segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Obsessão

 
Uma interessante matéria publicada por Allan Kardec na Revista Espírita1 utiliza a expressão loucura obsessional. O texto, que recomendamos aos leitores, é um estudo sobre os Possessos de Morzine, uma localidade em determinada região francesa, alvo de carta endereçada ao Codificador pelo capitão B. (membro da Sociedade Espírita de Paris e naquele momento radicado na cidade de Anecy). Allan Kardec publicou a carta na edição de abril2, seguida de instruções dos espíritos Georges e Erasto e ainda acrescentou lúcido comentário sobre a questão. Depois na edição de dezembro3 voltou ao assunto, desdobrando-o em bem argumentada análise.
Trata-se de uma obsessão coletiva que atingiu toda uma coletividade e Kardec usa nas duas edições referidas toda a lógica da Doutrina Espírita para explicar a questão da natureza dos espíritos e sua permanente influência junto à humanidade através do perispírito e da mediunidade. Porém, abre importante caminho no entendimento da enfermidade classificada como loucura e acrescenta que “(...) Ao lado de todas as variedades de loucura patológica, convém, pois, acrescentar a loucura obsessional (...)” E acrescenta: “Mas como poderá um médico materialista estabelecer essa diferença ou, mesmo admiti-la? (...)”1.
A questão suscita observações interessantes sobre a saúde mental. Ocorre que é grande o número de pessoas consideradas como lesionadas no cérebro e portanto internadas em hospitais psiquiátricos ou em tratamento mental ou psicológico, quando na verdade estão apenas sob forte influência de espíritos que agem ainda com ódio premeditado ou mesmo atuam inconscientemente. Claro que há, e isto ninguém contesta, os que podem ser considerados vítimas de lesões cerebrais irreversíveis com indicações claras de tratamentos ou internações inadiáveis. Mas, a influência perniciosa de um espírito desequilibrado e “que não passou de acidental, por vezes toma um caráter de permanência quando o Espírito é mau, porque para ele o indivíduo se torna verdadeira vítima, à qual ele pode dar a aparência de verdadeira loucura. Dizemos aparência, porque a loucura propriamente dita sempre resulta de uma alteração dos órgãos cerebrais (...) Não há, pois, loucura real, mas aparente, contra a qual os remédios da terapêutica são inoperantes, como o prova a experiência (...)”1, conforme acentua o Codificador.
Como sabem os estudiosos da Doutrina Espírita, a obsessão é capítulo importante no relacionamento entre encarnados e desencarnados, tendo inclusive merecido capítulo específico em O Livro dos Médiuns4 e como destacado pelo próprio Codificador o desafio está em enfrentar esta loucura aparente – pois não há lesões cerebrais –, causada pela presença e influência de espíritos maus e perversos, que constrange e/ou paralisa a vontade e a razão de sua vítima, fazendo-a pensar, falar e agir por ele, levando-a a atos e posturas extravagantes ou ridículas. Considere-se que estamos num planeta ainda dominado pelo egoísmo, onde a maioria das criaturas que o habitam – estejam encarnados ou desencarnados – estão envolvidas com interesses mesquinhos e sem finalidades educativas ou de aperfeiçoamento. E fica fácil, então, imaginar o mundo invisível formando inumerável população que forma a atmosfera moral do planeta, caracterizado pela inferioridade das lutas mundanas e dos interesses que o egoísmo, a vaidade, o orgulho ou a inveja podem criar. Para resistir a tudo isso, usando palavras do próprio Kardec, “são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor”5.
E é interessante notar que, conforme ponderações do próprio Kardec6, “(...) a ignorância, a fraqueza das faculdades, a falta de cultura intelectual” oferecem mais condições de assédio aos espíritos imperfeitos que tentam e muitas vezes conseguem dominar as criaturas humanas através do real fenômeno da obsessão, tantas vezes confundido como loucura ou lesões no cérebro. Diante desse quadro todo, percebe-se claramente a importância do estudo e da divulgação espírita perante todas as classes de indivíduos do planeta. Nesta área da saúde, o Espiritismo vem esclarecer a obscura questão das doenças mentais, apresentando uma causa que não era considerada e constitui perigo real evidente, provado pela experiência e pela observação: o da obsessão ou influência dos espíritos sobre os seres humanos.
Por estas razões todas, além das indicações aos leitores dos exemplares da Revista Espírita e de O Livro dos Médiuns, citados na presente abordagem, é que não posso deixar de indicar com muita ênfase o estudo do livro A Obsessão – Origens, Sintomas e Curas, do próprio Allan Kardec, publicado pela Casa Editora O Clarim. Trata-se de valiosa obra, composta de textos extraídos da já citada Revista Espírita. Com tradução de Wallace Leal Rodrigues, que premia o leitor com extraordinário Prefácio do Tradutor, riquíssimo por si só pela cultura do tradutor e conteúdo doutrinário expressos no referido texto, é obra para consultas permanentes.
Breve consulta ao sumário do livro, dentre os instigantes títulos dos capítulos, destaco dois para apreciação do leitor: O mal do medo e Curas de obsessões, indicativos bem próprios e atuais de desafios constantes de nosso tempo.
Optamos por não fazer transcrições da citada obra. Ela é muito valiosa para ser apresentada em trechos parciais. É preciso mesmo tê-la em mãos e constatar por si mesmo o alcance e profundidade dos textos selecionados e ali reunidos.
 
(1) Dezembro de 1862, páginas 360, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(2) Abril de 1862, páginas 107/108, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(3) Dezembro de 1862, páginas 360 a 365, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(4) Capítulo XXIII.
(5) página 356 da edição de Dezembro de 1862 da Revista Espírita, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(6) Abril de 1862 da Revista Espírita, página 111, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.

Orson Peter Carrara
orsonpeter@yahoo.com.br

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Quando os anjos falam

A maioria dos filmes com temática espiritualista utiliza de efeitos especiais e de roteiros recheados de sustos e de suspense para prender a atenção do espectador. Na contramão desta tendência, "Quando os Anjos Falam" não possui grande recursos visuais, seu grande instrumento para prender o público é exatamente o roteiro muito bem desenvolvido e um elenco competente.

O cerne principal do filme é o encontro entre Maddy (Redgrave), uma senhora que mora só e cujo filho morreu na guerra, e James, um garoto que não consegue superar a morte da mãe e que tem problemas de relacionamento com sua madrasta. A partir deste encontro os dois constroem uma sólida amizade que trará para ambos grandes lições...

Através da mediunidade de Maddy, que recebe mensagens de seu filho, James vai adquirindo a certeza que a morte não existe, que é apenas uma passagem e que a vida espiritual é plena, e que sua mãe está viva. Essa certeza vai sendo construida ao longo do filme até que no emocionante final a comprovação definitiva vem.

O filme mostra todos esses aspectos espirituais de forma muito natural e sem precisar exibí-los, o que torna o roteiro ainda mais inteligente e conduz o espectador a uma reflexão sobre a vida no além.

Infelizmente, esse filme não teve a repercussão que deveria, mas é sem dúvida uma ótima opção para se assistir com toda a família. Mesmo para aqueles que, porventura, não crêem na vida após a morte e na comunicabilidade entre encarnados e desencarnados vai ser muito difícil não se deixar encantar e se emocionar com este filme...



Acesse o link abaixo e assista ao filme; completo e dublado.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Os católicos têm contato com espíritos santos de sua devoção


Existe uma doutrina importante da Igreja, mas pouco explicada.Trata-se da Comunhão dos Santos, que é um dogma antigo do Credo Católico citado nas missas.
Como todo dogma é doutrina polêmica, o Espírito Santo é outro, pois de espírito humano na Bíblia, ele foi transformado pelos teólogos no Espírito divino da doutrina trinitária criada por eles. Na Bíblia, o Espírito Santo é o espírito de cada um de nós. Assim, ele é uma espécie de coletivo de todos os espíritos.(Daniel 13,45, da Bíblia Católica; e 1Coríntios 6,19).
Também virou dogma a conflitante doutrina da ressurreição da carne, do corpo, pois pela Bíblia ela é do espírito (1 Coríntios 15,44). As traduções mais recentes já falam em ressurreição dos mortos, o que já é um bom progresso. O maior teólogo católico da atualidade, o espanhol Andrés Torres Queiruga, ensina em seu livro “Repensar a ressurreição”, Ed. Paulinas, que a ressurreição é do espírito, inclusive a de Jesus. O Velho Testamento fala que Jesus ressuscitaria no terceiro dia. Porém se trata da ressurreição ou aparição em nosso mundo físico para os seus apóstolos e discípulos. Mas no mundo espiritual, Ele ressuscitou mesmo no momento de sua morte. “Pai, em vossas mãos entrego meu Espírito”.
E Jesus apareceu com o seu Corpo Espiritual (1 Coríntios 15,44) materializado, ou seja, o que as pesquisas científicas de Kardec denominaram de perispírito. Mas os cristãos primitivos, por ignorância, pensavam que se tratasse do corpo morto na cruz.
Sobre a doutrina da vida eterna, creio que ela virou dogma porque os primeiros cristãos, influenciados pelos cristãos judaizantes saduceus, não acreditavam em ressurreição nem em espírito. (Atos 23,8; e Eclesiastes 9,10). Ademais, a palavra eterno era polêmica, pois, apesar de ter sido traduzida por um tempo sem fim, na verdade ela significa tempo indeterminado, indefinido, que é o sentido do vocábulo grego “aionios”. O tempo é indefinido porque depende do carma de pagamento dos pecados de cada um. Mas já havia os teólogos que pensavam que era o sangue de Jesus que pagasse os nossos pecados, pois eles achavam que o Espírito de Deus se sentisse contente, aliviado e indenizado pelo pecado de assassinato de Jesus. Além disso, eles ainda não tinham descoberto que somos nós mesmos que pagamos os nossos pecados.
“Ninguém deixará de pagar até o último centavo”. (Mateeus 5,26).
E, quanto ao dogma da Comunhão dos Santos, certamente os teólogos cristãos judeus saduceus, como vimos, contrários que eram à imortalidade dos espíritos e ao contato com eles, repudiavam essa doutrina, por ela transgredir as leis mosaicas (não as divinas do Decálogo), as quais proíbem o contato com os espíritos dos mortos, não os diabos, como dizem alguns líderes religiosos.(Deuteronômio capítulo 18). Mas de certa feita, Moisés defendeu o espiritismo, elogiando Heldade e Medade, que recebiam espíritos (Números 11, 24 a 30).
A Comunhão dos Santos ensina que os católicos podem entrar em contato com os espíritos santos de sua devoção, pedindo-lhes graças, e que os fiéis podem ajudar os espíritos com preces e missas. Isso cheira espiritismo! Seria por isso que a Igreja se preocupou tanto com a Doutrina dos Espíritos? E seria por isso que os evangélicos, herdeiros de alguns erros da Igreja Católica do passado, têm uma ojeriza doentia pelo Espiritismo e pelos espíritos santos canonizados pela Igreja?

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O macaco invejoso


Perseguido por uma onça, um macaco subiu rapidamente numa árvore; saltando de galho em galho, alcançou outras árvores, embrenhou-se mata adentro e só parou quando se sentiu a salvo do terrível felino.
Agarrado ao galho mais alto de um frondoso jequitibá, balançava-se ao sabor do vento, praticava mil estrepolias, assobiava, fazia caretas para a onça no intuito de provocá-la.
De súbito, parou. O vôo tranqüilo de um urubu polarizou sua atenção causando-lhe inveja e despeito.
Após longos minutos de muda contemplação, sem poder conter sua indignação, clamou de forma que todos o ouvissem:
- O Criador laborou em equívoco, a natureza está toda errada! Eu, o animal mais assemelhado ao homem, dotado de alguma inteligência, no máximo consigo lançar-me de um galho para outro. Voar que é bom, não vôo, enquanto aquele desprezível abutre, que nos causa repugnância por se comprazer nas carniças, paira majestosamente nas alturas como um ser privilegiado. Protesto, isto não é justo.
De nada valeram as admoestações de outros animais que se encontravam por perto. Lá do chão, um jabuti tentou apaziguá-lo:
- Meu amigo macaco, não menospreze nem subestime o valor do corvo. Lembre-se de que ele também é nosso irmão, merece respeito, você não deve ofendê-lo dessa forma.
Fizeram coro em apoio ao jabuti o tejo, a jibóia, a lagarta e muitos outros bichos, ao que o macaco irritado respondeu:
- Que nada, o que eu não devo é ficar submisso a um capricho da natureza. Vou fazer exercícios especiais,
aprenderei a voar. Vocês, pobres acomodados, verão e prestarão reverências a mim.
Dia após dia, via-se o macaco em intensivo treinamento. Com muito esforço, conseguira em seus pulos espetaculares quase dobrar a distância alcançada por seus irmãos símios, mas não se dava por satisfeito. Queria voar, planar no espaço infinito.
Certa feita, num lance mais ousado, encheu o peito de ar, eriçou os pêlos, arremessou-se para cima, abriu os braços, como se asas fossem, na louca ilusão de suster-se solto nas alturas. Estatelou-se no chão, provocando risadas na bicharada.
Rápido como um raio, sobressaltado, aos guinchos de dor e de pavor, subiu à copa de uma grande árvore. Por pouco não fora apanhado pela onça que, na espreita, aguardava uma oportunidade.
Indiferente aos conselhos dos amigos, obstinado, o macaco não desistia. Novas tentativas, mais quedas, outros sustos.
Um dia, o tombo foi mais violento, quebrou as patas e não pôde correr. Serviu de repasto para a onça.
Acabrunhada, sua alma chegou à porta de um palácio feericamente iluminado onde foi recebido pelo porteiro que, paciente, ouviu suas indagações:
- Isto aqui é a Casa de Deus? Se blasfemei, se me rebelei contra os desígnios do Senhor, se morri antes do tempo determinado pela Providência, vitimado por minha teimosia, não estou condenado ao inferno ?
Com palavras benevolentes, o porteiro esclareceu:
- Não, meu rebelde amigo, não está. O pai é de uma bondade infinita, jamais condenaria qualquer ser ao inferno, contudo, infinita também é a sua justiça. Isto aqui é uma escola, entre, você será preparado para reencarnar, ser-lhe-á dada nova oportunidade para corrigir-se da inveja e da vaidade.
- Nascerei de novo como macaco? Peço que não seja assim. Meu sonho é poder voar.
- Meu filho - replicou bondosamente o porteiro - você, além de cultivar a paciência precisa amar e respeitar seus irmãos, aprender que tudo na natureza é criação divina e tem função definida no mundo. O urubu é imprescindível como operário da limpeza pública, é útil, não merece ser menosprezado. Por isso, você renascerá urubu.
- Dos males, o menor. - suspirou o macaco - Pelo menos, poderei voar.
- Seu pedido está anotado para ser atendido em futuro mais remoto. Você chegou aqui com as patas quebradas por ter feito mal uso delas, então voltará à Terra como um urubu de asas deformadas, não poderá voar.
Muitos são os que reencarnam cegos, surdos, mudos, coxos, manetas, mongolóides, portadores das mais diversas deformidades. Cumprem penas transitórias para corrigenda e burilamento espiritual, uma vez que Deus, bom e justo, não dá castigos eternos aos seus filhos.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Filosofia nos ensina que tudo em demasia deve ser evitado


Para a filosofia, tudo em excesso é ruim, o que acaba levando a erros, principalmente nas áreas política e religiosa. E os políticos e os teólogos apelam mais para o seu egoísmo e vaidade do que para a verdade.
No Brasil, entre os erros dos exageros políticos, estão os de verbas mal empregadas, que até beneficiam outros países e, estranhamente, os de regimes de força. As conseqüências disso são a precariedade em que se encontram os setores da saúde pública e das rodovias no nosso País.
O número de médicos é deficiente. As filas para consultas são longas. As datas de atendimentos para cirurgias, mesmo as urgentes, são marcadas para meses depois. As nossas estradas, em grande parte, estão abandonadas, com os desastres multiplicando-se dia a dia.
E lembramo-nos aqui do exagerado projeto de lei da proibição da palmada em crianças pelos pais. A proibição do espancamento é bemvinda, mas a de palmada é uma medida exagerada! E será que essa lei funcionaria na prática? Ela faz-nos lembrar da de proibição do jogo de bicho, à qual ninguém obedece! Exageros nem os da Bíblia. Mas vejamos o que ela diz: “Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara, não morrerá.”(Provérbios 23,13).Que os nossos políticos meditem sobre o dito popular de que “palmada de mãe não dói”, e que é preferível uma criança tomar palmadas de seu pai ou de sua mãe, a tomar mais tarde, quando adulta, cacetadas da polícia.
E os teólogos ensinaram e ensinam que Deus é apenas um e que as Pessoas da Santíssima Trindade é que são três. Assim, quando alguém pergunta a um teólogo se Jesus é também Deus, ele deveria responder categoricamente que não, que Jesus é apenas uma das três Pessoas da Santíssima Trindade. Mas ele, com a cara mais limpa do mundo, responde que sim, que Jesus é também Deus, o que é uma incoerência e contra a Bíblia: “O Pai é maior do que eu”.(João 14,28). “Por que me chamas bom? Só Deus é bom”. (Marcos 10,18).E os teólogos, geralmente, acrescentam que se trata de um mistério de Deus que não podemos compreender. Mas na verdade, é mistério deles mesmos, pois eles é que criaram essa doutrina, que respeito, mas que é contraditória e que, por isso mesmo se tornou dogma. E eles tentam contornar a coisa, dizendo que Jesus é gerado e não criado. Isso é uma verborragia ou jogo de palavras, pois criar e gerar são verbos sinônimos da ação de criar ou de dar origem a um ser. A diferença é que criar pode ter um sentido mais amplo, pois pode incluir também o ato de cuidar do ser criado, enquanto pequeno. Mas quanto à ação de criar ou procriar, gerar tem o mesmo sentido. Exemplo: o casal tal gerou dois filhos famosos. Segundo o ensino de são Tomás de Aquino, pode-se dizer que Jesus não é o ser incontingente (incriado), mas contingente (criado). Que os teólogos corrijam seus exageros doutrinários. Isso é o que seria a verdadeira inovação evangelizadora de que, hoje, se fala tanto!
É mesmo verdade que tudo de mais é ruim. Que, pois, os nossos políticos e teólogos se contenham, nos seus erros de excessos, uma vez que já se foi a época do coronelismo, da fé cega e da lógica ilógica!

PS:
1) Realizar-se-á em SP, em 21 e 22-8-2010, o 6º Encontro Nacional da Liga dos Pesquisadores do Espiritismo. www.ccdpe.org.br
2) Com o esclarecimento do IBGE, a FEB altera a sua recomendação sobre o Censo. O espírita pode declarar que é espírita ou kardecista, pois o Código 610 inclui as duas palavras.

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail:
jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147
 
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