quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

25 de Dezembro


Apesar da data simbólica, o ambiente é diferente. A cada ano, as luzes – ainda que externas – oferecem um colorido agradável e a sensibilidade se eleva pela própria vibração daquele que é o Luz do Mundo, o Modelo e Guia para a Humanidade.
Ele tomou ainda o cuidado de enviar Francisco de Assis, Vicente de Paulo, Irmã Dulce, Madre Tereza, Zilda Arns, João Paulo II, Chico Xavier, Martin Luther King, Mahtma Gandi, Bezerra de Menezes, Eurípides Barsanulfo, Helder Câmara, Cairbar Schutel, Mandela e tantos outros nomes que encheriam essa página, pois que também enviou aqueles que não ficaram conhecidos ou famosos, mas todos se distinguiam por algo comum: vivenciaram o amor. Era para não nos esquecermos da sublime mensagem.
Mesmo em nossas pequenas cidades interioranas não será difícil localizar benfeitores que se destacaram pela vivência plena de sua mensagem de amor ao próximo. Muitos deles analfabetos, pobres e todos eles com algo que os caracteriza: a simplicidade, a humildade e principalmente a marca das adversidades, de dificuldades de toda ordem, e também a incompreensão, perseguição, calúnias.
Mas é pela doce presença de Jesus que a vida pode se tornar mais suave. É dele a inspiração para esses nomes que mudaram a face do mundo, pois que perceberam que a única solução para os grandes dramas sociais e mesmo para as angústias individuais – de todas as origens – é mesmo a presença de Jesus no coração, na vivência familiar, no toque especial dos relacionamentos.
Convidemo-lo seriamente para estar conosco em família nesta Noite de Natal, mas façamos disso uma presença perene durante todo o ano. Comecemos pela adoção da tolerância, da fraternidade pura em família que se estenderá depois para a sociedade. Atentemos que sua doutrina de amor resume os deveres para com Deus e para com o próximo. Pensemos seriamente quais seriam nossos deveres para com Deus e como entender efetivamente os deveres para com o próximo. Ora, não são outras as conclusões senão a confiança na vida, o estender de mãos da solidariedade uns para com os outros, o respeito pelas diferenças, a vivência da solidariedade e a extinção gradativa do egoísmo ou dos ímpetos agressivos, ainda que verbais ou mentais. Jesus efetivamente nos convida ao amor. E o amor está mais no gesto do que no fato. O amor une as criatuas, extingue as misérias sociais (pensemos na abrangência dessa expressão) e traz como resultado o aprimoramento moral e a felicidade relativa que se pode alcançar nesta vida.
Analise-se calmamente as Bem-Aventuranças e se sentirá o doce perfume do conforto que abriga, que aconchega, que convida à paz e à harmonia. Como disse Gandhi, se fossem perdidos todos os ensinos e ficasse apenas o Sermão do Monte, de nada mais precisaríamos para pautar a vida na dignidade e no amor que precisamos para viver.
Por isso nessa data especial, o sentimento que surge é o da gratidão!
Obrigado Senhor, pela sua presença, pela sua vida, pelo seu amor! Fica conosco Jesus.
Ajuda-nos a endireitar nossos passos vacilantes na senda do bem.
Aos leitores, nosso abraço de um Feliz Natal, com Jesus no coração!

Orson Peter Carrara
orson peter92@gmail.com

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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Namoro Espírita


Conheci vários... Conheci casais que começaram a namorar nas atividades da juventude espírita e que hoje se apresentam como belas famílias, integradas e felizes. Diria mais! A maioria dos enlaces são oriundos de amizades que cultivamos no ambiente escolar, no ambiente profissional e, para aqueles afetos, no ambiente religioso. Como local de convívio de pessoas que comungam a mesma visão da vida, a prática religiosa termina por ser a fonte de muitos e longos relacionamentos.
Daí surgem momentos de fortalecimento, de vivência, nas atividades do “Culto do Evangelho no lar”, na emoção dos trabalhos assistenciais, nas discussões acaloradas e toda a gama de eventos mágicos de que se compõe a nossa juventude em uma casa espírita, vividos pelo jovem casal e que trazem as mais ternas lembranças, passados os anos. O livro “Vida e Sexo”, de Emannuel, psicografia de Chico Xavier, com belas palavras descreve o período do namoro, como :
Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinqüência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.
Mas nem tudo são flores. Nos momentos de desavenças, de conflito, de separação, o conhecimento espírita e a conduta digna devem também pautar a relação. É nessa hora que nós realmente nos mostramos espíritas. Culpabilidades, ciúmes doentios, traições, abandono afetivo, gravidez indesejada e tantos outros eventos comuns aos relacionamentos não estão ausentes do mundo do relacionamento afetivo entre espíritas, o que demanda uma conduta cristã dos jovens e principalmente dos dirigentes da juventude e frequentadores da casa, entendendo os contextos, sempre com os “olhos do Cristo”.
Enumero também as desavenças entre casais que causaram entraves nos trabalhos espíritas. Companheiros ovens, labutando no bem, se ocorre uma separação, uma briga, tudo se desarmoniza. Esse é um outro cuidado que nos cabe. Saber separar a individualidade da figura do casal. Relações afetivas podem ter fim, principalmente no período da juventude, e sejamos sinceros, a “Vida continua”. Nossa relação com o trabalho no bem e com a Doutrina Espírita deve ser separada da relação afetiva. Talvez não dê para frequentar a mesma casa espírita, revendo sempre o ex-companheiro. Mas, existem outras casas e outros trabalhos...
E por fim, a questão do namoro espírita suscita no jovem ainda um outro grande desafio: E se o jovem espírita, ativo e trabalhador, engajado nas atividades doutrinárias, se apaixona por uma pessoa vinculada a outra denominação religiosa? Parece complicado...Mas tudo é uma questão de abordagem. Religião é questão de afinidade e entendimento. Deve servir para unir as pessoas e não para dividí-las. Caso o coração escolha alguém de outra seara, o “respeito mútuo a individualidade”, uma grandeza que sustenta grandes relações, deve ser a tônica que permita a vivência do amor, compreendendo a sua identidade religiosa. E nada de se afastar do trabalho no bem!
O nosso compromisso é com Jesus!
Tantas questões, tantos cuidados...Mas, ainda acho que uma das coisas mais belas do mundo é ver jovens casais irmanados no mesmo ideal, atuando na distribuição de sopa, consolando os doentes, sonhando com o dia em que terão o seu lar, farão o Culto do Evangelho, na companhia de seus filhos, espíritos que desde aquela época de “namoro espírita” os acompanhavam, já sonhando com aquele espaço doméstico envolto em ideais sublimes.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
autor de artigos publicados em diversos sites espíritas e do
livro infantil “Alegria de Servir”, editado pela FEB, evangelizador
do GE Atualpa, em Brasília-DF.
acervobraga@gmail.com

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Matemos a fome das crianças famintas e não a elas próprias


Alguns defendem a descriminalização do aborto, dizendo que é melhor não deixar a criança nascer do que ela nascer e morrer de fome.
Esse argumento é equivalente ao do médico que, tratando de um doente incurável, tomasse a decisão de matá-lo de vez!
O aborto é uma morte certa da criança, mas sua morte por fome é incerta. Ela morreria mesmo de fome? Quem pensa assim, admite ou finge que admite que a miséria e a injustiça social jamais terão fim neste mundo, e que a vitória do bem sobre o mal é uma utopia. É, pois, de fato, um equívoco alguém justificar, moralmente, o aborto, apelando para essas idéias fantasiosas e pessimistas de que criança nascida morrerá de fome. A Doutrina Espírita ensina que a Terra é um mundo de provas e expiações, mas que ele vai entrar na fase de regeneração, o que já está começando a acontecer aqui e acolá, isto é, entre algumas pessoas: Teresa de Calcutá, irmã Dulce, Chico Xavier, Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Gandhi, pastor Luther King e milhões de anônimos por esse mundo afora. Aliás, na História da Humanidade, sempre nós tivemos exemplos dessas almas de escol: são Francisco de Assis, são Vicente de Paulo e outros.
As pessoas, que são a favor do aborto, não certamente por princípio, ao preferirem assassinar seus rebentos nos ventres maternos, a deixá-los viverem e nascerem, têm as suas consciências embotadas, ou seja, indiferentes às suas faltas morais ou pecados, sendo tudo válido para elas, desde que sejam beneficiadas em seu bem-estar egoísta. Assim, mesmo sabendo que o aborto é uma transgressão grave das leis naturais ou divinas, o cometem. A teologia cristã tradicional ensina que o aborto é um exemplo do chamado pecado contra o Espírito Santo, exatamente porque se trata de um pecado contra a lei da natureza. Realmente, ele é uma falta contra a voz da consciência do indivíduo, que é a voz do seu Eu interior ou do seu Espírito Santo que nele habita. E com a agravante de que tudo é feito de livre e espontânea vontade, com pleno consentimento, com data e hora marcadas para o aborto, que, sem dúvida, ser-lhes-á mais prejudicial do que para o feto assassinado, pois são muito graves as consequências morais e espirituais para os que o praticam. Ele só é moralmente tolerável, quando for um risco de vida para a mãe, o que é admitido pela Igreja e pela Doutrina Espírita.
A eliminação duma vida humana é um assassinato, não importando se ela tenha apenas alguns minutos ou já cem anos de existência. E, por ser uma ação premeditada, mesmo que a lei a aprove, tomando emprestado o termo jurídico, ousamos dizer que, moralmente, se trata dum pecado doloso, e na linguagem da Igreja, um pecado mortal. E, como já vimos, é até considerado também como pecado contra o Espírito Santo, pelo que não tem perdão, isto é, tem que ser mesmo pago pelo pecador e até o último centavo.Que os que não querem filhos usem, pois, os meios anticonceptivos, mas não o aborto.
Mães e pais grávidos, lutem para que seu filho não venha a morrer de fome, amanhã, e principalmente, para que vocês não sentenciem a pena de morte para ele, a qual é antidivina, antinatural, injusta e covarde, pois ele é um ser humano inocente e indefeso!


Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundasfeiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sofrimento dos animais


Esse é um tema que sempre volta às cogitações. Por que sofrem os animais? Como entender as doenças que afetam esses seres que fazem parte de nossa vida, estão sujeitos às nossas ações humanas, muitas vezes cruéis, e demonstram carinho, ternura, gratidão?
Existem várias obras e estudos sérios sobre animais à luz do Espiritismo. Entre os autores clássicos, destaca-se Ernesto Bozzano; entre os autores atuais Marcel Benedeti e Eurípides Kuhl são os mais destacados, com excelentes obras que o leitor pode pesquisar em nossas distribuidoras. Também a Dra. Irvênia Prada, professora catedrática e médica veterinária da USP, tem proferido excelentes palestras e seminários sobre a questão espiritual dos animais, tendo já disponível um DVD e um livro com a temática. No portal youtube igualmente podem ser encontradas excelentes abordagens com a citada autora.
É um tema muito atraente, motivador.
Na revista Reformador, da FEB, edição 2.179, ano 128, de outubro de 2010, em excelente artigo publicado com o título As doenças podem ser evitadas?, de A. Merci Spada Borges, encontramos importante material para reflexão. Após analisar com profundidade a causa das doenças humanas – em sua grande maioria decorrentes de nossas condutas e do peso das emoções – Merci adentra o campo dos animais e indaga: 
“(...) como entender as doenças que afetam os animais? Que débitos tem eles com as leis divinas, se não possuem raciocínio, e, portanto, não são responsáveis por seus atos?” (...)”.

Destaco ao leitor trechos parciais e notáveis para reflexão e estudo do citado artigo:

a) Para os animais, as doenças funcionam como fenômenos naturais, que colaboram com a lei de destruição e transformação da matéria a que todos os seres vivos estão sujeitos.
b) As doenças e anomalias despertaram o interesse científico e isso é produtivo pois, de uma forma ou de outra, trará benefícios, não só para os animais, mas também para a população terrena.
c) É importante observar que o sofrimento dos animais é avaliado pelo teor do sofrimento humano. Quem pode garantir que eles sofrem como os humanos?

A questão em destaque abre perspectivas que a própria abordagem amplia. Vejamos o raciocínio apresentado:

a) Eles não têm preocupação com estética, não são preconceituosos, não têm consciência de suas anomalias, adaptam-se facilmente ao meio, não se preocupam com o futuro e muito menos vivenciam o terror pela invalidez e morte como os seres racionais.
b) A dor moral, expiatória e duradoura não afeta os animais.
c) Infelizmente, há um elemento que contribui para o sofrimento deles: o próprio homem.

Pensamentos, palavras e atitudes agressivos emitem energias deletérias que contaminam o ambiente e, como dardos envenenados, atingem todos os seres vivos presentes no raio de atuação.
É importante que o leitor busque o texto na íntegra, que breve deverá estar disponível no portal da FEB.
Para concluir, destaco ao leitor, também extraindo do próprio artigo:

“(...) O Espírito Emmanuel esclarece: Os produtos teratológicos constituem luta expiatória, não só para os pais sensíveis, como para o Espírito encarnado sob penosos resgates do pretérito delituoso. Quanto aos animais, temos de reconhecer a necessidade imperiosa das experiências múltiplas no drama da evolução anímica (...)”.1

E conclui a matéria:

“(...) Está nas mãos do homem contribuir para o alívio e evolução dos animais e do próprio homem. Entretanto, uma boa parte, indiferente e agressiva à Natureza, dedica-se às queimadas, à caça e à pesca predatória, à escravização dos irracionais; mal sabem eles que estão na mira infalível da lei de causa e efeito (...)”.

Nesta como em outras questões, vemos a amplidão do pensamento espírita que oferece campo de estudo e pesquisa para todas as áreas do conhecimento humano.

1 - A citação de Emmanuel, transcrita no artigo e aqui novamente reproduzida, é do livro O Consolador, questão 39, psicografia de Chico Xavier, edição FEB.

Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com

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