quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Agressores e vítimas


Diante de crimes hediondos, suicídios, tragédias provocadas (como atentados e sequestros dramáticos), a perplexidade domina os círculos da sociedade humana.            
É importante, de início, já informar: ninguém nasceu predestinado a matar ou a matar-se. Matar ou matar-se são resultantes da liberdade de agir. Estamos todos destinados ao progresso e o desajuste das emoções, do equilíbrio, é o grande responsável por tais tragédias. Estamos absolutamente convidados à harmonia na convivência, à solidariedade nas iniciativas.            
Referida liberdade de decisão, no entanto, nos sujeita a reparações que virão a seu tempo. Isso por uma razão muito simples: somos responsáveis pelo que fazemos. A vida e suas leis determinam essa responsabilidade intransferível, deixando bem claro que toda lesão que causamos a nós mesmos ou a terceiros teremos que reparar. Não é castigo, mas apenas conseqüência.
E as vítimas? Como ficam essas pessoas? Por que sofrem atentados e se tornam vítimas de crimes passionais, etc? Podemos acrescentar outras questões: Por que Deus permite? Por que uns se livram inesperadamente de determinados perigos, enquanto outros deles são vítimas? Por que ocorrem com uns e com outros não? Qual o critério para todas essas situações?
Apesar da dor e sofrimentos decorrentes, e da não justificativa – sob qualquer pretexto – de gestos que violentem a vida, as chamadas vítimas enquadram-se em quadros de aprendizados necessários ou de reparações conscienciais perante si mesmos, envolvendo, é claro, os próprios familiares.
Por outro lado, os autores – apesar de equivocados e cruéis – são dignos de piedade, uma vez que enfermos. Quem agride está doente, desequilibrado na emoção e necessitado de auxílio, compreensão, tolerância e, mais ainda, de perdão.
Cristãos que nos consideramos, sem importar a denominação religiosa que adotamos, a postura solicitada em momentos difíceis como o agora enfrentando pela mentalidade brasileira, é de compaixão com agressores e vítimas. Todos são dignos da misericórdia que norteia o amor ao próximo. A situação de quem agride é muito pior do que quem é agredido. O agredido já se liberta de pendências que aguardavam o momento difícil; o agressor, por sua vez, abre períodos longos, no futuro, de arrependimentos e reparações que lhe custarão dores e sofrimentos.
Nada justifica a crueldade. Sua ocorrência coloca à mostra nossas carências e enfermidades morais expostas, demonstrando a necessidade do quanto ainda precisamos fazer uns pelos outros.
Não podemos julgar. Não temos competência para isso. O histórico divulgado pela mídia já demonstra por si só as carências expostas, entre tantos outros fatos lamentáveis. Mas há a bagagem que não vemos...
O momento é de vibrações uns pelos outros. Todos somos filhos de Deus... 

Orson Peter Carrara
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Mensagens espíritas aceites em tribunal...


Pode parecer ficção científica, mas não é. No Brasil, já é o 3º caso, que se conheça, em que informações ditadas pelos Espíritos, através de médiuns, são aceites em tribunal, tendo em conta a sua veracidade e credibilidade. Venha daí conhecer este novo caso. 
No Ceará, Brasil, um homem, Galdino Alves Bezerra Neto, de 47 anos de idade, desapareceu em 2011. A sua mãe, D. Maria Lopes Farias, procurava o filho sem cessar, desde então. Após procurá-lo sem êxito em Hospitais, Delegacias, Instituto de Medicina Legal, a mãe de desaparecido, que frequentava um centro espírita, Lar de Clara, em Caucaia, recebeu uma carta psicografada (ditada por um Espírito e escrita por um médium em transe espiritual) do avô paterno do jovem, em Outubro de 2014.
“O avô dele escreveu dizendo que eu deixasse de o procurar em hospital, no IML e fosse a Canindé, mandasse celebrar uma missa, mas antes eu passasse na Lagoa do Juvenal”, conta a idosa, em entrevista ao programa Gente na TV, da TV Jangadeiro / SBT, lagoa essa onde encontraria ossadas no local.
A carta ditada pelo Espírito do avô do desaparecido, levou Maria até a cena do crime, em Maranguape. Chegando lá, ela soube que, de facto, uma ossada tinha sido encontrada há algum tempo. “Fui directa à Delegacia de Maranguape. Cheguei lá e disse que queria saber sobre umas ossadas que tinham aparecido. Eles deram-me a requisição, eu fui ao IML, fiz o exame e deu positivo”, conta a mãe. Na delegacia de Maranguape, o caso é investigado pelo inspector Wellington Pereira, que se surpreendeu com a ajuda inusitada: “Com 32 anos de polícia, é a primeira vez que me deparo com essa colaboração, justamente de uma carta psicografada, para que a gente pudesse chegar à identificação de uma ossada humana “, ressaltou. 
Segundo o inspector, o inquérito foi reaberto para que se possa identificar o que aconteceu com o jovem. A ossada foi localizada em Janeiro de 2013, mas não havia nenhum pista sobre sua identificação. Somente em Outubro de 2014, a carta psicografada dirigida à mãe, ajudou a dar um Norte ao caso. Após os exames de DNA, a polícia pôde iniciar as investigações sobre a morte do desaparecido. Na última terça-feira (19), Maria Lopes voltou à delegacia de Maranguape, para falar sobre as últimas lembranças que tem do filho, e como era sua rotina. Apesar da polícia ainda não saber como se deu o crime, numa segunda carta, enviada pelo próprio filho, este pôde novamente ajudar no esclarecimento do caso.
“A segunda carta já foi ele mesmo. O avô contou só o básico, porque ele não estava capaz de escrever. Ele disse que não tinha escrito há mais tempo, porque não queria me fazer sofrer”, conta a mãe.
Na carta, ele conta que passava de ônibus próximo à Lagoa do Juvenal e foi atraído pelo local. No relato, ele teria sido vítima de latrocínio, roubo seguido de morte, e os criminosos teriam escondido o corpo.
Desde meados do século XIX que a Doutrina Espírita (que não é mais uma seita ou religião) veio matar a morte, ao demonstrar experimentalmente a imortalidade do Espírito, através da comunicabilidade dos Espíritos, numa pesquisa rigorosamente científica, levada a cabo por Allan Kardec.
Paradoxalmente, nos dias que correm, ainda existem pessoas que dizem que “nunca ninguém veio do lado de lá contar como é”, quando essas comunicações existem desde que o Homem é Homem, e foram comprovadas experimentalmente em meados do século XIX, conclusões essas que continuam a ser comprovadas nos tempos que correm, por outros pesquisadores e cientistas não espíritas.
Numa altura em que cada vez mais a Humanidade busca o seu Norte, tentando saber de onde vem, para onde vai, o que faz na Terra e qual a causa de tantas dissemelhanças neste planeta, a doutrina espírita (ou espiritismo) apresenta-se como uma filosofia de vida que, esclarecendo o ser humano, consola-o, na medida em que ele entende o porquê da vida e das suas peculiaridades.
Deixamos aos interessados uma sugestão de leitura, “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, que se apresenta como uma monumental obra, ainda hoje, em 2016, não bem entendida pelo ser humano.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a lei”, é uma frase que encerra o pensamento espírita, que pode dar forte contributo à sociedade, no sentido de uma maior e mais rápida espiritualização do ser humano.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Não só o cristianismo nasceu de fenômenos mediúnicos


Os fenômenos com espíritos só ocorrem através de médiuns. Todos nós temos um pouco de mediunidade. Mas para que haja esses fenômenos, tem que haver um médium especial por perto. E esses médiuns especiais são uma minoria. Daí se ouvir muito a afirmação: Eu não acredito em assombrações ou fatos que envolvem espíritos, porque nunca vi nada nesse sentido. Ademais, os líderes religiosos cristãos sempre esconderam dos seus fiéis a verdade da comunicação bíblica com os espíritos, dizendo que isso é impossível e até que é pecado. E, com isso, ajudaram a engrossar a fileira dos cépticos e de sua filosofia materialista. 
E atentemos para o fato de que as pessoas, que fazem pesquisas e estudos nessa área são também poucas. E, às vezes, até fazem isso às escondidas, com medo, pois os líderes religiosos ensinavam também que essa prática, além de pecado, era perigosa. Na verdade, os líderes religiosos não queriam que as pessoas estudassem esses fenômenos espíritas, porque elas acabavam virando espíritas. E a consequência de tudo isso é que apenas uma insignificante porcentagem dos estudiosos desse assunto e os médiuns dão crédito a esses fenômenos de manifestações dos espíritos. E assim, acontecia o que já dissemos, a grande maioria falava e fala frequentemente: Eu não acredito nessas coisas, porque nunca vi nada envolvendo espíritos ou fantasmas!
Mas hoje, a coisa é diferente. É o que disse o Mestre dos mestres: Nada ficará oculto (Mateus 10: 26), ou seja, com a evolução, a verdade, um dia, chegará para todos. A Igreja já não ataca mais o espiritismo, pois os padres sabem das coisas, já que estudam muito. E as pessoas de hoje são mais esclarecidas. Daí que a grande maioria dos católicos de cidades grandes e de porte médio frequentam casas espíritas, e são mais numerosas nelas do que os próprios espíritas, não faltando nelas também a presença de um crescente número de protestantes e evangélicos. E um detalhe, essas pessoas são geralmente as de melhor nível de instrução de acordo com pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, ou seja, desembargadores, juízes, promotores de justiça, médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, psicólogos, antropólogos, professores universitários, membros do alto escalão político e da alta hierarquia militar. E, discretamente, até bispos, padres e pastores frequentam as casas espíritas.  
O cristianismo teve início com a comunicação do Espírito desencarnado de Jesus, que, ressurgindo do mundo dos mortos, apareceu, primeiramente, a Maria Madalena.
São Paulo, o primeiro autor do Novo Testamento, converteu-se ao cristianismo na Estrada de Damasco, quando Jesus, depois de sua morte, lhe apareceu em forma de uma luz tão brilhante, que o deixou cego e desmaiado. Depois, Paulo foi curado por Ananias em Damasco, pois Jesus apareceu também a Ananias, dando-lhe instruções para curar Paulo.
E não só o cristianismo surgiu com fenômenos mediúnicos ou que envolvem espíritos: Maomé, fundador do Islamismo, não sabia ler nem escrever. Mas pela sua mediunidade psicofônica,   o Anjo Gabriel ditou o Alcorão escrito por seus auxiliares.
E anjo é espírito humano de alto nível de evolução. Aliás, o próprio nome do Anjo Gabriel, em hebraico, quer dizer “homem iluminado”, o que nos demonstra também que ele, já naquela época, era mesmo um espírito muito evoluído!

PS: II Congresso Espírita Internacional de Madri (Espanha), “Um Mundo Novo”, de 16 a 18 de setembro de 2016. Contato: progresoespiritismo@gmail.com

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

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terça-feira, 19 de julho de 2016

Continuados testes


Considere o leitor que a vida é uma sequência de desafios nos aprendizados de cada dia, onde se incluem as dificuldades dos relacionamentos – muitas vezes tensos – e as próprias limitações pessoais.
Na verdade, a vida reserva a cada um de nós a felicidade completa que, claro, será futura e não imediata. Por esta mesma razão, é uma construção gradativa, lenta e que exige lutas constantes, sacrifício dos caprichos nem sempre recomendáveis e esforço nessa direção. E não é imediata porque é impossível que se conquistem num espaço tão curto e rápido, como é a vida humana – por mais longa que seja –, as virtudes e o conhecimento que formam a autêntica felicidade que não está baseada no ter, mas no ser. Na verdade, é a felicidade oriunda da paz de consciência, onde não há remorsos, nem arrependimentos e a vida é voltada para fazer o bem em sua integridade.
Lembrei-me dessas considerações ao ler a frase “(...) A vida, que a todos nos reserva felicidade futura, estrutura-se em contínuos testes de humildade e paciência. (...)”. A frase consta do capítulo primeiro do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, por Divaldo Pereira Franco.
Primeiro chamou-me atenção a palavra estrutura-se, no caso da frase em questão, indicando as bases da felicidade futura nos alicerces da humildada e da paciência. A própria palavra estrutura já indica solidez, segurança, apoio. Mas ela vem acompanhada da curiosa expressão contínuos testes, que por sua vez leva à lembrança dos desafios. Afinal, teste lembra avaliação, exame ou verificação. E a frase é concluída com as virtudes da humildade e da paciência. Repitamos a frase: “(...) A vida, que a todos nos reserva felicidade futura, estrutura-se em contínuos testes de humildade e paciência. (...)”.
Ficou interessante ligar felicidade no futuro com estrutura (que lembra solidez e segurança, garantia) baseada nas duas citadas virtudes. E mais ainda perceber a abrangência quando prestamos atenção à palavra reserva. A vida reserva, ou em outras palavras, a vida trará no tempo certo ou deixa como herança a felicidade. Vamos entendendo que ela precisa ser construída nas bases da paciência e da humildade.
Agora pensemos nas virtudes citadas.
Já parou o leitor para pensar nos testes diários de paciência? Seja na convivência, nos obstáculos, nas carências próprias, nos travamentos psicológicos, nos embaraços burocráticos ou nas diferenças individuais que lesam os relacionamentos, na enfermidade e mesmo nas imperfeições morais que ainda caracterizam a sociedade humana, de quanta paciência precisamos? E que quando não a cultivamos, e nos deixamos empolgar pela irritação ou pela ansiedade, quantos prejuízos daí são decorrentes?
Observemos com atenção: somos testados a todos instante. Assim também no que se refere à humildade. Quantos de nós não somos vencidos pela vaidade ou pela prepotência, pelo desprezo ou indiferença que direcionamos a alguém ou aos interesses coletivos e humanitários, no desrespeito à lei ou às diferenças humanas?
Quantos não somos derrotados pela arrogância ou pelo desejo de autopromoção?
E aí nos lembramos dos grandes vultos da humildade e da paciência, vencedores de si mesmos, autênticos heróis e legítimos representantes dos alicerces que estruturam a felicidade, como Irmã Dulce, Madre Thereza, Chico Xavier, entre tantos outros, inclusive anônimos...
Ficamos na teimosia da imposição de ideias, nos recalques do ciúme e da inveja, incomodados com o destaque pessoal próprio e alheio, na tola ilusão de mando, nos melindres que mais lembram a infância quando falávamos: também não brinco mais... e com isso vamos adiando a construção da própria felicidade.
Quanto tempo ainda perdemos com discussões vazias, com maledicência que corre solta, com críticas destrutivas perfeitamente dispensáveis, iludidos pela própria ganância ou pela prepotência que ainda nos caracteriza o estágio humano e esquecemos que a felicidade está na consciência tranquila que só pode mesmo ser conquistada com a paciência e a humildade, porque estas não exigem nada, não impõem, aceitam, resignam ativamente e agem bem em favor de todos, sem nada esperar, sem expectativas, sem ansiedade. São felizes aqueles que gradativamente vão construindo esses alicerces.
Temos muito o que aprender realmente. Não percebemos ainda que nos perdemos pelo egoísmo, pelo orgulho e pela intolerância, comportamentos contrários àqueles que trazem a autêntica felicidade que será conquista inapagável, que o ladrão não rouba, nem a tempestade destrói ou a traça e ferrugem corroem, como afirmou o Mestre da Humanidade.
Aliás, por falar Nele, como esquecer seus exemplos de paciência e humildade para que aprendêssemos a mansidão e a fé? Ele é mesmo o modelo e guia para a Humanidade, a quem devemos seguir sem receios, temores ou acomodação. Não há outro caminho, é só por Ele mesmo que conquistaremos essa lucidez de espírito.

Orson Peter Carrara
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/

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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Sem a reencarnação a obra redentora seria impossível


A missão redentora do gênero humano feita pelo Messias foi a de trazer para nós o evangelho. E Ele próprio confirmou essa sua missão de enviado de Deus: “... É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois é para isso que eu fui enviado.” (Lucas 4: 43).
Não foi, pois, para ser assassinado pela morte cruel de crucificação que Deus no-lo enviou, mas realmente, para trazer-nos o evangelho.
Deus o Pai estaria por trás do pecado de assassinato de Jesus, se Ele, o Deus Pai, tivesse enviado seu Filho para se deleitar com o pecado de seu assassinado. E o maior sofrimento de Jesus não foi bem morrer na cruz que, naquela época, no Império Romano, era uma morte comum para os condenados à morte.  Seu maior sofrimento foi Ele vir viver nesse nosso mundo ainda muito atrasado e, há dois mil anos, mais ainda. Ele ficou aqui, pois, como um peixe fora d’ água.
Porém, é claro, que o sofrimento da morte de Jesus na cruz é motivo de muita emoção de tristeza para nós, apesar de Ele, o Deus Pai, não sofrer com os pecados da Humanidade, pois quem sofre somos nós mesmos vítimas dos pecados e os próprios autores deles, já que, de acordo com a lei de causa e efeito, nós colhemos o que semeamos: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6: 7). Os cristãos, de um modo geral, com exceção dos espíritas, não dão muita importância a essa lei inexorável universal de causa e efeito, o que é um grande erro. É que eles pensam erradamente que Jesus já sofreu para nós, quando, pela Bíblia, quem sofre é o que peca. Pai não paga pecado de filho nem filho paga pecado de pai. A alma que pecar morrerá moralmente, e, portanto, fica sujeita ao carma de sofrimento (Ezequiel 18: 20).  E Jesus tapa a boca de quem discorda dessa lei de causa e efeito ou cármica: Não sairás da prisão, enquanto não pagares o último centavo (São Mateus 5: 26).
Atribuir, pois, a Deus a responsabilidade pelo pecado do assassinado de Jesus é até uma blasfêmia contra o Espírito Santo, por excelência, que é o Espírito perfeito do Deus Pai. Isso seria mesmo tomar o Espírito de Deus como um espírito atrasado vampiro, que se satisfaz com sangue humano derramado, o que seria uma aberração teológica! É natural que os teólogos do passado e os próprios apóstolos, influenciados pela teologia judaica antiga de sacrifícios agradáveis a Deus, pensassem assim. Mas em pleno século 21, essa teologia de sangue não pode mais continuar sendo aceita como certa, ela que foi condenada pelo próprio excelso Mestre: “Misericórdia quero e não sacrifícios.” (São Mateus 9: 13); e “Amá-lo excede a todos os sacrifícios” (São Mateus 12: 33).
Mas cabe aos que já conhecem o evangelho do enviado de Deus fazerem a sua parte tornada possível por Deus pela sua criação do fenômeno da reencarnação, do nosso intelecto e livre arbítrio para serem usados exatamente nas reencarnações.
Uma só encarnação não daria nem para começarmos a nossa peregrinação terrena em busca da nossa passagem pela porta estreita, símbolo da concretização da nossa redenção pela vivência do evangelho do qual foi portador o Messias, um homem santíssimo judeu!

PS: “Presença Espírita na Bíblia”, com este colunista: www.tvmundomaior.com.br e parabólica digital.

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

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