sábado, 21 de novembro de 2009

Revista Espírita de 1860


SUPERSTIÇÃO



Autor: Alan Kardec



Os adversários do Espiritismo acusam-no de despertar as idéias supersticiosas; mas o que há de comum entre a doutrina que ensina a existência do mundo invisível, comunicando com um mundo invisível, e fatos da natureza daquele que narramos que são os verdadeiros tipos da superstição? Onde se viu que o Espiritismo ensinasse semelhantes absurdos? Se aqueles que o atacam sob esse aspecto se dessem ao trabalho de estudá-lo antes de julgá-lo levianamente, saberiam que não somente ele condena todas as práticas adivinhatórias, mas que lhes demonstra a nulidade. Portanto, como dizemos freqüentemente, o estudo sério do Espiritismo tende a destruir as crenças verdadeiramente supersticiosas. Na maioria das crenças populares, quase sempre, há um fundo de verdade, mas desnaturado, amplificado; são os acessórios, as falsas aplicações que constituem, propriamente falando, a superstição.

É assim que os contos de fadas e de gênios repousam sobre a existência de Espíritos bons ou maus, protetores ou malévolos; que todas as histórias de fantasmas têm suas fontes no fenômeno, muito real, das manifestações Espíritas, visíveis e mesmo tangíveis; esse fenômeno, hoje perfeitamente averiguado e explicado, entra na categoria de fenômenos naturais, que são uma conseqüência das leis eternas da criação. Mas o homem raramente se contenta com a verdade que lhe pareça muito simples; eles se vestem com todas as quimeras criadas pela sua imaginação, e é então que cai no absurdo.

Depois vêm aqueles que têm interesse em explorar essas mesmas crenças, às quais acrescentam um prestígio fantástico, próprio para servirem aos seus objetivos; daí essa turba de adivinhos, feiticeiros, ledores da boa sorte, contra os quais a lei pune com justiça.

O Espiritismo verdadeiro, racional, não é, pois, mais responsável do abuso que se lhe possa fazer, que o médico não o é das ridículas fórmulas e práticas empregadas pelos charlatães ou ignorantes. Ainda uma vez, antes de julgar, dai-vos ao trabalho de estudá-lo.



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sábado, 14 de novembro de 2009

Revista Espírita, janeiro de 1859




Aforismos Espíritas


Sob esse título, daremos, de tempos em tempos, pensamentos destacados que resumirão,
em poucas palavras, certos princípios essenciais do Espiritismo.

I. Aqueles que crêem se preservar da ação dos maus Espíritos abstendo-se de comunicações espíritas, são como essas crianças que crêem evitar um perigo vendando os olhos.
Igualmente valeria dizer que é preferível não saber ler nem escrever, porque não se estaria exposto a ler maus livros ou escrever tolices.

II. Quem tem más comunicações espíritas, verbais ou por escritas, está sob má influência; essa influência se exerce sobre ele, que escreva ou que não escreva. A escrita lhe dá um meio de se assegurar da natureza dos Espíritos que atuam sobre ele. Se está bastante fascinado para não compreendê-los, outros podem lhe abrir os olhos.

III. Há necessidade de ser médium para escrever absurdos? Quem diz que, entre todas as coisas ridículas ou más que se imprimem, não ocorre que o escrevente, levado por algum Espírito zombeteiro ou malevolente desempenhe o papel de médium obsidiado sem sabê-lo?

IV. Os Espíritos bons, mas ignorantes, confessam sua insuficiência sobre as coisas que não sabem; os maus dizem tudo saber.

V. Os Espíritos elevados provam sua superioridade por suas palavras e a constante sublimidade de seus pensamentos, mas deles não se gabam. Desconfiai daqueles que dizem, com ênfase, estarem no mais alto degrau de perfeição, e entre os eleitos; a fanfarrice, entre os Espíritos, como entre os homens, é sempre um sinal de mediocridade.


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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Biografia de Alan Kardec



Allan Kardec ou Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804 e desencarnou em 1869.

Antes de se dedicar à codificação do Espiritismo, exerceu, durante 30 anos, a missão de educador. Foi discípulo de Pestalozzi, tendo publicado diversas obras didáticas.

A partir de 1855 começou a estudar os fenômenos das manifestações dos Espíritos que se revelavam pelas mesas girantes, grande atração pública da época na França.

Em 1858, fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e a Revista Espírita, lançando na prática o Espiritismo não apenas em Paris, mas em toda a França,

alcançando a Europa inteira e todo o mundo, incluindo a América Latina.

 
Dowmload da sua biografia completa:     A L A N   K A R D E C

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Revista Espírita, janeiro de 1858



Diferentes naturezas de manifestações


Autor: Alan Kardec


Os Espíritos atestam a sua presença de diversas maneiras, segundo sua aptidão, sua vontade seu maior ou menor grau de elevação. Todos os fenômenos dos quais teremos ocasião de nos ocupar, se relacionam, naturalmente, a um ou a outro desses modos de comunicação.
Cremos, pois, para facilitar o entendimento dos fatos, dever abrir a série de nossos artigos pelo quadro das diferentes naturezas de manifestações. Podem ser resumidas assim:

1- Ação oculta, quando ela não tem nada ostensivo. Tais são, por exemplo as inspirações ou sugestões de pensamento, as advertências íntimas, as influências sobre os acontecimentos, etc.;
2- Ação patente ou manifestação, quando ela é apreciável de um modo qualquer;
3- Manifestações físicas ou materiais', são aquelas que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento de objetos. Essas manifestações não comportam, muito freqüentemente, nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão chamar a nossa atenção sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força superior à do homem;
4- Manifestações visuais ou aparições, quando um Espírito se revela à visão, sob uma forma qualquer, sem ter nenhuma das propriedades conhecidas da matéria;
5- Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporte um sentido, não fora senão um simples movimento ou um ruído que acuse uma certa liberdade de ação, responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Ocorrem em todos os graus;
6- As comunicações', são as manifestações inteligentes que têm por objeto uma troca seguida de pensamentos entre o homem e os Espíritos.

À natureza das comunicações varia segundo o grau, de elevação ou inferioridade, de saber ou ignorância do Espírito que se manifeste, e segundo a natureza do assunto de que se trata.
Elas podem ser: frívolas, grosseiras, sérias, ou instrutivas.
As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombadores e traquinas, mais maliciosos do que maus, que não ligam nenhuma importância ao que dizem.
As comunicações grosseiras se traduzem por expressões que chocam as conveniências. Elas não emanam senão de Espíritos inferiores, ou que não estão ainda despojados de todas as impurezas da matéria.
As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira que são feitas. A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna e isenta de toda a trivialidade.
Toda comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, e que tem um fim útil, seja de interesse privado, é, por isso mesmo, séria.
As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc.
São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, segundo o grau de evolução e de desmaterialização do Espírito. Para se retirar dessas comunicações um proveito real, é preciso que sejam regulares e continuem com perseverança.
Os Espíritos sérios se ligam àqueles que querem se instruir e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos o cuidado de divertir, com gracejos, aqueles que não vêem, nas manifestações, senão uma
distração passageira. Não é senão pela regularidade e pela freqüência das comunicações, que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais se conversa, e o grau de confiança que merecem. Se é preciso experiência para julgar os homens, é preciso, talvez, mais ainda para julgar os Espíritos.


Fica a disposição para download todo o material desta revista:     Revista Espírita de 1858

Traduções da Literatura Espírita.




*Espiritismo: doutrina fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e em suas manifestações.

** Espírita: todo aquele que aceita a Doutrina Espírita baseada nos ensinamentos morais do Cristo, que trata da inter-relação do mundo corpóreo com os Espíritos, a reencarnação, as vidas sucessivas e os mundos evolutivos, conforme a codificação de Allan Kardec das instruções que lhe deram os Espíritos.

**Espírito: no sentido especial da Doutrina Espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o universo fora do mundo material e que constituem o mundo invisível.
Não são seres de uma criação particular, mas as almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outras esferas e que deixaram seu envoltório corporal.

**** Médium: (do latim medium, meio, intermediário). Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.

***** Espiritualismo: diz-se no sentido oposto ao do materialismo (academia); crença na existência da alma espiritual e imaterial. O espiritualismo é a base de todas as religiões.

****** Perispírito: (do grego péri, ao redor). Envoltório semimaterial do Espírito. Nos encarnados, serve de laço ou intermediário entre o Espírito e a matéria; nos Espíritos errantes, constitui seu corpo fluídico.


Fica a disposição para download o dicionário completo:   DICIONÁRIO ESPÍRITA