terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Lições da Natureza


Alguns anos atrás, um dentista no início de sua carreira profissional, para poder atender seus primeiros clientes, precisou alugar uma residência e montar o seu próprio consultório.
E de frente a sala onde ele atendia, havia uma grande árvore que lhe causava muito transtorno com a queda de folhas, pequenos gravetos e insetos que eram atraídos sobrevoando o local. Entretanto, como a situação era bastante desagradável, decidiu então manter a porta fechada. Mas em virtude dos dias quentes e do insuportável calor que fazia, não havia como mantê-la daquela maneira, apesar de todo o incomodo.
Certo dia, saindo de casa para o trabalho, lembrou-se que na véspera havia esquecido a porta do consultório aberta, e lá chegando encontrou o chão todo sujo. Daquele dia em diante, sempre numa alternativa de solucionar ou atenuar o seu problema, cadeiras e móveis eram dispostos de maneira diferente, mas de nada adiantava.
Cansado e muito aborrecido por não mais suportara sujeira daquela árvore, decidiu realizar um plano. Na posse de um galão de ácido clorídrico, sem que ninguém pudesse dele suspeitar, numa certa altura da noite, espalhou o corrosivo e tóxico produto sobre as raízes.
Ao passar do tempo, percebia intrigado que a árvore permanecia do mesmo jeito, inalterada, imaginando o que poderia ter dado de errado. Contrariado e insatisfeito, sem se dar por vencido, outra dose de ácido foi administrada. Após alguns dias, observando agora mais atentamente a árvore, visíveis sinais já eram notados; folhas amareladas começavam a cair e galhos a secar. Aliviado exclamou intimamente consigo – Finalmente, acho que me livrei desta árvore!
E as semanas se passaram, quando por um momento, relanceando novamente o seu olhar sobre a árvore, foi colhido por uma grande surpresa. Perplexo e admirado, começou a observar minúsculas e viçosas folhas verdejantes, a despontarem nos galhos aparentemente secos e mortos; com flores ressurgindo em tons de belíssimas cores e suave perfume, anunciando a chegada da majestosa primavera.
Por fim, numa bela manhã, quando pela segunda vez havia esquecido aberta a porta do consultório, notou agora que o chão estava todo atapetado de lindas e coloridas flores. Arrependido e chateado, passou então a refletir no amoroso gesto e a forma com que a árvore lhe dera como resposta, compreendendo finalmente, que a sabedoria e a força da natureza pelo inexcedível amor de Deus, são capazes de nos dar grandes lições de vida, nos ensinando sempre retribuir o mal com o bem; segundo o sublime preceito de Jesus Cristo anunciado em Mateus capítulo 5 – versículos de 38 a 42 – “Se alguém vos fere a face direita, apresente também a outra”.
Essa é uma história real contada por um amigo, demonstrando o quanto é imperioso recapitularmos as lições inolvidáveis do Mestre Querido, considerando que, como Espíritos milenares no transcurso de nossas existências múltiplas, muito temos negligenciado e ferido as leis amorosas e santificantes.
Ninguém pede angelitude nos desdobrar da noite para o dia, mas acautelemo-nos na observância de vigiar e iluminar nossos próprios passos, compreendendo por fim, que a vida sem se limitar aos nossos caprichos desvairados e egoísticos, só nos pede um pouco mais de amor a natureza e aos nossos semelhantes.

Marildo Campos Brito

Imagem ilustrativa

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Viver é dançar


A vida é como uma dança, um movimento constante de passos e manobras que realizamos durante toda a nossa existência. Quando interrompemos estes movimentos para lamentarmos das dificuldades que nos surgem acabamos tropeçando nos “pés” do nosso próprio destino.
E por que será que lamentamos tanto, se nós mesmos escolhemos antes de nascer os “ritmos” que iriam ser executados?
A vida é uma escola de aprendizados profundos para a alma. As dificuldades, os obstáculos surgem em nossa vida com um único objetivo: proporcionar a nossa evolução.Quando a vida só exige de nós uma dança simples de apenas um dois pra lá, um dois pra cá, e tudo corre bem, parece que nossa caminhada é moleza, não é verdade? O difícil é encarar as dificuldades que parecem ser insuperáveis, onde somos obrigados a dançar ritmos de difícil execução como o tango argentino.
Tenhamos sempre em mente que Deus sempre guia e conduz cada um de nossos passos. Basta apenas que confiemos em sua bondade de Pai. As dificuldades precisam ser encaradas não como instrumentos de dor, mas como escolas que formam seres de grande sabedoria.
E como estamos falando de dificuldades e obstáculos, acredito que seja de extrema importância investir um pouco mais do nosso tempo para refletir a respeito dos relacionamentos familiares. Afinal, passamos maior parte de nosso tempo aqui na Terra em contato com a família. Nosso lar é o ambiente que nós mesmos escolhemos para vencer nossas dificuldades e limitações. Ou você acredita que está vivendo em um local por sorte, azar ou, simplesmente, por obra do acaso?
Atraímos as pessoas para perto de nós, isso é lei. Guarde isso! As afinidades nos atraem. Estamos na maior parte do tempo com pessoas que possuem a mesma afinidade que a nossa.
É importante frisarmos que todos nós estamos no mesmo “barco”. Aqui na Terra ninguém é superior a ninguém. Todos devem aprender uns com ou outros. Uns já conseguiram superar certas inferioridades, outros já desenvolveram algumas virtudes, mas todos ocupam um grau similar de evolução.
Para vivermos em paz é necessário utilizarmos os sentimentos nobres que temos a nosso favor. E por que não começarmos exercitando cada vez mais o respeito, este sentimento que deveria estar sempre na moda entre os relacionamentos? Os filhos, por exemplo, devem sempre respeitar seus pais, mas também é tarefa dos pais respeitarem seus filhos. Quando este sentimento estiver presente em todas as faixas etárias atingiremos um ponto de equilíbrio, onde prevalecerá o amor entre as pessoas.
Quando a vida te cobrar passos difíceis, lembre-se sempre de Deus!
Confie! Ele sempre tocará o melhor ritmo para sua evolução!

André Luiz Zanoli

Imagem ilustrativa

sábado, 21 de outubro de 2023

Hoje o seu dia está triste? Mude de janela!


A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de seu cão de estimação. Com pesar, observava atenta o jardineiro enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.

O avô, que observava a neta, aproximou-se, envolveu-a em um abraço e falou-lhe com serenidade:
- Triste a cena, não é verdade?

A netinha ficou ainda mais triste, e as lágrimas rolaram em abundância.

No entanto, o avô, que desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu para uma janela localizada no lado oposto da ampla sala. Abriu as cortinas e permitiu-lhe que visse o jardim florido a sua frente. Então, perguntou-lhe carinhosamente:

- Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali na frente?
- Lembra-se que você me ajudou a plantá-lo?
- Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos. Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos, e hoje, veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas.

A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso, mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim.

O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto:

- Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente.

Mude de janela!
Certos acontecimentos na vida só farão sentido depois de alguns dias, meses ou até anos. São fatos que não temos como mudar, voltar no passado para rearranjar ou até mesmo esquecer. Simplesmente aconteceram, e nós devemos encarar a vida daqui para a frente com aquela realidade.
Por mais triste que seja, ficar olhando somente o cenário desta janela fará com que a mágoa seja corrosiva e profundamente dolorida. Não se trata de fechar aquela janela - até porque se é muito triste, você certamente não conseguirá simplesmente "esquecer".
Quando meu pai faleceu - de forma muito repentina -, a família inteira ficou profundamente abalada. Mas havia algo - outra janela - que nos rendia sorrisos e esperança: a minha filha caçula, que chegaria à luz dentro de algumas semanas. Veja: aquela janela - alegre e esperançosa - não fechava a outra - triste e cheia de saudades. Mas era um ponto de conforto, de apoio para os nossos pensamentos.
As experiências que se passam são verdadeiras joias - lições de vida que, quando se partem, doem-nos o coração. Mas não podemos ter a visão do mundo limitada a essa perda, já que são tantas as conquistas e alegrias que temos.
Nossa vida tem várias "janelas", com paisagens diferentes! Encontre alguma que você goste de ficar olhando! Não se permita contemplar a janela da dor.

Autor desconhecido

Imagem ilustrativa

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Conquista da paz

A grande maioria das pessoas se preocupa com a conquista da paz. Da tão sonhada paz.
No entanto, será que sabemos como conquistar a paz?
E se sabemos, o que temos feito para alcançar esse objetivo?

Conta-se que, um dia, vários deuses da mitologia grega se reuniram para decidir onde esconderiam um tesouro precioso, para que os homens o encontrassem.
Não poderia ser em um lugar qualquer, pois se estivesse muito à vista, poderia ser encontrado facilmente e não lhe dariam o devido valor.
As sugestões começaram a surgiu, na grande assembleia.
Um dos deuses sugeriu que se pusesse o tesouro no fundo dos oceanos.
Todavia, aquele que presidia a reunião argumentou que o homem certamente iria encontrá-lo com facilidade. Com sua inteligência, sua criatividade, inventaria equipamentos de mergulho, alcançaria o tesouro e não lhe daria a importância merecida.
Outra sugestão foi a de esconder o tesouro nos espaços infinitos do Universo.
Argumentou um dos deuses: O homem o descobrirá facilmente, pois se inventar equipamentos para mergulhar nas profundezas dos mares, é lógico que os inventará para percorrer os espaços infinitos.
Depois de várias sugestões infrutíferas, alguém teve uma ideia que foi aceita por todos.
O tesouro deve ser cuidadosamente escondido, num lugar onde o homem só irá procurar depois que estiver suficientemente maduro para valorizá-lo, e mantê-lo consigo.
Depois de muitos debates e sugestões, foi definido que o local seria o íntimo de cada ser humano.

* * *

Esse tesouro valioso e imperecível é a paz.
Sim, a paz que tanto buscamos, sem lograr êxito, está dentro de cada um de nós.
Quando encontramos o tesouro da paz, não mais nos perturbamos, mesmo que a situação, ao nosso redor, pareça estar em polvorosa.
Importante que não confundamos paz com passividade porque o passivo é um ser sem ação.
O pacifista é ativo. Onde há discórdia, ele leva a sua paz, compartilha o seu tesouro.
É assim que devemos entender a recomendação de Jesus de mostrar a outra face.
Se a face que se apresenta é a da violência, mostremos a face da paz.
De fato, conquistamos os mares. Estamos vencendo o espaço com nossos telescópios e naves espaciais. Desvendamos vários mistérios do Universo, no entanto, ainda não empreendemos a viagem fantástica para dentro de nós mesmos.
Alcançamos muitas conquistas tecnológicas, contudo, ainda apresentamos dificuldade em resolver um simples problema de relacionamento com nosso próximo.
Falta descobrirmos como afastar do nosso íntimo o orgulho, a vaidade desmedida, a inveja, e outros tantos entulhos morais que impedem o acesso à paz.
Pensemos: se a paz é um tesouro que cada um de nós pode conquistar, cabe-nos iniciar, sem demora, essa busca.
No autoconhecimento traçaremos um mapa de nós mesmos, que nos mostrará onde se encontra cada empecilho, cada obstáculo que devemos remover da nossa intimidade.
Somente quando o caminho estiver limpo, nos depararemos com um recanto de luz brilhando em nós: a tão esperada paz íntima!
Paz que espalharemos pelo mundo. Pensemos a respeito.

Redação do Momento Espírita.

Imagem ilustrativa

sábado, 16 de setembro de 2023

Conselhos de André Luiz para seu amigo na terra


Através de uma carta André Luiz enviou alguns conselhos valiosos para um amigo que buscava informações sobre sua situação na terra.

CARTA:

Caro companheiro.
Você quer saber algo de sua verdadeira situação na Terra.
Compreendo.
Quando a pessoa entra nessa grande colônia de tratamento e cura, é convenientemente tratada.
A memória deve funcionar na dose justa.
É natural.
A permanência aí poderá ser longa e, por isso mesmo, certas medidas se recomendam em favor dos beneficiários.
Atende às instruções do internato e não se preocupe, em demasia, com os problemas que não lhe digam respeito.
Não se prenda aos seus apetrechos de uso e nem acumule utilidades que deixará inevitavelmente, quando as autoridades observarem você no ponto de retorno.
Se algum colega de vivência estima criar casos, esqueça isso. Não vale a pena incomodar-se. Ninguém ou quase ninguém passa por aí sem dificuldades por superar.
Viva alegre, com a sua consciência tranquila.
Em se achando numa estância de refazimento, é aconselhável manter-se fiel à tarefa que a administração lhe confie.
Procure ser útil, deixando o seu lugar tão melhorado quanto possível, para alguém que aí chegue depois.
Quanto ao mais, considere você e os demais companheiros de convivência e necessidade simplesmente acampados, unidos numa instituição de tratamento oportuno e feliz.
Aí você consegue dormir mais tempo, distrair-se na sua faixa temporária de esquecimento terapêutico, deliciar-se com excelente alimentação, compartilhar de vários jogos e ensaiar muita atividade nobre para o futuro.
Aproveite.
O ensejo é dos melhores.
Descanse e reajuste as próprias forças porque o trabalho para você só será serviço mesmo, quando você deixar o seu uniforme do instituto no vestiário da morte e puder regressar.

Do livro: “Vida em Vida”, Francisco Cândido Xavier.

Imagem ilustrativa

sábado, 12 de agosto de 2023

20 exercícios para Reforma Íntima


1. Executar alegremente as próprias obrigações.
2. Silenciar diante da ofensa.
3. Esquecer o favor prestado.
4. Exonerar os amigos de qualquer gentileza para conosco.
5. Emudecer a nossa agressividade.
6. Não condenar as opiniões que divergem da nossa.
7. Abolir qualquer pergunta maliciosa ou desnecessária.
8. Repetir informações e ensinamentos sem qualquer
azedume.
9. Treinar a paciência constante.
10. Ouvir fraternalmente as mágoas dos companheiros sem
biografar nossas dores.
11. Buscar sem afetação o meio de ser mais útil.
12. Desculpar sem desculpar-se.
13. Não dizer mal de ninguém.
14. Buscar a melhor parte das pessoas que nos comungam a experiência.
15. Alegrar-se com a alegria dos outros.
16. Não aborrecer quem trabalha.
17. Ajudar espontaneamente.
18. Respeitar o serviço alheio.
19. Reduzir os problemas particulares.
20. Servir de boa mente quando a enfermidade nos fira

Francisco Cândido Xavier

Imagem ilustrativa

sábado, 5 de agosto de 2023

Energias


“Eles se alimentam, diariamente, de formas mentais, sem utilizarem a boca física, valendo-se da capacidade de absorção do organismo perispíritico, mas ainda não sentem a extensão desses fenômenos em suas vidas diárias. No lar, na via pública, no trabalho, nas diversões, cada criatura recebe o alimento mental que lhe é trazido por aqueles com quem convive, temperado com o magnetismo pessoal de cada um.” (Apuleio, em Missionários da Luz, cap 14).


Olha só o que relata Apuleio à André Luiz nessa passagem do livro Missionários da Luz. Os personagens da frase, a quem Apuleio se refere, somos nós, os encarnados.

Nos afirma que, além do alimento físico, que nutre o corpo, nos alimentamos, numa troca incessante, das energias de todos aqueles com os quais convivemos, às vezes, nem tanta convivência assim, bastará apenas o breve contato.

Refletindo sobre o tema, que me impressionou bastante, podemos perceber e entender melhor o que determinadas companhias, encarnadas e desencarnadas, nos causam. Além disso o que assistimos, ouvimos, lemos, tudo nos proporciona algo além.

De fato, é necessário selecionarmos, no que for possível, nossas escolhas e companhias por dela nos alimentamos e, logicamente, quando se trata de pessoas, a elas também doamos o que temos, ainda que sem saber.

Há aquelas pessoas que no simples contato, a distância ou, melhor ainda, num abraço nos causam enorme bem, nos entregam um pouco de si e saímos dessa troca melhor do que chegamos. O contrário também é verídico, diante de uma simples conversa com alguém que, em nada temos de comum, especialmente, nos valores, nos sentimos incomodados.

Por outro lado, é preciso trabalhar para que sejamos aquela pessoa que alimenta com algo bom aquele que convive conosco, precisamos lhe entregar uma boa energia, uma sensação positiva, emanar-lhe o que temos de melhor e, para tanto, precisamos também termos fontes que nos alimentem adequadamente.

Nunca o orai e vigiai de Jesus fez tanto sentido.

André Tarifa

Imagem do livro

sábado, 15 de julho de 2023

Aspectos da fé


No capítulo XIX (A fé que transporta montanhas) de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec define a fé como a confiança que se deposita na realização de uma determinada coisa, a certeza de se atingir um objetivo.

Em relação à religião, "Fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões, e todas elas têm o seu artigo de fé. Nesse sentido, a fé pode ser raciocinada ou cega". A fé raciocinada baseia-se na compreensão dos fatos e da lógica, ao passo que a fé cega quase sempre conduz ao fanatismo, pois nada examina, aceita o falso e o verdadeiro, não admite a compreensão, o raciocínio nem o livre-arbítrio.

Allan Kardec classifica a fé em humana e divina, conforme a aplicação que o homem dê às suas necessidades terrenas ou às aspirações celestes e futuras. O Codificador é enfático: "Se todas as criaturas encarnadas estivessem suficientemente persuadidas da força que trazem consigo, e se quisessem pôr a sua vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que até hoje chamais de prodígios e que é simplesmente o desenvolvimento das faculdades humanas".

No item 11 do mesmo capítulo do Evangelho, a comunicação do Espírito José diz: "Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou". "Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar, que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira."

Que não se confunda fé com presunção. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos. A verdadeira fé está aliada à humildade. Quem a possui deposita mais confiança em Deus que em si próprio, pois sabe que, sendo simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por isso é que os bons Espíritos sempre lhe vêm em auxílio.

Por fim, lembremos esta afirmação, constante do item 7 do capítulo em questão: "A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis porque não se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade".

"A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada."

Altamirando Carneiro

Imagem ilustrativa
 oposição sistemática e interessada."

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Impressões


O conhecimento é relativo neste mundo, mesmo tendo os indivíduos participado da mesma formação.
A impressão que temos das coisas nunca é absoluta. Cada um abriga em si mesmo aquilo que se acomoda à sua maturidade espiritual, e o mundo será visto sempre conforme essa característica, as lentes cultural e moral mais nítidas ou mais embaçadas darão um parecer incompleto a respeito daquilo que se observa.
Jesus, o psicoterapeuta da humanidade, portador da maior mensagem libertadora que se tem notícia, ao aconselhar ao homem o “não julgueis” (1), estava mostrando essa relatividade do entendimento e que para se julgar seria preciso ter um profundo conhecimento do outro que não está na natureza humana, cabendo somente a Deus fazê-lo, porque conhece, o ser que criou, de forma integral.
Somos convidados a contribuir no meio em que vivemos, dar o nosso melhor na conduta e nos esforços, promover o bem em toda parte e a partir de nós mesmos, jamais aguardando que o outro faça, mas cumprindo por nossa vez com os deveres para com a sociedade e a natureza. Não nos cabe saber as razões pelas quais as pessoas fazem o que fazem, mas sim saber o que nós fazemos e, consciencialmente, é isso o que importa para nós, porque isso impacta diretamente a nossa vida de espíritos, “por uma questão de justiça retornaremos sempre ao mundo carregando as consequências do que fazemos” (2), e não a das que os outros fazem.
Diante de disparates do comportamento coletivo ou individual, façamo-nos uma pergunta: O que eu posso fazer para auxiliar? Mesmo que não possamos interferir, diretamente, podemos fazer uma coisa, orar para que tudo se resolva e que aconteça o melhor e continuar na execução de nossas tarefas materiais e espirituais com toda a dignidade que nos seja compreensível.
Estamos em tempos em que de todas as camadas sociais, do homem letrado ao ignorante do saber, surgem os comportamentos, especialmente públicos, mais controversos, momento de grande desafio para nos mantermos equilibrados, mas um equilíbrio edificante, não passivo, aquele que serve, trabalha, constrói, espalha o amor, socorre o outro, ampara e compreende.
Não nos cabe mais ficarmos apenas justificando enganos, censurando e condenando os homens e as instituições, precisamos ter cuidado com as impressões que temos a respeito de tudo e buscarmos nos enquadrar na definição de Allan Kardec a respeito do verdadeiro espírita, do verdadeiro cristão, que é o de “fazermos grandes esforços para domarmos nossas más inclinações” (3), isso feito, iremos nos modificando e as nossas atitudes exemplificarão o que nossas palavras ainda não poderiam fazê-lo.

Referências:
(1) Mateus 7:1;
(2) Questão 167 de O Livro dos Espíritos; e
(3) XVII, item 4 de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

O problema da igualdade


A igualdade, sem dúvida, é realidade nas raízes da existência.
Todos os seres possuem direitos idênticos de acesso à elevação, sob qualquer prisma, entretanto é preciso considerar que os deveres graduam as vantagens, dentro da vida.
No caminho da evolução, desse modo, a teoria igualitária absoluta é invariável utopia que nenhum sistema político poderá materializar.
A experiência e o esforço pessoal são as duas alavancas da diferenciação à cuja influência decisiva não conseguiremos fugir.
Mas, se é verdade que não podemos improvisar a ancianidade do Espírito, que só o tempo confere a cada criatura, na jornada para a maturação, o trabalho é sempre a riqueza real, suscetível de ser ampliada em nosso destino, ao preço de nossa boa vontade.
Assim sendo, não te esqueças das oportunidades que a Divina Providência te oferece cada dia, em favor do teu crescimento.
Os degraus da subida de nossa alma no rumo da perfeição destacam-se, hora a hora, através das situações e das pessoas que nos rodeiam.
Não residem nas facilidades que nos acomodam o coração com as linhas inferiores do mundo. Salientam-se nos obstáculos com que somos defrontados.
Cada problema e cada aflição, cada prova mais rude e cada luta mais árdua representam pontos vivos de ascensão que podemos aproveitar, em favor do próprio aprimoramento.
Aprendamos a respeitar o próximo e auxiliá-lo, na convicção de que amparando os nossos irmãos de caminho, auxiliaremos a nós mesmos, de vez que adquiriremos o tesouro da experiência, que nos enriquecerá de visão para os cimos que nos cabe alcançar.
Cada fonte vive em seu nível.
Cada projeção de luz caracteriza-se por determinado potencial de radiação.
Cada flor guarda o perfume que lhe é próprio.
Cada árvore produz segundo a espécie a que se subordina.
Cada Espírito respira na esfera que elege para clima ideal da própria existência…
Compete-nos buscar a posição de superioridade que Jesus nos oferece, aceitando o sacrifício pelo bem que a vida nos impõe, a fim de que nos façamos hoje desiguais da personalidade que ostentávamos ontem, perdendo os envoltórios pesados que ainda nos imantam às zonas escuras da Terra e tentando a sintonia com os benfeitores que nos esperam na Glória Espiritual.

Espirito Emmanuel

Do livro Trilha de luz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


Imagem do livro

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Elogios e críticas


Emmanuel em sua sabedoria nos oferece duas maravilhosas apreciações, que repasso ao leitor. Selecionei pequenos trechos e indico a fonte para o leitor ler na íntegra. Veja o que selecionei:

a) Se o Sol dependesse da aprovação humana para alimentar a vida (…)
b) Se a Terra sofresse com as censuras que lhe são constantemente desfechadas (…)
c) Se a semente rejeitasse a solidão (…) ou (…) Se a árvore só produzisse sob aplausos (…) pois que (…)
d) se precisamos de elogio para trabalhar e se a admoestação nos paralisa as faculdades de servir, estamos ainda longe de compreender o tesouro das oportunidades de aprimoramento e elevação que nos enriquece os caminhos (…).

Esses itens estão no capítulo 66 – Elogios e Críticas – do livro Segue-me! e se conectam diretamente ao capítulo 67 – Caridade da Paz – do mesmo livro, quando o autor destaca uma virtude ao alcance de todos: “ocultar os próprios aborrecimentos a fim de auxiliar.”
Isso porque se nos expressamos com a face ou a palavra contrariada – à feição de tóxico mental – isso significa um verdadeiro ataque a todos os que se deixam contagiar, espalhando contrariedade e mal estar, como se fosse uma poeira grossa que invada nossa casa.

E então selecionamos também dois trechos do valioso capítulo:

a) Os estados negativos da mente, como sejam tristeza e azedume, angústia ou inconformidade, constituem sombras que o entendimento e a bondade são chamados a dissipar;
b) Recordemos o donativo da paz que a todos nos compete distribuir, a benefício dos outros, evitando solenizar obstáculos e conflitos, aflições ou desencantos que nos surpreendem a marcha.

Afinal, para concluir com o autor:

“(…) a única fórmula para o exercício dessa beneficência da paz, em louvor de nossa própria segurança, será sempre esquecer o mal e fazer o bem, porquanto, em verdade, tão somente a criatura consagrada a trabalhar, servindo ao próximo, não dispõe de recursos para entediar-se e nem encontra tempo para ser infeliz.”

Peço ao leitor reler esse destaque final. A afirmação de que “nem encontra tempo para ser infeliz” é muito expressiva, oportuna e nos conclama a constantes exames de consciência…

Orson Peter Carrara


Nota do autor:

Para acessar ambos os capítulos, na psicografia de Chico Xavier, cliquem nos links abaixo e leia na íntegra:

Imagem ilustrativa

quarta-feira, 10 de maio de 2023

A lógica da reencarnação


Palestina, nos tempos de Jesus.
O Monte Tabor fica a cerca de 11 quilômetros a sudoeste de Nazaré. Com cerca de mil metros de altitude, ele domina a planície, muito fértil, de aproximadamente 400 metros, que o circunda. É recoberto, em grande parte, por árvores que produzem resinas. Do cume do Monte Tabor, avista-se toda a planície da chamada Baixa Galileia. Lado a lado, há uma basílica franciscana e uma igreja ortodoxa.
Foi no Monte Tabor que ocorreu a Transfiguração, termo que, segundo os dicionários, significa ato ou efeito de transfigurar-se; transformação. O episódio da Transfiguração é considerado a primeira manifestação espírita da era cristã.

Eis o que Mateus registrou:

Seis dias depois, Jesus tomou Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou para um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E ali foi transfigurado diante deles. O seu rosto resplandeceu como o sol e suas vestes tornaram-se alvas como a luz. E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Então Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, é bom estar aqui. Se queres, levantarei aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Ainda falava quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra e uma voz, que saía da nuvem, disse: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o!
Os discípulos, ouvindo a voz, muito assustados, caíram com o rosto no chão. Jesus chegou perto deles e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não tenhais medo. Erguendo os olhos, não viram ninguém: Jesus estava sozinho. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes: Não conteis a ninguém essa visão, até que o Filho do homem ressuscite dos mortos. Os discípulos perguntaram-lhe: Por que razão os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro? Respondeu-lhes Jesus: Certamente Elias terá de vir para restaurar tudo. Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também, o Filho do Homem irá sofrer da parte deles. Então, os discípulos entenderam que se referia a João Batista. (Mateus, 17:1 a 11)

Também os evangelistas Marcos (9:2 a 13) e Lucas (9:28 a 36) relatam o fato.

Vejamos, ainda, o item 4: Ressurreição e reencarnação, do capítulo IV: “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo”, de O Evangelho segundo o Espiritismo, o qual informa que os judeus acreditavam na reencarnação, só que com o nome de ressurreição, pois o termo reencarnação somente surgiria no século 19, com o aparecimento do Espiritismo, cuja data em que surgiu na França é 18 de abril de 1857, com a primeira edição de O Livro dos Espíritos. Só os saduceus não pensavam assim, por acreditarem que tudo acabava com a morte.
As ideias dos judeus sobre a questão não eram claramente definidas, pois tinham noções vagas e incompletas a respeito da alma e a ligação desta com o corpo. Acreditavam que um homem podia reviver, sem terem noção perfeita de como o fato acontecia.
A ressurreição seria a volta à vida do próprio cadáver e a Ciência demonstra que isso é impossível, principalmente quando os elementos do corpo já estão dissolvidos. A reencarnação é, pois, a volta do Espírito à vida corpórea, num outro corpo.
Poderíamos aplicar a palavra ressurreição ao que aconteceu com Lázaro; não a Elias e, consequentemente, aos profetas. Se para os judeus João Batista era Elias, o corpo de João não poderia ser o de Elias, uma vez que João tinha sido visto desde criança e seus pais eram conhecidos. Portanto, João era Elias reencarnado, mas não ressuscitado.

Ainda neste capítulo do evangelho, é interessante falarmos do item 18, o qual esclarece que os laços de família são fortalecidos com a reencarnação. Eles não sofrem destruição, como pensam algumas pessoas:

"A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento".

Altamirando Carneiro

Imagem ilustrativa

quinta-feira, 4 de maio de 2023

A condenação eterna


Meus amigos,

Hoje, abrindo ao acaso O Livro dos Espíritos, deparamo-nos com o item mil e nove, que trata das penas eternas.
Dado que o tema, ainda hoje, está presente no imaginário popular, é imprescindível passarmos em revista, para alguns novamente, para outros pela primeira vez, a imprescindível elucidação de Santo Agostinho sobre o assunto.

Assim, as penas impostas jamais o são por toda a eternidade?

“Interrogai o vosso bom senso, a vossa razão e perguntai-lhes se uma condenação perpétua, motivada por alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. Que é, com efeito, a duração da vida, ainda quando de cem anos, em face da eternidade? Eternidade! Compreendeis bem esta palavra? Sofrimentos, torturas sem-fim, sem esperanças, por causa de algumas faltas! O vosso juízo não repele semelhante ideia? Que os antigos tenham considerado o Senhor do Universo um Deus terrível, cioso e vingativo, concebe-se. Na ignorância em que se achavam, atribuíam à divindade as paixões dos homens. Esse, todavia, não é o Deus dos cristãos, que classifica como virtudes primordiais o amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas. Poderia Ele carecer das qualidades, cuja posse prescreve, como um dever, às suas criaturas? Não haverá contradição em se lhe atribuir a bondade infinita e a vingança também infinita? Dizeis que, acima de tudo, Ele é justo e que o homem não lhe compreende a justiça, mas a justiça não exclui a bondade e Ele não seria bom se condenasse a eternas e horríveis penas a maioria das suas criaturas. Teria o direito de fazer da justiça uma obrigação para seus filhos, se lhes não desse meio de compreendê-la? Aliás, no fazer que a duração das penas dependa dos esforços do culpado não está toda a sublimidade da justiça unida à bondade? Aí é que se encontra a verdade desta sentença: ‘A cada um segundo as suas obras’.”

A clareza do texto – o negritado é de nossa autoria – dispensa comentários.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Imagem ilustrativa

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Aproveite bem cada dia de sua existência!


Mas uma só coisa é necessária. Jesus (Lucas, 10:41.)

“Administrarás interesses vários, entretanto, não poderás controlar todos os ângulos do serviço, de vez que a maldade e a indiferença se insinuam em todas as tarefas, prejudicando o raio de ação de todos os missionários da elevação.” (Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel. Livro Vinha de Luz, cap. 3.)
Envolvidos pelos compromissos naturais da vida hodierna, em meio aos conflitos familiares, profissionais, financeiros, sociais, e até mesmo religiosos, passamos a nos preocupar quase que exclusivamente com esses problemas e passamos a sofrer antecipadamente pelo que poderá acontecer no dia de amanhã, esquecidos de desfrutar do dia de hoje que passa sem que nos demos conta.
Precisamos saber lidar com as tensões do cotidiano procurando resolver cada coisa no momento oportuno, sem nos angustiarmos com aquilo que ainda não poderá ser resolvido hoje, como se fosse possível solucionar todos os desafios que a vida nos propõe ao mesmo tempo.
Assim sendo, precisamos planejar nossos passos para equacionar de forma adequada os problemas que surgirem com muita coragem e fé na assistência Divina que está sempre ao nosso alcance, desde que acreditemos e façamos o que de nós depende.
“Descerremos as portas da alma à luz da grande compreensão e, buscando aprender com os recursos do mundo, que nos amparam em nome da Divina Providência, reajustemo-nos no amor que entende e socorre, abençoa e serve sempre, na certeza de que, refletindo em nós os Propósitos Divinos, encontraremos, desde agora, nas complexidades e nevoeiros do mundo, a preciosa trilha de acesso ao Eterno Bem.” (Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel. Livro Família, cap. A Terra – Nossa Escola.)
Procedendo dessa forma, melhor ultrapassaremos os obstáculos do presente e nos prepararemos melhor para a solução dos futuros desafios, utilizando a experiência bem planejada do dia atual. Pois se ficarmos pensando no dia de amanhã, não nos desvencilharemos da forma adequada dos problemas de hoje, os quais ficarão mal resolvidos para se somarem aos novos do dias que virão.
Urge seguir o conselho do Mestre de todos nós quando nos assegura: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” Jesus – (Mateus, 6: 34.)

Francisco Rebouças

Imagem ilustrativa

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Paciência


Será a paciência uma das nossas virtudes?
É possível que alguns respondamos, quase de imediato: Sou paciente... quase sempre.
Altero-me quando me tiram do sério, quando a questão é grave.
Em verdade, isso quer dizer que não somos pacientes. Somente, por vezes, temos exercido essa virtude, por alguns minutos.
Isso nos recorda a história daquele homem, que passava por séria problemática financeira.

Estava desempregado desde alguns meses e, devido a sua idade, bem como não ter especialidade profissional, estava muito difícil arranjar um novo emprego.
Há dias, ele não fazia uma refeição decente, algo que realmente lhe pudesse saciar a fome.
O desânimo foi tomando conta da sua vontade. Por isso, na manhã, que apenas se espreguiçava sobre as primeiras horas, perambulava, pelas ruas, sem destino.
Seguia de cabeça baixa, pelo que, em dado trecho do caminho, enxergou no chão o que pareceu ser uma cédula.
Correu em direção ao papel e viu que se tratava realmente de dinheiro.
Não era muito, mas, antes de recolhê-lo da calçada, olhou para todos os lados, para ver se ninguém por perto reclamava a sua posse.
Não, não havia ninguém com ares de ter perdido alguma coisa.
Tornou a olhar, pensando que, eventualmente, alguém poderia estar brincando com ele.
E pensou: É bom demais para ser verdade!
Apesar da quantia não ser expressiva, serviria para lhe amenizar a fome nesse dia.
Quase num sobressalto, ajuntou a nota, desamassando-a.
Porém, que decepção! Era apenas a metade da cédula.
Irritado, rasgou em pedacinhos o pedaço de papel, jogando-os num bueiro.
Continuou a caminhada, de mãos nos bolsos, esbravejando em pensamento.
Contudo, alguns metros adiante, para surpresa sua, encontrou a mesma nota. Era a outra metade da primeira!

* * *

Os grandes problemas da impaciência são as perdas que o impaciente sofre em decorrência de suas atitudes.
A primeira delas é, obviamente, a perda da serenidade.
Sem serenidade, não temos condições de avaliar com frieza as circunstâncias que nos envolvem, de modo que possamos enxergar as saídas e soluções possíveis.
Perdendo a serenidade, perdemos também o bom senso.
Sem ele, nos tornamos impotentes, ou apenas nos sentimos impotentes.
Paciência é respeito.
Respeito aos outros e a nós mesmos.
Verificaremos que é muito mais produtivo trabalharmos pacientemente do que nos irritarmos com o que não será modificado do dia para a noite.
Ademais, quem não sabe esperar, também não sabe usufruir!
Também não alcança o que almeja.

* * *

Thomas Edison, o grande inventor, estava na tentativa de número seiscentos e sete para incandescer um filamento e conseguir inventar a lâmpada.
O seu assistente, cansado, insistiu para que ele desistisse.
Edison perseverou. O resultado, todos agradecemos: a bênção da luz elétrica.
Paciência, dessa forma, não significa passividade, indolência ou subserviência.
Paciência é a atitude inteligente de quem compreende que tudo tem seu tempo. Também que, para alcançar o que desejamos, é preciso insistir, perseverar.

Redação do Momento Espírita.

Imagem ilustrativa

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Felicidade e alegria


“Eu aprendi a me contentar com o que tenho.” - Paulo

Allan Kardec aborda, em todas as obras da codificação, a questão da alegria e felicidade de forma profunda e muito esclarecedora.
Segundo a nossa querida doutrina espírita, a felicidade não é um estado de plena satisfação material, mas sim uma conquista interior que se desenvolve através da evolução moral e espiritual do ser, das suas lutas interiores, das suas vivências, da troca de experiências, da prática da caridade e da consciência superior da vida.
A alegria, por sua vez, a doutrina espírita nos apresenta sendo um estado de espírito que pode ser alcançado independentemente das circunstâncias externas, e depende apenas de nós. Ela surge da conexão com a nossa essência divina, da prática do bem e da gratidão pelas bênçãos da vida. É um sentimento que transcende a felicidade momentânea e traz paz e serenidade ao coração.
Aprendemos no Espiritismo que a verdadeira felicidade só pode ser alcançada quando nos libertamos das amarras do egoísmo, da inveja e do orgulho, e passamos a viver em harmonia com as pessoas e todos os seres da natureza.
É preciso buscar o equilíbrio interior, cultivar o amor e a compaixão pelos que nos rodeiam e assumir a responsabilidade pelos nossos atos.
Essa conquista individual de felicidade e alegria é o objetivo maior da vida, pois buscamos sempre a felicidade como sendo a solução dos problemas. Eliminar todos e tudo aquilo que nos incomoda é ledo engano, visto que, em verdade, precisamos aprender a viver dentro de nós a felicidade e a alegria mesmo nos momentos difíceis, o que, sem dúvida, é uma tarefa árdua e muito difícil, mas não impossível. Vivendo o Evangelho de forma real e verdadeira, conseguiremos conquistar a felicidade e a alegria interior.
Disse Paulo certa vez: “Eu aprendi a me contentar com o que tenho”. Devemos refletir que quando disse isso ele estava preso em Roma, num calabouço úmido e sujo, e em sua volta havia apenas dor, ódio, violência sem limites.
Por que ele disse isso então? Ele já tinha consciência da verdadeira vida, ele já sabia que tudo na vida é lição, passagem e, assim, manter o bom ânimo é uma tarefa de todos nós.
Assim, devemos refletir e entender que a felicidade é um processo contínuo de evolução espiritual, que envolve aprendizado, superação e transformação. Ela não é um destino final, mas sim uma jornada que deve ser percorrida com perseverança e determinação.
Podemos concluir, então, que a alegria e a felicidade são estados de espírito que se desenvolvem a partir da nossa conexão com nossa essência divina, ou seja, com Deus nosso Pai, vivendo os ensinos do Mestre Jesus e firmando o nosso compromisso com o bem e a evolução moral.
Precisamos viver os ensinamentos do Espiritismo, para podermos encontrar a verdadeira felicidade e viver em paz e harmonia com nós mesmos e com o mundo que nos rodeia.

Wagner Ideali

Imagem ilustrativa

terça-feira, 28 de março de 2023

Da mocidade ao poder, da fortuna à Inteligência....


Imagine o leitor as possibilidades da Mocidade, da Fortuna, da Liberdade, do Poder, da Inteligência, do Casamento venturoso, da Saúde.... São aspirações comuns na maior parte da Humanidade, são desejos e lutas em busca desses estados. Se puderem estar aliados, então, ainda melhor, não é mesmo? É o pensamento corrente.
Todos eles, porém, requerem discernimento, bom senso na vivencia ou no uso consciente, evitando-se abusos e seduções, sob pena de grandes decepções.
Tentações variadas e mesmo avanços ou ataques da inveja e do ciúme, seduções de toda espécie rondam as proximidades desses dons. Inclua-se ainda a indisciplina que gera tantos transtornos ou discórdias que se instalam, solidão, abandonos e contatos com a ignorância e desafios outros.
Aí está o escopo do capítulo 27 – O dom esquecido, constante do livro Jesus no Lar (ed. FEB), de Neio Lúcio/Chico Xavier. A narrativa refere-se a um homem com muitos méritos e que foi pedindo esses dons, um a um, vivendo-os em plenitude e sempre encontrando decepções à sua volta, apesar dos dons....
Voltando à Corte Celeste muito desanimado, face às frustrações, indagando qual dom lhe faltara pedir. A resposta foi que faltou vivenciar a Coragem. Segundo o Mensageiro Celeste, essa grande virtude é o maior de todos os dons, pois produz entusiasmo e bom ânimo para o serviço indispensável de cada dia.
Se o homem não possui coragem para sobrepor-se aos bens e males da vida humana, de pouca utilidade são os dons temporários na experiência transitória.
Adaptação parcial, inclusive com pequenas transcrições, do capítulo citado no próprio texto.

Orson Peter Carrara

Imagem ilustrativa

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O Problema de ignorar


“E abrindo a sua boca os ensinava.” – (Mateus, 5:2.)

São muitas as interrogações que causam hesitação, surpresas e até medo do ser humano na compreensão dos percalços que podem surpreendê-lo nos caminhos da vida.
Como entender os dissabores que surgem de repente mesmo no caminho daquele que se esforça por seguir uma conduta decente e uma convivência fraterna com seus semelhantes?
Por mais se tente o estabelecimento da luz em nosso caminho, a treva se faz presente, mesmo projetando atividades na caridade para auxílio e ajuda ao próximo, a má-fé, a má vontade a malevolência surge procurando perturbar o projeto de realização, infiltrando o desânimo nos corações bem-intencionados.
A doutrina espírita nos esclarece que o homem de bem como nenhum outro desfruta de privilégio perante as Leis Divinas e dessa forma também encontrará em seu caminho muitos obstáculos e atitudes sombrias desafiando sua coragem e sua fé.
É preciso entender que sendo Filho de Deus que é soberanamente bom e justo, esses dissabores certamente têm uma finalidade útil em nossa vida. São na verdade desafios próprios de um planeta de expiações e provas como o nosso, para estimular em nós o desenvolvimento da inteligência na busca da solução mais adequada para cada situação.
O cristão sincero seguidor de Jesus, todavia, sabe que conforme as mensagens e exemplos de seu Mestre e Guia não deve perder tempo com interrogações e ansiedades descabidas, pois ELE, sendo o Justo por excelência, não teve qualquer facilidade na difusão das Leis de Deus entre nós.
Jesus já nos antecipava com suas atitudes que a ignorância é a fonte primeira do desequilíbrio do homem, evidenciando que quando alguém busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por enquanto, as benesses das virtudes que conduzimos em nosso Espírito imortal, nada mais que isto.
“Jesus, porém, traçou o programa desejável, instituindo o auxílio eficiente. Observando que os filhos do povo se aproximavam d’Ele, começou a ensinar-lhes o caminho reto, dando-nos a perceber que a obra educativa da multidão desafia os religiosos e cientistas de todos os tempos.

Quem se honra, pois, de servir a Jesus, imite-lhe o exemplo. Ajude o irmão mais próximo a dignificar a vida, a edificar-se pelo trabalho sadio e a sentir-se melhor.” (l)

Urge esqueçamos as sombras causadas pela ignorância que ainda permanece escravizando grande parte da sociedade terrestres, procurando cada discípulo de Jesus nos ensinamentos de Luz estabelecido por seu Evangelho, servir ao seu Mestre e Senhor da melhor forma possível e com os recursos que dispusermos para este nobre projeto de crescimento intelectual, moral e espiritual que nos cabe empreender.

Jesus nos guie!

Referência:
(1) Xavier, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel. Livro Vinha de Luz – FEB, cap. 17

Francisco Rebouças

Imagem ilustrativa

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Diante do cansaço, busquemos novas forças


“Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou. Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar. Age auxiliando. Serve sem apego. E assim vencerás.” Emmanuel/Chico Xavier

Momentos existem em nossas vidas em que nos sentimos mais cansados, um pouco apáticos e desmotivados, mas tudo isso é muito natural diante da vida atribulada que levamos aqui na Terra, pois nosso planeta é um local de expiações e provas.
Como é do nosso total conhecimento, somos Espíritos eternos, vivenciando mais uma existência física, trazendo conosco a herança do passado a refletir nos dias presentes, por isso a necessidade de expiação, ou seja, a correção daquilo que não fizemos direito e que precisa de reparação. São novas oportunidade para reprisar a lição tal qual o aluno que não aproveitou o ano letivo e tenha que repeti-lo.
Já as provas decorrem da nossa necessidade de colocar em teste o aprendizado que já amealhamos. Nesse momento somos compelidos a exercitar a nossa força, determinação, perseverança e o real desejo de progresso espiritual.
Estas duas importantes e necessárias situações consomem as nossas forças físicas e mentais, fato que é totalmente compreensível. Em assim sendo, cabe a cada um de nós saber encontrar novas fontes de energia para recompor o nosso estoque que está em baixa.
A convicção de que somos criaturas eternas, que já superamos experiências difíceis em outras épocas e que potencialmente possuímos forças que ainda não descobrimos, nos faz ter certeza de que venceremos todo e qualquer desafio que surgir diante de nós.
Podemos buscar força na caridade em favor de alguém que esteja vivemos instantes de dor e sofrimento, procurando de alguma forma aliviar-lhe os padecimentos, oferecendo um remédio, uma palavra de consolo e esperança, um gesto de carinho ou um abraço de solidariedade. Essa atitude atrai as benéficas forças espirituais
Também, diante de uma mãe desprovida de alimentos para socorrer a fome dos filhinhos, a doação de uma cesta básica é atitude de emergência que promove conforto e serenidade a um coração aflito. A gratidão dessa mãe, mesmo que ela não manifesta, nos replenará de energia saudáveis.
Visitar uma instituição que assiste crianças, enquanto seus pais ou responsáveis trabalham e brincar que esses “pequenos”, que por várias horas do dia, diante da necessidade da família, fica longe do ambiente familiar, também é uma excelente fonte de forças em nosso benefício. A vibração festiva das crianças é uma excelente fonte de energias saudáveis.
O serviço voluntário, realizado de qualquer forma e em favor de causas nobres, desponta como um foco contagiante de energias positivas que eleva o nosso ânimo e equilibra as nossas emoções.
A frequência regular a templos religiosos, de acordo como as nossas convicções, contribui, sobremaneira, para acalmar a nossa mente e coração, enquanto as forças divinas atuam para aliviar nosso incômodo.
O cansaço, a apatia ou o desânimo que, em algumas circunstâncias, nos abatem é indício de que trabalhamos e todo trabalhador tem seus limites e, em algum momento, precisa de reposição de formas e energia. Tudo isso é muito natural. O que não podemos admitir é a ideia da inércia, de que não podemos prosseguir com as nossas atividades.
A criatura idealista, determinada e corajosa saberá encontrar meios de superação, que existem em abundância.
O problema não é cair, casado, o problema é ficar no chão esperando que mãos amigas venham nos levantar.
Aprofundemos a observação em nosso potencial e encontraremos forças adormecidas esperando que as despertemos.

Reflitamos.


Imagem ilustrativa

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

A luz nos olhos do homem no Mundo de Regeneração


Qual é o homem terreno que pode arvorar-se sabedoria suficiente para conhecer causas e efeitos que levam um ser humano a tomar esta ou aquela atitude?
Procurar a análise justa de cada situação, no silêncio da consciência ou na conversa proveitosa e discreta, será sempre oportunidade de evolução e aprendizado.
Despender energia na frase menos feliz ou no comentário que denigre, no entanto, será via certa para a recapitulação da lição, seja pela exposição ao erro, seja pela oportunidade aberta de praticá-lo.
A cura do Espírito nunca vem fora do amor. Aquele que critica, muita vez, está aquém do criticado no caminho evolutivo, pois que se ainda não compreende, também não trilhou o caminho da experiência que irá, fatalmente, acordar seu irmão para o bem.
Cale-se a voz, portanto, que queira levantar-se para o mínimo comentário negativo. Se Deus projeta incessantemente só o bem, estar com ele significa decidir, intimamente, abrir mão do mal que se carrega nos olhos e no coração, para conseguir assim enxergar o brilho radiante e perfeito de tudo o que pulsa na criação.
Que seria da flor não fosse a terra que, em suas obscuras entranhas, faz brotar a semente?
Aos olhos do homem carnal, haverá sempre luz e sombras. Mas o homem espiritual que anseia nascer —e nascerá com pujança no Mundo de Regeneração— enxergará, em si e no próximo, apenas a luz. A que já se fez, e a que está por fazer.

Que Deus abençoe nossos esforços para fazer brilhar a própria luz.

Paz,

Um Espírito Amigo
Mensagem psicodigitada pelo médium Francisco Madureira em São Paulo no dia 4/12/2012

Imagem ilustrativa