segunda-feira, 11 de junho de 2018

Momento brasileiro


Diante de crimes hediondos, suicídios ou tragédias provocadas como atentados e sequestros dramáticos, e mesmo a insensibilidade reinante no governo diante da realidade brasileira, a perplexidade domina os círculos da sociedade humana.
É importante, de início, já informar: ninguém nasceu predestinado a matar (não se mata apenas com armas) ou a matar-se. Matar ou matar-se são resultantes da liberdade de agir. Estamos todos destinados ao progresso, e o desajuste das emoções e do equilíbrio é o grande responsável por tais tragédias. Estamos, absolutamente, convidados à harmonia na convivência e à solidariedade nas iniciativas. Da mesma forma, o dever dos que estão investidos de poder é usar a política em sua devida finalidade: gerir o tesouro nacional em favor da coletividade do país. A corrupção em todos os níveis, igualmente, é um atentato à vida.
Referida liberdade de decisão – seja no caso dos crimes em geral ou mesmo numa gestão de poder –, no entanto, sujeita-nos às reparações que virão a seu tempo. Isso por uma razão muito simples: somos responsáveis pelo que fazemos. A vida e suas leis determinam essa responsabilidade intransferível, deixando bem claro que toda lesão que causamos a nós mesmos ou a terceiros, teremos que reparar. Não é castigo, mas apenas consequência. Isso vale tanto nesses dramas que envolvem famílias como na administração de valores que envolvem toda a sociedade.
E as vítimas? Como ficam essas pessoas? Por que sofrem atentados e se tornam vítimas de crimes passionais e etc? E uma nação enfrentando o mal uso do poder, com a corrupção reinante? Podemos acrescentar outras questões: Por que Deus permite? Por que uns se livram, inesperadamente, de determinados perigos, enquanto outros deles são vítimas? Por que ocorrem com uns e com outros não? Qual o critério para todas essas situações? E também, claro, por que os abusos do poder ou a insensibilidade gerada pelo egoísmo e pelo império do materialismo?
Apesar da dor e sofrimentos decorrentes e da não justificativa – sob qualquer pretexto – de gestos que violentem a vida, as chamadas vítimas enquadram-se em quadros de aprendizados necessários ou de reparações conscienciais perante si mesmos, envolvendo, é claro, os próprios familiares. Raciocínio também cabível nos aprendizados de uma nação, como é o nosso caso, onde ainda negociamos os votos ou somos seduzidos por interesses que violentam os reais objetivos da pátria.
Por outro lado, os autores – apesar de equivocados e cruéis – são dignos de piedade, uma vez que enfermos. Quem agride está doente, desequilibrado na emoção e necessitado de auxílio, compreensão, tolerância, e mais ainda, de perdão. Inclusive na indiferença ou omissão do cargo investido, acrescente-se.
Cristãos que nos consideramos, sem importar a denominação religiosa que adotamos, a postura solicitada em momentos difíceis como o agora enfrentando pela mentalidade brasileira, é de compaixão para com agressores e vítimas. Todos são dignos da misericórdia que norteia o Amor ao próximo. A situação de quem agride é muito pior de que quem é agredido. O agredido (não se restrinja aqui a nomenclatura à agressão física) já se liberta de pendências que aguardavam o momento difícil ou faz importantes aprendizados; o agressor, por sua vez, abre períodos longos, no futuro, de arrependimentos e reparações que lhe custarão dores e sofrimentos. Nada justifica a crueldade, mesmo que seja por indiferença ou omissão. Sua ocorrência coloca à mostra nossas carências e enfermidades morais expostas, demonstrando a necessidade do quanto ainda precisamos fazer uns pelos outros. Não podemos julgar. Não temos competência para isso. O histórico divulgado pela mídia já demonstra por si só as carências expostas, dentre tantos outros fatos lamentáveis. Mas há a bagagem que não vemos.
O momento é de vibrações e preces para que todos tenhamos equilíbrio. Todos somos filhos de Deus!

Orson Peter Carrara

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segunda-feira, 7 de maio de 2018

Lembretes


Perante as situações constrangedoras que, às vezes, enfrentamos no transcorrer da vida, é necessário que nos preservemos das atitudes grosseiras ou atos inconsequentes que nos levem a agir contra os nossos princípios morais. Não será porque alguém nos agrida com palavras ou ações que devamos fazer o mesmo, pois revidar as agressões nos igualaria ao agressor.
É importante buscar a compreensão, reconhecendo e aceitando essas reações como fruto da imperfeição a que todos nós estamos sujeitos, usando a indulgência e a tolerância para com todos.
A maioria das reclamações ou queixas não passam de lamentação estéril a que o homem se acostumou; se temos nas mãos o remédio eficaz como o Evangelho de Jesus e os consoladores esclarecimentos da Doutrina dos Espíritos, a repetição das queixas traduzirá, apenas, a má vontade na aplicação legítima do conhecimento espírita a nós mesmos.
Não nos desgastemos com lamentações inúteis que nada nos trarão de bom, ao contrário, somente o atraso na jornada evolutiva. É necessário confiar e aguardar serenamente, lembrando de continuar a servir o Mestre, realizando o que Ele espera que façamos, em Seu nome, para aliviar o sofrimento de nossos irmãos, enquanto a solução dos nossos problemas não chega.
Façamos de nossas vidas uma demonstração constante de mansuetude, procurando agir com bondade e compreensão diante das situações que poderiam levar-nos à revolta ou à impaciência.
É no cultivo da misericórdia e do entendimento que encontramos, em nós mesmos, a força do amor capaz de garantir dentro e fora de nós a construção do Reino de Deus.
Amemo-nos uns aos outros, como Jesus nos amou e nos tem amado por todos os séculos, apesar dos nossos enganos e imperfeições.
Se há mais alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir do que em ser servido.
Quem serve, prossegue... 
Lembremo-nos disso.

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Cândido – pelo Espírito Emmanuel. Pão Nosso. 29ª edição, Brasília, Ed FEB, 2010. Pág. 251. Lição 118 – É para isto.

XAVIER, Francisco Cândido – pelo Espírito Emmanuel. O Consolador. 29ª edição, Brasília, Ed. FEB, 2013. Págs. 131, 171, 207, 227.

Temi Mary Faccio Simionato

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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Relações conflituosas em família


Muito comum na vida de todos nós a existência de relações conflituosas envolvendo familiares, quando não, nós mesmos os conflitantes.
Mesmo estando no limiar de uma nova era, o Mundo de Regeneração, nós, os Espíritos que aqui se encontram, ainda somos portadores das paixões que identificam os Espíritos dos Mundos de expiação e provas, e são estas paixões as responsáveis pelas incompatibilidades comportamentais na vida do Espírito imortal.
Chega um dia, porém, que retornamos ao mundo espiritual e “Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no Espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança”, explica o Espírito Santo Agostinho em elucidativa mensagem inserida no capítulo catorze de O Evangelho segundo o Espiritismo.
O Benfeitor também nos fala que depois de um determinado tempo na erraticidade, que é variável para cada individualidade, os mais adiantados moralmente acabam por se conscientizarem sobre “as funestas consequências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas”. “Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se”, esclarece o Benfeitor, deixando claro que nós solicitamos a oportunidade da convivência junto aos desafetos, justamente, para corrigirmos a situação conflitante criada outrora.
Porém, no dia a dia das convivências, “imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar”, e por isso aconselha o Benfeitor a pensarmos que “um de nós dois é culpado”.
O Benfeitor acrescenta que “a tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana”.
Lembra-nos também:

“Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade.
As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega”.

Conclui-se destes esclarecimentos que estamos sempre com as pessoas certas, e na família certa, para fazermos o que é certo, segundo as nossas próprias resoluções anteriores à nossa atual reencarnação. Não podemos reclamar do que nós mesmos pedimos, para nosso próprio benefício, e que conta com a sempre presente misericórdia Divina a nos incentivar e socorrer.
Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

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