quinta-feira, 2 de março de 2017

Profilaxia contra o personalismo


"Aquele que quiser ser maior no Reino de Deus seja servidor de todos." - Jesus (Mt., 20:26)

A humildade esteve sempre regaladíssima na Vida de quantos - realmente - foram os Benfeitores da Humanidade.
João Batista não se considerava digno de atar as sandálias d`Aquele que verdadeiramente é a Luz do Mundo, reconhecendo, mesmo, publicamente, que deveria diminuir-se para que Ele crescesse.
Paulo de Tarso, acostumado às bajulações e ao destaque social, humildemente perguntou ao Mestre, ajoelhado nas escaldantes areias do deserto sírio, às porta de Damasco: "Senhor, que queres que eu faça."
O próprio Cristo, vexilário maior da humildade disse que "Bom é o Pai Celestial", não admitindo tal adjetivo para Si.
O exemplo dessas criaturas e de Jesus, em particular, é um verdadeiro e cristalino libelo à humildade!...
Por que, então, encontramos (inclusive nos arraiais espiritistas) algumas criaturas afeitas ao culto da própria personalidade?
Quem cultua a si mesmo, isto é, possui acentuado personalismo, está na mesma posição daquele empregado que enterrou o talento.
Paulo recomendou certa feita aos Filipenses: (Fil., 2:3)

"Cada um considere os outros superiores a si mesmo."

Através da psicografia de Carlos A. Baccelli, irmão José afirma:

“ A recomendação de que cada um considere os outros superiores a si mesmo é, sem dúvida, profilaxia contra o personalismo, que, onde aparece, destrói as melhores intenções."
Não raro - e com muita tristeza - observamos o deplorável espetáculo oferecido por criaturas que, levadas por seus ancestrais e equivocados atavismos, acoroçoados pelo orgulho e vaidade, se deixam emaranhar nas tredas malhas da falsa modéstia e de mal disfarçada soberba à cata de elogios fáceis. É incompreensível que seguidores da Doutrina de Jesus se entreguem a atitudes tais que, via de regra, eclodem em danosas cizânias, tão prejudiciais aos trabalhos da Seara do Mestre.
Paulo recomenda também aos filipenses que todas as tarefas sejam feitas por humildade e não por espírito de contenda. Para lograr tal desiderato, faz-se mister que todos estejamos imbuídos da sinceridade de sentimentos, "de sorte que haja em nós o mesmo sentimento que houve em Jesus Cristo. "

É ainda Irmão José quem aconselha:

"Questionemo-nos acerca de nossos reais interesses em abraçando a Terceira Revelação. Estaremos interessados em nossa redenção espiritual diante de Deus ou em nossa projeção social aos olhos dos homens?!... Estaremos sinceramente empenhados em nossa renovação íntima, como devemos, ou em somente na mudança exterior que nos convém?!...
Porque, infelizmente, contam-se aos milhares os que ludibriam a si mesmos, imaginando iludir os outros, perdendo a valiosa oportunidade de crescimento interior que a presente reencarnação lhes faculta, entregando-se no Além a infindas lamentações sobre o desperdício do tempo.”

Paulo aconselha aos Coríntios (I Cor., 10:7.): "Não vos façais idólatras."

Não se justifica, pois, a tentativa de substituição dos antigos ídolos inertes pela auto-idolatria.

Aconselha Emmanuel[1]:

"Proscreve do teu caminho qualquer prurido idolátrico em torno de objetos ou pessoas (incluída aí a própria pessoa, acrescentamos), reafirmando a própria emancipação das seculares algemas que vêm cerceando o intercâmbio das criaturas encarnadas com o Reino do Espírito.
Recebemos hoje a incumbência de aplicar na edificação do bem desinteressado, o tempo e a energia que outrora desperdiçávamos, à frente dos ídolos mortos, de maneira a substancializarmos o ideal religioso, no progresso e na educação, prelibando as realidades da Vida Gloriosa."

1 - XAVIER, Francisco Cândido Xavier e VIEIRA, Waldo. O Espírito da Verdade. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977, Cap. 72, p. 167.

Rogério Coelho
rcoelho47@yahoo.com.br

Muriaé, Minas Gerais (Brasil)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Bagagem


Bias, de Priene (século VI a.C.), um dos sete sábios da antiga Grécia, pontificava por elevados dotes intelectuais. Mais que isso: era íntegro e honesto. Jamais colocou seu talento e sua inteligência a serviço de interesses menos dignos. Diante de questões litigiosas, que exigiam um mediador sábio e justo, dizia-se:

– É uma causa para o cidadão de Priene!

Sua presença conciliatória serenava os ânimos e garantia o triunfo da verdade e da justiça.
Quando Ciro II, o Grande (585-529 a.C.), ambicioso rei persa, iniciou suas guerras de conquista, estabelecendo um dos maiores impérios da antiguidade, as cidades gregas estavam em seu caminho.
Em breve Priene foi sitiada. Instalou-se o pânico. Os moradores trataram de fugir. Em atabalhoado esforço, buscavam levar a maior quantidade possível de pertences. A confusão era enorme. Grande agitação, ânimos exaltados, choro, histeria coletiva…
A exceção: Bias. Deixou a cidade tranquilamente, sem carregar nada. Os amigos estranharam.

– E os seus bens?

O filósofo sorriu, explicando:

– Trago tudo comigo.

Referia-se aos seus valiosos dotes de cultura, conhecimento e virtude. Em qualquer lugar, esses patrimônios inalienáveis lhe garantiriam subsistência honesta e digna.

***

Enfrentamos, na experiência humana, crises periódicas que exigem o resgate do passado ou testam as aquisições do presente.

Moléstia insidiosa.
Acidente inesperado.
Perda de um bem.
Demissão na atividade profissional.
Fracasso de um empreendimento.
Ruptura da ligação afetiva.
Defecção do amigo.
Morte do ente querido.

Sitiados pela adversidade, somos chamados a deixar as posições em que nos acomodamos, à procura de caminhos novos que se desdobram a nossa frente.
Detalhe importante: a crise é também um teste de avaliação. Revela nossa posição espiritual. Dependendo de nossas reações, podemos ser reprovados, com o compromisso de repetir estágios ou ganhar honrosa promoção.

Reclamamos da sorte?
Tropeçamos na inconformação?
Caímos no desânimo?
Mergulhamos no desajuste?

Lamentável!

Superficial é a nossa crença, frágil o nosso ânimo, precária a nossa estabilidade.

Encaramos a adversidade com bom ânimo?
Confiamos em Deus?
Cultivamos a serenidade?
Estamos dispostos a enfrentar o desafio?

Ótimo!

Demonstramos possuir um patrimônio de valiosas aquisições espirituais.
E trazemos “tudo conosco”, a nos sustentar o equilíbrio e a paz, onde estivermos.

Richard Simonetti
http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2017/02/23/bagagem/

Richard Simonetti é de Bauru, Estado de São Paulo. Nasceu em 10 de outubro de 1935. De família espírita, participa do movimento desde os verdes anos, integrado no Centro Espírita Amor e Caridade, que desenvolve largo trabalho no campo doutrinário e filantrópico. Orador e Escritor espírita, tem mais de cinquenta obras publicadas.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Os pais, os jovens, as drogas...


Uma das grandes preocupações do mundo contemporâneo é pertinente as drogas, ou, melhor dizendo, o envolvimento dos jovens, nossos filhos, com elas. E quando o fato ocorre em uma família não raro os pais perguntam-se: Onde foi que eu errei? E mil dúvidas perambulam pela cabeça de toda a família em busca de uma alternativa para a resolução de tão intrincado desafio. E fica outra pergunta: O que eu poderia ter feito para que isso não acontecesse? 
Obviamente que não há uma receita para isto, porquanto os filhos são criaturas dotadas de livre arbítrio, e também não podemos e nem temos condições de vigiá-los 24 horas por dia para que não se envolvam com o mundo dos entorpecentes. E o que fazer? O ideal é sempre antecipar. Dialogar muito com os filhos, interagir, participar de suas vidas e procurar identificar suas tendências. Enfim, aproximar-se do filho, um contato de alma para alma. Esta é, aliás, uma das grandes missões da paternidade ou maternidade. Orientar é a missão. Mas apenas o diálogo resolve, perguntarão alguns? Obvio que não daremos para tão complicada situação uma resposta simplista, de modo a fazer pensar que apenas dialogando iremos livrar nossos filhos das drogas. Todavia, consideremos que o diálogo e a participação na vida desses jovens é fundamental para aproximá-los de nós, abrindo caminhos para que nossos ensinamentos sejam melhor assimilados por eles. Vale ainda destacar que muitos jovens adentram o universo do álcool, por exemplo, bebericando aos 10, 11 anos nos copos de familiares que permitem que tal coisa ocorra. Os familiares dizem apenas: "Sim, você pode tomar um gole de meu copo!" Não há a conversa, apenas a permissividade. Tudo pode, tudo vale! E a criança, de natureza curiosa, quer mesmo experimentar. Mas, como fica se essa criança tornar-se um adulto viciado? Muitos casos assim, de jovens bebericando em copos de familiares acabam dando enorme dor de cabeça não apenas aos pais, mas, à toda sociedade. Observemos. Ora, se sabemos que essas crianças ou jovens podem aderir ás drogas, sejam elas dos tipos que forem, como podemos permitir que convivam desde idade infantil com o álcool que, diga-se de passagem, não deixa de ser uma droga? Deixo para sugestão ao leitor interessante experiência narrada por um amigo. Diz ele: "Tenho dois filhos um menino de 12 e uma menina de 14 anos e todos os domingos realizamos a reunião da família. Nessas conversas domingueiras estamos nos conhecendo mais, eu a eles; eles a mim. Você perguntará: Mas o que isso tem a ver com o tema drogas? Respondo que tem tudo a ver, porquanto - segundo meu amigo - essas reuniões estão desdobrando-se de forma tão agradável que, naturalmente, entra-se na abordagem de diversos assuntos da atualidade, tais como: sexo, drogas, consumismo e por ai vai... "Estamos tendo - diz ele - a oportunidade do diálogo. Estamos nos conhecendo melhor. Abrimos as portas de nossa relação para o diálogo. Pode ser que um deles envolva-se com drogas ou coisas ilícitas, todavia estamos pela ferramenta do diálogo mais próximos uns dos outros". 
Que tal experimentarmos a sugestão do amigo? Ao invés de ficarmos aos domingos assistindo aquela velha lenga lenga televisiva dedicarmos um espaço para a família, aproximando-nos assim dos nossos filhos. Pode ser um caminho para que eles fiquem cada vez mais longe das drogas.
 

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Outra coragem


Quanto mais leio, estudo e pesquiso o rico e incomparável conteúdo oferecido pela Doutrina Espírita, mais me alarga o horizonte de entendimento da outra coragem e disposição que precisamos desenvolver em nós mesmos para a harmonia interior que buscamos, com vistas às finalidades de viver e de atingir os altos objetivos fixados pela grandeza de Deus e suas soberanas leis.
Em todos os tempos, mártires e lideranças dos vários desafios que a vida apresenta no complexo relacionamento humano, entre os seres de uma mesma família ou nos intercâmbios entre as diversificadas culturas dos países, tiveram iniciativa, disposição e coragem no enfrentamento dos preconceitos, dos abusos de toda ordem (considere-se aqui de toda ordem mesmo, desde os de poder, da escravidão, da prepotência ou da ganância, da vaidade e tantos outros), da corrupção, enfermidades, das invenções, guerras e nas diversas situações construídas pelo egoísmo que ainda nos domina o comportamento.
Por força dessa situação, há que surgir aqueles que colocam a “cara para bater” nesses enfrentamentos advindos da coragem honesta, sincera, que muda os paradigmas da dominação ainda presentes no planeta.
Todavia, os grandes clássicos da literatura espírita nos fazem pensar na outra coragem, sempre esquecida e tão necessária para alterar completamente os doloridos quadros vividos no planeta.
Trata-se do enfrentamento de nós mesmos, nas imperfeições que todos carregamos. Isso significa, no entender da notável Amália Domingo Soler – que foi orientada em toda sua obra pela grandeza e nobreza do Espírito Germano –, melhorar nossos hábitos e costumes (depois de prévio e consciente exame de nossos próprios atos, bons e maus), estabelecendo um regime progressivo em harmonia com as aspirações do Espírito humano, opondo-se à propagação do mal e propugnando pela desinteressada prática do bem, segundo suas próprias palavras, aqui adaptadas em transcrição parcial e constantes do capítulo VIII – Conhecer-te a ti mesmo, do livro A luz do caminho.

Ela afirma no início do capítulo: “Cada um é o redentor de si mesmo (…) e para chegar a ser um verdadeiro apóstolo do progresso é preciso antes de tudo redimir-se (…)”. E acrescenta com sabedoria: “(…) Tão importante é ao homem aprender a conhecer-se a si mesmo como saber porque está na Terra, de onde vem, para onde vai (…)”.

O que mais me chamou atenção, todavia, está na seguinte afirmação, razão da presente abordagem: “(…) Se para progredir intelectualmente foi preciso lutar com a coragem dos heróis e dos mártires, há de ser menos para progredir moralmente? (…)”.

Na reflexão dessas duas linhas estão incluídas todas as lutas para vencer preconceitos e dominações de todo tipo, gerando mártires em todos os tempos e fazendo a humanidade avançar no entendimento de nossa igualdade e no respeito que se deve ter com a liberdade.
Pois a coragem é a mesma. É a coragem da iniciativa, da decisão, do planejamento, da perseverança, só que para enfrentamento de nossas próprias imperfeições. É a luta pela conquista das virtudes, é a dominação do orgulho, é a dispensa do egoísmo, é a renúncia aos pontos de vistas próprios em favor da paz coletiva, é o reconhecimento do valor alheio, em detrimento da vaidade e arrogância que ainda nos caracteriza. É, enfim, silenciar a agressividade, raivas, rancores, e atender à consciência, amar o dever.

Por isso a clássica pondera: “(…) Ao homem do mundo falta descobrir um simples, mas profundo segredo. (…) É aprender a conhecer-se a si mesmo. (…)”

A abordagem é notável e não cabe num único artigo. Há muito mais no precioso capítulo, mas deixamos um dos trechos para concluir: “(…) Todos nós, sem exceção, estamos doentes do espírito (…) Perguntemo-nos sempre: Que falta cometi hoje? (…)”.

E pondera que quanto mais afundados estamos nos vícios dos maus comportamentos (aí incluídos também o melindre, o orgulho próprio ferido e a teimosia rebelde), menos enxergamos o ridículo de nossos próprios comportamentos perante a finalidade maior de progresso oferecido pela vida.
Portanto, essa é a outra coragem: do enfrentamento de nós mesmos, virtude que atrairá o amparo e presença dos benfeitores espirituais, pois é exatamente a nova postura que nos aproxima deles para nossa harmonia interior.

Orson Peter Carrara
www.orsonpcarrara.com.br

Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve na maioria dos estados do país, por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita. Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas, sites e jornais do país, além de boletins regionais, no país e no exterior. Autor de treze livros, seus textos caracterizam-se pela objetividade e linguagem acessível a qualquer leitor, estando disponibilizados em vários sites de divulgação espírita.

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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Terapia de vivências passadas ganha pesos pesados da ciência


Os maiores adversários do espiritismo e da reencarnação foram os médicos, psicólogos e a Igreja. Hoje, por ironia, são os médicos, os psicólogos e os católicos que mais os aceitam.
Foi o coronel francês Albert de Rochas que, em 1893, deu início às pesquisas sobre regressão de memória, expondo-as em “Les Vies Successives” (“As Vidas Sucessivas”), em 1911. Atualmente, há milhares de pesos pesados da Ciência que se dedicam à Terapia de Vivências Passadas (TVP) e à pesquisa da reencarnação.
Nos Estados Unidos, a psicóloga Dra. Edith Fiore, com doutorado na Universidade de Miami, disse: “Você esteve aqui antes” e “A terapia da reencarnação é a chave”; Dra. Elisabeth Kubler-Rosss, médica especialista de pacientes terminais e de “experiências de quase morte”; Dr. Raymond A. Moody, especialista, também, em “experiências de quase morte”, autor do best-seller “Life after Life” (“Vida depois da Vida”; Dr. Bruce Goldberg, de Baltimore, autor de “Vidas Passadas e Vidas Futuras”; o teósofo Jonh Algeo, autor de “Investigando a Reencarnação”; e o Dr. Ian Stevenson, diretor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia e autor de “Vinte Casos sugestivos de Reencarnação” e de outra obra científica fantástica de 2.300 páginas, com pesquisas em 40 países, em dois volumes, ainda não lançada no Brasil; No Brasil: Dra. Maria Teodora, psiquiatra de Campinas (SP) e presidente da Sociedade Brasileira de Terapia de Vivências Passadas (SBTVP); Aqui em MG: Dr. Luís Benigno, Dr. Luís Braga, e o psicólogo Luís Fróis dirigem a SBTVP, há também o Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas (INTVPA), com sede no Rio de Janeiro (RJ); na Inglaterra, o Dr. Alexander Kannon, terapeuta da TVP, com diplomas de 9 universidades europeias, autor de “The Power Within” e que comanda uma equipe de cerca de 70 psiquiatras e psicólogos especialistas em TVP, os quais já curaram centenas de milhares de pessoas; deixemos que o Dr. Alexander nos fale: “Durante muitos anos, a “Teoria da Reencarnação” foi um pesadelo para mim. Esforcei-me ao máximo para invalidá-la, chegando até mesmo a discutir com meus pacientes em transe ... Agora com mais de mil casos investigados, tenho de admitir que a reencarnação existe.”; e J. G. Bennet, físico, matemático, filósofo e autor de “O Eneagrama”; na França, o Dr. Patrick Drouot, físico, filósofo, parapsicólogo e terapeuta da TVP, autor de, entre outros livros, “Reencarnação e Imortalidade”; do Canadá, Dr. Joel L. Witton, catedrático de psiquiatria da Universidade de Toronto e que lançou com seu colega Dr. Joe Fisher “Vida – Transição – Vida”; Na Índia, o catedrático universitário de parapsicologia Hamendra Barnejee, autor de “Extra Cerebral Memory”; na Rússia, atualmente, o mais importante parapsicólogo russo Vasiliev; na Bélgica, o cardeal Mercier; e na Itália, os cardeais Passavalli e Nicolau de Cusa.
E alguns papas eram reencarnacionistas, entre eles: Eugênio IV (1431 a 1447); Nicolau V (1447 a 1455) e são Gregório Magno (590 a 604).
Detalhes sobre esta matéria em meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, Ed. EBM-Megalivros, SP, e em “Estudos e Crônicas”, de Hermínio C. Miranda, FEB, DF.
E terminamos com o Mestre de todos nós (Mateus 11: 14 e 15), ao se referir a João Batista (Mateus 11: 14 e 15): “E se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.” 

N O T A 

A presente crise brasileira está realmente atingindo as atividades de muitos setores do nosso país. Nós espíritas e simpatizantes do Espiritismo façamos, pois, um esforço extra para ajudarmos a Rádio Boa Nova e a TV Mundo Maior a darem a volta por cima nessa crise que, lamentavelmente, as atinge de cheio.
Precisamos fazer alguma coisa  para que esses dois grandes veículos midiáticos possam continuar mantendo no ar  a sua programação normal, que  é indispensável  para a difusão dos postulados espíritas.
Se sabemos que a maior caridade que podemos fazer para com a Doutrina dos Espíritos codificada por Kardec é a sua divulgação, então, está na hora, pois, de nós cumprirmos o nosso dever, fazendo o que pudermos para com essas duas instituições, que representam os  maiores veículos do mundo de divulgação da nossa querida Doutrina. Vamos, portanto, agir, a partir de agora, fazendo o que pudermos para salvá-las!

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870.

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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Você é uma Boa Notícia em sua Família?


Allan Kardec ensinou que “Fora da caridade” não há salvação. Pois bem, entenda-se salvação aqui não no sentido literal, mas como uma maneira leve de se viver, que permite a paz de consciência e fé no futuro. Logo, aquele que pratica a caridade está salvo, portanto, com sua consciência em paz, podendo, aliás, dormir o “sono dos justos”.
Mas, o que seria caridade, já que ela estende-se ao infinito e vai desde doar uma cesta básica ao necessitado até um simples e terno sorriso dirigido ao amigo aflito. E, mais: a quem praticar esta caridade para sermos salvos?
Encontramos belo e farto material pertinente à caridade em O Evangelho segundo o Espiritismo. Basicamente são duas formas de caridade: material e moral. A caridade material é a mais simples de ser feita, porém, não menos valorosa. Um dinheiro que ofertamos ao pedinte, uma carona a quem necessita, um lanche oferecido ao faminto são maneiras de praticar a caridade material.
Já a caridade moral é um pouco mais complexa, porquanto mexe com pontos mais densos de nosso ser. Como calar em face da acusação impiedosa? Como deixar de comentar sobre as impertinências de alguns familiares nos famosos churrascos de família? Teríamos a generosidade necessária para orar por aqueles que nos prejudicaram?
Perceberam porque a caridade moral é a mais difícil de ser praticada?
Já respondemos, então, o que é caridade, esta abençoada capacidade que nos proporciona a paz de consciência.
Agora respondamos: a quem praticar esta caridade?
Qualquer um em sã consciência diria que esta resposta é “mamão com açúcar”. Claro, a caridade deve ser praticada a todos, sem distinção. E concordo. Contudo, convenhamos: muito mais simples praticar a caridade para aqueles que estão longe, distantes, porquanto desconhecemos suas limitações, falhas e dificuldades, logo, não colocamos tantos empecilhos.
Um pouco mais complicado praticar a caridade, principalmente a moral, para quem está perto, ou seja, ao próximo mais próximo, porque conhecemos sua história de vida, sabemos de suas imperfeições e impertinências.
Perdoar a palavra áspera do irmão, lavar a louça para a mãe, orar pelo marido que, segundo analisamos, não nos dá atenção necessária, constituem-se em interessante exercício de caridade e faz-nos trabalhar o orgulho e a vaidade que ainda estão em nós.
Eis que, praticar a caridade ao próximo mais próximo além de trabalhar a harmonia no seio familiar é oportunidade de melhor nos conhecermos, pois nossas reações em face das ações dos outros revelam muito de nós mesmos.
Veja quem tem ouvidos para falar…
Com o próximo distante temos um pouco mais de tolerância, como não estamos sempre juntos, somos gentis, educados, temos o verniz social.
Mas com nossos familiares, não raro, esquecemos da gentileza, da boa palavra, de compreender suas inconveniências. Esquecemos de calar, de emprestar nossos ouvidos e de sermos em suas vidas uma Boa Notícia, uma Boa Nova.
Vale analisarmos se somos uma Boa Nova para nossos familiares. Quando chegamos num evento de família, ou numa roda de conversa, o que será que dizem a nosso respeito?
– Puxa, lá vem o Wellington, esse cara é legal, bacana, sempre uma palavra amiga e confortadora.

Ou:

– Puxa, lá vem o Wellington, esse cara é um chato, está sempre desanimando os outros, só o tolero porque é meu irmão.

Será que somos uma Boa Nova ou uma Má Notícia?
Ser feliz em família, portanto, é um enorme desafio. Exercitar a caridade com nossos familiares é uma tarefa urgente, até porque pode ser que, por trás daquela rusga, daquele mal humor constante estejam nossas marcas do passado, nossa “colaboração” para a falência daqueles que hoje estão mais próximos a nós. Aliás, quem pode, com segurança, afirmar que fulano, sicrano ou beltrano foram ou não nossos afetos ou desafetos do passado?
Então, diante do esquecimento temporário vale optar pela educação no trato em família, pelo respeito aos que estão mais próximos, não deixando que a convivência estreita venha azedar a relação.
Sendo educados, cordatos, compreensivos, enfim, sendo caridosos com nossos familiares teremos maiores chances de eliminar mal entendidos do passado remoto ou não, e assim sermos felizes em família, porque, definitivamente, isto é possível.

Aliás:

Você é uma Boa Notícia em sua família?

Nota do Autor:
Extraído do livro Ser feliz em família, de Wellington Balbo e Pedro Camilo.

Wellington Balbo
Professor universitário, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática, Escritor e Palestrante Espírita com seis livros publicados: Lições da História Humana; Reflexões sobre o mundo contemporâneo; Espiritismo atual e educador; Memórias do Holocausto (participação especial); Arena de Conflitos (em parceria com Orson Peter Carrara); Quem semeia ventos... (em parceria com Arlindo Rodrigues).

Fonte:http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2016/12/24/voce-e-uma-boa-noticia-em-sua-familia/

Imagem do livro

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Resoluções


1 – “Ano Novo, vida nova”, prega o velho aforismo. É possível, realmente, fazer da passagem do ano um divisor de águas, buscando uma vida nova?
Quando elegemos determinada data para o esforço de renovação, estamos debitando ao futuro algo que deve acontecer no presente. Se não queremos cair na vacuidade, é importante usar um aforismo bem mais consistente: Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.

2 – Digamos que o fumante se conscientize de que o cigarro lhe faz mal e se proponha a marcar data para largar de fumar. Não é interessante ter um tempo para preparar-se?
Se estivesse realmente consciente de que o cigarro lhe faz mal, pararia imediatamente, sem debitar ao futuro a iniciativa. Quando temos a ideia, mas não a consciência, frágil é o desejo de mudar. Mark Twain (1835-1910), grande escritor americano dizia, jocoso: Largar de fumar é a coisa mais fácil do mundo. Eu mesmo já larguei mais de cem vezes.

3 – Não obstante, não seria importante uma reflexão natalina, avaliando o ano que se finda e cogitando do que pretendemos fazer no novo ano? Isso não favoreceria mudanças?
Todo empenho nesse sentido é válido, mas seria melhor que fizesse parte de um contexto, no esforço permanente de renovação, como um corredor que avalia quanto já correu, enquanto segue em frente, buscando a meta a ser alcançada.

4 – Segundo Santo Agostinho, há um momento em que a alma humana atinge a percepção dos valores espirituais, o que lhe inspira a disposição legítima para a renovação. Chama esse acontecimento de “iluminação”. Ele próprio o experimentou. Poderíamos situar essa iluminação como uma graça divina?
Com semelhante ideia estaríamos admitindo que Deus tem seus preferidos, seus eleitos, o que não é compatível com a justiça. A iluminação, aquele momento decisivo, em que o Espírito tem a percepção dos caminhos que lhe compete seguir, é fruto de nosso amadurecimento como Espíritos imortais, no desdobramento das existências.

5 – Como situaríamos Francisco de Assis nesse contexto?
Ele já era um Espírito iluminado quando reencarnou com a gloriosa missão de motivar o movimento cristão para um retorno à primitiva pureza. Consta que teria sido um dos discípulos de Jesus, provavelmente João Evangelista.

6 – A iluminação decorre de amadurecimento do Espírito ou é algo que pode ser atingido com o nosso esforço? Não somos vegetais à espera do tempo para crescer, florescer e frutificar. Somos seres pensantes, cuja maturidade está subordinada a esse esforço. Espíritos há que permanecem séculos dominados por vícios e imperfeições. Outros caminham mais rapidamente. O fumante inveterado não é pior nem mais atrasado que aquele que deixou o vício. Apenas não se dispõe ao mesmo esforço. Depende de cada um.

7 – Como fazer para nos libertarmos de nossas limitações, do acomodamento, de forma a nos iluminarmos mais depressa?
Jesus dizia (João, 8:32): Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. No atual estágio evolutivo nos é impossível uma visão da verdade em plenitude. Mas podemos assimilar parcela dela. Nesse particular o Espiritismo é imbatível, oferecendo-nos uma ampla visão das realidades espirituais, de onde viemos, para onde vamos. Sobretudo, a Doutrina nos conscientiza de que é preciso caminhar, a fim de não sermos atropelados pela dinâmica da evolução, que impõe corretivos dolorosos aos que pretendem estagiar na inércia.

8 – Qual a resolução mais importante em relação à progressão anual no calendário, no chamado Ano Novo?
Essa resolução deve ser tomada desde já, o propósito de fazer do ano em que estamos, um ano aceitável do Senhor, segundo a expressão de Jesus (Lucas, 4:19), o glorioso tempo em que estejamos empenhados em aceitar em plenitude a orientação do Mestre em favor de nossa iluminação para a conquista da paz, o tempero da felicidade.

Richard Simonetti
Richard Simonetti é de Bauru, Estado de São Paulo. Nasceu em 10 de outubro de 1935. De família espírita, participa do movimento desde os verdes anos, integrado no Centro Espírita Amor e Caridade, que desenvolve largo trabalho no campo doutrinário e filantrópico. Orador e Escritor espírita, tem mais de cinquenta obras publicadas.