segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nem tudo é mediunidade


Realmente, sintomas físicos ou mesmo perturbações emocionais e psicológicas podem ser confundidos com mediunidade. Atendentes fraternos, dirigentes, coordenadores de estudos e mesmo palestrantes ou escritores, precisamos sempre levar em conta esse detalhe.
Mediunidade, como já aprendemos, não é doença, nem tampouco privilégio ou exclusividade dos espíritas. É, antes, potencialidade humana, apesar dos diferentes estágios em que se apresenta e das variáveis que afetam sua manifestação, inclusive de maturidade emocional, intelectual e do meio onde se apresenta.
Não é incomum pessoas tristonhas e deprimidas, muitas vezes dependentes de medicamentos, serem confundidas pela precipitação de dirigentes que alegam ser o exercício da mediunidade o único caminho de superação desses estados.
Indicam presença de espíritos perturbados ou perturbadores como causa do abatimento e apontam, equivocadamente, como causa uma suposta hipnose de espíritos, agravando ainda mais o quadro de aflição da pessoa que simplesmente precisa de ajuda...
Tais considerações foram inspiradas no capítulo 22 do livro Encontros com a Consciência, ditado pelo Espírito Irmão Malco ao médium Alaor Borges Jr. Referido capítulo descreve o diálogo de um atendimento fraterno. Aliás, todo o livro é composto de casos relacionados a ocorrências em centros espíritas, inclusive com muitos ensinos de Chico Xavier. No caso em questão, o Espírito que relata a ocorrência conclui com sabedoria: “(...) Passei a entender que, na condição de socorrista espiritual, temos que ter muito critério. Nem todo distúrbio nervoso, qual seja a depressão, síndrome do pânico, insônia e outras mais, estão relacionadas à presença de mediunidade (...)”.
Nesse ponto, interrompemos a transcrição para destacar, aí sim, caminhos de superação de estados de abatimento, na continuidade do raciocínio do autor: “(...) mas o serviço prestado pelo passe, as palestras, a água magnetizada e o vínculo com as atividades assistenciais da casa têm valor inconcebível. (...)”.
O destaque é nosso e proposital. Não percebemos que muito mais que focar nossa atenção em supostas influências de espíritos, embora elas sejam reais e contínuas, precisamos, isso sim, prestar mais atenção em nossas reações e procurar no Espiritismo o que ele realmente tem a oferecer: o consolo, a diretriz, o conforto, a orientação, a luz para nossos caminhos, a lucidez de seus fundamentos, caminhos claros de entusiasmo e superação das dificuldades que normalmente enfrentamos, até pela nossa condição humana. Recursos que encontramos, principalmente, nos estudos, palestras...
O livro é rico de casos assim. Mágoas, dinheiro, opiniões, relacionamentos, dificuldades, influências, inspiração, pressa, entre outros temas, vão surpreender o leitor. Exatamente pela clareza e concisão dos diálogos. Não deixe de conhecer. Trará benefícios para os grupos espíritas. 

Orson Peter Carrara
orsonpeter@yahoo.com.br

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Alta costura


S l i d e


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Enviado por: Felinto Elízio Duarte Campelo

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Fé é forte com a Razão, como é forte a moeda sem inflação


Entre as verdades que Kardec nos legou, eis uma: “A fé só é inabalável, se ela puder enfrentar a razão face a face em qualquer época da história da humanidade.” Sim, a fé tem que estar de acordo com a razão, caso contrário, ela baqueia, fazendo do crente um fiel de pouca fé e que a pode perder a qualquer momento. Além disso, quem tem esse tipo de fé frágil, não a põe em prática no seu dia-a-dia, a qual se torna, pois, uma fé morta. (São Tiago 2,17; e 1 Coríntios 13, 1 a 4).
O cristianismo instituiu algumas doutrinas polêmicas que foram mantidas à força pela Inquisição, para o fim da qual muito contribuiu a histórica Reforma de Lutero. A Igreja até fez a sua contrarreforma com o Concílio Ecumênico de Trento (1545-1563). Porém as doutrinas polêmicas foram mantidas e outras novas foram instituídas, como a da Transubstanciação, em vez da Consubstanciação defendida por muitos bispos da época e que é mais conforme à Teologia Protestante.
Com a evolução, cresce a nossa individualidade, o que nos torna, cada vez mais, mais independentes em matéria de crença. Esse fenômeno acontece com os fiéis de todas as religiões. Tudo no mundo muda sem parar. E o que mais tem que mudar é justamente o nosso modo de crer em Deus, pois ninguém entende o que é mesmo Deus. As teologias têm sido fábricas de superstições sobre Deus. Ninguém conhece as coisas de Deus. (1 Coríntios 2,11). Se não conhecemos as coisas de Deus, menos ainda sabemos o que é Deus. “É mais fácil dizermos o que Deus seja do que o que Ele é”. (Sto Tomás de Aquino).
Toda crença deve se impor pela razão, jamais pela força. Mas mesmo a crença racional, com o tempo e a consequente e inevitável evolução da mentalidade humana, está sujeita a mudanças. Aliás, apenas Deus é imutável, pois só Ele é permanente. O nosso conceito sobre Deus é que é impermanente pela força mesma da evolução constante de nossa mentalidade. E cada um tem um Deus do tamanho de sua ideia sobre Ele. Lembro-me agora de que na minha primeira série do primeiro grau ou do antigo primário, a professora ensinava que o motorista dum veículo e os seus passageiros defendiam-se do frio e da chuva, fechando os vidros das janelas do carro. E, como se fosse uma coisa muito importante, ela perguntava aos alunos: O que a gente faz num carro quando chove e faz frio? E todos nós alunos respondíamos em coro: A gente fecha os vidros das janelas do carro. Parecíamos nós alunos e a professora uma turba de retardados! E você que me prestigia com sua leitura já imaginou o que nós, naquela época, pensávamos sobre Deus?
Aliás, até os teólogos, comparados com os de hoje, falavam muitas besteiras sobre Deus. O que diríamos, então, do conceito de Deus dos teólogos dos primeiros séculos do cristianismo, de cerca 17 séculos?
Assim como a moeda forte só é aquela sem inflação, e que incrementa, pois, o progresso (de que o Real de Fernando Henrique Cardoso e Itamar é um exemplo no Brasil), só a fé com a razão, ou seja, raciocinada no dizer de Kardec, é também realmente forte. E apenas essa fé forte racional é a que condiz com a nova mentalidade dos espiritualistas do Terceiro Milênio.
Salvemos o cristianismo, que não pode continuar sendo um museu de teologias mitológicas contrárias à lógica e à razão!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site: www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.
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