sexta-feira, 13 de julho de 2018

Um minuto


A conduta indica a orientação espiritual da criatura.
Surge o ideal realizado, consoante o esforço de cada um.
Amplia-se o ensino, conforme a aplicação do estudante.
Eternidade não significa inércia, mas dinamismo incessante.
O caminho é infinito.
Quem estabelece a rota da viagem é o viajor.
Continua, pois, em marcha perseverante, gastando sensatamente o tesouro dos dias.
Em sessenta segundos, a lágrima pode transformar-se em sorriso, a revolta em resignação e o ódio em amor.
Nessa mínima parcela da hora, liberta-se o espírito do corpo humano, a flor desabrocha, o fruto maduro cai da árvore e a semente inicia a germinação da energia latente.
Analisa o que fazes de tão valiosa partícula de tempo.
Num só momento, o coração escolhe roteiro para o caminho.
Com o Evangelho na consciência, o lazer é tão-somente renovação de serviço sem mudança de rumo.
Não desprezes o tempo, em circunstância alguma, pois quem espera a felicidade se esmera em construí-la.
A hora perdida é lapso irreparável.
Dominar o relógio é coordenar os sucessos da vida.
Nos domínios do tempo, controlamos a hora ou somos ignorados por ela.
Por isso, quanto mais a alma se eleva em conhecimento, mais governa os próprios horários.
Lembra-te de que as edificações mais expressivas são formadas por agentes minúsculos e de que o século existe em função dos minutos.
Não faz melhor quem faz mais depressa, mas sim quem faz com segurança e disciplina, articulando ordenadamente os próprios instantes.
Observa os celeiros de auxílio de que dispões e não hesites.
Distribui os frutos da inteligência.
Colabora nas tarefas edificantes.
Estende a solidariedade a benefício de todos.
Fortalece o ânimo dos companheiros.
Não te canses de ajudar para que se efetue o melhor.
O manancial do bem não tem fundo.
A paz coroa o serviço.
E quem realmente aproveita o minuto constrói caminho reto para a conquista da vitória na Divina Imortalidade.

VIEIRA, Waldo. Sol nas Almas. Pelo Espírito André Luiz. CEC.


Imagem ilustrativa

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Momento brasileiro


Diante de crimes hediondos, suicídios ou tragédias provocadas como atentados e sequestros dramáticos, e mesmo a insensibilidade reinante no governo diante da realidade brasileira, a perplexidade domina os círculos da sociedade humana.
É importante, de início, já informar: ninguém nasceu predestinado a matar (não se mata apenas com armas) ou a matar-se. Matar ou matar-se são resultantes da liberdade de agir. Estamos todos destinados ao progresso, e o desajuste das emoções e do equilíbrio é o grande responsável por tais tragédias. Estamos, absolutamente, convidados à harmonia na convivência e à solidariedade nas iniciativas. Da mesma forma, o dever dos que estão investidos de poder é usar a política em sua devida finalidade: gerir o tesouro nacional em favor da coletividade do país. A corrupção em todos os níveis, igualmente, é um atentato à vida.
Referida liberdade de decisão – seja no caso dos crimes em geral ou mesmo numa gestão de poder –, no entanto, sujeita-nos às reparações que virão a seu tempo. Isso por uma razão muito simples: somos responsáveis pelo que fazemos. A vida e suas leis determinam essa responsabilidade intransferível, deixando bem claro que toda lesão que causamos a nós mesmos ou a terceiros, teremos que reparar. Não é castigo, mas apenas consequência. Isso vale tanto nesses dramas que envolvem famílias como na administração de valores que envolvem toda a sociedade.
E as vítimas? Como ficam essas pessoas? Por que sofrem atentados e se tornam vítimas de crimes passionais e etc? E uma nação enfrentando o mal uso do poder, com a corrupção reinante? Podemos acrescentar outras questões: Por que Deus permite? Por que uns se livram, inesperadamente, de determinados perigos, enquanto outros deles são vítimas? Por que ocorrem com uns e com outros não? Qual o critério para todas essas situações? E também, claro, por que os abusos do poder ou a insensibilidade gerada pelo egoísmo e pelo império do materialismo?
Apesar da dor e sofrimentos decorrentes e da não justificativa – sob qualquer pretexto – de gestos que violentem a vida, as chamadas vítimas enquadram-se em quadros de aprendizados necessários ou de reparações conscienciais perante si mesmos, envolvendo, é claro, os próprios familiares. Raciocínio também cabível nos aprendizados de uma nação, como é o nosso caso, onde ainda negociamos os votos ou somos seduzidos por interesses que violentam os reais objetivos da pátria.
Por outro lado, os autores – apesar de equivocados e cruéis – são dignos de piedade, uma vez que enfermos. Quem agride está doente, desequilibrado na emoção e necessitado de auxílio, compreensão, tolerância, e mais ainda, de perdão. Inclusive na indiferença ou omissão do cargo investido, acrescente-se.
Cristãos que nos consideramos, sem importar a denominação religiosa que adotamos, a postura solicitada em momentos difíceis como o agora enfrentando pela mentalidade brasileira, é de compaixão para com agressores e vítimas. Todos são dignos da misericórdia que norteia o Amor ao próximo. A situação de quem agride é muito pior de que quem é agredido. O agredido (não se restrinja aqui a nomenclatura à agressão física) já se liberta de pendências que aguardavam o momento difícil ou faz importantes aprendizados; o agressor, por sua vez, abre períodos longos, no futuro, de arrependimentos e reparações que lhe custarão dores e sofrimentos. Nada justifica a crueldade, mesmo que seja por indiferença ou omissão. Sua ocorrência coloca à mostra nossas carências e enfermidades morais expostas, demonstrando a necessidade do quanto ainda precisamos fazer uns pelos outros. Não podemos julgar. Não temos competência para isso. O histórico divulgado pela mídia já demonstra por si só as carências expostas, dentre tantos outros fatos lamentáveis. Mas há a bagagem que não vemos.
O momento é de vibrações e preces para que todos tenhamos equilíbrio. Todos somos filhos de Deus!

Orson Peter Carrara

Imagem ilustrativa