sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os espíritos são sempre mais numerosos do que os nascimentos


Muitas pessoas inteligentes fazem questionamentos sobre o número de espíritos que reencarnam e os nascimentos.
Como pode haver tantos espíritos para reencarnar, se o número de nascimentos de crianças cresce sempre e espíritos não são criados nas novas concepções? Segundo os pesquisadores do número de espíritos existentes que reencarnam na Terra, há cerca de trinta bilhões deles que ora estão aqui reencarnados, ora estão no mundo espiritual. Ademais, os espíritos migram de um mundo para outro. Na casa do Pai há muitas
moradas para eles (João 14,2).
E vamos ao significado das palavras alma e espírito. Foi Kardec quem melhor esclareceu essa questão. De acordo com a orientação dos espíritos, ele ensina que a alma é o espírito encarnado, e que o espírito é a alma desencarnada. Logo, o homem interior ou espiritual (2 Coríntios 4,18) é espírito e, temporariamente, é alma. E os espíritos são criados simples e sem conhecimento, como nos diz o “O Livro dos Espíritos”, de Kardec, e vão evoluindo com o seu intelecto e seu livre-arbítrio.
Deus ou seus espíritos (Hebreus 1,14) criam sempre novos espíritos, mas não necessariamente no momento da concepção, pois Deus ou seus espíritos não se subordinam à vontade do casal de copular, sem o que não haveria novas concepções. E, se os espíritos fossem criados no ato da concepção, como explicar que umas crianças nascem com problemas mentais, outras com deficiências físicas, e outras em berço de ouro, quanto que outras nascem na sarjeta? Neste caso, Deus estaria dando destinos diferentes para as pessoas, quando a Bíblia nos ensina que Deus não faz acepção de pessoas, e que nós, também, não devemos fazê-lo.
(Deuteronômio 10,17; Provérbios 28,21; Romanos 2,11; Gálatas 2,6; Efésios 6,9; Colossenses 3,25; e Atos 10,34). As diferenças, que os corpos têm, são conseqüências das ações passadas dos seus respectivos espíritos. Eu era um bom rapaz, por isso caí (reencarnei) num corpo perfeito (Sabedoria 8, 19 e 20). Neste ensino bíblico, temos as doutrinas verdadeiras da preexistência do espírito, da lei de causa e efeito (carma) e da reencarnação.
São Paulo deixou-nos um ensino alegórico sobre nossos corpos. Ele diz que o que semeamos não é a planta nova que há de ser, mas apenas o grão que morre e apodrece na terra, como acontece com nossos corpos mortos que apodrecem também na terra. (1 Coríntios 15, 35 a 38). A vida entra na nova planta que germina, como entra também no embrião da concepção. Os corpos novos da planta e do homem novos vêm das matérias (semente, espermatozóide e óvulo) provenientes dos corpos anteriores que produziram essas sementes, mas são outros corpos novos e diferentes dos que lhes deram origem. Observe-se que Paulo está falando de coisas materiais e não da vida dada pelo espírito, que, ao encarnar-se, leva-a para os corpos novos dos vegetais, dos animais e dos seres humanos, o que está de acordo com o ensino de Jesus: “O espírito é que vivifica; a carne para nada aproveita.” (João 6,63).
Os espíritos humanos, imortais que são, têm sua individualidade e identidade próprias. Eles vão para o mundo espiritual (Eclesiastes 12,7) e de lá voltam, desencarnando e reencarnando quantas vezes forem necessárias, até que paguem tudo até o último centavo, e evoluindo até que, enfim, se libertem da matéria (Apocalipse 3,12), salvando-se!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

Imagem ilustrativa

domingo, 5 de setembro de 2010

Além do horizonte


A obra de J.K. Rowling, Harry Potter (1997), apresenta uma escola de magia denominada Hogwarts, oculta dos olhares humanos, onde jovens aprendem a se tornar bruxos, em um mundo paralelo.
A cidade de Shangri-lá, encravada nas montanhas do Tibet, é um lugar mítico, na obra “Horizonte perdido” (1925), do inglês James Hilton, onde as pessoas nunca envelhecem.
Atravessando um armário, o Escritor C.S. Lewis nos conduz, em “As crônicas de Nárnia” (1949), a um mundo fantasioso, com personagens mitológicos e grandes aventuras do bem contra o mal.
Um tufão conduziu a bela Dorothy ao fantástico mundo de Oz, com estradas pavimentadas de dourado, na obra de 1900, do americano Lyman Frank Baum, “O Maravilhoso Feiticeiro de Oz”.
“-Cortem as cabeças!”, gritava a Rainha de Copas, para o espanto de Alice, em um mundo louco, no livro “Alice no país das maravilhas” (1865), de Lewis Carroll.
Manoel Bandeira cantava em versos uma Pasárgada, onde ele era amigo do Rei e teria a mulher que quisesse na cama que escolhesse...
A literatura mundial é farta de narrações épicas, de mundos míticos e fantasiosos, de lutas do bem contra o mal. Muitas dessas narrações são misturas de lendas de diversas civilizações, mescladas pelos valores cristãos, de elementos psicanalíticos antiquíssimos.
Nessas narrativas, sempre desejando um lugar mítico, um céu de nuvens algodoadas, segue sonhando a humanidade, com um paraíso além do horizonte.
Aproxima-se o lançamento em cadeia nacional do filme “Nosso Lar”, filmagem do grande romance mediúnico de André Luiz sob a pena psicográfica de Francisco Cândido Xavier, o primeiro de uma sequência de livros que reformulou os conceitos espíritas, principalmente da dinâmica da vida após o desencarne.
Estaríamos fazendo do Nosso Lar um mundo mágico e paradisíaco, um céu para além do túmulo?
Nosso lar é um local de trabalho e de luta pelo progresso espiritual da Terra. Nas próprias palavras do livro: “Nosso Lar é antiga fundação de portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI. A princípio, enorme e exaustiva foi a luta, segundo consta em nossos arquivos, no Ministério do Esclarecimento”.
Longe de ser um lugar idílico, de aventuras mágicas e de realização de sonhos, é uma organização de trabalhadores na senda do bem, de recepção dos desencarnados, de preparação de encarnações. Vê-lo como o céu e o umbral como o inferno é importar um modelo teológico que não cabe no Espiritismo.
A comunidade de Nosso Lar foi fruto de luta dos nossos abnegados irmãos e, longe de ser um mundo à parte, é um local em constante interação com o nosso planeta, como no momento da eclosão da segunda guerra, narrada em um trecho do livro.
Importantes reflexões, para não nos esquecermos que, como dito no livro, as finalidades daquela colônia “residem no trabalho e no aprendizado”, longe de ser um local de realização de sonhos ou de repouso eterno. É uma oficina bendita, de intercâmbio próximo com a Terra.

Marcos Vinicius de Azevedo Braga

acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito Federal (Brasil)


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NOSSO LAR - Trailer HD