segunda-feira, 25 de julho de 2016

Não só o cristianismo nasceu de fenômenos mediúnicos


Os fenômenos com espíritos só ocorrem através de médiuns. Todos nós temos um pouco de mediunidade. Mas para que haja esses fenômenos, tem que haver um médium especial por perto. E esses médiuns especiais são uma minoria. Daí se ouvir muito a afirmação: Eu não acredito em assombrações ou fatos que envolvem espíritos, porque nunca vi nada nesse sentido. Ademais, os líderes religiosos cristãos sempre esconderam dos seus fiéis a verdade da comunicação bíblica com os espíritos, dizendo que isso é impossível e até que é pecado. E, com isso, ajudaram a engrossar a fileira dos cépticos e de sua filosofia materialista. 
E atentemos para o fato de que as pessoas, que fazem pesquisas e estudos nessa área são também poucas. E, às vezes, até fazem isso às escondidas, com medo, pois os líderes religiosos ensinavam também que essa prática, além de pecado, era perigosa. Na verdade, os líderes religiosos não queriam que as pessoas estudassem esses fenômenos espíritas, porque elas acabavam virando espíritas. E a consequência de tudo isso é que apenas uma insignificante porcentagem dos estudiosos desse assunto e os médiuns dão crédito a esses fenômenos de manifestações dos espíritos. E assim, acontecia o que já dissemos, a grande maioria falava e fala frequentemente: Eu não acredito nessas coisas, porque nunca vi nada envolvendo espíritos ou fantasmas!
Mas hoje, a coisa é diferente. É o que disse o Mestre dos mestres: Nada ficará oculto (Mateus 10: 26), ou seja, com a evolução, a verdade, um dia, chegará para todos. A Igreja já não ataca mais o espiritismo, pois os padres sabem das coisas, já que estudam muito. E as pessoas de hoje são mais esclarecidas. Daí que a grande maioria dos católicos de cidades grandes e de porte médio frequentam casas espíritas, e são mais numerosas nelas do que os próprios espíritas, não faltando nelas também a presença de um crescente número de protestantes e evangélicos. E um detalhe, essas pessoas são geralmente as de melhor nível de instrução de acordo com pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, ou seja, desembargadores, juízes, promotores de justiça, médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, psicólogos, antropólogos, professores universitários, membros do alto escalão político e da alta hierarquia militar. E, discretamente, até bispos, padres e pastores frequentam as casas espíritas.  
O cristianismo teve início com a comunicação do Espírito desencarnado de Jesus, que, ressurgindo do mundo dos mortos, apareceu, primeiramente, a Maria Madalena.
São Paulo, o primeiro autor do Novo Testamento, converteu-se ao cristianismo na Estrada de Damasco, quando Jesus, depois de sua morte, lhe apareceu em forma de uma luz tão brilhante, que o deixou cego e desmaiado. Depois, Paulo foi curado por Ananias em Damasco, pois Jesus apareceu também a Ananias, dando-lhe instruções para curar Paulo.
E não só o cristianismo surgiu com fenômenos mediúnicos ou que envolvem espíritos: Maomé, fundador do Islamismo, não sabia ler nem escrever. Mas pela sua mediunidade psicofônica,   o Anjo Gabriel ditou o Alcorão escrito por seus auxiliares.
E anjo é espírito humano de alto nível de evolução. Aliás, o próprio nome do Anjo Gabriel, em hebraico, quer dizer “homem iluminado”, o que nos demonstra também que ele, já naquela época, era mesmo um espírito muito evoluído!

PS: II Congresso Espírita Internacional de Madri (Espanha), “Um Mundo Novo”, de 16 a 18 de setembro de 2016. Contato: progresoespiritismo@gmail.com

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

Imagem ilustrativa

terça-feira, 19 de julho de 2016

Continuados testes


Considere o leitor que a vida é uma sequência de desafios nos aprendizados de cada dia, onde se incluem as dificuldades dos relacionamentos – muitas vezes tensos – e as próprias limitações pessoais.
Na verdade, a vida reserva a cada um de nós a felicidade completa que, claro, será futura e não imediata. Por esta mesma razão, é uma construção gradativa, lenta e que exige lutas constantes, sacrifício dos caprichos nem sempre recomendáveis e esforço nessa direção. E não é imediata porque é impossível que se conquistem num espaço tão curto e rápido, como é a vida humana – por mais longa que seja –, as virtudes e o conhecimento que formam a autêntica felicidade que não está baseada no ter, mas no ser. Na verdade, é a felicidade oriunda da paz de consciência, onde não há remorsos, nem arrependimentos e a vida é voltada para fazer o bem em sua integridade.
Lembrei-me dessas considerações ao ler a frase “(...) A vida, que a todos nos reserva felicidade futura, estrutura-se em contínuos testes de humildade e paciência. (...)”. A frase consta do capítulo primeiro do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, por Divaldo Pereira Franco.
Primeiro chamou-me atenção a palavra estrutura-se, no caso da frase em questão, indicando as bases da felicidade futura nos alicerces da humildada e da paciência. A própria palavra estrutura já indica solidez, segurança, apoio. Mas ela vem acompanhada da curiosa expressão contínuos testes, que por sua vez leva à lembrança dos desafios. Afinal, teste lembra avaliação, exame ou verificação. E a frase é concluída com as virtudes da humildade e da paciência. Repitamos a frase: “(...) A vida, que a todos nos reserva felicidade futura, estrutura-se em contínuos testes de humildade e paciência. (...)”.
Ficou interessante ligar felicidade no futuro com estrutura (que lembra solidez e segurança, garantia) baseada nas duas citadas virtudes. E mais ainda perceber a abrangência quando prestamos atenção à palavra reserva. A vida reserva, ou em outras palavras, a vida trará no tempo certo ou deixa como herança a felicidade. Vamos entendendo que ela precisa ser construída nas bases da paciência e da humildade.
Agora pensemos nas virtudes citadas.
Já parou o leitor para pensar nos testes diários de paciência? Seja na convivência, nos obstáculos, nas carências próprias, nos travamentos psicológicos, nos embaraços burocráticos ou nas diferenças individuais que lesam os relacionamentos, na enfermidade e mesmo nas imperfeições morais que ainda caracterizam a sociedade humana, de quanta paciência precisamos? E que quando não a cultivamos, e nos deixamos empolgar pela irritação ou pela ansiedade, quantos prejuízos daí são decorrentes?
Observemos com atenção: somos testados a todos instante. Assim também no que se refere à humildade. Quantos de nós não somos vencidos pela vaidade ou pela prepotência, pelo desprezo ou indiferença que direcionamos a alguém ou aos interesses coletivos e humanitários, no desrespeito à lei ou às diferenças humanas?
Quantos não somos derrotados pela arrogância ou pelo desejo de autopromoção?
E aí nos lembramos dos grandes vultos da humildade e da paciência, vencedores de si mesmos, autênticos heróis e legítimos representantes dos alicerces que estruturam a felicidade, como Irmã Dulce, Madre Thereza, Chico Xavier, entre tantos outros, inclusive anônimos...
Ficamos na teimosia da imposição de ideias, nos recalques do ciúme e da inveja, incomodados com o destaque pessoal próprio e alheio, na tola ilusão de mando, nos melindres que mais lembram a infância quando falávamos: também não brinco mais... e com isso vamos adiando a construção da própria felicidade.
Quanto tempo ainda perdemos com discussões vazias, com maledicência que corre solta, com críticas destrutivas perfeitamente dispensáveis, iludidos pela própria ganância ou pela prepotência que ainda nos caracteriza o estágio humano e esquecemos que a felicidade está na consciência tranquila que só pode mesmo ser conquistada com a paciência e a humildade, porque estas não exigem nada, não impõem, aceitam, resignam ativamente e agem bem em favor de todos, sem nada esperar, sem expectativas, sem ansiedade. São felizes aqueles que gradativamente vão construindo esses alicerces.
Temos muito o que aprender realmente. Não percebemos ainda que nos perdemos pelo egoísmo, pelo orgulho e pela intolerância, comportamentos contrários àqueles que trazem a autêntica felicidade que será conquista inapagável, que o ladrão não rouba, nem a tempestade destrói ou a traça e ferrugem corroem, como afirmou o Mestre da Humanidade.
Aliás, por falar Nele, como esquecer seus exemplos de paciência e humildade para que aprendêssemos a mansidão e a fé? Ele é mesmo o modelo e guia para a Humanidade, a quem devemos seguir sem receios, temores ou acomodação. Não há outro caminho, é só por Ele mesmo que conquistaremos essa lucidez de espírito.

Orson Peter Carrara
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/

Imagem do livro

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Sem a reencarnação a obra redentora seria impossível


A missão redentora do gênero humano feita pelo Messias foi a de trazer para nós o evangelho. E Ele próprio confirmou essa sua missão de enviado de Deus: “... É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois é para isso que eu fui enviado.” (Lucas 4: 43).
Não foi, pois, para ser assassinado pela morte cruel de crucificação que Deus no-lo enviou, mas realmente, para trazer-nos o evangelho.
Deus o Pai estaria por trás do pecado de assassinato de Jesus, se Ele, o Deus Pai, tivesse enviado seu Filho para se deleitar com o pecado de seu assassinado. E o maior sofrimento de Jesus não foi bem morrer na cruz que, naquela época, no Império Romano, era uma morte comum para os condenados à morte.  Seu maior sofrimento foi Ele vir viver nesse nosso mundo ainda muito atrasado e, há dois mil anos, mais ainda. Ele ficou aqui, pois, como um peixe fora d’ água.
Porém, é claro, que o sofrimento da morte de Jesus na cruz é motivo de muita emoção de tristeza para nós, apesar de Ele, o Deus Pai, não sofrer com os pecados da Humanidade, pois quem sofre somos nós mesmos vítimas dos pecados e os próprios autores deles, já que, de acordo com a lei de causa e efeito, nós colhemos o que semeamos: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6: 7). Os cristãos, de um modo geral, com exceção dos espíritas, não dão muita importância a essa lei inexorável universal de causa e efeito, o que é um grande erro. É que eles pensam erradamente que Jesus já sofreu para nós, quando, pela Bíblia, quem sofre é o que peca. Pai não paga pecado de filho nem filho paga pecado de pai. A alma que pecar morrerá moralmente, e, portanto, fica sujeita ao carma de sofrimento (Ezequiel 18: 20).  E Jesus tapa a boca de quem discorda dessa lei de causa e efeito ou cármica: Não sairás da prisão, enquanto não pagares o último centavo (São Mateus 5: 26).
Atribuir, pois, a Deus a responsabilidade pelo pecado do assassinado de Jesus é até uma blasfêmia contra o Espírito Santo, por excelência, que é o Espírito perfeito do Deus Pai. Isso seria mesmo tomar o Espírito de Deus como um espírito atrasado vampiro, que se satisfaz com sangue humano derramado, o que seria uma aberração teológica! É natural que os teólogos do passado e os próprios apóstolos, influenciados pela teologia judaica antiga de sacrifícios agradáveis a Deus, pensassem assim. Mas em pleno século 21, essa teologia de sangue não pode mais continuar sendo aceita como certa, ela que foi condenada pelo próprio excelso Mestre: “Misericórdia quero e não sacrifícios.” (São Mateus 9: 13); e “Amá-lo excede a todos os sacrifícios” (São Mateus 12: 33).
Mas cabe aos que já conhecem o evangelho do enviado de Deus fazerem a sua parte tornada possível por Deus pela sua criação do fenômeno da reencarnação, do nosso intelecto e livre arbítrio para serem usados exatamente nas reencarnações.
Uma só encarnação não daria nem para começarmos a nossa peregrinação terrena em busca da nossa passagem pela porta estreita, símbolo da concretização da nossa redenção pela vivência do evangelho do qual foi portador o Messias, um homem santíssimo judeu!

PS: “Presença Espírita na Bíblia”, com este colunista: www.tvmundomaior.com.br e parabólica digital.

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

Imagem ilustrativa

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Poderosa ação!


Impressionante a atualidade e grandeza do texto que Allan Kardec publicou em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXVII, no subtítulo Ação da Prece. Transmissão do Pensamento. Para estudo individual ou em grupo, para apresentação em palestras ou seminários ou para embasamento de compactas ou longas abordagens, o texto é uma preciosidade e aborda a poderosa ação da prece e da transmissão do pensamento. 
O codificador inicia com a valiosa informação de que “as preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das suas vontades (...)”, após ponderar que a prece coloca um ser em comunicação mental com outro ser a quem se dirige, não importando se esteja encarnado ou já tenha deixado o corpo pela desencarnação. 
O caminhar didático do texto é suave, leve, proporcionando como que uma aula útil e muito agradável para se aprender o mecanismo de transmissão do pensamento na comunicação entre os seres. Para isso faz uma comparação notável para entendermos a questão: “(...) é preciso mentalizar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que ocupa o espaço, como o somos, neste mundo, na atmosfera. Esse fluido recebe um impulso da vontade; é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, como a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto que as do fluído universal se estendem ao infinito. (...)”. O que ocorre, portanto, é que “(...) estabelece-se uma corrente fluídica de um para o outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. (...)”. 
A prece tem poderosa ação porque por ela atraímos o concurso dos bons espíritos, que nos sustentam nas boas resoluções e nos inspiram bons pensamentos, possibilitando-nos adquirir as forças morais para superação das dificuldades. Não usá-la, conforme raciocínio de Kardec, é renunciar para sim mesmo e a outros o bem que se lhes pode fazer, à assistência que todos podemos receber da Bondade Divina. 
E há uma advertência expressiva no texto, com outras palavras e outro exemplo, mas que se pode resumir no exemplo de adversidades ou doenças que podemos enfrentar, fruto ou não de excessos: temos o direito de reclamar? E conclui a resposta de Kardec: “(...) Não, porque poderia encontrar na prece a força para resistir às tentações (...)”. E podemos acrescentar, inclusive à tentação da reclamação ou dos lamentos da revolta. 
O texto ocupa três páginas do capítulo, com sábias reflexões. Deixo ao leitor ir à fonte original para o prazer dessa leitura do sábio e profundo texto. Mas concluo com dois pensamentos importantes ali expressos, para ampliar a reflexão de todos nós:

a)      No item 13: “Acedendo ao pedido que lhe é dirigido, Deus frequentemente, tem em vista recompensar a intenção, o devotamento e a fé àquele que ora, eis porque a prece do homem de bem é mais meritória aos olhos de Deus, e sempre mais eficaz, porque o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que só é dado pelo sentimento da verdadeira piedade. Do coração do egoísta, daquele que ora com os lábios, não podem sair senão palavras, mas não os impulsos da caridade que dão à prece todo o seu poder. (...)”;
b)      No item 15: “O poder da prece está no pensamento; ela não se prende nem às palavras, nem ao lugar, nem ao momento em que é feita. Pode-se, pois, orar em toda parte, em qualquer lugar, a qualquer hora, sozinho ou em comum. (...)”.

Recomendo, com ênfase, ao leitor, ler o texto integral, até para ampliar o assunto a respeito da prece com comum, reunindo várias pessoas e seu extraordinário poder, mas também para tocar num ponto muito comum nos relacionamentos humanos, quando ouvimos alguém pedir: “Ah! Ore por mim!”. A lucidez de Kardec se faz presente: “(...) Isso é tão compreensível, que, por um movimento instintivo, a pessoa se recomenda de preferência às preces daqueles nos quais se percebe que a conduta deve ser agradável a Deus, porque são mais ouvidos.” 
O fato principal, contudo, fica no raciocínio de que diante das dificuldades todas que possamos atravessar, das adversidades muitas vezes inevitáveis, é preciso lembrar, entre outras situações de “(...) Se não ultrapassarmos o limite do necessário na satisfação das nossas necessidades, não teremos as doenças que são consequências dos excessos, e as vicissitudes que essas doenças ocasionam. Se colocarmos limite à nossa ambição, não teremos a ruína. Se não quisermos subir mais alto do que podemos, não temeremos cair. Se formos humildes, não sofreremos as decepções do orgulho humilhado. Se praticarmos a lei da caridade, não seremos nem maldizentes, nem invejosos, nem ciumentos, e evitaremos as querelas e as dissenções. Se não fizermos mal a ninguém, não temeremos as vinganças, etc. (...)”.
 A prece é o grande recurso contra esses males que ainda nos sondam os passos.

Orson Peter Carrara

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Um mundo melhor


É usual ouvirem-se comentários do género "isto está cada vez pior", "isto não tem solução", "o mundo está cada vez pior"..., e os noticiários, caprichosamente escolhidos para que apenas apareçam as situações mais lamentáveis, acabam por cimentar esta ideia. 
Aparentemente o mundo está pior, tendo em conta tanta violência, tanto desnorte do ser humano, tanta impunidade perante o erro deliberado, tanta indiferença perante o sofrimento alheio.
O homem refugia-se, alucinado, no seu egoísmo, tentando nada ver além do seu ego. Digamos que é um mecanismo de fuga... para dentro, no pior sentido.
Perdido o Norte de Deus, desvalorizados os valores ético-morais, o Deus-dinheiro levou a humanidade, aliada ao Deus-egoísmo, a um beco sem saída.
Vendo estes acontecimentos à luz da Doutrina Espírita (ou Espiritismo), conseguimos verificar que os momentos actuais assemelham-se ao chamado "fim dos tempos", que o Evangelho refere. No entanto, este "fim dos tempos" não significa que o planeta Terra vá desaparecer, mas será sim, o fim dos tempos de misérias morais e materiais que agora vemos campearem na Terra.
A "separação do trigo do joio" e o "juízo final", são, na óptica espírita, a selecção dos Espíritos que voltarão a reencarnar na Terra, Espíritos comprometidos com o Bem, com a paz, com a fraternidade. Os demais, os violentos, serão transferidos, por uma questão de sintonia, com outros planetas mais atrasados, em consonância com o seu íntimo, para que ali expiem os erros de agora, em busca de um devir melhor, ao longo dos milénios.
Nunca na Terra se viu tanto Bem como nos dias que correm, o fim das fronteiras, as organizações não governamentais que buscam auxiliar o próximo, as organizações ecologistas, as organizações de defesa dos animais, do meio-ambiente, dos explorados, das minorias, da igualdade de oportunidade entre géneros, entre tantas coisas boas que se passam no mundo, e que apenas não aparecem nas televisões. 
Somente o Amor, o perdão, a compreensão, podem auxiliar o Homem a libertar-se do egoísmo, do ódio, da intolerância. 
A Física quântica deu a machadada final no Materialismo, comprovando o que o Espiritismo apresentou ao mundo em 1858: tudo é energia, em diversos estados, mais ou menos condensados.
Cientistas de todo o mundo, comprovam a reencarnação e a comunicabilidade dos Espíritos, indo de encontro aos ensinamentos do Espiritismo.
O próximo passo para a Humanidade, inevitável, será incorporar esses conceitos e, compreender as consequências morais desses princípios básicos da Vida.
Quando o Homem entender que é um Espírito imortal, temporariamente num corpo físico, que tem uma multiplicidade de existências físicas com o desiderato de atingir um dia o estado de Espírito-puro, que tudo o que fizer hoje na sua vida repercutir-se-á em si mesmo, nesta e noutras existências, colhendo (bem ou mal) aquilo que for semeando no bojo do seu psiquismo, então a Humanidade transformar-se-á mais rapidamente.
Será a época da regeneração do Espírito, época essa que já está em curso com a reencarnação de Espíritos mais evoluídos, comprometidos com a Paz.
Os dias de hoje, são pois, de esperança, de alegria pelo devir, já ali a seguir à curva da evolução inevitável, competindo-nos, mais do que lamentar a situação actual, fazermos a parte que nos compete: fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que nos fizessem, se estivéssemos no seu lugar.
A Lei de Causalidade (Causa e Efeito) é inexorável e, relembrando as palavras sábias do grande psicoterapeuta da Humanidade, Jesus de Nazaré, "a cada um de acordo com as suas obras".
Deixemos pois, um rasto de luz, de paz, de alegria, de esperança, por onde passarmos ao longo do nosso dia, e estaremos a colaborar com os Espíritos superiores na transformação moral do Planeta, objectivando a instalação de sociedades pacíficas, fraternas, evoluídas, na Terra, para onde voltaremos se tivermos mérito para isso.
Apesar de tudo, o mundo está muito... melhor!!!


Bibliografia:

Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos
Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

José Lucas