quarta-feira, 31 de maio de 2017

Distúrbios Psicológicos


Dez milhões de pessoas, em todo mundo, consomem substâncias psicotrópicas para minimizar tensões nervosas, fobias e insônias, entre outras. Uns cem milhões usam tranquilizantes, como lexotan, lorax, anafranil, benzodiazepina, para tratamento dos sintomas psicopatológicos como depressão, ansiedade, síndrome do pânico e estresse.
Há momentos de inquietudes e de instabilidades emotivas nos múltiplos setores da sociedade, em que existem de 15 a 30 milhões de pessoas com transtornos mentais, neuroses e índices acentuados de demência, como a epilepsia e vários outros transtornos psicóticos.
Para a Psiquiatria, os desacertos psíquicos originam de fatores físicos. Já a Psicologia, especialmente a Psicanálise, considera-os como reflexos de traumas adquiridos na experiência da vida, “incrustados” no inconsciente. A Neurologia aponta-os como alteração da sincronia genética, interferindo na estrutura dos neurônios.
A despeito da ação efetiva dos psicofármacos, acreditamos que eles funcionam como paliativos nos momentos críticos das disfunções psíquicas, até porque, os elementos geradores dessas patologias, a rigor, não se encontram nos neurônios do cérebro, porém, na estrutura funcional do perispírito.
André Luiz explica que “um lago de águas agitadas não reflete a luz da estrela que jaz no firmamento”. Pura realidade! Existem pessoas neuróticas que trabalham com tanta voracidade, aprisionadas pela ganância pelo dinheiro, numa escala sem precedentes. Sem método, sem descanso e sem tempo para a família. Tais pessoas chegam ao paroxismo da desertificação dos sentimentos, numa lamentável opacidade espiritual.
Estarrece-nos a sofreguidão da busca do sexo em que são remetidos os escravos da luxúria nos pântanos da indigência moral, como reflexo da ociosidade. Outros se mantêm numa exagerada genuflexão, sucumbindo na afasia.
Diante dos ventos das adversidades e dos apelos conflituosos, em face das competições humanas, devemos conectar o “plugue” da fraternidade, nela, desfrutarmos o prêmio de uma vida saudável.
O matemático e psicólogo Pedro Ouspensky, discípulo do notável George Gurdieff, sugeriu, nesse contexto, uma revisão das propostas das escolas psicológicas, da Psicologia mecanicista, da Psicologia aplicada, do Behaviorismo e das demais escolas psicológicas sedimentadas no pensamento psicoanalítico de Sigmund Freud. Escudada pela retórica eterna da mensagem da libido, deveriam essas escolas psicológicas ceder espaço à busca da psicologia do homem como um todo, do ser integral, sem que esse seja visto, somente, como um animal movido à sexualidade.
A psicologia tradicional com suas teses reducionistas, não pode continuar confundindo a psiquê com os atributos intelectivos, porém, deve entronizar os preceitos da Psicologia transpessoal, que explica e disseca o homem integral – a personalidade, a individualidade – estuda-os numa simbiose harmônica. Uma individualidade eterna, que transita em múltiplas etapas, através das imperiosas leis da reencarnação.
À Doutrina dos Espíritos está reservada a tarefa de alargar os horizontes das pesquisas psíquicas, contribuindo para a solução dos enigmas que atormentam a consciência, projetando luz nas questões desafiadoras do ser, do destino e da dor. Os processos psicopatológicos são frutos das nossas ações e decorrem da má utilização do livre-arbítrio. O Evangelho estabelece, como medida básica, a ética do amor e da caridade, para a conquista da íntima harmonia psíquica.
Portanto, com a prática dos Códigos legados pelo “Príncipe da Paz“, a Terra com seus processos provacionais e expiatórios representará magnífica escola de crescimento individual, em cujas lições purificadoras encontraremos a cura definitiva da maior chaga dos sentimentos humanos: o Egoísmo.

Jorge Hessen
http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2017/05/29/disturbios-psicologicos/

Servidor Publico Federal, residente em Brasília, palestrante, escritor, articulista em diversos jornais e sites, com textos publicados na Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Imortal, Revista Internacional do Espiritismo, entre outros e além de Conselheiro da Revista Eletrônica O Consolador.

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terça-feira, 23 de maio de 2017

Cuidado com sua língua… e o teclado também…


Vivemos atualmente tempos de julgamentos dos mais severos. Dirão alguns que já fomos piores, já julgamos mais e com mais severidade, o que quer dizer: estamos melhorando.
Penso, todavia, que a ideia de que já fomos piores faz-nos marcar passo na senda evolutiva porque é um convite a acomodação. Ora, se estamos melhores hoje não há razão para preocupações ou esforço para melhorar ainda mais.
Estamos melhores e isto é o que importa.
Contudo, não é bem assim…
Mas, vamos em frente…
Com o avanço da tecnologia e a chegada das redes sociais na vida do cidadão as opiniões sobre os mais diversos assuntos deixaram o local restrito dos churrascos em família para ganharem o mundo.
Hoje todo mundo sabe de tudo. Se o Juca do Brasil gosta de azul o Ronaldovski da Rússia sabe disto.
Se o príncipe do Castelo Rintintim almoçou caviar o Josué da Albânia está sabendo.
Atualmente poucos são os homens discretos neste mundo que conseguem não opinar sobre tudo, ou, então, não postar uma selfie quando está no restaurante com a família.
E, naturalmente, além das opiniões os julgamentos também são proferidos na mesma velocidade e intensidade.
Hoje todos colocaram a toga a julgar o comportamento alheio sem qualquer constrangimento. A pretexto de liberdade de expressão sentenças são dadas e reputações execradas. Interessante notar: a maioria dos que se arvoram a juízes denominam-se cristãos.
Esquecem, provavelmente, a máxima expressada por Jesus há dois mil anos e anotada por Mateus:

Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

Allan Kardec vai no mesmo tom de Jesus ao estabelecer a escala espírita e informar que apenas os Espíritos prudentes, isto já na terceira classe, é que podem fornecer um julgamento mais preciso dos homens e das coisas.
Quando estudamos o tema – Escala Espírita – compreendemos que ainda somos Espíritos que pertencem a categoria de imperfeitos. Logo, nossos julgamentos não tem base sólida, porquanto ainda estamos muito apegados aos preconceitos da Terra e, além disto, falta-nos capacidade intelectual e distanciamento emocional para julgar os homens e as coisas.

Vale reflexão:

Quantas vezes nos equivocamos em relação às pessoas?
Quantas vezes já nos pegamos tendo de reconhecer nossa precipitação ao afirmar que fulano é assim ou assado?
As lições de Jesus sobre o julgamento e o trabalho de Kardec na escala espírita são importantes para darem um norte de nossa real condição e, assim, não nos comprometermos pela língua ou o teclado.
Aliás, se antes o homem tinha de tomar cuidado com sua língua, hoje também deve fazer o mesmo com seu teclado.
Coisas da evolução, coisas da evolução…

Wellington Balbo

Professor universitário, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática, Escritor e Palestrante Espírita com seis livros publicados: Lições da História Humana; Reflexões sobre o mundo contemporâneo; Espiritismo atual e educador; Memórias do Holocausto (participação especial); Arena de Conflitos (em parceria com Orson Peter Carrara); Quem semeia ventos... (em parceria com Arlindo Rodrigues).

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terça-feira, 16 de maio de 2017

Da liberdade do 21 de abril


A vida permitiu-nos renascer no Brasil, a querida Pátria que nos acolhe. A história do país, na colonização, nos embates para a construção da democracia e mesmo nos gigantescos desafios da atualidade – onde se incluem a violência e o tráfico, o contraste entre os interesses de variadas ordens e a corrupção, entre outros itens dispensáveis de serem citados –, também apresenta os benefícios de um povo aberto, feliz, descontraído, ardente na fé e na disposição.
É nosso querido Brasil, gigantesco em proporções geográficas e na diversidade que se apresenta em todos os aspectos! Bendita pátria!
Por outro lado, o país acolheu a Doutrina Espírita como nenhum o fez. Das sementes germinadas em solo francês, foi aqui que a grande árvore do conhecimento se fez gigante como o próprio país continental. E nós temos a felicidade de conhecer essa Doutrina maravilhosa que inspira ações de caridade – em toda a extensão da palavra –, convivência fraterna e amiga por toda parte. Apesar das dificuldades e limitações humanas que são nossas, individuais e coletivas, ele, o Espiritismo, espalhou e espalha seus frutos pelas mentes e corações que o buscam ou são beneficiados por sua imensa luz.
Estamos no mesmo país que recebeu o cognome de Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, justa e coerente adjetivação para um povo ameno, solidário, apesar das lutas próprias de nossa condição humana. É aqui que as variadas expressões religiosas se manifestam para conduzir mentes e corações; é também nessa terra querida onde nasceram ou renasceram almas que conhecemos sob os abençoados nomes de Irmã Dulce, Zilda Arns, Chico Xavier, Divaldo Franco, Dr. March, Dr. Bezerra de Menezes, entre tantos outros ilustres filhos que lhe dignificam o nome, sendo impossível citar todos e mesmo especificá-los por área, tamanha a variedade e quantidade de benfeitores que aqui vieram e ainda aqui vivem.
O dia 21 de abril lembra liberdade, desde os tempos escolares. Isso lembra responsabilidade, comprometimento e ética. Afinal, temos um compromisso com nosso país, com a coletividade brasileira. Qualquer cidadão está comprometido com a segurança, com os valores do país, com a obrigação moral da retidão e da gratidão, que se estendem por ações em favor do bem comum. É o dever! Não apenas um dever cívico, mas o dever moral para conosco mesmo e para com o próximo, como indica o Espírito Lázaro em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Aliás, lembrando a Codificação Espírita, há que se ater às Leis Divinas, didaticamente, apresentadas pelo Codificador em O Livro dos Espíritos. Leis que se baseiam no amor, diga-se de passagem, mas, igualmente, são justas e misericordiosas.
Por tudo isso, a reflexão sobre nosso papel de brasileiros perante a Pátria Brasileira inclui-se, igualmente, no dever, ainda que apenas por gratidão pelo país que nos acolhe, garantindo-nos a paz desse foco irradiador de trabalho e fé que é o Brasil. Tamanho compromisso dispensa corrupção, egoísmo e tolas vaidades. Pede-nos, isso sim, trabalho e dignidade, exatamente, pelo alto compromisso que todos temos com a vida e o seu significado.
Repare o leitor atento que, quando ouvimos o Hino Nacional, a emoção nos envolve completamente. É o sentimento de compromisso com a missão da Pátria que integramos. O renascimento no país não é obra do acaso. Indica comprometimento e programação, sabiamente, elaborada. Saibamos respeitar e cumprir o que antes prometemos.
O Brasil tem grande papel a exercer junto à Humanidade. Filhos dignos, espíritos preparados e nobres estão sempre presentes como autênticos faróis a conduzir a coletividade. Sejamos daqueles que honram nossa condição humana e brasileira! Exemplos não nos faltam.
Por gratidão, ao menos, ao querido e grandioso Brasil! Lembremo-nos: o planeta construído por Jesus teve na mente e planejamento do Mestre da Humanidade a inclusão desse país incomparável, onde germinam as doces brisas do Evangelho.
Seria bom nesse momento de imenso desafio no país, que ouvíssemos novamente letra e música dos fabulosos Hinos da Independência ou da Proclamação da República, para nos deixarmos tocar pela emoção de sermos brasileiros.

Orson Peter Carrara

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