era um bandido e um ser da pior espécie? Felizmente, meu caro Luccas, nem todo mundo é idiota, neste mundo, a ponto de se deixar levar pelas estratégias sem vergonha e descaradas do religiosismo, que não abre mão de se utilizar do mau caratismo, quando o objetivo é denegrir a imagem de outras filosofias, e foi isto que fizeram em relação às irmãs Fox, que esse, também, atrofiado de caráter, chamado Quevedo, anda espalhando como se fosse verdade.
Meu amigo, vou lhe dar uma sugestão: Não fique insistindo muito em pressionar Dom Aldo Pagotto, não, porque ele não tem papas na língua, não se deixa intimidar por ninguém, não tem medo de nada e costuma dar respostas à altura, principalmente a presunçosos e pretenciosos donos da "verdade". 
Já se viu diante de várias ameaças, de outros adeptos da inquisição, dos dias atuais, e ameaças sérias, e não se intimidou.. 
Ele é adepto da frase: "Quem diz o que quer, ouve o que não quer".
Embora você tenha o seu sagrado direito de expressão, direito de discordar e de dizer o que quer e bem entende, direito esse que tudo indica você não quer respeitar nos outros, pode continuar dizendo o que você quer, mas saiba que, pelo fato deste mundo não ser constituído apenas por gente besta e gente acéfala, você terá, também, sempre respostas a altura. 
Forte abraço e que o Deus de Amor, e não o deus de inquisição, proteja a todos nós. 

Alamar Régis Carvalho 
alamar@redevisao.net


Réplica ao Sr. Luccas


Sr. Alamar, boa tarde. 

Sua cartinha é bem ao estilo espírita, "inventaram, inventaram, inventaram", talvez não saiba o senhor que os homens através das instituições são os construtores no tempo da cultura e da verdade salvífica. E só uma instituição única e sobrevivente da barbárie por muitos anos teve este direito e dever de ordenar as sociedades e a criação do mundo ocidental. 
O espiritismo de Alan Kardec, nasceu no bojo de um anti-clericalismo, um cientificismo pós-iluminismo, que queria através da ciência e bíblia (com idéias orientais de reencanacionismo) apresentar a doutrina perfeita. Alguns homens compraram esta idéia principalmente em países místicos como o Brasil, pois na France terra de Kardec, não mais que 500 pessoas são adeptas da doutrina espírita. 
Não vou me estender sobre a verdade histórica, se existe verdade real na história, pois amanhã viajarei para a Espanha onde irei fazer o caminho de Santiago e meditar sobre a busca, a procura e tantos outros questionamentos que grassa a mente humana. 
Para terminar este recado, o reencanacionismo e outras práticas dos espíritas estão encerradas na academia como antropologicamente primária no rol das religiões. É infantiloide acreditar na história de nascer e renascer em outros corpos, nascer e renascer, nascer e renascer.... 
Para acreditar nisto, tem-se que acreditar na vociferacidade dos seus argumentos completamente sem base histórica, 

Luccas Godoy 
Professor.


Tréplica do Sr. Alamar


Sr. Lucca: 

Desejo-lhe, também, a mesma boa tarde. 

Todavia, vamos às considerações. 

Carta bem ao estilo espírita, com respeito ao "inventaram, inventaram...". E por acaso, não inventaram não? Porque a sua igreja católica resolveu canonizar o sem vergonha, safado, descarado e assassino do Constantino, como santo, pelo fato dele ter transformado o "cristianismo" de perseguido para perseguidor, bem como gostam os torturadores católicos, nós espíritas temos que fingir que não sabemos quem foi verdadeiramente aquele crápula? 
E você ainda vem querer simplesmente dizer que é um mero "esilo espírita" de "inventaram"? 
Então vamos fingir que não sabemos que Constantino, por se considerar divindade, achou por bem, politicamente, dar essa mesma qualificação à Jesus, para ficar bem com os seus novos parceiros, os cristãos? Então quer dizer que os incensos e as velas na igreja, não foram coisas inventadas por homens? 
A confissão auricular, não foi coisa inventada em concílio? 
A inútil e absurda "virgindade" de Maria, não foi inventada? 
A infalibilidade papal, também não foi inventada? 
E o celibato dos padres, não foi também inventado em concílio? 
A Trindade não foi também, inventada, no Cristianismo, para que ele ficasse, também, em nível das outras religiões da época, que tinham trindades? 
As condenações para que não falassem mais em reencarnação, REALIDADE CONHECIDA por todos os cristãos primitivos, não foi coisa inventada em concílio? 
Será que você vai querer nos convencer que a INQUISIÇÃO nunca existiu e que os espíritas andam inventando essa famigerada história? Thomas de Torquemada para você nunca existiu? 
Meu amigo, subestimar a inteligência dos outros, tentando fazer TODA a humanidade de boba, é algo que não tem sentido e fica até ridículo. 
Gostei dessa sua frase, quando disse que "homens, através das instituições são os construtores no tempo da cultura e da verdade salvífica". É exatamente isto que a igreja católica fez, com a sua influência, sob muita violência, no mundo. Ainda bem que nem todo mundo é trouxa, para ir na conversa dela. 
Instituição única e sobrevivente da barbárie? Qual, a igreja católica? Não seria mais honesto você, em vez de dizer isto, recorrer à verdade e afirmar instituição que mais promoveu a barbárie, a tortura, a destruição de lares, a tortura e o assassinato cruel de pessoas, por motivos religiosos? 
Ou será que, na sua cabeça, todo mundo é trouxa mesmo, meu caro Lucca? 
Ótimo, esse seu argumento, de que na França não existem nem 500 praticantes do Espiritismo, um dado absolumente ridículo que você coloca, que demonstra a sua total e absoluta desinformação. Reconhecemos que o público lá é, de fato, pequeno, mas resumir a 500 pessoas apenas, é uma tentativa de passar atestado de idiota para este seu amigo. 
Mas, seguindo essa sua mesma linha de racioicínio, querendo denegrir o Espiritismo, pelo fato da França não ter muitos espíritas, você chega, OBVIAMENTE, a conclusão de que o Cristianismo também não vale porcaria nenhuma, haja vista que quase a totalidade dos povos da Palestina, onde viveu Jesus, é Muçulmana, e não Cristã. O povo de Israel continua Judeu, e não Cristão. 
Então você chega a conclusão, COM BASE NO SEU PROPRIO RACIOCÍNIO, que Jesus foi uma porcaria.
Se quiser estender na história do cristianismo e das religiões, pode puxar, meu amigo, que estamos preparados. Mas se segure, porque tem muita coisa pra ser colocada. 
A reencarnação é infantilóide? 
E como se caracteriza, então, a crença na estória de Adão, Eva e a Cobra? Como se caracteriza o nível de inteligência dos que crêem que Caim matou Abel e depois se mudou para a cidade de Node onde constitiuiu família? Família, com quem? que cidade era aquela? 
E nós espíritas que somos infantilóides? 
E o morrer e depois subir ao "céu" para ficar SENTADO, à DIREITA de Deus Pai, PARA TODA A ETERNIDADE, é que nível de inteligência? Que nível de inteligência tem alguém que consegue ver DIREITA, ESQUERDA, BAIXO, CIMA... além das dimensões da Terra? 
Que inteligência teria esse se Deus, pra manter um monte de inúteis, sentados à sua "direita", por toda a eternidade, sem utilidade nenhuma, um monte de vagabundos ociosos? E quando esse seu Deus tivesse que dar uma voltinha, que trabalho, hem amigão, para virar todo mundo com ele, porque ninguém poderia ficar à sua "esquerda". 
E os espíritas que são infantilóides? 
Não quero falar, ainda, nos inúmeros crimes cometidos pelos papas monstros e nem na recente história da pedofilia e nada disto, que caracterizam a sua santa madre igreja não, meu irmão, porque prefiro ficar com a igreja católica do meu querido e saudoso amigo Dom Hélder Câmara, do meu amigo Dom Aldo Pagotto, do meu amigo Dom Lucas Moreria Neves e de inúmeros amigos católicos, NÃO ADEPTOS DA INQUISIÇÃO E DA VIOLÊNCIA contra os que crêem diferente. 
É, meu irmão. Louvado seja São Constantino, Louvado seja São Torquemada. 
Amém. 

Alamar Régis Carvalho 
alamar@redevisao.net


Considerações do blog: 

Não temos aqui o intuito de expor ou menosprezar as pessoas envolvidas nesta questão, contudo, fica visível a dificuldade de algumas pessoas compreenderem que a evolução é inevitável e que com ela as transformações são naturais.
Pelo que se sabe, Jesus, não escreveu nada, ou seja, não monopolizou sua Fé, apenas exerceu a Caridade e nos elucidou quanto ao espírito de Fraternidade que todos deveriam ter uns para com os outros, ou seja, “Amar ao próximo como a si mesmo”.
É indubitável que com a evolução, com desenvolvimento cientifico entre outros, a mente consiga alçar novos horizontes de raciocínio, consequentemente, surgem novas conclusões pela própria evidência dos fatos, nem tudo permanecerá sem respostas, todavia, mudanças geram conflitos de transição, que posteriormente,  após serem aceitas e compreendidas, se estabelecem como verdades.
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade”. (Paulo, Coríntios, XIII: 1-7 e 13).
Tudo que promova a caridade nos aproxima de Deus, ela não está circunscrita somente para alguns, está ao alcance de todos, sendo assim, o tempo há de unir a todos numa só verdade, unificando as crenças, conforme a Doutrina codificada por Kardec sempre nos ilustrou. 

Alencar Campitelli

A Missão do Brasil como Pátria do Evangelho


Livro de:
Célia Urquiza de Sá


ESTUDO OPORTUNO E DE ALTO NÍVEL 

 
Acabo de ler o texto em que Célia Urquiza faz uma análise em profundidade do livro BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO, do Espírito Humberto de Campos, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier. Como a enfatizou, no início de seu trabalho, trata-se de um estudo, cujo objetivo foi apresentar uma leitura do livro acima referido. Célia Urquiza soube estruturar o seu texto em nível de tese de Mestrado, a que não faltaram espírito crítico, argumentação lúcida e exegese segura na apreciação da obra. E vem a grande indagação: o Brasil é mesmo o coração do mundo e a pátria do Evangelho? A Espiritualidade Maior teve participação direta nos acontecimentos históricos do nosso país, desde o seu descobrimento até a Independência? Jesus esteve presente a esses significativos eventos? Não seria um privilégio a escolha do Brasil como a nova seara, onde a árvore do Evangelho encontrara terreno fértil? A escravidão imposta aos africanos, arrancados á força de suas terras para trabalharem em nossas lavouras teria sido um fato isolado, sem nenhum comprometimento com o passado? Não estaria aí funcionando a lei de causa e efeito? A autora do texto responde a essas indagações com muita lucidez dentro dos ensinamentos da Doutrina Espírita. Usando uma linguagem clara e simples. Célia Urquiza aborda com muito equilíbrio o tema proposto pelo livro de Humberto de Campos. O grande personagem de nossa história, o infante D. Henrique, a quem se diz ser a encarnação de Helil e que andou dialogando com Jesus a propósito da nossa formação histórica, foi bem ressaltado pela autora do texto. Mas o Brasil é mesmo a pátria do Evangelho? Persiste a pergunta. Os fatos e as circunstâncias comprovam essa assertiva. O Brasil, cuja configuração geográfica tem a forma de um coração, é habitado por um povo tradicionalmente de índole pacífica. Aqui nunca assistimos a guerras de conquista. A nossa formação étnica deveu-se à miscigenação de três raças: o branco, o negro e o índio. Enquanto no resto do continente houve fragmentação, o nosso país manteve sua integridade territorial. 
Portugal, um país pequeno e desarmado, soube defender nosso território das invasões de países muito melhor armados, a exemplo da França e da Holanda. Como explicar o "milagre"? O nosso próprio chão jamais se rebelou. Não temos, aqui, maremotos nem terremotos. Todos esses argumentos foram bem aduzidos por Célia Urquiza. Tiradentes, o mártir da Independência, teria sido um inquisidor em vidas passadas? Mas o seu trabalho não se limita ao texto do livro. Ela ampliou o seu estudo, traçando uma panorâmica do movimento espírita no mundo, desde o fenômeno mediúnico das Irmãs Fox, passando por Kardec e desembocando na Bahia, berço da nossa nacionalidade e onde surgiu o primeiro centro espírita e o primeiro jornal anunciador da nova e consoladora Doutrina, importada da França. A Bahia de todos os santos se transformou assim na Bahia de todos os credos religiosos. Célia Urquiza não se esqueceu da Federação Espírita Brasileira, a Casa Máter do Espiritismo, que com o seu REFORMADOR, órgão da instituição, vem divulgando a Doutrina Consoladora, sem esquecer a sua editora, a quem devemos a multiplicação de livros, em sua maioria psicografado pelo lápis humilde de Francisco Cândido Xavier. Repetindo: o Brasil é a pátria do Evangelho? A autora do texto responde sem tergiversar: o nosso país ainda não é a Pátria do Evangelho. Tal resposta não discrepa da afirmação de Humberto de Campos. Um dia, o nosso país será um modelo de espiritualização, no mundo. Como diz o poeta paraibano Eudes Barros, num inspirado poema, Jesus aqui será crucificado numa cruz de estrelas. Vale a pena encerrar nosso comentário com esta significativa frase de Célia Urquiza: "Fazemos parte de um concerto onde cada nação é uma nota na Sinfonia Divina”. 
Uma visão cósmica e holística da vida. 

Carlos Romero

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Disponibilizo todo o livro para download: A Missão do Brasil como Pátria do Evangelho

quarta-feira, 24 de março de 2010

A matemática do Vovô



Chovia copiosamente. Eu, frustrado por não poder ir à praia, dar meus mergulhos, fazer o “Cooper” e apreciar as sereias, estava sentado na cadeira de balanço, dando asas aos meus pensamentos, quando fui abordado por minha netinha Laís que, na época, tinha seis anos de idade.
Meiga e comunicativa, entre carícias e manhas, perguntou-me com sua inocente naturalidade:

- Vô, quantos anos você tem? 
- Sessenta, minha querida, respondi prazenteiro.
- Xi!... está bom de morrer!...

Passada a crise de riso, bem humorado, argumentei:

- Você tem seis, eu tenho sessenta anos, mas nossas idades se equivalem. É só uma questão de modo de ver, ou, como dizem os adultos, de ângulo de observação.
- Como pode ser vô? Não entendo.
- A matemática do vovô explica. Quer ver?
- Quero, estou curiosa. Mostre-me logo.

Com caneta e papel à mão, iniciei a aula de minha matemática particular. Somo os valores absolutos dos algarismos da minha idade, assim: 6 + 0 = 6, a sua idade. Daqui a seis anos, você terá 12 e eu, 66 anos. Faço o mesmo processo: 6 + 6 = 12, também sua futura idade, Entendeu?

- Acabou-se, vô? Você morre com 66 anos?

Indagou Laís com as mãos nos quartos.

- Espero que não... E, se você quiser, posso continuar com a mesma progressão aritmética tendo como razão a sua idade. Vamos ver. Passando-se mais seis anos, você estará com 18 e eu com 72. Agora some os seus algarismos e eu somo os meus: 1 + 8 = 9; 7 + 2 = 9. Viu? Ainda estamos com os mesmos valores.
- Não, assim não, o vovô mudou a forma de calcular. Não vale. É enrolação!
- Ora, Laís, falei que é questão de ângulo de observação. As coisas mudam, a gente precisa adaptar-se aos novos tempos. Deseja continuar ou se dá por vencida?
- Mande brasa, vovô, você é um sabidão!
- Junto mais seis anos e você terá 24, 2 + 4 = 6. Eu 78, 7 + 8 = 15, o que resulta 1 + 5 = 6. Nesta mesma progressão, você alcançará os 30 e os 36 e eu terei 84 e 90 anos e uma bengala na mão. Então: 3 + 0 = 3, 8 + 4 = 12, daí 1 + 2 = 3. Depois, 3 + 6 = 9, 9 + 0 = 9. Sempre chegamos aos mesmos resultados. Conclusão: você é tão “velha” quanto seu avô ou eu sou tão “moço” quanto minha neta.
- Vovô, e quando eu fizer 42 anos?
- Façamos a conta: 4 + 2 = 6. Ah! já sei... Meu corpo deverá estar na cova N° 6 do cemitério e minha alma de volta à Pátria Espiritual, prestando contas do que fez e deixou de fazer; feliz ou em sofrimento porque “a cada um será dado conforme suas obras”. Ninguém escapa da lei.
- Vovô eu não quero que você morra. Vou ficar muito triste.
- Diga saudosa em vez de triste. A morte não existe como comumente se pensa, não é o fim de tudo. Ocorre, sim, a desencarnação e o conseqüente retorno da alma à espiritualidade, o lugar de onde se vem quando se renasce aqui na Terra. Depois, com o desencarne, volta-se para a grande família espiritual.
- E de lá, vovô, você pode ver a gente?
- Sim, o vovô estará vendo seus queridos netinhos e rezando por eles. Mas, enquanto tenho você no colo, vamos continuar apreciando suas idades em comparação com os capítulos correspondentes do Evangelho Segundo o Espiritismo. Vejamos:

Capítulo 06O Cristo Consolador – O Jugo Leve;
Capítulo 12Amar os Vossos Inimigos – Pagar o Mal com o Bem;
Capítulo 18Muitos Chamados e Poucos Escolhidos;
Capítulo 24Não coloqueis a Candeia sob o Alqueire.

- E o que quer dizer cada capítulo?
- Com seis anos, você já deve sentir Jesus em seu coraçãozinho, como o Cristo Consolador, entregar-se ao Seu jugo que é suave e tomar o Seu fardo que é leve.
“Aos doze anos, saber amar integralmente e sempre retribuir com o bem todo mal que lhe fizerem. “Completando dezoito anos, estar devidamente preparada para ser uma das escolhidas a participar do Festim do Senhor.
“Seja você, aos vinte e quatro anos, uma candeia acesa colocada em lugar elevado para que possa ser vista por todos e iluminar aqueles que estiverem ao seu redor. 
- Ah! meu vô, quero ser uma boa menina para você gostar muito de mim.

Disse-lhe ainda que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida e que ninguém vai ao Pai senão por Ele. Orientei-a no sentido de orar e vigiar não se afastando jamais do bem, do amor, do perdão, CAMINHO que conduz a Jesus.
Incentivei-a alçar vôos mais altos buscando a VERDADE pura, sem ilusões fantasiosas, sem dogmas escravizantes de consciências, sem os rituais dos primitivos e adoração a ídolos herdados do antigo paganismo.
Exortei-a seguir os passos do Senhor, exemplo sublime de VIDA para a humanidade.
A emoção não me permitiu continuar. Abracei minha netinha pedindo a Deus que abençoasse aquela alma meiga, tão cheia de amor e ternura.
Escoaram-se quase oito anos no implacável calendário do tempo. Hoje, 2 de abril de 1998, Laís completa quatorze anos e, em breve dias, atingirei os sessenta e oito.
Ela é uma linda adolescente, formoso botão de rosa desabrochando para a vida, enquanto eu entro em declínio físico, entretanto, meus olhos de “avô coruja” vêem nela a mesma menina dócil, amorosa, que, em sua ingenuidade, achava que o vovô devia morrer por ter sessenta anos.
Parabéns, Laís, no dia do seu aniversário!
O Vovô é vidrado em você.


Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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CRISTO É A PEDRA ANGULAR DA IGREJA, E NÓS A PEDRA DE TROPEÇO



Jesus é a pedra angular do cristianismo. O que se opõe ao seu Evangelho é do anticristo ou da pedra de tropeço. (1 João 4.2; e são Mateus 16,23). Pela nossa evolução espiritual atual, nós nos identificamos mais com o nosso ego ou a pedra de tropeço, em prejuízo do nosso homem interior, nas palavras de São Paulo. (2 Coríntios 4,16). Ciente disso, Jesus nos ensinou que buscássemos antes as coisas do reino dos céus, e que as outras são acrescentadas. (Lucas 12,31).
As causas do mal no mundo se ligam intrinsecamente às coisas da pedra de tropeço. Todos os sistemas político-sociais devem seus fracassos, em grande parte, ao nosso egoísmo. Os poderosos dos regimes políticos capitalistas e comunistas sempre cuidaram, primeiramente, quando não só, dos seus próprios interesses. E, nos comunistas, a coisa foi pior, pois não só o grande aparato policial, mas também o das forças armadas estiveram sempre a serviço dos interesses dos maiorais do poder, já que eram esses próprios maiorais do poder comunista que comandavam esse poderoso aparato policial e militar repressivo. Nos regimes capitalistas, como vimos, essas coisas da pedra de tropeço ocorrem também, porém, as forças armadas não estão sob o controle direto dos maiorais do poder econômico, mas do governo, além de reinar a liberdade de imprensa, sinônimo de democracia.
         E nem as questões espirituais escapam ao nosso maldito ego. Às vezes, oramos e fazemos o bem, só porque queremos ganhar o céu! Mas, um dia, todos chegaremos ao nível evolucional espiritual e moral de desapego de Jesus, de São Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, Gandhi, pastor Luther King, Teresa de Calcutá, irmã Dulce,  Eurípedes Barsanulfo, Bezerra de Menezes, Chico Xavier etc., e de muitos outros anônimos do passado e do presente. Chegaremos lá, porque somos filhos amados de Deus, e só poderemos ter, pois, um destino venturoso, daí as reencarnações. “Até que todos cheguemos à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”. (Efésios 4,13). Esse ensino paulino, além de nos deixar otimistas com a nossa salvação (libertação), nos mostra que a nossa evolução espiritual e moral é uma realidade. E também Jesus ensinou: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”. Observemos que os dois verbos do texto estão no futuro, o que nos dá também uma ideia da realidade da nossa evolução e de que o nosso futuro é promissor, ou seja, de que é mesmo de salvação e não de condenação, que só existe temporariamente.Nós, pelo nosso livre-arbítrio, somos responsáveis pelo que nos ocorre, temporariamente falando. Deus não nos teria dado o livre arbítrio, se ele fosse como que uma espécie de anzol traiçoeiro para nós, levando-nos à desgraça irremediável e para sempre!  Ademais, tudo o que Deus faz dá certo. Assim, jamais Ele poderia criar um filho seu para permanecer definitivamente identificado com a pedra de tropeço e suas conseqüências dolorosas. Pelo contrário, Deus predestinou a todos nós para, um dia, vivermos os postulados da pedra angular do cristianismo, e a conseqüente e eterna felicidade perene.
Realmente, todos nós, no futuro, seremos salvos, deixando de ser pedras de tropeço, pois o amor com que Deus Pai-Mãe nos criou é infinito e não faz acepção de pessoas!

Obs.: Esta coluna é de José Reis Chaves, com públicações às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO,  pode ser lida também no site www.otempo.com.br   Clicar colunas.   Ela está liberada para a publicação. 
Livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP)  e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) –  www.literarium.com.br -  seu e-mail: jreischaves@gmail.com 
Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail:  contato@editorachicoxavier.com.br    e o telefone: 0800-283-7147.

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segunda-feira, 22 de março de 2010

As doutrinas Cristãs e a Bíblia



Na Antigüidade, o conhecimento sobre Deus, a Bíblia e tudo o mais era mitológico. Só depois é que surgiu o saber filosófico e científico. 
Algumas doutrinas cristãs e a própria Bíblia, infelizmente, receberam influências da mitologia. Mas nem por isso deixamos de respeitá-las, pois não devemos menosprezar qualquer crença. E algumas dessas doutrinas cristãs não contam com o respaldo da Bíblia e, às vezes, são até contrárias a ela. E são essas doutrinas que constituem a pedra angular da construção das teologias polêmicas, isso a partir do 4°. século, as quais, hoje, mais do que nunca, emperram seriamente o Cristianismo. 
Quando o Meigo Nazareno disse que o Consolador a ser enviado nos faria lembrar de suas palavras, Ele sabia que o Cristianismo se desviaria de seus ensinamentos e que, portanto, ele, o Cristianismo, precisaria ser relembrado pelo Consolador, que é exatamente a Doutrina Espírita, pois é ela que nos lembra realmente a mensagem evangélica do Nazareno de amor incondicional, até para com os inimigos. "Conhecereis meus discípulos por se amarem uns aos outros." Esse amor, de fato, foi colocado em segundo plano pelos teólogos, cujas doutrinas dogmáticas passaram a ser o fundamento do Cristianismo. Por exemplo, ninguém morreu nas fogueiras da Inquisição porque deixou de praticar o amor, mas porque rejeitava algum dogma. Algumas verdades são dolorosas para certas pessoas, o que lamento. Mas se ninguém disser nada, a coisa vai ficar pior! Tudo muda no mundo. Não façamos do Cristianismo um museu! 
Realmente, o Cristianismo está numa crise milenar por ter estacionado em doutrinas teológicas, que Jesus não ensinou. No chamado final dos tempos, o Meigo Nazareno nos distinguira por termos dado de comer a quem tem fome, por termos visitado os doentes, até um copo de água dado a alguém em Seu nome, terá recompensa. 
Desde os primórdios do Cristianismo, que as autoridades religiosas contestam os médiuns. E a reencarnação as incomoda, pois só com ela pode existir o Deus Verdadeiro, Pai de bondade, misericórdia e amor infinito, que sempre nos dá novas chances de regeneração. Interessam-lhes o Deus do inferno literal e a vida única, para que elas se projetem como tábuas da nossa salvação, aplacando a suposta ira divina. 
E, assim, a mediunidade e a reencarnação, apesar de estarem na Bíblia (Mateus, 17, 13; Sabedoria, 8,19 e 20; Matheus, 11, 14; Jó, 8,9; Eclesiástico, 46,20; e 1 Coríntios, capítulos 12, 13 e 14), foram banidas do Cristianismo, que se deixou também influenciar pelas idéias mitológicas bíblicas e pelas idéias das religiões anteriores.

José Reis Chaves

Matéria extraída do Jornal da Federação Espírita do Estado de SP       ( FEESP )   -   Fevereiro de 2010  -  Imagem ilustrativa

sexta-feira, 19 de março de 2010

Avaliação de uma Casa Espírita


Algumas observações importantes na avaliação de uma Casa Espírita 



Toda Casa Espírita que busca o aprimoramento íntimo de seus freqüentadores, deve promover o estudo e a explanação da Doutrina Espírita no seu tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso, consubstanciada na Codificação Kardequiana e nos ensinamentos do amado Mestre Jesus. Portanto, para que esteja em consonância com esses ensinamentos, deve ainda:

- Zelar para que as atividades exercidas em função do Movimento Espírita SEJAM GRATUITAS, vedada qualquer espécie de remuneração;

- Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios. A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo o custo;

- Evitar enfeites excessivos, jogos de luz e uso, pelos colaboradores, de paramentos e uniformes; - Desaprovar o emprego de rituais, imagens ou símbolos de qualquer natureza nas sessões, assegurando a pureza e a simplicidade da prática do Espiritismo;

- Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos. Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas;

- Banir dos templos espíritas as cerimônias que, em nome da Doutrina, visem à consagração de esponsais ou nascimentos e outras práticas estranhas à Doutrina, tais como velórios e encomendações, colações de grau etc;

- Impedir a comunicação de enfermo espiritual, que só deverá ocorrer em reunião privativa e destinada a esse fim;

- Não permitir, nas reuniões do Centro, ataques ou censuras a outras religiões;

- Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial;

- Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos. O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos;

- Não permitir o uso do fumo, álcool e demais compostos químicos nas dependências do Centro Espírita.


Baseado nos regimentos internos da Federação Espírita Brasileira  -  Imagem ilustrativa

quinta-feira, 18 de março de 2010

E se Chico tivesse dormido?



Chico Xavier dissera a seu benfeitor espiritual Emmanuel que estava disposto a trabalhar na mediunidade com Jesus, contudo, precisava para isso do apoio da espiritualidade. 
O mentor, prestativo, respondeu a Chico que apoio não lhe faltaria desde que ele observasse três preceitos básicos: primeiro: disciplina; segundo: disciplina; terceiro: disciplina. 
Chico aquiesceu. O trabalho literário iria começar. 
Então, certa noite, Emmanuel apareceu a Chico, convidando-lhe à psicografia. 
Chico, após um dia cansativo de trabalho, respondeu ao guia: 
- Seu Emmanuel, agora estou com sono, preciso dormir, vamos deixar a psicografia para depois. 
Emmanuel respondeu-lhe: 
- Chico, o trabalho nos espera, o tempo urge, não podemos vacilar. 
Chico não deu bola, virou-se, despediu-se do guia e voltou a dormir. 
Na noite seguinte, Emmanuel aparece novamente: 
- E agora, Chico, descansado para psicografar? 
- Nada disso, Seu Emmanuel, preciso dormir. 
Sabe o que é, tive tantas dores de cabeça, estou cansado, trabalhei muito hoje, além do mais, tenho vários irmãos pequenos que necessitam de meu concurso. Vamos fazer o seguinte: apareça final de semana, aí podemos psicografar a vontade. 
Emmanuel, então, fez conforme o combinado retornando no sábado. 
- E aí, Chico, vamos começar a psicografar hoje? 
-Ah, Seu Emmanuel, hoje não vai dar não, prometi aos meus amigos que iríamos a uma festa, vou chegar cansado, tenho que dormir. Desculpe! Olha, faça o seguinte, continue a me visitar, quem sabe um dia desses, quando eu estiver mais disposto, não dá certo de encaixarmos uma mensagem... 
Acordei, era somente um sonho, ou melhor, um pesadelo! Chico Xavier não dormia quando convocado a servir. Chico Xavier não titubeara quando chamado pelo plano espiritual a colaborar na construção de um mundo melhor.
Foram mais de 400 livros psicografados, traduzidos para vários idiomas, beneficiando aqui e acolá inúmeras criaturas das mais distintas culturas. Foram infinitas noites sem dormir a serviço do Bem. 
Chico não dormiu e foi o perfeito instrumento utilizado pelo plano espiritual para espalhar paz e esperança, conforto e instrução na face da Terra, se o médium mineiro houvesse dormido, certamente os Espíritos teriam de utilizar outro ou outros instrumentos para fazer vir a lume as inesquecíveis obras de André Luiz, Emmanuel, Meimei e tantos outros que se manifestaram pela sua abençoada mão. O trabalho certamente aconteceria, contudo, sofreria algum atraso, deixando de beneficiar naquele tempo inúmeras criaturas sequiosas por consolo.
Guardadas as devidas proporções, todos sem exceção, somos convocados a dar nossa parcela de contribuição. Contudo, para que isso ocorra, temos de ficar atentos às oportunidades que surgem: 
- O amigo que nos convida a fazer o trabalho voluntário. 
- O familiar em conflito íntimo que pede nosso apoio. 
- O colega de atividade profissional que necessita de nosso auxílio. 
Todas essas situações não chegam até nosso conhecimento por acaso, ao contrário, são trazidas até nós por diligentes mentores espirituais que tem em nós o instrumento que pode fazer a diferença na vida de alguém. Contudo, há o imperativo de nossa iniciativa: se dormimos no ponto, deixando para depois o Bem que poderíamos fazer hoje, perdemos grande chance de galgar degraus na escala evolutiva. 
Por isso, forçoso nos questionar se estamos com a bússola da disciplina e da atenção a nortear o caminho, ou preferimos dormir nos colchões da indiferença. 
Chico não dormiu. E nós, estamos dormindo ou bem acordados? 
Pensemos nisso.

Wellington Balbo
wellington_plasvipel@terra.com.br

Matéria extraída do Jornal da Federação Espírita do Estado de SP      -  ( FEESP )  -  Fevereiro 2010 -  Imagem ilustrativa

quarta-feira, 17 de março de 2010

SOLIDARIEDADE E DEPRESSÃO




A tecnologia que trouxe tanto conforto não tem se mostrado capaz por si só de dar às pessoas a tão sonhada felicidade. E vemos, no dia-a-dia, crescer de maneira espantosa o número de pessoas deprimidas, enchendo-se de remédios para uma doença da alma e não do corpo. 
Um mal que se não for tratado a tempo vai levar a civilização ao fundo do poço, cujo remédio está na alegria de viver. Alegria esta que não pode ser encontrada somente no conforto material, mas, acima de tudo, na vida digna que inclui também este conforto. 
E a solidariedade é uma palavra que tem um papel importantíssimo nesta batalha travada pelo ser humano contra si mesmo. Estamos solitários em meio a uma multidão de seis bilhões de pessoas. 
Não temos tempo para o próximo mais próximo, como nossos filhos, nossos irmãos, cônjuges, pais. Estes sofrem calados ao nosso lado e não somos capazes de identificar isto. 
Acabamos presos dentro de nosso ego, buscando cada vez mais conquistar um espaço no mundo, para nos firmarmos diante do que a sociedade quer de nós. 
Deixamos de lado questões imprescindíveis para o despertar da felicidade do ser: o que a vida quer de nós? Por que nascemos em conjunto? De onde viemos e para onde vamos? 
Deixamos de lado nossa capacidade de sermos solidários por medo. Medo de nos machucarem e traírem nossa confiança, por egoísmo muitas vezes. E continuamos marchando sozinhos, buscando uma felicidade que só poderíamos encontrar coletivamente. Mas que, paradoxalmente, não está no outro, está em nós. Ou melhor, reside, sim, no que nós podemos fazer pelo outro, na maneira de encarar a vida. 
Fazer o bem é o remédio da alma. 
Fazer o bem é ajudar a si próprio a não cair numa vida sem sentido, num vazio que a experiência já comprovou que não pode ser preenchido por bens materiais. Um buraco que só pode ser tapado por uma vida digna, cujo objetivo principal é ser útil, pelo simples prazer de sê-lo. 


Rodinei Moura 
rodimoura@uol.com.br

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segunda-feira, 15 de março de 2010

A PEDRA E O JOIO


Livro de:
J. HERCULANO PIRES



A PEDRA 

O símbolo da pedra de toque é usado neste livro para representar a Codificação do Espiritismo. Qualquer novidade que apareça no meio doutrinário pode revelar a sua legitimidade ou a sua falsidade num simples toque dos seus princípios com os da doutrina codificada. Na crítica aprofundada que faz da Teoria Corpuscular do Espírito oferece um modelo seguro de análise a que devem ser submetidas todas as inovações propostas. De posse desse modelo os estudiosos terão um roteiro eficiente para sua orientação no uso do bom senso e da razão crítica. 
A palavra crítica é aqui usada no sentido clássico de avaliação de uma obra ou de uma teoria, e não no sentido popular de censura ou maledicência. A crítica como avaliação é indispensável ao desenvolvimento da cultura, ao aprimoramento da inteligência. Sem a justa apreciação de livros e doutrinas estamos sujeitos a enganos que nos levarão a situações desastrosas. Há doutrinas apresentadas com roupagem literária e científica enganadora. Precisamos despi-las para chegar à verdade que, segundo a tradição, só pode ser conhecida em sua nudez. 

O JOIO 

O joio é uma excelente de gramínea que nasce no meio do trigo, prejudicando a seara. No Evangelho ele aparece como símbolo de doutrinas errôneas. O autor utilizou dessa imagem para caracterizar as pretensas renovações doutrinárias que surgem no meio espírita. Passa em revista as que mais se destacam no momento, advertindo o leitor contra os perigos que apresentam, e aprofunda a sua crítica, de maneira minuciosa e severa, ao tratar da que lhe parece mais representativa. 
Seu objetivo é mostrar a necessidade de encarar-se o Espiritismo como uma doutrina apoiada em métodos seguros de pesquisa e interpretação da realidade, que não pode ser tratada com leviandade. 
Oferece ao leitor uma exposição do método de Kardec, até hoje praticamente não analisado, e chama a atenção dos estudiosos para a importância de conhecerem esse método, a fim de não se deixarem enganar pelo joio e poderem examinar de maneira eficaz as novidades que surgem no meio doutrinário. 
Um pequeno livro de grande o profundo conteúdo, indispensável a todos os que desejam evitar confusões no estudo da doutrina. 

 Disponibilizo todo o livro para download:   A Pedra e o Joio

quinta-feira, 11 de março de 2010

Riquezas


“Não queirais entesourar para vós tesouros na Terra, onde a ferrugem e a traça os consomem e onde os ladrões os desenterram e roubam.”      ( Matheus 6:19 ) 



Os bens materiais são necessários à sobrevivência na Terra e atendem ao bem estar de nossa família. Não são condenados por Deus, como alguns querem interpretar as palavras de Jesus. 
As riquezas, quando administradas com sabedoria, impulsionam o progresso material, gerando novas fontes de trabalho, proporcionando melhores condições de vida para as criaturas. São também um fator de progresso intelectual e de crescimento espiritual se direcionadas para o desenvolvimento das ciências, das letras e das artes e, se ensejarem aos seus depositários o exercício do bem e da solidariedade em proveito da Humanidade. 
Buscando a essência do ensinamento, entendemos que Jesus desautoriza o acúmulo de riquezas em benefício próprio, fazendo delas a razão da existência. 
Escravizados à fortuna, estaremos obstruindo os canais da benevolência com a ferrugem do egoísmo, seremos corroídos pela traça da indiferença para com o nosso próximo, sofreremos o ataque de pessoas más e invejosas que intentam roubar-nos, assediadas por Espíritos malsãos, que se comprazern com o nosso desassossego. 
Jesus aprofundou-se em suas considerações ao declarar que onde está o tesouro, aí também está o coração de quem a ele se apega. Advertiu-nos, outrossim, quanto à necessidade de ajuntarmos bens espirituais no céu, onde a traça e a ferrugem não os consomem e aonde os ladrões não têm acesso. 
O Espiritismo adota a simplicidade e a humildade dos primeiros cristãos como apanágio de sua Doutrina; ensina-nos a multiplicar os "talentos" do Senhor, exaltando o amor e exercendo a caridade, nos moldes preconizados pelo apóstolo Paulo; aponta-nos o roteiro de luz indicado pelo Mestre, que é a renúncia às posses transitórias e aos títulos honoríficos. 
Abençoada é a Doutrina dos Espíritos, que faz reviver o puro cristianismo pregado e exemplificado por Jesus. 


Felindo Elízio Duarte Campelo

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quarta-feira, 10 de março de 2010

VIDA BOA



Um homem, numa tarde calorenta, lavrava a terra, para plantar batatas. Em dado momento, cansado, suarento, limpou o suor da fronte com as costas da mão e começou a lamentar consigo mesmo: - Que vida dura esta! Batalhando aqui o dia todo, suportando o sol e a chuva, para auferir parcas rendas! E quando o produto, tão trabalhosamente obtido, chega à banca dos feirantes, as donas-de-casa escolhem exigentemente cada fruto, desprezando os menos atraentes, sem fazer idéia do quanto custou produzi-los... 
E, desolado, arrematou: há, até, um dizer, quando se quer livrar de uma pessoa aborrecida - "Ah, vá plantar batatas!" Eu nem a isso posso ser mandado, porque já estou plantando... 
Nisso, distendeu a vista pelo asfalto próximo e viu um ônibus deslizando suavemente na pista; comentou com os seus botões: - Vida boa é a de motorista de ônibus: trabalha sentado, à sombra, viajando, vendo paisagens!... 
O que ele não sabia é que, naquele exato instante, o motorista do ônibus ia conjecturando, tristemente: - Que vida sacrificada! Há quantos anos vivo de lá pra cá, de cá pra lá, sem parada, suportando a rigidez das escalas e a chatice de passageiros problemáticos; passo a vida praticamente fora de casa, sem poder acompanhar o crescimento dos filhos e desfrutar o conforto doméstico. Além de tudo, corro permanente risco de vida e de ser despedido se ocorrer algum acidente!... 
Olhou distraidamente pela janela do veículo e viu um automóvel de passeio que o ultrapassava com facilidade. -Vida boa é a desse empresário que vai ali, naquele carrão, balbuciou, acrescentando: despreocupado, dono do seu tempo, sem ter que dar satisfação a ninguém, com dinheiro suficiente para ter o que deseja e ir aonde quer!... 
Não imaginava, porém, que, naquele justo momento, o homem de negócios ia matutando amargamente, em seu automóvel: - Não agüento mais esta vida! Trabalho 14 horas por dia, corro sem parar da matriz para a filial, da filial para casa, administro interesses da empresa, dos empregados, da família; todos vêm a mim só para buscar  e exigir alguma coisa e ainda sou tido como ambicioso e folgado! A esposa reclama da ausência, os filhos acham que o dinheiro caí do céu... as flutuações de mercado, as pressões do fisco, os juros altos dos financiamentos!... 
Olhou para o alto, através do pára-brisa, e viu um avião a jato singrando os céus, deixando aquele rastilho de fumaça e ponderou de si para consigo: - Vida boa é a do piloto desse jato que aili vai! Voando lá no silêncio das alturas, distante das agruras terrenas, desfrutando o status de uma profissão respeitável, com o salário garantido ao fim do mês, sem ter que se preocupar com os problemas da empresa a que serve, atendido gentilmente em cada aeroporto!... 
Mas o de que ele não fazia idéia é que, nessa mesma hora, o piloto do jato, lá em cima, em sua cabina, divagava, meditativo: - Até quando suportarei esta vida? - Voando sempre de um lado para outro, em meio a esta parafernália de instrumentos, transportando esses turistas e empresários metidos a bobos, sujeito a horários e normas rígidas, tendo que confiar em mecânicos nem sempre atentos, sem liberdade para dispor do tempo desejável em cada cidade! 
Dirigiu o olhar casualmente para baixo e viu um homenzinho lá no chão, arando a terra para plantar batatas e afirmou, convicto: -Quer saber de uma coisa? Vida boa mesmo é a daquele lavrador que ali está: não tem que se preocupar com essas máquinas e planos de vôo complexos, vive no chão firme, em sua vidinha simples, realizando o mais legítimo trabalho do homem, o de lavrar a terra para extrair dela o alimento!... 
Aí o círculo se fechou. É... vida boa, é uma questão de perspectiva.

Lauro F. Carvalho
(Inspirado em relato ouvido de um pregador)

Matéria extraída do Jornal da Federação Espírita do Estado de SP       - ( FEESP ) - Fevereiro de 2010 - Imagem ilustrativa

terça-feira, 9 de março de 2010

Felicidade sem Culpa


Livro de:

Adenáuer Novaes
 Fundação Lar e Harmonia



A maioria das pessoas se sente infeliz ou adia sua felicidade por causa da internalização de um poderoso mecanismo, seja social, moral ou religioso, introdutor de culpa. O ser humano se estrutura dentro da sociedade sem a devida reflexão sobre os valores que assimila. Nem sempre percebe que, aqueles recebidos em suas origens devem, na adultez, merecer reflexão e conseqüente libertação dos que não mais condizem com sua maturidade. Nem sempre as pessoas conseguem se libertar da pressão exercida pela sociedade da qual fazem parte. Essa pressão não é apenas exercida através de normas e leis, mas principalmente a partir daquilo que não é dito e nem é explicitado. As leis da convivência entre as pessoas, as quais nem sempre fazem parte de algum código escrito, promovem sanções que psicologicamente impõem culpa e necessidade de alívio psíquico. Nesse contexto somam-se os preceitos extraídos das interpretações humanas aos códigos das religiões, muitas vezes usados como mecanismos repressores, para limitar ainda mais as possibilidades do ser humano de entender sua própria vida e alcançar a felicidade. 
O grande gerador da infelicidade é a culpa que nos permite, quando instalada, esperar algum tipo de punição para alívio daquilo que consideramos uma transgressão. Vivemos sempre à espera de que essa punição ocorra, gerando ansiedade e adiando nossa felicidade. 
É claro que tudo isso ocorre também como um mecanismo que possibilita a percepção da própria liberdade individual. Há pessoas que necessitam de limites para melhor administrar sua liberdade, porém essa regra é utilizada de forma excessiva e castradora, em face do medo que tem o ser humano de perder o controle sobre si mesmo. 
O propósito de todo ser humano é alcançar a felicidade possível sem perder a noção da responsabilidade individual pelos próprios atos. Ser feliz só é possível através da liberdade com responsabilidade. Quem não for capaz de assumir as conseqüências de seus atos, não conseguirá viver com a consciência em paz e em harmonia. 
Religiões e filosofias foram – e ainda o são – utilizadas como mecanismos de dominação coletiva sob o argumento de que o passado da humanidade demonstra sua necessidade de impor limites. É necessário que se perceba o espírito como ser presente que, embora assentado sobre seu passado, está sempre olhando para o futuro. Sem esquecer o passado é preciso viver o presente com o olhar no futuro. As religiões valorizam mais o passado que o futuro do ser humano, impondo-lhe que carregue sempre alguma culpa. 
As religiões, como são praticadas, servem para determinadas classes de crentes. Para outras elas necessitam de interpretações e compreensões mais avançadas sob pena de se extinguirem. Elas devem ser entendidas de formas distintas e de acordo com o nível de evolução do espírito. 
Na maioria delas, o conceito de felicidade passa pela culpa e pela negação à vida na matéria. Entender que ela, a felicidade, só poderá ocorrer alhures, pós-morte, é negar o sentido da existência, conseqüentemente o presente. 
Não entregue sua felicidade à crítica das religiões, das filosofias, dos outros ou dos equívocos que cometeu. A religião, por natureza, deve facilitar o processo de crescimento do ser humano. Tome a sua como auxiliar de seu equilíbrio psicológico e espiritual. Não coloque sua felicidade à mercê das contingências acidentais de sua vida ou mesmo de uma fase de turbulência por que você esteja passando. Lembre-se de que viver não é ato isolado de um ser humano. É um contexto, uma conexão e um sentido. Na união dessas realidades junta-se o Espírito que é você. Assuma o comando de sua vida e a coloque a serviço do propósito de ser feliz. Siga aquele ditado que diz ‘viva e deixe os outros viverem’.
Ninguém no mundo está irremediavelmente condenado a sofrer ou a penar eternamente, seja na vida ou na morte. As teorias que levaram o ser humano a se achar perdido ou condenado a sofrer pelos atos o distanciaram de sua própria felicidade. O ser humano está ‘condenado’ a ser feliz e essa conquista é feita individual e coletivamente. Ele foi presenteado por Deus que lhe deu a Vida. 
Convido o leitor a despojar-se de conceitos, pelo menos durante a leitura deste livro, para penetrar no próprio coração e pensar na felicidade como um estado de espírito possível. Lembre-se de que coração e razão são faces de uma mesma moeda, que representa o ser humano. Tentar separá-las é tolice infantil. Neste livro o propósito é permitir a compreensão do significado maior de ser feliz, de uma maneira mais livre e menos culposa. 
Comece a ler este livro pensando em deixar de lado suas culpas e seus medos, a fim de que possa adquirir instrumentos que possibilitem alcançar a paz que deseja. Faça dele um instrumento de libertação e de aquisição de novos valores. 
Retire o véu que encobre sua visão de si mesmo, dispa-se da roupa que o mundo lhe ajudou a tecer e vista-se com o manto da simplicidade e da pureza de coração, a fim de captar o significado mais profundo e os sentimentos que coloco no que escrevo para que você se encontre com sua essência. Lembre-se de que não há nada no mundo que valha mais do que sua paz interior. E que ela, para ser real, deve manifestar-se no mundo em sua prática diária e em sua vida de relações com os outros. A felicidade real e a paz verdadeira são vividas no mundo. 
Reúna seus mais íntimos propósitos, junte suas maiores intenções, fortaleça-se com as melhores energias e entre em contato com o Deus que habita em você, para encontrar sua plena felicidade. Não se esqueça de reparti-la por onde passar e com quem estiver, pois isso é garantia de perpetuidade.

Disponibilizo todo o livro para download: Felicidade sem Culpa

quinta-feira, 4 de março de 2010

Fatalidade, determinismo e livre-arbítrio


Somente as grandes dores e os fatos capazes de influir na nossa evolução moral são previstos por Deus


Um dos atributos de Deus, enumerados por Allan Kardec no capítulo III de O Livro dos Espíritos, é que Ele é soberanamente justo e bom; que a sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas; e que esta sabedoria não nos permite duvidar nem da justiça nem da bondade de Deus. Logo, "aquilo que é infinitamente sábio, justo e bom, não pode produzir nada que seja desrazoável, mau e injusto", explica o Codificador, no capítulo III - O bem e o mal - do livro A Gênese
Se o homem agisse rigorosamente de conformidade com as leis divinas, evitaria os males mais amargos e viveria feliz sobre a Terra. Se ele assim não age, é em virtude de seu livre-arbítrio. 
É comum ouvirmos as pessoas dizerem: "foi uma fatalidade." 
Será? 
Em resposta a Kardec, na questão 853 de O Livro dos Espíritos, anotamos que "fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos”. 
A fatalidade, informam os Espíritos na resposta à questão 851, "não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode correr em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele a ponto de subjugar-lhe a vontade. Um Espírito mau, ou seja, inferior, ao lhe mostrar ou exagerar um perigo físico pode abalá-lo e assustá-lo, mas a vontade do Espírito encarnado não fica por isso menos livre de qualquer entrave." 
Neste ponto, Allan Kardec, arguto como era, pergunta (questão 853-a): “Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morreremos se há nossa hora não chegou”? 
A resposta: 
"- Não, não morrerás, e tens disso milhares de exemplos. Mas quando chegar a hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência o gênero de morte por que partirás daqui, e freqüentemente teu Espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência." 
Há fatos que devem ocorrer forçosamente e que a vontade do Espírito não pode evitar? É a pergunta de Allan Kardec (questão 859-a). Resposta: "- Sim, mas que tu, quando no estado de Espírito, viste e pressentiste, ao fazer a tua escolha. Não acredites, porém, que tudo o que acontece esteja escrito, como se diz. Um acontecimento é quase sempre a conseqüência de uma coisa que fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal maneira que, se não tivesses praticado aquele ato, o acontecimento não verificaria. Se queimas o dedo, isso é apenas a conseqüência de tua imprudência da condição da matéria. Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua purificação e à tua instrução."

Altamirando Carneiro
Matéria extraída do Jornal Espírita ( FEESP ), fevereiro 2010, imagem ilustrativa.
 

quarta-feira, 3 de março de 2010

O DÍFICIL CAMINHO DAS DROGAS


Psicografia de:
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

Pelo Espírito de:
 Rosângela



A imprensa divulga todos os dias notícias envolvendo dependentes de drogas em ações criminosas e trágicas. 
A droga está mais próxima do que se imagina, pode estar na porta da escola, nos bailinhos, na esquina, e quantos de nós conheceu ou conhece dramas de pessoas que se envolveram com drogas e a luta diária pela qual passa o dependente e a família. 
O que nem se imagina é a situação que fica esse usuário, desencarnando sendo um dependente, o drama pelo qual passa, sentindo ainda os reflexos da droga e suas conseqüências. Relatos emocionantes das experiências de drogados espirituais são aqui expostos, não para chocar, mas sim para alertar. 
Esta obra inovadora é de vital importância, porque nos mostra uma realidade até hoje desconhecida e nunca abordada por nenhum outro livro. É destinada ao jovem, ao pai, ao professor, enfim toda a sociedade, já que a droga é um problema social em que todos somos afetados.


Disponibilizo  todo o livro para download: O difícil caminho das drogas