sábado, 1 de fevereiro de 2020

A calma que se precisa


O momento decisivo da evolução humana pede persistência, coragem, mas também calma.
Se pensarmos no alcance no final da conhecida expressão de Jesus: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei,
podemos ampliar seu entendimento e entender seu divino convite.
Afinal o "como eu vos amei", como devemos entender?
Como é que Ele nos amou?

Em boa síntese didática-educativa, podemos entender que:

a) Ele sempre respeitou nossa posição evolutiva. Tanto que sempre valorizava quem dele sem aproximava. Às diferentes personalidades que o procuraram, da mulher adúltera ao doutor da lei, respeitou-lhes o estágio moral.

b) Nada pediu em troca pelos inúmeros benefícios que trouxe à humanidade. Isso é uma demonstração de amor. Ama e porque ama ampara, consola, conforta, orienta; Nada exigiu, aguarda nosso despertar. 

c) Importou-se conosco. Esse importar-se conosco foi demonstrado na prática pelas expressivas manifestações de entendimento de nossa precária condição evolutiva, estendendo-nos seu divino amparo e orientação.

Daí a recomendação fraterna: "Amai-vos uns aos outros". Mas apresentou também a proposta de como fazê-lo, acrescentando o "como eu vos amei". Até porque - e hoje entendemos com mais exatidão - ele é o Modelo e Guia, referência mais alta que possuímos no planeta para seguir e nos esforçarmos como exemplo para incorporarmos ao comportamento.
Essa adoção de postura no comportamento é capaz de vencer obstáculos, extinguir contendas e dispensar mágoas, ressentimentos ou sentimentos de vingança ou mesmo temores infundados, uma vez que estamos todos protegidos por sua grandeza e bondade.
É a calma, a resignação ativa, que trabalha, compreende e encontra outros caminhos que sejam de paz para superação dos imensos desafios da atualidade.

Orson Peter Carrrara

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Saúde preventiva


Compromisso reencarnatório e doenças crônicas

Lembra-nos André Luiz, pela pena psicográfica de Chico Xavier, que “renascendo entre as formas perecíveis, nosso corpo sutil, que se caracteriza, em nossa esfera menos densa, por extrema leveza e extraordinária plasticidade, submete-se, no plano da crosta, às leis de recapitulação, hereditariedade e desenvolvimento fisiológico, em conformidade com o mérito ou demérito que trazemos e com a missão ou o aprendizado necessários" (No Mundo Maior). A pedagogia reencarnatória reclama estudo, atenção e atitude para não produzir deteriorações desnecessárias a este corpo, carro material da nossa jornada pelo planeta.
A química fisiológica, como a química espiritual, não é casual ou fatalista. Emerge de nossos atos. Embora seja certo que a dor nos ensina, a ninguém foi dado buscar a doença ou o sofrimento como opção de vida. Incumbe-nos viver de forma cautelosa, escudando a nossa saúde física e espiritual, condição para tornar mais proveitosa a nossa experiência reencarnatória. Neste prisma, ter os olhos abertos para o que ocorre à nossa volta é o primeiro passo para evitar doenças e produzir saúde.
Você sabe o que é doença crônica? São aquelas de progressão lenta e de longa duração. Podem ser silenciosas ou sintomáticas e sempre comprometem a nossa qualidade de vida. Para considerar apenas as não transmissíveis, podemos exemplificá-las com as doenças cardiovasculares, as respiratórias crônicas (bronquite, asma, rinite), a hipertensão, o câncer, as doenças autoimunes (lúpus, doença celíaca, esclerose múltipla etc.) e as doenças metabólicas (obesidade, diabetes, esteatose, osteoporose etc.). Junto às últimas podem ocorrer diversas manifestações psiquiátricas, como o autismo e a depressão. Segundo a OMS, as doenças crônicas respondem por 63% das mortes no mundo (74% das causas dos óbitos no Brasil).
Tive acesso, em data recente, a uma explanação feita pelo Dr. Cícero Galli Coimbra, médico e cientista, acerca de alguns dados estarrecedores da saúde mundial. Na atualidade, 60% da população norte-americana com menos de 25 anos de idade sofrem de pelo menos uma doença crônica. Deste contingente, 45% padecem com duas dessas doenças. Trata-se de amostragem do que ocorre em todo o planeta, num ritmo exponencial que se agravou desde 1980. Na década de 1975 a 1985, duplicaram os casos de autismo no mundo. Nas décadas anteriores, as estatísticas apontavam para o nascimento de 1 criança autista para cada 5.000 crianças normais. No período seguinte, esta proporção já era de 1 para cada 2.500. Em 2012, chegamos a 1 criança autista para cada 88 normais e, em 2018, o índice foi de 1 por 40. Se nada for feito, um enorme contingente de pessoas manter-se-á dependente de medicamentos que a indústria farmacêutica lança no mercado a preços exorbitantes. Essas empresas não estão preocupadas em descobrir ou combater as causas dessas doenças. Orbitam nas cifras milionárias de seus negócios e doenças crônicas constituem a matéria-prima de seus lucros. Os fármacos que produzem combatem apenas os efeitos dessas doenças, o que lhes garante, por tempo indefinido, a fidelidade forçada de um expressivo público consumidor. Em 2016, essa indústria movimentou US$ 17 bilhões apenas com a venda de imunossupressores para o tratamento da esclerose múltipla. Quatro gigantes desse setor projetaram, no mercado de ações, um lucro de US$ 40 bilhões para 2026, gerado exclusivamente com essa doença. Milhares de pessoas tendem a se tornar, ainda jovens, incapacitadas para o trabalho e até para cuidados pessoais.
A boa notícia é que a maioria das doenças crônicas pode ser prevenida ou controlada. O peso da herança genética é pequeno, se comparado a outros fatores de risco que estão sob o nosso domínio e dependem apenas de nossa vontade e determinação. “Não somos vítimas de nossos genes, mas donos do nosso destino.” (Bruce Lipton). Para trabalhar no bem (essência do nosso compromisso reencarnatório) é preciso saúde. Com pequenas atitudes você pode evitar doenças crônicas e permitir uma experiência proveitosa no vaso físico. Mude hábitos para garantir uma alimentação saudável e variada, rica em frutas, vegetais e cereais. Esforce-se para banir o consumo de produtos industrializados, de açúcar, de sódio, de fumo, embutidos e refrigerantes. Mantenha atividades físicas regulares e reduza ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas. Não se torne refém de medicamentos. Reserve momentos para desfrutar do prazer merecido, da tranquilidade e do relaxamento. Tudo sem esquecer da atividade mais importante, motriz de saúde física e mental: o trabalho desinteressado em favor do outro.

O autor é Promotor de Justiça, Professor Universitário, Mestre e Doutor em Direito. É estudioso e divulgador da Medicina Holística e dos meios naturais de promoção e recuperação da saúde.


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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Provação e aprendizado


Quando a dor nos bate à porta e enche de sombras nossa vida costumamos chorar ou nos desesperar.
Abatidos, olhamos em torno e invejamos os felizes do mundo: os que têm riquezas, os que aparentam não ter preocupações, os que têm saúde ou família perfeitas.
Nessas horas de provação lamentamos e choramos. Raras vezes aproveitamos a ocasião para meditar e retirar aprendizados.
Muitas vezes, aqui na Terra, as preocupações da vida material nos cegam.
Ficamos tão aflitos com o que haveremos de comer ou de beber que esquecemos de que temos Deus, um Pai amoroso que cuida de todos nós.
Acredite: ninguém está esquecido por esse Pai amoroso e bom, que faz nascer o sol sobre bons e maus, que faz cair Sua chuva sobre justos e injustos.
Muitas vezes nos perguntamos: Por que isso aconteceu comigo? A pergunta deveria ser diferente: Para quê isso aconteceu comigo?
Sim, toda e qualquer experiência – sofrida ou feliz – traz um aprendizado importante. São momentos que vão enriquecer nossa alma.
Deus não brinca com as nossas vidas. E se Ele permite que certas coisas aconteçam conosco é porque há um objetivo útil e importante para nós.
Faça uma retrospectiva: observe os momentos difíceis de sua existência. Cada um deles trouxe algo de novo, um aprendizado especial. Cada lágrima acrescentou sabedoria, experiência, um novo olhar sobre a vida.
A doença, por exemplo, nos ensina a valorizar a saúde, a cuidar melhor do corpo. A pobreza nos revela a importância do trabalho e do esforço pessoal. A família difícil nos oferece a lição da tolerância.
Enfim, as privações nos ensinam a ser mais sensíveis perante o sofrimento alheio. Essas lições são interiorizadas: nós as guardaremos para sempre.
Na verdade, as dificuldades são advertências que a vida nos apresenta, alertas sobre nossas atitudes perante o próximo.
Se algo ruim nos ocorre, vale a pena se perguntar: O que posso aprender com isso? Como posso melhorar a partir desse episódio?
Mas, atenção: nada disso significa que devemos cultuar a dor. Nada disso! Bem sofrer não significa cultivar o sofrimento, ser conformista ou agravar as dores que sofremos.
Bem sofrer significa enfrentar as situações com fé e coragem, alimentar a esperança enfrentando as situações com serenidade.
Assim, busque soluções, lute por sua felicidade. Mas faça tudo isso com tranquilidade.
Quando desabarem sobre você as tempestades da vida, não se entregue à revolta destruidora. Silencie, ore e procure descobrir o aprendizado oculto que a situação traz.
Acredite: por mais amarga seja a experiência, os frutos desse aprendizado jamais se perderão e eles poderão nos tornar mais sábios e generosos.
Por isso, cada vez que as lágrimas visitarem seu rosto, erga os olhos para o céu e agradeça.
Nas suas orações, peça a Deus a força necessária para superar o momento difícil e a inspiração para encontrar soluções.
E Deus, que nos ama tanto, não deixará de atendê-lo na medida de suas necessidades espirituais.
Quando o momento difícil passar, você se sentirá bem melhor se não tiver de lembrar que se entregou ao desespero, que gritou e se debateu.
Em geral, a solução está bem próxima. Se estivermos transtornados de medo ou desespero, será mais difícil resolver o problema. Com calma, logo poderemos ver a luz no fim do túnel.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Autor desconhecido

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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Duas consequências inevitáveis


Devemos tudo à Vida abundante que desfrutamos. Deus, o Criador, dotou-nos de vida e possibilitou-nos intenso e contínuo aprendizado. Para que pudéssemos evoluir, aprender, e, portanto, adquirir méritos do esforço colocado a serviço da conquista da felicidade, cercou-nos de inúmeros recursos. Entre eles estão as maravilhas produzidas pela natureza. Desde o espetáculo do nascer do sol – que soa como amável e silencioso convite ao trabalho; às frutas ou perfume das flores, à condição de seres sociais que se relacionam para o mútuo crescimento e mesmo a uma infinidade de tesouros que nem percebemos. Sempre estão a nossa volta e o espaço desta página seria insuficiente para relacionar.
Colocou-nos num planeta rico de possibilidades e perspectivas. Dotou o planeta de água, fauna e flora abundantes; deu-nos os animais, pássaros e outros seres como companheiros de viagem e ainda escalou experimentados irmãos mais velhos que visitam o planeta, periodicamente, para ensinar o caminho do acerto e da felicidade. Entre eles, o maior de todos, Jesus de Nazaré, mensageiro do Evangelho, porta-voz direto do Pai Criador e que vivenciou em si mesmo o que ensinou.
Diante das possibilidades abertas, a humanidade vai caminhando, errando, acertando e aprendendo. Descobrimos nossas próprias leis, estamos pesquisando o que ainda nos intriga e lutamos contra dificuldades e obstáculos que são próprios e naturais de nosso atual estágio evolutivo. Sim, porque somos criaturas em caminhada, imperfeitas e inacabadas. O tempo levar-nos-á à perfeição relativa, quando estaremos promovidos à condição de cooperadores da grandiosa obra de Deus.
Essas reflexões todas convidam-nos a pensar com mais seriedade sobre a vida no planeta. Não estamos aqui a passeio. Também não estamos no planeta pela primeira, nem última vez. Somos todos irmãos, devemo-nos solidariedade recíproca e cumprimos um justo programa de autoaperfeiçoamento, cuja finalidade é o progresso individual e coletivo. E neste coletivo incluímos toda a sociedade do planeta, em todos os sentidos e níveis que se queira analisar.
No geral, devemos entender que como filhos de um Pai Bondoso e Justo, que ama profundamente suas criaturas, fica o dever do autoaprimoramento intelecto-moral, único instrumento real de equilíbrio e felicidade. E consideremos que tudo isto enquadra-se até num dever de gratidão a tudo que recebemos, diariamente, de Deus, o Pai de todos nós.
E pensemos que o autoaprimoramento intelecto-moral levar-nos-á pelo menos a duas consequências inquestionáveis: dominaremos o egoísmo feroz que ainda nos domina (o que determinará o fim da onda de sofrimentos que abate o planeta) e partiremos, porque mais conscientes, aos deveres da solidariedade que, por consequência, trarão o equilíbrio que esperamos.

Orson Peter Carrara

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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Suicídio, uma desgraça anunciada!


A mente despreocupada com a vigilância, tão amiúde recomendada pelos Espíritos Superiores, muito mais facilmente deixa-se contaminar pela influência desagregadora e nefasta da mídia sensacionalista, que se nutre das notícias escandalosas e fomentadoras do medo e da insegurança, conduzindo o indivíduo, geralmente, para os processos de fuga, que lhes causarão devastadoras e dolorosas consequências.
Isto porque esses processos são fundamentados no estado de perturbação em que o Ser deixou-se envolver, buscando opções antes inimagináveis, com repercussão dolorosa e perturbadora para o equilíbrio e a paz espiritual do indivíduo, que terá de suportar dores e sofrimentos, por muitos anos, dentre eles o suicídio.
As estatísticas sobre esse ato insensato são alarmantes, sendo por isso mesmo considerado uma questão de saúde pública, embora o suicídio nem sempre esteja incluído em debates sobre violência, como se não fizesse parte desse tipo de assunto.
Homens e Mulheres adultos buscam fugir dos problemas que os afligem, atentando contra a própria vida, assim como uma quantidade inacreditável de jovens, com poucos anos na experiência corporal, também são levados ao suicídio por diversos fatores, dentre os quais podemos destacar: os conflitos familiares, a dependência química, a obsessão, a falta de fé no futuro e, principalmente, a ausência de uma religião.
Segundo pesquisas, os conflitos familiares destacam-se como sendo o maior motivo de suicídio entre os jovens, pois as constantes discussões e embates travados entre pais e filhos causam sérios prejuízos nas estruturas psíquicas dos envolvidos, abalando os frágeis elos da consanguinidade, causando a desunião familiar, crescendo a passos largos em direção ao desamor e ao desrespeito mútuo.
A ausência do verdadeiro sentimento de Amor nas relações familiares, a falta de comunicação, as manifestações sob a forma de comportamentos extremados, entre outros, são fatores que contribuem, fortemente, para os problemas graves que assolam a saúde moral da família.
O resultado imediato dessas atitudes é o surpreendente número de jovens, que até mesmo, inconscientemente, ativam o seu mecanismo de autodefesa psíquica, tentando fugir da realidade que vivenciam em casa e aprisionam-se nas algemas da depressão, de onde muitos poucos logram sair.
Ante os graves acontecimentos de suicídio, precisamos acordar e tomar providências para encontrar em nosso ambiente de atuação os irmãos de qualquer faixa etária que estiverem buscando abrigo nos equivocados e traiçoeiros braços da tristeza, da amargura e do medo. Assim como aqueles que se escondem sob o véu da rebeldia e da agressividade, fugindo, desesperadamente, do enfrentamento dos seus respectivos problemas.
A Casa Espírita precisa cumprir seu papel na sociedade, oferecendo os benditos recursos de nossa doutrina, acolhendo, confortando e esclarecendo sob o destino feliz que a todos está reservado, no abençoado porvir, em nome de Deus.
Para melhor esclarecimento, podemos verificar os diversos e espantosos dados sobre o suicídio contidos no endereço eletrônico a seguir:


Francisco Rebouças

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