quinta-feira, 26 de abril de 2018

Relações conflituosas em família


Muito comum na vida de todos nós a existência de relações conflituosas envolvendo familiares, quando não, nós mesmos os conflitantes.
Mesmo estando no limiar de uma nova era, o Mundo de Regeneração, nós, os Espíritos que aqui se encontram, ainda somos portadores das paixões que identificam os Espíritos dos Mundos de expiação e provas, e são estas paixões as responsáveis pelas incompatibilidades comportamentais na vida do Espírito imortal.
Chega um dia, porém, que retornamos ao mundo espiritual e “Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no Espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança”, explica o Espírito Santo Agostinho em elucidativa mensagem inserida no capítulo catorze de O Evangelho segundo o Espiritismo.
O Benfeitor também nos fala que depois de um determinado tempo na erraticidade, que é variável para cada individualidade, os mais adiantados moralmente acabam por se conscientizarem sobre “as funestas consequências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas”. “Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se”, esclarece o Benfeitor, deixando claro que nós solicitamos a oportunidade da convivência junto aos desafetos, justamente, para corrigirmos a situação conflitante criada outrora.
Porém, no dia a dia das convivências, “imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar”, e por isso aconselha o Benfeitor a pensarmos que “um de nós dois é culpado”.
O Benfeitor acrescenta que “a tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana”.
Lembra-nos também:

“Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade.
As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega”.

Conclui-se destes esclarecimentos que estamos sempre com as pessoas certas, e na família certa, para fazermos o que é certo, segundo as nossas próprias resoluções anteriores à nossa atual reencarnação. Não podemos reclamar do que nós mesmos pedimos, para nosso próprio benefício, e que conta com a sempre presente misericórdia Divina a nos incentivar e socorrer.
Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

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terça-feira, 3 de abril de 2018

Tesouro nem sempre valorizado


A maior felicidade que podemos desfrutar no cotidiano diário é a convivência com pessoas afins, com pessoas amigas de verdade. A juventude passa num instante, o dinheiro troca de mão e a saúde é sujeita às fragilidades próprias de nosso tempo.
O que fica realmente são os sentimentos. E eles são sólidos quando construídos pela afeição verdadeira, sem interesses e onde prevalecem o respeito e a consideração real.
Pessoas afins são pessoas que amam e são amadas mutuamente. Por isso sente-se o prazer da convivência recíproca. Daí a razão de se buscarem, de se alimentarem emocionalmente porque significam autenticidade nos sentimentos.
Segundo o dicionário, amigo é pessoa que quer bem a outra, defensor, protetor. Já a palavra amizade é definida como o sentimento de amigo, afeto que liga as pessoas, reciprocidade do afeto, benevolência, amor.
Já se disse que quem tem um amigo, tem um tesouro. E pesquisas recentes indicam que ter amigos aumenta o tempo de vida e protege a saúde contra doenças, especialmente aquelas que afetam o coração. É que a convivência com amigos autênticos proporciona o incomparável prazer de estar com pessoas com quem não precisamos nos preocupar em como vamos nos portar, o que vamos dizer… Estar com amigos livra-nos do ambiente constrangedor de muitas vezes “pisar em ovos”. Com eles, somos nós mesmos, naturalmente.
Os amigos nos entendem, nos compreendem, nos aceitam. Como somos. E estes sentimentos são recíprocos. É aquela cumplicidade natural da reciprocidade do afeto. Mesmo que tenhamos de chamar a atenção ou sermos advertidos, em virtude de qualquer equívoco, isto será feito com jeito, sabendo abordar o assunto, sem magoar, sem constranger. É que entre amigos há um ingrediente fundamental para a boa convivência: o respeito mútuo.
Basta pensar que as causas dos atritos, desentendimentos e intrigas estão nas tentativas de imposição das ideias ou no desrespeito à liberdade de cada um. A amizade leal é a mais formosa modalidade de amor fraterno, segundo Emmanuel, consagrado autor. Por isso pensemos nos amigos! E reflitamos nos benefícios que este magno sentimento é capaz de espalhar onde se apresente. Antes, pois, de qualquer iniciativa, sejamos amigos uns dos outros, e sentiremos a vontade da convivência saudável de quem se quer bem…
Não podemos, todavia, esquecer o Amigo Incondicional da Humanidade: Jesus! Sempre presente na vida humana, poderia ter enviado um representante para a Terra, a fim de apresentar o Evangelho. Mas fez questão de estar pessoalmente entre nós, pelo amor fraternal e autêntica amizade que dedica a seus irmão ainda em processo evolutivo, lento e difícil.
A amizade é mesmo um sentimento notável, virtude a ser cultivada, tesouro e fonte de imensas alegrias que precisamos valorizar e cultivar.
Meu abraço, pois, meu amigo, minha amiga.

Orson Peter Carrara

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quarta-feira, 28 de março de 2018

Jamais esconder o talento recebido


“Senhor, sei que és um homem de rija condição; segas onde não semeaste, e recolhes onde não espalhaste; e, temendo, escondi o teu talento na terra; eis aqui o que é teu... Servo mau e preguiçoso... lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.”(Jesus. Mateus XXV.)
Na Parábola dos Talentos, Jesus deixa bem claro que a omissão e o descaso não servem de desculpa para o servo preguiçoso que não ousou utilizar o talento que lhe foi confiado. Preferindo cruzar os braços ante a oportunidade de trabalho que recebeu, perdeu a grande chance de exercitar suas potencialidades a caminho da prosperidade.
Quantas criaturas no meio social em que vivem, quotidianamente, representam o servo mau e preguiçoso da parábola em referência. Recebem da Providência Divina o talento da oportunidade de progredir espiritualmente, rumo à perfeição, e o esquece num canto qualquer de suas existências e a vida, passando como um bólido, as conduzirão ao juízo de suas consciências que, culpadas pela omissão, chorarão o remorso e o arrependimento da acomodação.
E são tantos os talentos que estão à nossa disposição, em todo o tempo, que em momento algum temos o direito de apresentar reclamações. Antes é imprescindível saber utilizá-los para extrair deles os benefícios que podem produzir.
Com o talento da paciência poderemos aprender a conviver com as pessoas em situações adversas, ensaiando a capacidade de renunciar e compreender virtudes que nos remetem à serenidade.
Com o talento do trabalho conseguiremos realizar as maiores proezas, impulsionando o progresso físico e moral, objetivando a construção do mundo de paz e esperanças que desejamos.
Com o talento da perseverança teremos a chance de continuar em busca da realização dos nossos sonhos e metas traçadas, tendo em mira deixar a inferioridade em que estamos para sublimar os nossos sentimentos.
Com o talento da coragem avançaremos destemidos pelos longos e às vezes pesados caminhos da vida, superando obstáculo, vencendo barreiras e chegando ao porto dos nossos destinos.
Com o talento do companheirismo poderemos ser, no reduto familiar ou no meio social em que mourejamos, um notável elemento de concórdia, de pacificação, unindo corações e reatando laços afetivos rompidos.
Com o talento do otimismo demonstraremos aos que nos observam um comportamento de equilíbrio, ânimo e firmeza ante qualquer situação que a vida nos apresente, criando ambiência adequada para as vitórias que nos aguardam.
Com o talento da fé teremos a absoluta e insofismável certeza de que Deus, nosso Pai de eterna bondade, tudo está fazendo para que tenhamos à disposição todos os mecanismos possíveis e capazes que nos assegurarão a paz que queremos.
Com o talento do amor conseguiremos ser, onde estamos e por onde passarmos, um digno representante da mensagem divina, servindo incansavelmente como elo entre as criaturas e Deus.
Portanto, não vale esconder o talento. Imprescindível e urgente laborar para multiplicá-lo, agindo de forma inversa ao que fez o servo mau e preguiçoso da Parábola dos Talentos, que desagradou profundamente o seu Senhor.
Reflitamos.

Waldenir A. Cuin

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