quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Bons hábitos


"A moral é a regra do bem proceder..."

As pessoas que têm moral são as que procedem bem, ou seja, tem hábitos positivos. Agir moralmente é ter atitudes que promovam o bem geral.
Moral, desta forma, está relacionada à ação, ou seja, aos hábitos adquiridos.
Podemos melhorar moralmente e, para isso, não existe outro caminho senão o que passa pela aquisição de bons hábitos.
A razão tem papel fundamental nesse processo, pois, antes de adquirirmos hábitos morais sadios, precisamos usar bem o intelecto. É ele que vai nos dar consciência do que é certo e do que é errado nas diversas situações que vivemos.

James Hunter e os hábitos morais

O autor do best-seller O Monge e o executivo trabalha com uma linha muito interessante. Propõe que hábitos morais podem ser adquiridos com treinamento e muito esforço. Para tanto precisamos, necessariamente, passar por algumas etapas.

1. Inconsciente e sem hábito

Antes de ter o hábito adquirido a pessoa não sabe que necessita tê-lo.
É preciso saber o que deve ser mudado, o que deve ser conquistado e por quê, para que haja um esforço na aquisição do hábito.
Dessa forma, todos passamos por essa etapa de não saber o que precisamos mudar. Somos ignorantes em relação aos novos hábitos. É como a criança que ainda não foi orientada que deve escovar seus dentes sozinha.

2. Consciente e sem o hábito

Chega um momento em que alguém nos informa, ou tomamos conhecimento através de livros, palestras ou experiências de vida, da necessidade de termos hábitos morais sadios.
É aí que passamos a ter conhecimentos teóricos sobre a importância desses hábitos. Ainda não agimos, mas temos o conhecimento intelectual. Somos semelhantes às crianças que ouviram da mãe a importância da higiene bucal e as instruções de como escovar corretamente os dentes.

3. Consciente com o hábito

Após a tomada de consciência do que deve ser feito e do como deve ser feito, passamos a treinar os hábitos morais sadios.
Após um bom período de repetições e esforços, já agimos com mais naturalidade. Sabemos como agir e nos esforçamos para isso.
Nossos esforços são recompensados com as ações boas. As situações problema surgem e o intelecto já aciona a pessoa na tomada de decisões.
Seguindo o exemplo da criança, estamos numa fase onde além de saber como escovar os dentes e da importância desse hábito, despertamos pela manhã e nos lembramos de que devemos realizar a escovação e nos dirigimos à pia, procurando de forma consciente a escova e o creme dental.

4. Inconsciente e com o hábito

Essa é a fase onde sabemos o que precisamos fazer, mas não necessitamos lembrar a cada situação. Agimos de forma correta nas situações onde devemos fazer o melhor.
Não precisamos recorrer à memória ou a teorias. Passamos a agir naturalmente, de forma espontânea, pois já temos o hábito adquirido.
O menino já escova os dentes de forma automática. Pensa em outras coisas, sem precisar repassar as instruções da mãe no que diz respeito ao sentido da escovada... se de baixo para cima ou de cima para baixo. Simplesmente faz.
É uma espécie de segunda natureza. O hábito está adquirido.
Treino, treino e treino.
Mesmo que muitos digam: "falar é fácil, o negócio é fazer", é bom nos desafiarmos a adquirir bons hábitos.
O mundo se tornará um lugar melhor para viver, na medida em que nos melhorarmos moralmente.
Precisamos agir corretamente, pensando no bem das pessoas a nossa volta.
E nada melhor do que o esforço real, que o treinamento constante, para adquirirmos novos valores, novas capacidades.
São esforços pequenos e diários que certamente valerão a pena.

Cristian Macedo
https://www.oconsolador.com.br/3/cristianmacedo.html

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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Lições da Natureza


Alguns anos atrás, um dentista no início de sua carreira profissional, para poder atender seus primeiros clientes, precisou alugar uma residência e montar o seu próprio consultório.
E de frente a sala onde ele atendia, havia uma grande árvore que lhe causava muito transtorno com a queda de folhas, pequenos gravetos e insetos que eram atraídos sobrevoando o local. Entretanto, como a situação era bastante desagradável, decidiu então manter a porta fechada. Mas em virtude dos dias quentes e do insuportável calor que fazia, não havia como mantê-la daquela maneira, apesar de todo o incomodo.
Certo dia, saindo de casa para o trabalho, lembrou-se que na véspera havia esquecido a porta do consultório aberta, e lá chegando encontrou o chão todo sujo. Daquele dia em diante, sempre numa alternativa de solucionar ou atenuar o seu problema, cadeiras e móveis eram dispostos de maneira diferente, mas de nada adiantava.
Cansado e muito aborrecido por não mais suportara sujeira daquela árvore, decidiu realizar um plano. Na posse de um galão de ácido clorídrico, sem que ninguém pudesse dele suspeitar, numa certa altura da noite, espalhou o corrosivo e tóxico produto sobre as raízes.
Ao passar do tempo, percebia intrigado que a árvore permanecia do mesmo jeito, inalterada, imaginando o que poderia ter dado de errado. Contrariado e insatisfeito, sem se dar por vencido, outra dose de ácido foi administrada. Após alguns dias, observando agora mais atentamente a árvore, visíveis sinais já eram notados; folhas amareladas começavam a cair e galhos a secar. Aliviado exclamou intimamente consigo – Finalmente, acho que me livrei desta árvore!
E as semanas se passaram, quando por um momento, relanceando novamente o seu olhar sobre a árvore, foi colhido por uma grande surpresa. Perplexo e admirado, começou a observar minúsculas e viçosas folhas verdejantes, a despontarem nos galhos aparentemente secos e mortos; com flores ressurgindo em tons de belíssimas cores e suave perfume, anunciando a chegada da majestosa primavera.
Por fim, numa bela manhã, quando pela segunda vez havia esquecido aberta a porta do consultório, notou agora que o chão estava todo atapetado de lindas e coloridas flores. Arrependido e chateado, passou então a refletir no amoroso gesto e a forma com que a árvore lhe dera como resposta, compreendendo finalmente, que a sabedoria e a força da natureza pelo inexcedível amor de Deus, são capazes de nos dar grandes lições de vida, nos ensinando sempre retribuir o mal com o bem; segundo o sublime preceito de Jesus Cristo anunciado em Mateus capítulo 5 – versículos de 38 a 42 – “Se alguém vos fere a face direita, apresente também a outra”.
Essa é uma história real contada por um amigo, demonstrando o quanto é imperioso recapitularmos as lições inolvidáveis do Mestre Querido, considerando que, como Espíritos milenares no transcurso de nossas existências múltiplas, muito temos negligenciado e ferido as leis amorosas e santificantes.
Ninguém pede angelitude nos desdobrar da noite para o dia, mas acautelemo-nos na observância de vigiar e iluminar nossos próprios passos, compreendendo por fim, que a vida sem se limitar aos nossos caprichos desvairados e egoísticos, só nos pede um pouco mais de amor a natureza e aos nossos semelhantes.

Marildo Campos Brito

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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Viver é dançar


A vida é como uma dança, um movimento constante de passos e manobras que realizamos durante toda a nossa existência. Quando interrompemos estes movimentos para lamentarmos das dificuldades que nos surgem acabamos tropeçando nos “pés” do nosso próprio destino.
E por que será que lamentamos tanto, se nós mesmos escolhemos antes de nascer os “ritmos” que iriam ser executados?
A vida é uma escola de aprendizados profundos para a alma. As dificuldades, os obstáculos surgem em nossa vida com um único objetivo: proporcionar a nossa evolução.Quando a vida só exige de nós uma dança simples de apenas um dois pra lá, um dois pra cá, e tudo corre bem, parece que nossa caminhada é moleza, não é verdade? O difícil é encarar as dificuldades que parecem ser insuperáveis, onde somos obrigados a dançar ritmos de difícil execução como o tango argentino.
Tenhamos sempre em mente que Deus sempre guia e conduz cada um de nossos passos. Basta apenas que confiemos em sua bondade de Pai. As dificuldades precisam ser encaradas não como instrumentos de dor, mas como escolas que formam seres de grande sabedoria.
E como estamos falando de dificuldades e obstáculos, acredito que seja de extrema importância investir um pouco mais do nosso tempo para refletir a respeito dos relacionamentos familiares. Afinal, passamos maior parte de nosso tempo aqui na Terra em contato com a família. Nosso lar é o ambiente que nós mesmos escolhemos para vencer nossas dificuldades e limitações. Ou você acredita que está vivendo em um local por sorte, azar ou, simplesmente, por obra do acaso?
Atraímos as pessoas para perto de nós, isso é lei. Guarde isso! As afinidades nos atraem. Estamos na maior parte do tempo com pessoas que possuem a mesma afinidade que a nossa.
É importante frisarmos que todos nós estamos no mesmo “barco”. Aqui na Terra ninguém é superior a ninguém. Todos devem aprender uns com ou outros. Uns já conseguiram superar certas inferioridades, outros já desenvolveram algumas virtudes, mas todos ocupam um grau similar de evolução.
Para vivermos em paz é necessário utilizarmos os sentimentos nobres que temos a nosso favor. E por que não começarmos exercitando cada vez mais o respeito, este sentimento que deveria estar sempre na moda entre os relacionamentos? Os filhos, por exemplo, devem sempre respeitar seus pais, mas também é tarefa dos pais respeitarem seus filhos. Quando este sentimento estiver presente em todas as faixas etárias atingiremos um ponto de equilíbrio, onde prevalecerá o amor entre as pessoas.
Quando a vida te cobrar passos difíceis, lembre-se sempre de Deus!
Confie! Ele sempre tocará o melhor ritmo para sua evolução!

André Luiz Zanoli

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sábado, 21 de outubro de 2023

Hoje o seu dia está triste? Mude de janela!


A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de seu cão de estimação. Com pesar, observava atenta o jardineiro enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.

O avô, que observava a neta, aproximou-se, envolveu-a em um abraço e falou-lhe com serenidade:
- Triste a cena, não é verdade?

A netinha ficou ainda mais triste, e as lágrimas rolaram em abundância.

No entanto, o avô, que desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu para uma janela localizada no lado oposto da ampla sala. Abriu as cortinas e permitiu-lhe que visse o jardim florido a sua frente. Então, perguntou-lhe carinhosamente:

- Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali na frente?
- Lembra-se que você me ajudou a plantá-lo?
- Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos. Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos, e hoje, veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas.

A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso, mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim.

O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto:

- Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente.

Mude de janela!
Certos acontecimentos na vida só farão sentido depois de alguns dias, meses ou até anos. São fatos que não temos como mudar, voltar no passado para rearranjar ou até mesmo esquecer. Simplesmente aconteceram, e nós devemos encarar a vida daqui para a frente com aquela realidade.
Por mais triste que seja, ficar olhando somente o cenário desta janela fará com que a mágoa seja corrosiva e profundamente dolorida. Não se trata de fechar aquela janela - até porque se é muito triste, você certamente não conseguirá simplesmente "esquecer".
Quando meu pai faleceu - de forma muito repentina -, a família inteira ficou profundamente abalada. Mas havia algo - outra janela - que nos rendia sorrisos e esperança: a minha filha caçula, que chegaria à luz dentro de algumas semanas. Veja: aquela janela - alegre e esperançosa - não fechava a outra - triste e cheia de saudades. Mas era um ponto de conforto, de apoio para os nossos pensamentos.
As experiências que se passam são verdadeiras joias - lições de vida que, quando se partem, doem-nos o coração. Mas não podemos ter a visão do mundo limitada a essa perda, já que são tantas as conquistas e alegrias que temos.
Nossa vida tem várias "janelas", com paisagens diferentes! Encontre alguma que você goste de ficar olhando! Não se permita contemplar a janela da dor.

Autor desconhecido

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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Conquista da paz

A grande maioria das pessoas se preocupa com a conquista da paz. Da tão sonhada paz.
No entanto, será que sabemos como conquistar a paz?
E se sabemos, o que temos feito para alcançar esse objetivo?

Conta-se que, um dia, vários deuses da mitologia grega se reuniram para decidir onde esconderiam um tesouro precioso, para que os homens o encontrassem.
Não poderia ser em um lugar qualquer, pois se estivesse muito à vista, poderia ser encontrado facilmente e não lhe dariam o devido valor.
As sugestões começaram a surgiu, na grande assembleia.
Um dos deuses sugeriu que se pusesse o tesouro no fundo dos oceanos.
Todavia, aquele que presidia a reunião argumentou que o homem certamente iria encontrá-lo com facilidade. Com sua inteligência, sua criatividade, inventaria equipamentos de mergulho, alcançaria o tesouro e não lhe daria a importância merecida.
Outra sugestão foi a de esconder o tesouro nos espaços infinitos do Universo.
Argumentou um dos deuses: O homem o descobrirá facilmente, pois se inventar equipamentos para mergulhar nas profundezas dos mares, é lógico que os inventará para percorrer os espaços infinitos.
Depois de várias sugestões infrutíferas, alguém teve uma ideia que foi aceita por todos.
O tesouro deve ser cuidadosamente escondido, num lugar onde o homem só irá procurar depois que estiver suficientemente maduro para valorizá-lo, e mantê-lo consigo.
Depois de muitos debates e sugestões, foi definido que o local seria o íntimo de cada ser humano.

* * *

Esse tesouro valioso e imperecível é a paz.
Sim, a paz que tanto buscamos, sem lograr êxito, está dentro de cada um de nós.
Quando encontramos o tesouro da paz, não mais nos perturbamos, mesmo que a situação, ao nosso redor, pareça estar em polvorosa.
Importante que não confundamos paz com passividade porque o passivo é um ser sem ação.
O pacifista é ativo. Onde há discórdia, ele leva a sua paz, compartilha o seu tesouro.
É assim que devemos entender a recomendação de Jesus de mostrar a outra face.
Se a face que se apresenta é a da violência, mostremos a face da paz.
De fato, conquistamos os mares. Estamos vencendo o espaço com nossos telescópios e naves espaciais. Desvendamos vários mistérios do Universo, no entanto, ainda não empreendemos a viagem fantástica para dentro de nós mesmos.
Alcançamos muitas conquistas tecnológicas, contudo, ainda apresentamos dificuldade em resolver um simples problema de relacionamento com nosso próximo.
Falta descobrirmos como afastar do nosso íntimo o orgulho, a vaidade desmedida, a inveja, e outros tantos entulhos morais que impedem o acesso à paz.
Pensemos: se a paz é um tesouro que cada um de nós pode conquistar, cabe-nos iniciar, sem demora, essa busca.
No autoconhecimento traçaremos um mapa de nós mesmos, que nos mostrará onde se encontra cada empecilho, cada obstáculo que devemos remover da nossa intimidade.
Somente quando o caminho estiver limpo, nos depararemos com um recanto de luz brilhando em nós: a tão esperada paz íntima!
Paz que espalharemos pelo mundo. Pensemos a respeito.

Redação do Momento Espírita.

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