quarta-feira, 4 de maio de 2011

O mundo está melhor sem Bin Laden?


A morte de Osama Bin Laden é apenas uma pequena amostra da ilusão que o ódio pode ocasionar na criatura humana. Integrantes da família universal podem, quando revestidos de sentimentos menos felizes, considerarem-se ferrenhos inimigos, como no caso em questão. Lamentável, pois, as atitudes dos terroristas que se voltam contra os EUA, como também é lamentável a felicidade com ares de vitória da terra do Tio Sam pela morte de Bin Laden. Em ocasiões assim não há vencedores. Todos perdem.
Interessante que o desconhecimento das leis que regem a vida faz com que até mesmo figuras inteligentes percam-se em devaneios. Explico melhor:

André Trigueiro, jornalista da Globo News, no programa em que apresenta questionou renomado professor de História Contemporânea se o mundo ficaria melhor com a morte de Bin Laden. O acadêmico, impetuosamente respondeu: Obviamente que sim!
Certamente o professor desconhece que despojado do invólucro de carne Bin Laden não perdeu sua ira. Ele não sumiu, apenas está sem o corpo físico. Não vejo, então, qual a melhora efetiva do mundo sem a presença física do terrorista. O mundo estaria melhor se ele tivesse mudado suas disposições íntimas, regenerando-se. Sabemos que nada disso ocorreu, portanto...
Vale destacar também que o sentimento de pseudo-alegria de uma nação pela morte de alguém que os tem como inimigos somente acirra os ânimos exaltados de alguns fanáticos, fazendo a perpetuação do ódio e da vingança.
A morte do corpo não significa a morte do sentimento ou da individualidade.
Continuamos existindo e atuando em consonância com nossos propósitos e objetivos. E as vibrações destemperadas de alguns encarnados atingem em cheio o objeto de suas doentias emanações mentais.
Portanto, fácil concluir que desprovido do corpo Bin Laden continuará atuando.
Por isso recomenda-se o perdão das ofensas, para que as contendas não se transformem em ardilosos e nefastos processos de obsessão que perduram por tempo indeterminado, até que as partes envolvidas disponham-se a aparar arestas. É fácil perdoar, simples, passe de mágica? Todos sabemos que não. O perdão é uma construção daquele que busca estar em paz consigo e sua consciência. Muitos dizem: Mas como perdoar? Como conceder o benefício do perdão a um terrorista ou a alguém que tirou a vida de uma pessoa que eu amo? Primeiro é preciso compreender que o perdão beneficia quem o concede, porquanto o livra das correntes do ódio e da vingança.
Aliás, a vingança é claro sinal de inferioridade. Conforme consta em O Evangelho Segundo o Espiritismo na elucidativa mensagem de Júlio Olivier que transcrevemos parcialmente:

A vingança é um dos últimos remanescentes dos costumes bárbaros que tendem a desaparecer dentre os homens. E, como o duelo, um dos derradeiros vestígios dos hábitos selvagens sob cujos guantes se debatia a Humanidade, no começo da era cristã, razão por que a vingança constitui indício certo do estado de atraso dos homens que a ela se dão e dos Espíritos que ainda as inspirem.

Se buscamos seguir Jesus é inconcebível que vibremos com a desdita do outro.
Se não é possível perdoar, ao menos não alimentemos a vingança. Se o perdão se faz impossível e nosso coração ainda não é brando o suficiente para concedê-lo, que ao menos não cogitemos de prejudicar quem quer que seja.
Por essas e outras é que discordamos com veemência do professor que concedeu entrevista ao André Trigueiro.
O mundo não está melhor nem pior sem a presença de Bin Laden.
O mundo só estará melhor quando aprendermos a perdoar e o mundo só será o ideal quando aprendermos, de fato, a amar. Assim, nada de perdão, porquanto não estaremos mais no primitivo estágio de causar dano ao outro.
Reflitamos com gravidade nesse momento e analisemos nossa postura como espíritas. O ódio não combina com aqueles que pretendem seguir Jesus.
Pensemos nisso.

Wellington Balbo – Bauru - SP
wellington_plasvipel@terra.com.br 

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sábado, 30 de abril de 2011

Sublime encontro


Corria a primeira semana do mês de abril daquele ano inesquecível, às vésperas da páscoa.
No caminho que vinha de Jafa em direção à porta de Efraim, na entrada noroeste da cidade de Jerusalém, um judeu de outras plagas caminhava apressado.
Homem robusto, dotado de grande força física, Simão, natural da cidade de Cirene, destacava-se da multidão em torno pela diferença de suas vestimentas, tão ao gosto da nação cirenaica.
O cireneu trazia o coração em chagas, sofrendo com as dores das provas familiares que lhe colhiam a existência. A cabeça doía e seu pensamento desencontrado assemelhava-se a fogueira acesa por dentro do próprio crânio.
Lembrava-se confrangido da esposa incompreensiva e ciumenta.
Recolhia pela tela mental a lembrança dos filhos queridos.
Alexandre, o mais velho, estava acometido de enfermidade insidiosa a consumir-lhe as forças em estranho estado febril.
Rufus, o mais novo, mais parecia um endemoninhado, tomado que se encontrava por um espírito imundo.
Detentor dos títulos de propriedade de grande gleba de terras produtoras de especiarias e alimentos, nos altiplanos das cercanias de Cirene, Simão preocupava-se com o andamento dos negócios.
Sem a colaboração da família amada, divisava a falência muito próxima de seus esforços. Por isso mesmo decidira seguir para Jerusalém para as comemorações da páscoa, a fim de buscar forças nas orações, no templo principal da cidade dos eleitos.
Aproveitaria a viagem também para estabelecer novos contatos na rota de comércio que unia as diversas províncias do império desde Cartago, passando pela Tripolitânia até sua nação cirenaica, e, de lá passando por Alexandria até atingir a importante Jerusalém.
Ao aproximar-se o arco do portal de Efraim, absorto em seus pensamentos e sentimentos mais íntimos de desalento, Simão Cireneu foi surpreendido pela abordagem rude de destacado centurião romano a serviço do império.
Longinus ordenara-lhe então em nome de César a seguir-lhe incontinenti.
Subitamente a paisagem mental de Simão anuviou-se mais ainda...
Tencionava entrar na cidade em busca do templo para os ritos próprios da tradição judaica na páscoa e haveria de se desviar sob as ordens do romano.
Contrariado e aflito, aquela situação tirou-lhe forçosamente do seu cismar.
Reparou então triste burburinho mais adiante.
Uma legião de centuriões romanos trazia três condenados à morte, demandando a região do Gólgota, pequena elevação de terreno num monte conhecido em latim pelo nome de Calvarium.
Num átimo entendeu o que se passava.
Um dos condenados estava quase exânime, esvaído em sangue e suores...
Sob as ordens de Longinus, Simão Cireneu foi constrangido a ajudar aquele condenado, carregando-lhe o madeiro infame até o destino final.
Inusitada agitação se apossou do espírito de Simão, como a pressentir que toda sua vida mudaria drasticamente a partir de então.
Vagamente veio-lhe à mente a lembrança de que haveria de estar em Jerusalém um novo profeta que, pelos relatos de uns, operara milagres, e, pelas observações de outros, era o Messias Prometido e tão aguardado pelos judeus.
Num instante, quando tomou a si a tarefa de levantar aquele madeiro infamante, cruzou o olhar com o atraente e profundo olhar daquele condenado.
Fortíssima emoção dominou-lhe as mais íntimas fibras do ser.
Teve ímpetos de se jogar ao chão, beijando os pés daquele homem diferente...
Que olhar seria aquele, a lhe perscrutar a alma de forma inequívoca, como a lhe desvendar os mais íntimos segredos?
Simão Cireneu estremeceu!
As lágrimas tomaram-lhe os olhos e, entre a estupefação e a surpresa, ouviu de Jesus de Nazaré a seguinte exortação que registrou pelo espírito:

_ “SIMÃO DE CIRENE, FILHO DO CORAÇÃO, TOMAI O VOSSO MADEIRO E VINDE APÓS MIM! APRENDEI QUE SOU BRANDO E PACÍFICO E PRATICAI A LEI DE AMOR E CARIDADE QUE VOS RECOMENDO EM NOME DE NOSSO PAI CELESTIAL!”

Um turbilhão, como um raio, abateu-se sobre o entendimento de Simão Cireneu.
Compreendeu num momento que aquele era o Messias de Deus a chamar-lhe a colaboração imediata para o estabelecimento do Reino Celeste na face do mundo.
Grossas lágrimas corriam-lhe pelas faces, sem compreender a razão do ignominioso sofrimento a que se submetia o Filho de Deus.
Enquanto prosseguia sua tarefa de levar o madeiro ao cume do Gólgota ainda ouviu do Senhor:

_ “VOLTAI PARA CIRENE.
VOSSOS FILHOS ESTÃO CURADOS E VOSSA ESPOSA VOS COMPREENDERÁ SE TIVERDES PACIÊNCIA.
OLHAI OS FILHOS DO SOFRIMENTO EM TORNO DE VOSSOS PASSOS.
IDE E CURAI-OS POR MINHA ORDEM EM NOME DO PAI!”

Simão guardou aquela exortação inesquecível gravada na alma.
Depois de acompanhar de peito opresso os tristes acontecimentos do calvário, demandou buscar os discípulos daquele Mestre de Luz e Amor para aprender com eles a Sua Mensagem Libertadora.
Na volta para casa, Simão Cireneu nunca mais fora o mesmo.
Ensinadas as verdades cristãs aos filhos queridos, por muitos anos surpreenderíamos o seu grupo familiar divulgando o Evangelho de Jesus no norte da África, amparando os aflitos do caminho e curando, em nome de Deus, os doentes do corpo e da alma que encontrava.
Lembrando-nos, caros irmãos, do exemplo de Simão Cireneu, entenderemos que FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO!

José
Mensagem psicografada em reunião pública do Centro Espírita Luz, Amor e Caridade na noite do dia 28/07/2003 por Geraldo Lemos Neto.
Estudo da noite: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV, itens 4 e 5.

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Questão 625: QUAL O TIPO MAIS PERFEITO QUE DEUS OFERECEU AO HOMEM PARA LHE SERVIR DE GUIA E DE MODELO? 

Resposta: Vede Jesus.- Livro dos Espíritos, 65ª edição-tradução de J. Herculano Pires.
__._,_.___
 
"A fé é uma necessidade imprescindível para a felicidade, fator essencial para as conquistas íntimas nos rumos da evolução."

Joanna de Ângelis

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Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com
 
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

A companheira da Teologia dogmática pôs viseiras na bíblia


A companheirada da teologia dogmática fez como que um tsunami na Bíblia. Realmente, com as decisões dos concílios ecumênicos de Nicéia (325), Constantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedônia (451) e Constantinopla II (553), os teólogos viraram a Bíblia às avessas, com acréscimos nela, eliminação de textos dela, e principalmente, passaram a interpretá-la à sua moda, alterando o rumo do cristianismo.
Os teólogos contrários a essas arbitrariedades foram tachados de hereges, perseguidos e até eliminados, como aconteceu com os gnósticos, pela ala ortodoxa do cristianismo, que contou com o apoio do poder civil. Mas a verdade deve ser dita. Esse apoio, por um lado, foi bom, pois poderia ter acontecido o pior, isto é, a destruição do cristianismo pelo paganismo. “Deus sabe tirar do mal o bem”.
Para a palavra geração na Bíblia, os teólogos deram apenas uma interpretação simples, isto é, aquela consanguínea comum, quando ela tem também o significado de reencarnação coletiva e outros de acordo com a palavra grega que lhe corresponde. Assim “gennémata”: geração com o sentido de raça. “Geração (raça) de víboras...”. (Mateus 3:7; e 12:34). “Genémata”, com apenas um “n”: geração de produto vegetal.
“Não beberei da geração da videira até que...”. (Lucas 22:18).
“Genealogoúmenos”: geração de filhos. “Essa geração não é enumerada entre eles”. (Hebreus 7:6). “Genétheis”: geração de Deus. “Quem é da geração de Deus...” (1 João 5:18).
Mas a palavra geração mais comum na Bíblia, e que tem também o significado de reencarnação coletiva de muitos espíritos ao mesmo tempo, e que se repete, é “Geneá”: “A sua misericórdia se estende de geração em geração”. (Lucas 1:48-50). Vamos ver, com as citações de textos evangélicos, que Jesus condena a geração (reencarnação coletiva) incrédula de seu tempo, que, segundo Ele, é a mesma do Velho Testamento que vem derramando o sangue de inocentes e de profetas, desde Abel até Zacarias. Veremos também que essas duas gerações do passado e do tempo de Jesus (com os mesmos espíritos) se levantarão (reencarnarão) juntamente com a Rainha do Sul (de Sabá) e os ninivitas, nos últimos dias do juízo final, os quais, reencarnados, condenarão as citadas duas gerações de assassinos do Velho Testamento e de incrédulos contemporâneos de Jesus, que são reencarnações das gerações assassinas do passado. “A rainha do Sul se levantará com os homens desta geração (contemporânea de Jesus, a mesma assassina do V.T.), e os condenará...” (Lucas 11:31; Mateus 12: 38-42). “Ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão...” (Lucas 11:32).
Vejamos que o “castigo” virá sobre aquela geração incrédula do tempo de Jesus, que, como vimos, é a mesma do passado e a mesma do futuro que será julgada pela rainha do Sul e os ninivitas. “Por isso é que vos envio profetas sábios e escribas: a uns matareis... de tal forma que venha sobre vós todo o sangue justo que se derrama sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias... Em verdade vos digo que tudo isso virá sobre esta geração”.(Mateu 23: 34-36). Essas questões se tornam ainda mais claras, quando sabemos que descendentes não pagam pecados de antepassados. (Ezequiel 18:20).
Quem não enxergar nesses fatos bíblicos a reencarnação, é mesmo porque não a quer ver. “E o pior cego é aquele que não quer ver”!

Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Reflexões sobre a vida a dois


A vida a dois merece muitas reflexões, nas horas de nosso precioso tempo olhando o azul do céu e filosofando na vida. Na verdade, merecia um curso. Fazemos cursos de tantas coisas, mas não realizamos cursos para refletir e analisar a importância e as questões envolvidas em se viver com outra pessoa e dali constituir uma família. Sobre esse tema nos debruçaremos nesse texto em algumas reflexões, de forma encadeada.
A primeira questão é a pessoa com quem dividiremos a nossa caminhada. Deve ser mais igual ou mais diferente do que nós? O diferente complementa e o igual une... Penso que os dois aspectos são importantes, mas que devemos buscar o que temos de mais igual. Não nos aspectos do gosto e das vontades, que são da superfície. Devemos buscar a afinidade em fatores mais profundos, como os princípios e valores. Esses precisam se encontrar várias vezes na caminhada da vida a dois.
Outro ponto interessante é o respeito à individualidade. Termos nosso espaço é necessário! Não podemos nos sentir sufocados... Mas essa visão de respeito à individualidade por vezes se confunde com culto ao individualismo. Loteamos horários e espaços, achamos que respeitar o outro é ter o dia do futebol e o dia do chá com as amigas. É mais do que isso! É entender os projetos do outro, as visões, e fazer com que o espaço coletivo tenha espaço para cada um, inclusive os filhos.
Não podemos deixar de falar da rotina... A rotina é boa, pois as surpresas podem ser desagradáveis. A rotina nos encaminha à reclamação sistemática, às frustrações que são comuns à vida, oriundas da nossa vontade de controlar o mundo. É preciso lidar com as frustrações, convivendo com a alegria do possível e a luta pelo impossível.
Da reclamação deve surgir o diálogo resolutivo. As frustrações nos fazem lembrar que não se pode ter tudo na vida, independente se a vida é a dois ou não, e que existem conquistas individuais e coletivas. A rotina não pode ser culpada da nossa ausência de capacidade de enxergar que cada dia é um dia novo, com desafios e oportunidades.
Os desafios, essa é uma reflexão muito interessante. Não nos preparamos para a vida a dois. Pensamos apenas nos momentos idílicos ou nos assustamos de forma maniqueísta com a possibilidade do casamento. A vida tem desafios – a subsistência, a doença, a desencarnação, as ilusões – e os desafios demandam maturidade, coragem e solidariedade. Existirão dias de prosperidade, mas também dias de luta. Perceber isso é um grande sinal de maturidade.
Remete-nos essa questão que a vida a dois nos faz protagonistas, deixamos de ser adolescentes e somos agora adultos responsáveis – respondemos pela nossa vida.
Precisamos romper os liames com os nossos pais, seguir adiante, mantendo a boa relação sem dependência. Está aí mais um segredo da vida a dois! Ter uma vida a dois é ter o desejo de construir uma relação. É mais do que consumir em outro nível. É dar de si, abrir mão em torno de um novo instituto que receberá em breve novos Espíritos, dando prosseguimento ao ciclo da vida.
E às vezes é do ciclo da vida as relações terminarem. Esse processo nos demanda civilidade, respeito e, acima de tudo, uma postura cristã. Se separar é uma arte quase tão sublime quanto se unir. O respeito, o cuidado com as crianças, o atendimento aos compromissos materiais assumidos e o clima de paz devem ser situações observadas, onde a religião nos auxilia nesse processo.
Por fim, na nossa reflexão de ideias encadeadas, podemos asseverar que uma vida a dois saudável não prescinde de uma religião. A religião é que nos permite trabalhar a espiritualidade, nos relacionar com outros planos da vida sem esquecer a vida no Planeta Terra. A religião nos brinda com a profundidade dos valores e os alicerces da fé nos sustentam nos momentos difíceis, naturais da vida a dois.
Refletir sobre a vida a dois, o que ela significa, é caminho de amadurecimento.
Mais do que festas, cerimônias, imóveis e móveis, a decisão de trilhar caminhos conjuntos traz consequências para a nossa encarnação atual e para as futuras.
Consequências felizes, mas por vezes desastrosas.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito Federal (Brasil)


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sábado, 9 de abril de 2011

A teologia dos cristãos primitivos era mitológica


As tradições religiosas e mitológicas dos países circunvizinhos da Palestina estão presentes no Judaísmo, que os transmitiu para o cristianismo. Aliás, todos os primeiros cristãos, inclusive Jesus, eram judeus. Assim, muitos teólogos cristãos antigos colocaram em suas elucubrações teológicas idéias mitológicas. E é estranho que a teologia cristã do Terceiro Milênio ainda esteja mesclada de mitologia!
A palavra base da mitologia é mito, sinônimo de fábula e de mentira. Mitomania é mania de mentir. E a mitologia tornou-se importante nos trabalhos eruditos modernos como subsídio da ciência da história das religiões. Mas questões religiosas mitológicas não devem ser interpretadas literalmente. A própria Bíblia, que recebeu também influências mitológicas, tem muitos textos que não podem ser interpretados literalmente.
Nas Escrituras Sagradas, nós espíritos humanos encarnados e desencarnados somos chamados de filhos de Deus e, também, de deuses (Salmo 82, 6; são João 10,34; e 1 Samuel 28,13). E Jesus, é óbvio, é também Filho de Deus e Deus, mas relativo. Sim, Jesus e todos nós somos deuses relativos, pois Deus absoluto é só um (1 Timóteo 2,5), o que é Pai e Mãe de todos nós. Porém, por Jesus ser um Filho especialíssimo de Deus e por influência da mitologia, os teólogos O transformaram em outro Deus absoluto. E, também, por influência da mitologia, ao divinizarem Jesus, criaram até mãe para Deus (“Teotokos”). Mas Maria é apenas Mãe de Jesus (“Cristotokos”). É até blasfêmia falar que Deus tem mãe! E, exatamente, porque Jesus tem mãe, Maria Santíssima, Mãe da Humanidade, Ele não é Deus absoluto.
O Verbo era Deus (relativo, porque foi criado ou gerado) e estava com Deus (absoluto, incriado ou ingerado). Jesus Cristo, o Enviado de Deus, é um Filho especial de Deus, o Pai, o único Ser Incontingente de são Tomás de Aquino, e para os espíritas a Causa Primária de todas as coisas e Inteligência Suprema (Pergunta Nº 1 do “O Livro dos Espíritos”, de Kardec). Há uma grande diferença entre Jesus e nós. Mas entre Ele e Deus há um abismo, como já o dizia Ário, o grande teólogo não mitológico do alvorecer do cristianismo. É que a superioridade de Deus sobre Jesus é infinita. “O Pai é maior do que eu” (João 14,28).
Quando Jesus disse esta frase: “O que ligares na Terra está ligado nos céus”, ela não foi só para os apóstolos, mas também, para todos os seus discípulos daquela época e de todos os tempos. Igualmente, aquela conhecida frase de perdoar pecados vale para todos nós. Realmente, não só os apóstolos e o clero, mas todos nós podemos e até devemos perdoar sempre ou setenta vezes sete aos que nos ofendem, o que fica ligado nos céus, como nos ensina também a lei de causa e efeito ou cármica. No caso de que essas referências de Jesus fossem mesmo apenas para as autoridades religiosas sucessoras dos seus apóstolos, por que essa exclusividade não está explícita na Bíblia? Isso mais me parece uma pretensão inconsciente, oriunda não só da mitologia, mas também e, principalmente, do ego ou egoísmo dos nossos irmãos eclesiásticos e teólogos antigos, medievais, modernos e contemporâneos.
E é por isso e outras coisas mais que o cristianismo sempre esteve dividido e está também, atualmente, sendo preterido por outras religiões, quando não pelo materialismo!

Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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Dor e Confiança - Allan Filho

domingo, 20 de março de 2011

Predição do futuro causa polêmica em meio acadêmico


Causou furor na Imprensa pátria (Portal G1-11.01.2011; Correio Braziliense-31.12.2010) o anúncio da aprovação para publicação do artigo do Professor Emérito da Universidade de Cornell-EUA, Daryl J. Bem, na renomada Revista científica “The Journal of personality and social psychology”, da Universidade do Colorado-EUA, versando sobre a possibilidade do ser humano prever o seu futuro.
A prevista publicação foi objeto de polêmica, pois o assunto da Percepção Extrassensorial (PES), onde se vincula o assunto da presciência, pertence ao rol dos assuntos “tabu” no meio acadêmico, não sendo a primeira vez que estudos dessa natureza em universidades causam rebuliço nos periódicos, inclusive no Brasil, como no recente caso do “Núcleo de Estudos de Fenômenos Paranormais” da Universidade de Brasília.
A laicidade natural da ciência (e assim deve ser) não impede que os diversos assuntos do mundo, inclusive os religiosos, sejam por ela estudados. A antropologia se ocupa das relações do homem com a religião, estudando esta como fenômeno. O que nos impede de estudar os fenômenos associados à prática religiosa?
Pois foi isso que o pesquisador estadunidense fez. Utilizando-se de testes de memória baseados em metodologia científica, verificou que os participantes da pesquisa eram mais propensos a lembrar de objetos e palavras que lhes seriam apresentados posteriormente, como se eles pudessem sentir o que viria depois.
Despido de preconceitos e imbuído no espírito científico, a experiência do Dr. Bem teve a presciência por seres humanos como objeto de pesquisa, rompendo mais uma vez a barreira que vem desde os tomistas, separando objetos da ciência e da religião, como se tratassem de mundos distintos e que não tivessem zonas de confluência.
No que tange a pesquisa em si, os resultados não negaram a presciência, mas tampouco não conseguiram comprová-la de forma patente e inquestionável. Mas, como pesquisa, teve o mérito de despertar na comunidade acadêmica, ainda que em meio à polêmica, a importância de estudos científicos sobre esses e outros assuntos, como a experiência de quase-morte (EQM), a regressão de memória e as curas espirituais.
Ainda que as religiões tenham suas interpretações sobre essas questões, fundamentadas nos seus patamares filosóficos, e o Espiritismo não se furta nesse ponto; o aspecto científico dessas questões traz à tona fatos que enriquecem as nossas discussões e fortalecem ou alteram paradigmas, inclusive os espíritas.
A ciência não pode corroborar com o preconceito. A questão é que, quando um pesquisador toma como objeto esses assuntos, é taxado de falta de neutralidade, de pseudociência e até de misticismo. Ora, a ciência nos serve para revelar a essência das coisas do mundo. Se os fenômenos são relatados, percebidos, noticiados; então são dignos de estudos, ainda que não comunguemos das explicações dadas pelas religiões. Quantas falsas verdades caíram por terra na história da ciência?
A teoria da presciência - Tratando do objeto da pesquisa, temos que a discussão da possibilidade de se prever o futuro é ladeada por outras duas discussões inseparáveis: a natureza do tempo e o livre-arbítrio. O primeiro assunto foi pauta dos físicos, inclusive Albert Einstein, na sua teoria da relatividade, que rompeu paradigmas sobre o caráter absoluto do tempo. Já transitou o tema pela filosofia e pela psicologia também.
O assunto do livre-arbítrio ocupou os filósofos e naturalmente teve assento nos círculos religiosos, sendo objeto hoje dos campos da psicologia, matemática, sociologia e da comunicação social. Disputa com o determinismo um espaço entre extremos, de um mundo pré-definido e a liberdade total do ser humano. Cabe aí a discussão da justiça, pois como ser imputado do que não lhe coube liberdade?
A nossa visão do tempo e da capacidade do ser humano, nessa dimensão, compor o seu destino, é o ponto crucial da questão da presciência. Se entendermos que o ser humano goza de liberdade para construir o seu destino, diante dos desafios que lhe são apresentados, podemos entender a teoria da presciência como uma visualização das provas e percalços previstos, em determinadas situações.
Emmanuel, na obra “O Consolador”, na psicografia de Chico Xavier, apresenta que:

– Há o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na existência humana?

Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos homens.
O primeiro é absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo amplia-se com os valores da educação e da experiência. Acresce observar que sobre ambos pairam as determinações divinas, baseadas na lei do amor, sagrada e única, da qual a profecia foi sempre o mais eloquente testemunho.
De forma a estabelecer uma relação de coexistência entre esses dois extremos.
Indica também que a liberdade é coirmã da autonomia, como conquista gradual no campo da luta, inerente ao espírito, subordinando a nossa capacidade de andar e escolher a nossa maturidade, como cocriadores.
Nesse sentido, reforça a teoria da presciência de Kardec prescrita em “A gênese”, que compara a predição ao homem alto que da montanha vê todo o caminho. Ver o caminho não é dizer, necessariamente, o caminho que percorreremos.
Hermínio de Miranda, no seu livro “A memória e o tempo”, apresenta que existem dois ou mais níveis de apreensão consciente de diversas dimensões, simultaneamente, e que pessoas teriam essa capacidade. O ilustre pesquisador espírita, afinado com o que fala hoje o Prof. Bem, indica que o homem possui a facilidade de prever o planejado, pela apreensão de aspectos dimensionais que implicam na inflexão do tecido temporal, por mecanismos inacessíveis ainda a nós.
Estudos recentes no campo da Terapia de Vidas Passadas indicam o fenômeno da progressão, ou seja, a projeção de fatos e eventos que ainda irão ocorrer, com vários casos relatados. Isso não implica o fim do livre-arbítrio, que o futuro está demarcado, e sim que a nossa vida segue planejamentos, flexíveis. Esses estudos ratificam a ideia de Kardec, no sentido da manutenção do nosso livre-arbítrio, mas indica a existência de planejamentos. A obra de André Luiz, Missionários da luz, fala claramente desse planejamento, quando.
Desejando, porém, prosseguir nos esclarecimentos, quanto ao serviço reencarnacionista, Manassés tomou pequeno gráfico e, apresentando-me as linhas gerais, acentuou:

- Aqui temos o projeto de futura reencarnação dum amigo meu. Não observa certos pontos escuros, desde o cólon descendente à alça sigmoide?
Isso indica que ele sofrerá uma úlcera de importância, nessa região, logo que chegue à maioridade física. Trata-se, porém, de escolha dele.
E narra posteriormente a bela passagem da encarnação de Segismundo, subordinando esse planejamento à lógica da busca do crescimento espiritual.
Mostra André que o futuro é construído a partir da realidade que se apresenta, reforçando a máxima que “o homem propõe e Deus dispõe”.
Em breves palavras, nas limitações desse artigo, vemos que a questão da presciência ainda traz em si muitas dúvidas e a colaboração da comunidade científica, como ousou o Prof. Bem, é bem-vinda, em um fenômeno cotidiano e presente em todas as religiões.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito Federal (Brasil)


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segunda-feira, 7 de março de 2011

Entre Jovens - Lucidez e Genialidade


Em 9.12.68, o cantor e compositor Chico Buarque, ao se defrontar com a polêmica pelo fato dele fazer samba, o que seria para época um ritmo ultrapassado, em relação às inovações, como o movimento da Tropicália, escreveu um artigo no periódico “Última hora”, que termina com uma frase de sua autoria que se tornou consagrada, sintetizando o seu pensamento sobre a questão: que nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha.
Passados mais de 40 anos, a genialidade e a lucidez desta frase nos remetem ao assunto desse artigo, visando ao público jovem. De onde vem essa idéia de que por sermos jovens temos que fazer loucuras? Nos parece que existe uma cota, um número mínimo e máximo de loucuras e inconseqüências que devemos efetuar na nossa juventude, para que esta seja vivida em plenitude...Pois quando ficarmos velhos e caretas, teremos que desempenhar aqueles papéis chatos e sérios, tendo que encarar o batente como cordeirinhos. Uma grande tentativa de compensação, então!
Ora, crer nisso dentro do contexto da realidade espírita é ignorarmos a finalidade de nossa passagem pelo Planeta Terra e as questões ligadas a nossa evolução espiritual no momento da juventude. Ah, é bem verdade, quando jovens temos o nosso processo de auto-afirmação, de construção da nossa identidade no contexto social, de busca de caminhos. E isso nos demanda uma certa dose, diria até natural, de contestação. Mas, daí para vivermos uma ciranda de loucuras... muito distante.
Digo isso pois vejo as conseqüências funestas dessa idéia nos noticiários e no cotidiano. Vários jovens ferindo-se ou perdendo a vida nos famosos “racha” com automóveis, nas guerras de “gangues”, no uso e abuso de álcool e de drogas ilícitas, nos esportes de altíssimo risco sem supervisão profissional, entre outras loucuras geniais.
Toda essa aventura, essa loucura que inunda as veias de adrenalina, traz em si uma dose de risco que nos permite qualificá-las como situações que beiram o suicídio. Ninguém enxerga a genialidade de descobrir novos conhecimentos, ajudar o próximo, lutar pelas questões sociais, engajar-se na causa ecológica. Vemos o novo e genial apenas nas loucuras!
Seria prudência uma coisa dos mais velhos? Seria se preocupar com a sua integridade física uma caretice? Lucidez é monótona? Genial é se arriscar e acabar com a sua vida? Esses questionamentos são interessantes para a mente juvenil, por vezes seduzida por essas idéias, como quem busca sorver a vida em um único gole. A vida como espírito encarnado tem suas riquezas e suas dores, nos seus vários momentos. Na infância e na madureza, na adolescência e na velhice, cada época tem seus frutos e seus dissabores. A vida é isso, essa trajetória, esse caminho cujas preocupações oscilam entre o passado, o presente e o futuro. Entre o individual e o coletivo. Não podemos esquecer o que fomos, nem desprezar o que queremos ser. Porém, o presente é a hora de fazer e acontecer.
Na espiritualidade, bilhões de espíritos se amontoam na busca da oportunidade da reencarnação, na ânsia de aprender a amar, de resgatar as suas dívidas e de crescer, nos ditames da Lei maior. O que pensam esses espíritos quando vêem a vida sendo desperdiçada assim? Será que eles acham isso tudo genial?

Marcus V.A. Braga
Pedagogo, evangelizador, escritor e autor do livro “Alegria de Servir” em Brasília - DF 
acervobraga@gmail.com

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sexta-feira, 4 de março de 2011

Nós nos movemos no tempo, mas é ele que se move em Deus


A Teoria da Relatividade de Einstein nos ensina que, embora nós sintamos o tempo como algo móvel, sua mobilidade, na realidade, é ilusória. De fato, as aparências nos enganam. Que o digam os especialistas em ilusão ótica. Seria, então, o tempo um atributo divino, já que Deus, por ser imutável, é também imóvel? A favor dessa hipótese ainda se diz muito: “o tempo não tem fronteiras”, seria o tempo, pois, também infinito, sem fim? O substantivo concreto tem limite visível, o abstrato nem invisível o tem. E o tempo é um substantivo abstrato mais importante do que um concreto.
Einstein afirma que um indivíduo em movimento chega ao futuro mais rápido do que quem está parado. Assim, um astronauta viajando muito tempo numa nave espacial, o tempo corre-lhe mais rápido. Para Einstein, nós é que passamos no tempo para o futuro. E com a nossa caminhada até determinado lugar, cria-se uma alteração de tempo em nós tal qual acontece com o espaço.O tempo não vem ao nosso encontro, nós é que vamos ao encontro dele, modificando-o. Vimos que é como se o tempo se movimentasse, mas que isso é uma ilusão. Já com o espaço, a coisa é clara. Nós nos movemos nele, e essa é a nossa sensação. E o nosso deslocamento no espaço depende também do ritmo de velocidade do nosso movimento nele.
Espaço e tempo são correlativos e estão impregnados um do outro.
Com o espaço podemos medir o tempo, e com o tempo podemos medir o espaço. Não é à toa que se usa muito a expressão “no tempo e no espaço”. Até se diz que não há tempo sem espaço, nem espaço sem tempo. E tudo no Universo é relativo, menos Deus, que é absoluto.
Se Deus é a Causa não causada, a Causa Primeira de todas as coisas, segundo a Doutrina Espírita, e o único Ser incontingente de são Tomás de Aquino, Deus não depende do tempo e do espaço. Nós sim, e tudo o mais que existe é que dependemos de Deus, do espaço e do tempo. Mas o tempo não vai, não vem, e nem fica. É como se ele nem existisse. Nós é que passamos pelo tempo. A nossa condição diante do tempo é oposta à de Deus, que é sempre a mesma coisa, já que Deus e os seus atributos são imutáveis.
Vimos que não existe movimento do tempo. Nós é que passamos pelo tempo. E nós passamos também pelo espaço, nos transformando constantemente. E nós nos transformamos também em nossa evolução espiritual, que é uma constância. Mas não sofreria o tempo, pelo menos em nós, uma espécie de ação relativa de ser movido, não por ele, mas por nós que nele nos movemos? Isso equivaleria a dizermos que o tempo não faz a ação de passar, mas sofre a ação de passar.
Observando-se essas elucubrações sobre o tempo sob o ponto de vista filosófico-teológico a respeito de Deus, essa questão se torna mais complexa ainda. Como diz o dito popular, toda regra tem exceção. E aqui temos um exemplo da verdade desse conhecido rifão. É que Deus, como vimos, é imutável, como o afirmam com mais frequência os orientais. E essa imutabilidade de Deus não permite que Ele passe pelo tempo e nem pelo espaço, mas o tempo, o espaço, nós e tudo o mais que existe é que passamos por Deus. E pela própria Teoria da Relatividade, sabemos que tudo no Universo é relativo, e nada é absoluto, exceto Deus, ou seja, a Causa Primeira de todas as coisas e o único Ser incontingente.
Dessas conjeturas todas, podemos inferir que o tempo é móvel, pelo menos para Deus, confirmando aquela máxima de que toda regra tem exceção. Aliás, Deus transcende toda regra e toda exceção!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas.
Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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terça-feira, 1 de março de 2011

Sugestão para o Evangelho no Lar


Inegável o valor das lições evangélicas no desenvolvimento moral da criatura humana. Quanto mais cedo se der o encontro do indivíduo com a mensagem cristalina de Jesus que exalta o amor, perdão, benevolência, compreensão, maiores serão as chances de sucesso existencial. O evangelho é, portanto, sublime roteiro de vida.
Partindo dessa premissa, não obstante as minha limitações, busco inserir Jesus no cotidiano de meus filhos. E pensando nisto que institui em casa o Evangelho no Lar em minha casa e realizamo-lo aos domingos há algum tempo. Porém, eu não tinha a pedagogia necessária para entretê-los nos estudos. Ficava aquela cosia chata, maçante e percebia que os resultados não eram animadores. Para eles aqueles minutos constituíam-se em
aborrecimentos. Até que, por um desses “acasos”, certo domingo sentamo-nos em frente ao micro que estava ligado. Lemos um trecho evangélico e preparava-me para a explicação quando o garoto pediu-me para procurar na internet sobre Jesus e suas parábolas. Relutei um pouco, talvez condicionado a considerar que aqueles momentos eram incompatíveis com internet. Todavia, ante seu olhar faceiro quebrei as algemas de meu modelo mental obsoleto e busquei as parábolas do mestre na rede mundial de computadores.

Bingo!

Encontrei vasto material para crianças e jovens, com desenhos animados narrando a epopéia de Jesus na Terra e mensagens belíssimas que transmitem as lições do Nazareno de forma lúdica e didática para os pequenos.
A partir de então nossas reuniões tornaram-se agradabilíssimas.
Os dois aguardam com ansiedade o domingo à noite e não raro emocionam-se com os feitos de Jesus. Querem saber mais sobre Pedro e sua reabilitação após negar o mestre. Entristecem-se ao saber que Judas sucumbiu. Enfim, após inserir os vídeos como material de apoio em nossas reuniões verifiquei que os benefícios foram inúmeros.
Eles, agora, prestam atenção na leitura e nos ensinamentos. Dia desses até espantei-me com o menino pedindo desculpas à irmã, coisa que antes não fazia. Questioneio sobre eu comportamento humilde, e ele, lembrando-se do vídeo em que Jesus ensina o perdão, explicou na simplicidade própria das crianças:
- Aprendi com o desenho do menino Jesus!
Se você tem acesso à internet e filhos pequenos, experimente realizar o Evangelho no lar apoiado pela tecnologia dos equipamentos ao seu dispor. As crianças e jovens irão apreciar e indubitavelmente os resultados serão positivos.
Abençoada tecnologia que nos proporciona ferramentas magníficas para fazer com que se prolifere a mensagem evangélica.
E pensar que muita gente a considera coisa do...
Perdoai-os, Senhor, eles não sabem o que dizem!

Wellington Balbo – Bauru - SP
wellington_plasvipel@terra.com.br

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fora do centro espírita


Milhares de pessoas sofrem por desconhecimento dos princípios básicos da constituição divina. Ignoram leis como ação e reação, influência dos espíritos na vida dos encarnados, importância da prece e de manter o padrão vibratório em sintonia com a espiritualidade maior e etc.
Milhares de pessoas transitam pela Terra sem nem sequer imaginar o que estão fazendo aqui, desconhecem, portanto, os objetivos da existência humana, ou seja, de sua própria existência. Vivem por viver, portam-se como autênticas máquinas biológicas; alimentam-se, dormem, acordam e trabalham completamente alheias a outras circunstâncias da vida.
Essa falta de ciência das leis divinas é extremamente prejudicial para o progresso do espírito que temporariamente está reencarnado.
E por isso são inúmeras pessoas que se suicidam direta ou indiretamente.
Diretamente quando desalentadas aniquilam o corpo físico. Indiretamente quando minam a golpes de irreflexão o envoltório carnal que lhes serve de instrumento sagrado para o progresso.
E em face desta realidade é que se torna fundamental estender as idéias reveladas pelos Espíritos para além das paredes do centro espírita.
A questão não se resume a retirar pessoas de determinada religião e transformálas em espíritas, mas sim modificar corações e esclarecer mentes por meio das realidades trazidas a nós pelos imortais.
E como, então, estender as lições da espiritualidade para além do horizonte do centro espírita, de modo a deixá-las mais acessíveis ao maior número de pessoas?
Dentre as tantas maneiras de massificar a Doutrina Espírita uma boa sugestão é programar palestras espíritas para espaços neutros, tais como, escolas, casas de cultura, ginásios, clubes e etc.
Tenho comparecido a muitas cidades para palestras e constatado que a realização de eventos espíritas em espaço neutro contribui para que mais pessoas se façam presentes.
Óbvio que fica a curiosidade: Por qual razão o público não espírita comparece em maior número quando a palestra é fora do centro espírita?
Difícil saber ao certo. Contudo podemos citar como algumas razões os chamados modelos mentais obsoletos que muita gente tem do centro espírita e o famigerado preconceito que, quer queiramos ou não, ainda existe.
No entanto para quebrarmos esse paradigma e oferecermos ao público o que é de fato o Espiritismo é imperioso trabalhar com criatividade. E não podemos deixar de concordar que promover palestras e outros eventos espíritas além do universo espírita é fazer uso da criatividade.
A propósito a USE Intermunicipal Bauru realizou recentemente a feira do livro espírita em uma praça no centro da cidade de Bauru, bem em frente a tradicional igreja. Foi sucesso total, muita gente saia da missa e procurava a barraca de livros para se informar mais sobre o Espiritismo.
Buscavam livros de conforto e esclarecimento; queriam saber se é possível reencontrar os entes amados que se foram e tantas outras inquietações que deixam o coração humano em sobressaltos.
Outra experiência de sucesso e que certa vez tive o prazer de participar é a feira do livro espírita da cidade de Jaú, realizada em Shopping Center da cidade. Que maravilha!
Quanta gente nova que ouviu falar de Espiritismo numa iniciativa desse quilate.
Citei as duas cidades, porém sei que empreendimentos como esses espalham-se por todo o território nacional.
Peço licença para narrar uma experiência. Em uma das localidades pelas quais passei recentemente pude verificar na palestra uma quantidade grande de pessoas que se declarava não espírita. Acharam interessante o tema e compareceram para saber de que se tratava. Estiveram presentes católicos e praticantes de diversas outras filosofias de vida.
Todos saíram do recinto curiosos para saber mais sobre Allan Kardec, André Luiz, Emmanuel, Jerônimo Mendonça e tantas figuras históricas de nossa doutrina.
Por isso deixo para sua análise, caro dirigente: pense seriamente na possibilidade de promover palestras e outros eventos espíritas em ambientes neutros. Vale lembrar que não faço apologia contra o centro. O centro é nossa escola e oficina de trabalho, jamais o abandonaremos! Todavia, considere a idéia de estreitar os laços com sua comunidade.
A iniciativa indubitavelmente será excelente para a sociedade, pois em posse de informações como a imortalidade da alma, comunicabilidade dos espíritos, pluralidade dos mundos habitados, lei de ação e reação e etc., certamente muitos desvios comportamentais, suicídios, abortos e crimes serão evitados.
Um romantismo descabido e ingênuo de minha parte?
Creio que não. É só termos paciência e semearmos o bem divulgando as leis da vida enunciadas pela nossa incomparável Doutrina Espírita.
E em futuro não muito distante poderemos não ter os centros espíritas abarrotados de gente, todavia teremos um planeta repleto de pessoas conscientes de seu papel na sociedade e certas de que a vida, seja aqui ou além, não cessa jamais.

Wellington Balbo – Bauru - SP 
wellington_plasvipel@terra.com.br

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O criacionismo e o evolucionismo são duas verdades possíveis


A teoria evolucionista era defendida pelo filósofo grego Anaximandro, século VI a.C., que imaginou que o princípio de tudo era o infinito (indeterminado). Seria sua ideia de Deus? E o biólogo francês Chevalier Lamarck, desencarnado em 1829, concebeu a evolução orgânica, antes só se aceitava a geológica. Ele defendeu as polêmicas teorias da geração espontânea e do transformismo.
Erasmo Darwin, avô de Charles Darwin, já havia levantado a ideia da evolução biológica. Mas coube a Darwin e Alfredo Russel Wallace, um dos criadores da geografia zoológica, ficarem consagrados como os verdadeiros criadores da teoria evolucionista. Wallace não tinha nenhum contato com Darwin. Mas havia uma semelhança tão grande entre os seus trabalhos literário-científicos e a obra de Darwin "A Origem das Espécies" (1859), que até houve um acordo entre os dois cientistas antes da publicação dessa obra.
Darwin não era ateu. Em "A Descendência do Homem" (1871), ele tem uma certa tendência agnóstica. Mas ele cria em Deus, e disse: "Por maiores que tenham sido as crises por que passei, nunca desci até o ateísmo, nunca cheguei a negar a existência de Deus" (Eliseu F. da Mota Jr, "Que é Deus?", página 107, Ed. O Clarim, Matão, SP, citando a revista "Globo Ciência"). E Wallace foi um dos grandes pesquisadores do espiritismo científico. A falsa fama de os evolucionistas serem ateus se deve à adesão ao evolucionismo de cientistas materialistas, como T. H. Huxley, criador da palavra agnóstico.
As teorias criacionista e evolucionista triunfar-se-ão, pois são consentâneas com a ciência e a filosofia espiritualistas.
Pierre Teilhard de Chardin aceitava ambas as teorias. O espiritismo é também criacionista e evolucionista. A finalidade da reencarnação é justamente a evolução do espírito. Aliás, o espiritismo é a religião mais espiritualista que existe, pois lida diretamente com os espíritos. Também a Igreja Católica e uma parte das outras igrejas cristãs e demais religiões existentes no mundo são criacionistas e evolucionistas. O Vaticano não se desculpa com Darwin, pois nunca o condenou, afirma o padre Juarez de Castro (www.padrejuarez.com.br), secretário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo, citado pelo padre Gladstone Elias de Souza no "Jornal de Opinião", de 19 a 25.1.2009, da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Discordamos de santo Agostinho, que ensinou que Deus criou o mundo do nada ("ex nihilo"), pois cremos que Deus engendrou o mundo do Todo, que é o próprio Deus! Mas concordamos com ele, quando ele afirma que a criação foi em estado potencial ou de semente, que vai se atualizando com o decorrer dos tempos.
Existem cristãos que ainda não aceitam a realidade do evolucionismo. Que eles comparem o homem da caverna com o de hoje! Pregam a criação bíblica literal do mundo, em seis dias de 24 horas, quando esses dias são períodos consecutivos de milhões de anos cada um. E eles creem também que Deus, literalmente, descansou mesmo no sétimo dia, quando Deus é incansável, e quando a Bíblia quer apenas nos mostrar que nós, sim, temos que descansar.
Esses cristãos estão atrasados, mas eles ainda têm um tempo sempiterno para evoluírem e conhecerem a verdade que liberta!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Jesus


Muito se tem pesquisado, falado e escrito sobre a passagem de Jesus pelo planeta Terra. Há, ainda hoje, incertezas a respeito da época exata em que ele viveu e se alguns acontecimentos foram entendidos e traduzidos corretamente, mas a inexatidão de datas e palavras não alteram a mensagem de amor que ele deixou; não existem dúvidas sobre a importância e a singeleza de seus ensinamentos morais, que transcorrem o tempo e as gerações.
Jesus ensinou através do seu exemplo. Em apenas três anos de peregrinação por uma pequena região não deixou nada escrito, não criou religião, não ostentou nenhum título terreno, não fundou escolas e nem ensinou nelas. Sua cátedra eram os lugares por onde passava e as lições transmitidas por palavras que exalavam sabedoria e humildade. Proclamou o amor, o perdão, a paz, tornando-se modelo vivo e inesquecível da mensagem que deixou.
Utilizou-se de coisas simples, como um grão de mostarda para falar de fé (Mateus 17: 14 a 19); referiu-se à semente que cai em diferentes tipos de solo para fazer compreender a diversidade de sentimentos em relação à luz da sua palavra (Mateus 13: 1 a 9); exemplificou no samaritano (Lucas, 10: 25 a 37) e na doação da viúva (Marcos, 12: 41 a 44) a prática da caridade; tocou o coração e a razão dos que o ouviam, contando histórias, utilizando-se de situações cotidianas de seu tempo, a fim de ser compreendido por todos.
Espírito de luz, curava, sem julgar a origem do mal; ouvia as mazelas do povo, esclarecendo e consolando. Nunca quis ser glorificado ou temido, ao contrário, queria ser amigo e irmão.
Tratava a todos com igual amor, paciência e devotamento.
Flávio Josefo, historiador do povo hebreu, no século I, em sua obra Antiguidades Judaicas, fez as seguintes considerações sobre Jesus: "Nesta época viveu Jesus, um homem excepcional, porque realizava coisas prodigiosas. Conquistou muitos adeptos entre os judeus e até entre os helenos. Quando, por denúncia dos notáveis, Pilatos o condenou à cruz, os que lhe tinham dado afeição não deixaram de o amar, porque ele apareceu-lhes ao terceiro dia, de novo vivo, como os divinos profetas o haviam declarado. Nos nossos dias ainda não acabou a linhagem dos que, por causa dele, se chamam cristãos."
No lugar do Cristo crucificado, exalando tristeza e dor, em cada coração deve estar o Cristo vivo, irradiando esperança e fé: "Eu vos tenho falado estas coisa para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, eu tenho vencido o mundo."
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona (nº 625): Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e modelo? Jesus. No comentário que segue a essa questão, pretender a humanidade na Terra. Deus nos oferece Jesus como o mais perfeito modelo, a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei (...)"
Jesus foi o maior Mestre de que se têm notícias. Sábio, equilibrado, possuía uma bondade inteligente que cativava. Com seu amor a Deus e à humanidade demonstrou o caminho para a verdade e a vida. E continua a convidar-nos - ontem, hoje e sempre - a caminhar na estrada do amor, seguindo seus passos.

Publicado no Jornal Seara Espírita, ano IV, nº 37, dezembro 2001.
(ao repassar a mensagem mantenha os créditos do autor)

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@yahoo.com

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Encontro da Madre Teresa de Calcutá e a Princesa Diana

Divaldo P. Franco

Certo dia, a princesa Diana, procurou a madre Teresa de Calcutá, abrindo o coração. Faloulhe de suas angústias, do vazio que sentia em seu íntimo, muito embora, a sua, fosse uma vida de glamour, confessou-lhe o desejo de fazer parte de sua ordem religiosa.
A madre comoveu-se ante o relato, cheio de ternura e confiança, e viu muita doçura e bondade na alma daquela mulher simples, porém muito rica e famosa. E com grande carinho, buscou orientar-lhe. Disse-lhe que ela era uma princesa e, como tal, não poderia pertencer à sua ordem religiosa, de estrema pobreza. Então, a madre lhe disse:

Diana, você pode doar esse amor às crianças indefesas. Na sua posição, você pode auxiliar muitas delas que sofrem ... a caridade pode ser exercida, em qualquer lugar onde nos encontremos...
A princesa voltou para o seu palácio e daí, em diante, dedicou-se a visitar crianças vítimas da aids, essa enfermidade tão cruel, e auxiliou, com enorme carinho, crianças mutiladas pelas minas das guerras... desde então, encontrou a alegria de ser útil, o prazer de servir.
Md. Teresa tudo acompanhava pelos informes da TV, da imprensa. E entre aquelas duas mulheres, elos de amor passaram a existir.
O tempo correu. Alguns meses depois, a princesa, amiga dos sofredores, a rosa da Inglaterra, como era conhecida mundialmente, veio a desencarnar num acidente que chocou a todos.
A madre, muito abalada, ao saber do fato, apressou-se a tomar providências e a cancelar compromissos, a fim de comparecer ao funeral, dias depois. Algo, porém, alterou-lhe os planos. Sua saúde, muito instável, levou-a à cama. Alguns dias se passaram, e madre Teresa veio também a falecer.
Joanna de Ângelis nos contou, então, o suceder dos acontecimentos, do “outro lado”.
Md. Teresa foi recebida, numa festa de luz, sob a carinhosa assistência de Teresa de Lisieux, a sta. Teresinha do Menino Jesus, como é adorada na igreja católica. Permaneceu consciente de seu processo desencarnatório, na paz de consciência que a sua vida honrada lhe fizera merecer. E é então que ela pergunta`a religiosa que lhe recebera, onde estava Diana. E Teresa de Lisieux lhe conta, que a princesa, devido ao choque causado pelo acidente, estava dormindo, ainda em refazimento e recuperação.
Md. Teresa de Calcutá vela pela princesa, faz-lhe companhia, ora por sua harmonização. E no momento do despertar, quando Diana abre os olhos diante da vida espiritual e reconhece a grandeza do amor de Deus, eis que ela revê a madre, a religiosa afetuosa e amiga, que com extremo amor,
lhe diz:

“Agora, minha filha, você está pronta para ser aceita na minha ordem. Iremos trabalhar juntas, com a bênção do Senhor”.
Nós que sabemos como o mundo espiritual é fascinante, diz Divaldo, imaginemos o júbilo deste encontro!

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@yahoo.com
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Você conhece suas limitações e virtudes?


É interessante notar como nos embaralhamos com questões simples, como, por exemplo, identificar algumas de nossas limitações ou falar sobre algumas de nossas virtudes.
Grande parte desta dificuldade é cultural, fruto do aprendemos no contato com a sociedade e acabamos por transferir sem reflexão à nossa forma de lidar com o mundo. Temos, portanto, problemas em conhecer limitações e grandes dramas de consciência em reconhecer nossas virtudes.
Conhecer limitações: temos receio de falar de nossas fragilidades porque queremos nos sentir sempre fortes. Aprendemos isto desde tenra idade. “Homem não chora”. “A vida não premia os fracos”. “Vivemos numa selva de pedras”.
A sociedade prega a competição predatória e o individualismo, então vamos neste embalo e consideramos os outros nossos concorrentes, por isso não falamos de nossas fragilidades, dores e dificuldades. Preferimos guardar a sete chaves e esconder nossos receios e limitações até de nós mesmos. E isso ocorre porque não nos estudamos, conseqüentemente, não nos conhecemos. Transitamos de mãos dadas com nossas limitações por não sabermos identificá-las.
Conhecer virtudes: e por outro lado fomos ensinados a cultivar uma humildade de fachada, uma humildade apática, em que é “PECADO” conhecer virtudes que possuímos. Temos medo de que o outro nos ache arrogante, por isso, não raro, desvalorizamo-nos. Aliás, a cultura da desvalorização prejudica a estima do indivíduo e abarrota consultórios de terapeutas, psicólogos e psiquiatras. Isso para não falar que fomenta a tresloucada idéia do suicídio, porquanto o suicida geralmente é aquele que não reconhece seus valores, seus
talentos e habilidades, julga-se um peso para o mundo, afunda-se em seus dilemas, e então, vê no suicídio a porta para salvação. Isso também ocorre porque não nos estudamos, e, portanto, não nos conhecemos.
É necessário romper os cadeados do preconceito para que possamos nos estudar com eficácia. Saber em que nível de evolução moral e intelectual estamos, o que já conquistamos e o que falta conquistar. Quais são nossas imperfeições morais, quais são nossas maiores dificuldades e como fazer para superar estas fragilidades. São questões que podemos propor a nós mesmos, a fim de que identifiquemos o estágio evolutivo no qual nos encontramos.
Importante lembrar: reconhecer fragilidades não é sinal de inferioridade, ao contrário, alguém para reconhecer uma limitação e falar naturalmente dela é alguém já amadurecido para tanto. A mesma regra vale para a questão que envolve o conhecimento de nossas habilidades e virtudes. Reconhecer em nós alguma virtude, ou algo que sabemos fazer bem feito, não quer dizer falta de humildade ou arrogância. A prepotência não está em sabermos de nosso valor, mas sim se usamos esses valores conquistados para subjugar, humilhar e desdenhar do outro. Desde que não nos infectemos pelo vírus da auto suficiência e não nos consideremos superiores a ninguém, não há porque deixarmos de reconhecer nossas habilidades.
Será o estudo sobre nós mesmos e a reflexão em torno de nossas limitações e virtudes que nos estenderão o tapete vermelho para o auto conhecimento, proporcionado-nos um caminhar mais sereno pelos palcos da existência.

Wellington Balbo
wellington_plasvipel@terra.com.br

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nós somos Deuses mais amados por Deus do que ele por nós


Para o Nazareno, Deus é Pai Dele e de todos nós.E é assim que oramos no Pai Nosso. E Deus é maior do que Jesus (João 14:28), que reclamou com seus discípulos, dizendo: “Por que me chamais bom?
Ninguém é bom, senão um só, que é Deus”: (Marcos 10:18).
E o Mestre dos mestres jamais ensinou que Ele era Deus, mas sempre que Ele era apenas Filho de Deus, e que nós também o somos. E Paulo afirma de modo categórico que Jesus não é mesmo Deus: “Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1 Timóteo 2: 5).
Mas se até nós somos chamados pela Bíblia de deuses (Salmo 82:6; e João 10:34), por que Jesus não poderia ser também Deus? Podemos dizer que há dois tipos de deuses: o absoluto, único, e que Jesus chamou de seu Pai e nosso Pai, e os inúmeros deuses relativos, que somos todos nós, inclusive Jesus. E Deus habita em nós (Romanos 8:8). E em Jesus a Divindade habitou plenamente (Colossenses 2:9), ou seja, o máximo possível que Deus pode habitar em um ser humano. Isso mesmo mostra que Jesus não é Deus absoluto, pois Deus habitou também Nele, como habita em nós. De fato, há um só Deus absoluto, o Pai, que os orientais denominam de Brâman, enquanto que, para eles, os orientais, os outros deuses são secundários (relativos), o que nos mostra que, na verdade, os orientais não são politeístas, como foi ensinado pelos teólogos ocidentais antigos, mas monoteístas. Os orientais destacam a magnitude de Brâman, dizendo até que Dele nada pode ser dito e que é o Único.
Como ficam os teólogos ocidentais diante disso, insistindo em que Jesus é Deus e que, também, o Espírito Santo o é? Quais teólogos seriam politeístas, os orientais ou os ocidentais? Que os teólogos ocidentais de hoje, corajosamente, reflitam sobre esse imbróglio que seus colegas do passado criaram, o que, ao longo dos séculos, lamentavelmente, vem prejudicando seriamente o cristianismo, mormente agora no Terceiro Milênio, quando a teologia não pode mais ir de encontro à ciência e à razão, ou seja, à verdade, pois chegou a hora de todos saberem o que é o conhecimento da verdade que nos libertará (João 8:32).
Deixando de lado os pormenores teológicos sobre a adoração, dizemos que ela é uma ação de amor máximo à Divindade. Adoração deriva-se de duas palavras latinas: “ad”, preposição que significa “junto de”, e “oratione”, do ablativo latino, e que quer dizer “oração”.
Adoração tem, pois, pela etimologia, o significado de “oração junto de”, no caso, de Deus. Porém tomemo-la simplesmente por amor. Mas a nossa capacidade de amar a Deus é finita, limitada. Ademais, por sermos imperfeitos, nós nunca fazemos o máximo que podemos fazer em nossas atividades, quaisquer que sejam elas. Daí amarmos mal a Deus.
E estamos diante de paradoxos. Como Deus nos ama também infinitamente, isto é, sem medida, Ele nos ama mais do que nós O amamos com nosso amor finito e imperfeito, quando nós é que deveríamos amar mais a Deus do que Ele nos ama.
Religião é também um meio de amar a Deus, a nós e aos nossos semelhantes. Então, é como se Deus tivesse também uma religião, pois Ele, Deus, se ama a si próprio, como Ele nos ama a nós seus semelhantes.
Mas, se o amor de Deus para conosco é também infinito, ou seja, sem medida, é como se Ele próprio estivesse sendo idólatra!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sinal dos Tempos


“Em tudo somos atribulados, mas não
angustiados; perplexos, mas não
desanimados.
Perseguidos, mas não desamparados;
abatidos, mas não destruídos"
(PAULO – 2ª Epist . Coríntios, 4 : 8 e 9)


Nesse final de milênio, a Terra iniciou um lento processo de transição de mundo de expiações e provas para o de regeneração.
Como um sinal dos tempos, assustada, a humanidade convive com intensa convulsão social entremeada por conflitos armados, contendas verbais, pressões psicológicas, disputas emuladas por paixões políticas. Assalta-se, rouba-se, mata-se sem que a justiça dos homens ponha termos aos desmandos.
Aproxima-se a época da ceifa e da separação do joio do trigo.
Inapelavelmente participaremos do pranto e ranger de dentes dos renegados ou então integraremos o préstito triunfal dos escolhidos, porque cada um será distinguido conforme seu merecimento.
Espíritos recalcitrantes no erro, infensos à evolução moral, serão expurgados para um planeta inferior onde conhecerão a adversidade em permeio com uma humanidade primitiva e experimentarão, por tempo indefinido, as conseqüências de sua rebeldia.
Nada temem aqueles que consolidaram na fé o aprendizado e a prática do AMOR e do PERDÃO ensinados e exemplificados por Jesus. Sofrem, contudo, as atribulações da vida, mas não se angustiam; os desregramentos presenciados deixam-nos perplexos, mas não desanimados; quando perseguidos, mostram-se confiantes e encontram no Senhor o amparo merecido; podem ser abatidos materialmente, mas seus ideais de paz e de evolução espiritual jamais serão destruídos.
Os espíritas, em especial, conhecedores da lei do progresso através de vidas sucessivas pela reencarnação, devem ficar atentos para o advento do terceiro milênio, durante o qual se verificará a ascensão do nosso orbe a mais um degrau na grande escalada rumo ao infinito.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Para além da porteira


Túu-Túu-Túuu- Ressoava novamente lá pras bandas de Ouro Fino, no Estado de Minas Gerais, o brado daquele berrante. Instrumento imponente, de chamar gado e gente, cortava com sua nota dissonante vales e serras, anunciando a novidade daquela manhã.
O vaqueiro, que em outros tempos ficara desolado com a súbita partida do menino, vítima de um boi sem coração, via agora a sua vida se esvair. O tempo, implacável, levava as forças daquele corpanzil que conduziu boiadas mil pelo nosso Brasil, somando-se mais uma cruz à do menino no antigo estradão.
Olhando perdido para todos os lados, já confuso entre os portões da vida e da morte, o velho boiadeiro somente consegue distinguir no dourado do horizonte o som daquele berrante que ele jurara jamais tocar novamente. Som que ele há muito não ouvia e que lhe trazia no coração as lembranças do menino tão trigueiro, que abria a porteira para a sua boiada passar.
À medida que o som se aproximava, via surgir um pequeno jovem de cor de ébano, cavalgando bela montaria, tocando berrante em meio de uma imensa boiada. O vaqueiro, em um misto de alegria e de espanto, pergunta com sua voz de trovão ao jovem anjo:

“- Quem é você, que como eu conduz o gado? Por que toca esse berrante que jurei jamais tocar?”
O menino apeia do cavalo, tira o seu chapéu para cumprimentar o boiadeiro. De seu bolso, tira uma moeda, entrega ao boiadeiro, juntamente com seu berrante.

“- Boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando! Eu sou aquele menino da porteira e estou aqui para recebê-lo, nas portas do país da luz. Seja bem-vindo! Siga agora para amealhar outros rebanhos, para tocar outra vez com fé o seu berrante...”

E com as mãos firmes, apagada da memória a cruzinha do estradão, o boiadeiro toma de novo o seu berrante, que prometera jamais tocar, e, com novo ar em seus pulmões, corta com sua nota dissonante vales e serras, anunciando a novidade daquela manhã: Túu-Túu-Túuu.

Inspirado na famosa música do cancioneiro popular “O menino da porteira” (1955), sucesso na voz do cantor Sérgio Reis, composição de Teddy Vieira / Luizinho, transformada em filme homônimo em 2009, pela direção de Jeremias Moreira, existindo também uma versão em 1977.


Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito Federal (Brasil)


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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Psicografia: O novo olhar da justiça

  
Mensagens psicografadas devem ser aceitas como provas nos tribunais?
É isso que Nemer da Silva Ahmad busca responder em seu recém-lançado livro – “Psicografia: o novo olhar da Justiça” –, através de uma análise criteriosa sobre as manifestações mediúnicas, com destaque para a psicografia. Este trabalho surge num momento bastante oportuno, já que se está em vias de se debater no Congresso Nacional projetos de lei que visam criar empecilhos ao livre convencimento dos julgadores, simplesmente proibindo a utilização de documentos resultantes da psicografia.
No livro, o autor, que é formado em Ciências Jurídicas e Sociais e professor de Pós-Graduação em Processo Civil e Direito Civil no Rio Grande do Sul, serviu-se de uma correspondência recebida por Allan Kardec, na qual é narrada a experiência vivida por um acusado de homicídio cuja sentença de morte foi suspensa mediante comunicação do Espírito da vítima, que o inocentou afirmando que o mesmo estivera sob influência de um Espírito que a perseguia desde remotas épocas. Este Espírito se aproveitou da indisciplina e do desequilíbrio do então acusado para cometer o crime.
Esta interessante passagem está registrada na “Revista Espírita” de novembro de 1859 com o título “O Espírito e o jurado” e, sem dúvida, foi levada em consideração a autenticidade do comunicado mediúnico que teve peso jurídico no caso.
Como este, o livro de Nemer reproduz, ainda, aqueles episódios vividos pelo saudoso Francisco Cândido Xavier, que teve algumas das mensagens por ele psicografadas utilizadas por advogados de defesa para tentar a absolvição de dois acusados de homicídio, em locais e datas diferentes.
O primeiro caso ocorreu no dia 8 de maio de 1976, em Goiânia, quando Maurício Garcez Henrique, involuntariamente, atingiu com um tiro seu amigo José Divino Nunes, que veio a falecer. O segundo caso envolveu o casal João Francisco Marcondes Fernandes de Deus e Gleide Dutra de Deus e aconteceu no dia 1o de março de 1980, em Campo Grande (MS). As mensagens, ditadas pelos Espíritos das vítimas, foram apresentadas no Tribunal e serviram como provas de inocência dos acusados, que lograram absolvição das acusações, já que juízes, promotores e jurados autenticaram as mensagens psicografadas por Chico. Na parte final do livro, são estampados os despachos e pareceres dos juízes, além de uma resumida biografia do saudoso medianeiro.
O livro é dividido em três partes, intituladas: “Natureza da psicografia como prova processual”, “Aplicação da psicografia como fonte de prova” e “Conclusão”, sendo nelas abordados temas como: “Ciência espírita e psicografia”, “A cientificidade da escrita mediúnica”, “Posições contrárias ao uso da prova psicografada”, “Critérios de credibilidade da psicografia como fonte de prova processual”, “Outras qualidades necessárias ao médium psicógrafo”, “A influência do médium na prova psicografada”, “Requisitos técnicos da prova psicografada” e “Perícia grafodocumentoscópica”.

“Psicografia – o novo olhar da Justiça” tem 222 páginas, 14x21cm e é um lançamento da Editora Aliança, que atende a pedidos na Rua Major Diogo, 511 – Bela Vista – CEP 01324-001 São Paulo, SP – telefone begin_of_the_skype_highlighting - (11) 2105-2600 - end_of_the_skype_highlighting, correio eletrônico    editora@editoraalianca.org.br ou e página www.editoraalianca.org.br. 

Matéria extraída  do site: http://www.divulgacaoespirita.com.br/index.php/artigos/psicografia-o-novo-olhar-da-justica/

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Segue a matéria referida pelo artigo da Revista Espírita de 1859 com o titulo: 


 O Espírito e o Jurado
 
Um dos nossos correspondentes, homem de grande saber e provido de títulos científicos oficiais, o que não o impede de ter a fraqueza de crer que temos uma alma, que essa alma sobrevive ao corpo, que depois da morte ela erra no espaço, e pode ainda se comunicar com os vivos, tanto melhor que ele mesmo é um bom médium, e tem numerosas conversas com os seres de além-túmulo, nos endereçou a seguinte carta "Senhor, "Fui jurado há algum tempo; a Corte criminal havia julgado um homem jovem, apenas saído da adolescência, acusado de uma morte cumprida na pessoa de uma mulher idosa, com horríveis circunstâncias. O acusado confessara e contara os detalhes do crime com uma impassividade e um cinismo que faziam a assembléia tremer.
"Entretanto, era fácil de prever que, tendo em vista sua idade, sua falta absoluta de educação, e os estímulos que recebera em sua família, solicitariam para ele circunstâncias atenuantes, tanto mais que rejeitava a cólera que o fizera agir numa provocação por injúrias.
"Eu quis consultar a vítima sobre o grau de sua culpabilidade. Apelei, durante a sessão, por uma evocação mental; ela deu-me a conhecer que estava presente, e lhe entreguei a minha mão. Eis a conversa que tivemos, eu mentalmente, ela por escrito:

"P. Que pensais de vosso assassino? - R. Não serei eu quem o acusará.
"P. Por que? - R. Porque ele foi impelido ao crime por um homem que me fez a corte, há cinqüenta anos, e que nada tendo obtido de mim jurou que disso se vingaria. Ele conservou, na morte, seu desejo de vingança; aproveitou-se das disposições do acusado para lhe inspirar o desejo de me matar.
"P. Como o sabeis? - R. Porque ele mesmo me disse, quando cheguei ao mundo que hoje habito.
"P. Concebo a vossa reserva, diante desse impulso que o vos- • só assassino não repeliu como o devia e como o podia; mas não pensais que a inspiração criminosa, à qual tão voluntariamente obedeceu, não teria sobre ele a mesma força, se não tivesse nutrido e entretido, há longo tempo, sentimentos de inveja, de ódio e de vingança contra vós e vossa família? - R. Seguramente; sem isso teria sido mais culpado por resistir por isso eu disse que aquele que quis se vingar aproveitou as disposições desse jovem; pensai bem que ele não teria se dirigido a alguém que tivesse vontade de resistir.
"P. Ele goza por sua vingança? - Não, porque vê que lhe custará caro, e que, por outro lado, em lugar de me fazer mal, prestou-me serviço em me fazendo reentrar mais cedo no mundo dos Espíritos, onde sou mais feliz, foi, pois, uma ação má sem proveito para ele.
"Circunstâncias atenuantes foram admitidas pelo júri, pelos motivos que indiquei mais acima, e a pena de morte foi afastada.

"Sobre o que acabo de contar, há que fazer-se uma observação moral da mais alta importância. É necessário disso concluir, com efeito, que o homem deve vigiar, até nos seus menores pensamentos, até os seus maus sentimentos, em aparência os mais fugidios, porque têm a propriedade de atraírem contra ele os Espíritos maus e corrompidos, e de o oferecer, fraco e desarmado, às suas culpáveis inspirações: é uma porta que abre ao mal, sem compreender-lhe o perigo. Foi, pois, com um profundo conhecimento do homem e do mundo espiritual que J.C. cometeu adultério em seu coração." (São Mateus, cap. V, v. 28.)

'Tenho a honra, etc.


"Simon M..."


 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Se não for sempiterna, é falsa a misericórdia divina infinita


Seguidores da Teologia Paulina e Luterana pregam a salvação pela graça. Mas Jesus ensina que a cada um será dado de acordo com suas obras. (São Mateus 16,27). Em certo sentido, está certa a teologia da graça, pois a nossa própria existência é uma graça de Deus. Mas ela é dada a todos nós, pois Deus não faz acepção de pessoas. (Atos 10,34). O próprio Paulo até ensinou que onde abundou o pecado, superabundou a graça. (Romanos 5,20). Ninguém, pois, perde a salvação por falta da graça. Mas cabe a nós fazermos também a nossa parte.
A lei de causa e efeito é científica: “A cada ação corresponde uma reação de igual potência e reversibilidade”. E, moralmente, ela não é só bíblica, mas universal. “Colhemos o que plantamos.” Chamam-na também de carma. E ela nunca termina, pois cada ação dá origem a outra, automaticamente. E é por ela que acontece a nossa evolução espiritual sempiterna. São Paulo diz: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, nós somos os homens mais infelizes.”
(1Coríntios 15,19). De fato, em espíritos, nós somos imortais, colhendo no futuro os frutos da boa semeadura que tivermos feito.
Fala-se muito na misericórdia infinita de Deus para conosco, o que tem muito a ver também com a imortalidade do espírito e o carma.
Realmente, se a misericórdia de Deus é infinita, ela jamais termina, beneficiando, pois, o espírito que, por ser também imortal, jamais termina, esteja ele encarnado ou desencarnado. Aliás, se a misericórdia divina é infinita para nós, isso significa também que ela será sempre necessária, pois poderemos continuar errando em outras vidas, aqui na Terra ou em outros mundos. “A casa do Pai tem várias moradas”.
Deus atua através dos seus espíritos (Hebreus 2,2; e 1,14). Os espíritos do bem, que agem em nome de Deus, são chamados na Bíblia de anjos. Mas os maus ou atrasados (ainda impuros) são também de Deus, e podem atuar, igualmente, em nome de Deus, do bem. “Um espírito maligno da parte de Deus atormentava Saul”. (1 Samuel 16,23).
O “O Livro dos Espíritos”, de Kardec, na questão 459, nos ensina também que os espíritos não só nos influenciam os pensamentos, mas até controlam a nossa vida. E são Paulo adverte-nos de que a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra as potestades do mal. Aliás, até Jesus foi tentado por um espírito. Mas “Deus sabe tirar do mal o bem.” Exemplificando: Se alguém ou um espírito de alguém me fizer um mal, esse mal pode ser a colheita minha de um mal semelhante ao da semeadura que fiz. A pessoa ou espírito, que está me ofendendo, pode estar, pois, queimando meu carma, fazendo, portanto, um bem a mim. E, em parte, é por isso, também, que Jesus ensinou que devemos perdoar sempre, não só sete vezes, mas setenta vezes sete, e que devemos amar até os nossos inimigos.
Deus é onisciente, sabendo, pois, o passado, o presente e o futuro, e nos criou com amor. Se o nosso livre-arbítrio pudesse, pois, ser causa de uma condenação irremediável para nós, Deus jamais no-lo teria dado. 
E a expressão de que a misericórdia de Deus é infinita só pode ser mesmo verdadeira, se ela for sempiterna, não podendo, pois, jamais, terminar com a morte do corpo, além de que, também, nós fomos criados por Deus para sermos, um dia, realmente felizes para sempre!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

25 de Dezembro


Apesar da data simbólica, o ambiente é diferente. A cada ano, as luzes – ainda que externas – oferecem um colorido agradável e a sensibilidade se eleva pela própria vibração daquele que é o Luz do Mundo, o Modelo e Guia para a Humanidade.
Ele tomou ainda o cuidado de enviar Francisco de Assis, Vicente de Paulo, Irmã Dulce, Madre Tereza, Zilda Arns, João Paulo II, Chico Xavier, Martin Luther King, Mahtma Gandi, Bezerra de Menezes, Eurípides Barsanulfo, Helder Câmara, Cairbar Schutel, Mandela e tantos outros nomes que encheriam essa página, pois que também enviou aqueles que não ficaram conhecidos ou famosos, mas todos se distinguiam por algo comum: vivenciaram o amor. Era para não nos esquecermos da sublime mensagem.
Mesmo em nossas pequenas cidades interioranas não será difícil localizar benfeitores que se destacaram pela vivência plena de sua mensagem de amor ao próximo. Muitos deles analfabetos, pobres e todos eles com algo que os caracteriza: a simplicidade, a humildade e principalmente a marca das adversidades, de dificuldades de toda ordem, e também a incompreensão, perseguição, calúnias.
Mas é pela doce presença de Jesus que a vida pode se tornar mais suave. É dele a inspiração para esses nomes que mudaram a face do mundo, pois que perceberam que a única solução para os grandes dramas sociais e mesmo para as angústias individuais – de todas as origens – é mesmo a presença de Jesus no coração, na vivência familiar, no toque especial dos relacionamentos.
Convidemo-lo seriamente para estar conosco em família nesta Noite de Natal, mas façamos disso uma presença perene durante todo o ano. Comecemos pela adoção da tolerância, da fraternidade pura em família que se estenderá depois para a sociedade. Atentemos que sua doutrina de amor resume os deveres para com Deus e para com o próximo. Pensemos seriamente quais seriam nossos deveres para com Deus e como entender efetivamente os deveres para com o próximo. Ora, não são outras as conclusões senão a confiança na vida, o estender de mãos da solidariedade uns para com os outros, o respeito pelas diferenças, a vivência da solidariedade e a extinção gradativa do egoísmo ou dos ímpetos agressivos, ainda que verbais ou mentais. Jesus efetivamente nos convida ao amor. E o amor está mais no gesto do que no fato. O amor une as criatuas, extingue as misérias sociais (pensemos na abrangência dessa expressão) e traz como resultado o aprimoramento moral e a felicidade relativa que se pode alcançar nesta vida.
Analise-se calmamente as Bem-Aventuranças e se sentirá o doce perfume do conforto que abriga, que aconchega, que convida à paz e à harmonia. Como disse Gandhi, se fossem perdidos todos os ensinos e ficasse apenas o Sermão do Monte, de nada mais precisaríamos para pautar a vida na dignidade e no amor que precisamos para viver.
Por isso nessa data especial, o sentimento que surge é o da gratidão!
Obrigado Senhor, pela sua presença, pela sua vida, pelo seu amor! Fica conosco Jesus.
Ajuda-nos a endireitar nossos passos vacilantes na senda do bem.
Aos leitores, nosso abraço de um Feliz Natal, com Jesus no coração!

Orson Peter Carrara
orson peter92@gmail.com

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