terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Paz pela Paz


“A paz do mundo começa em mim.” (Nando Cordel) *

Dias de absoluta agitação e incertezas pelo mundo, mormente pelos países do Oriente Médio, local este em que há 4.000 anos os conflitos tiveram início com os povos hebreus que chegaram a Canaã (hoje Palestina) lá encontrando os cananeus e os filisteus, conquistada em uma campanha militar sob o comando de Josué.
Essa história ficou marcada por três períodos a saber: Os Patriarcas, os Juízes e a Monarquia. Apesar de os historiadores discordarem entre si, o que não muda são os conflitos que marcaram a região. A guerra sempre esteve presente. É dessa parte do mundo que surgiram grandes personalidades da História Universal, e, no meu parecer, o maior de todos foi e continuará sendo Jesus, filho de Maria e José, o carpinteiro.
Ao contrário de fomentar a discórdia, em disputas frenéticas e sangrentas por posses materiais e poder sobre os povos, Ele proclamou que seu reino não era deste mundo; que todos são irmãos e filhos de um único Pai; que não havia diferença entre ricos e pobres, sexo ou cor da pele, raças ou origens; uma só linhagem; todos são igualmente herdeiros do seu trono; que sua missão na Terra foi separar o joio do trigo e unir os homens de boa vontade, “porque esses serão os bem-aventurados do meu Pai que está nos céus”.
Com o seu poder de autoproclamar-se filho do homem e afirmando “Eu e o Pai somos um”, disparou a inveja e a revolta das autoridades, que não fizeram nenhuma questão de entender o significado de sua mensagem e conspiraram junto ao poderio romano, até conseguir que fosse preso, torturado e levado ao Calvário para ser crucificado pela turba infamante que o sentenciou, sem que fosse sequer julgado e sem direito à defesa. Ainda assim afirmou que não veio destruir a Lei, mas fazer com que ela fosse cumprida.
Na sua estada pela Terra, curou os doentes e enfermos de toda sorte, do corpo e do espírito, praticando o bem e o perdão das ofensas, oferecendo o outro lado da face para os seus agressores e pedindo ao Pai que os perdoassem porque eles não sabiam o que estavam fazendo, deixando a cada um seguir o curso da vida que escolhera viver: “A cada um segundo as suas obras”.
Tudo isso aconteceu há mais de 2.000 anos. Há 2.023 anos para ser exato. Naquele momento Ele mudou o paradigma do “olho por olho, dente por dente” para “ama ao próximo como a ti mesmo, faça ao outro aquilo que gostaria que fosse feito a você”, semeando assim as sementes profícuas do amor pela humanidade como única solução para todos os conflitos e remédio para todos os males. Umas caíram em espinheiros e outras entre as pedras ou à beira do caminho, e poucas caíram em terreno fértil e deram frutos sazonados. O Evangelho para todos os povos, cuja máxima “amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos”, continua sendo propagado aos quatro cantos do planeta pelos homens de boa vontade, para que possa servir de parâmetro para avaliarmos quanto evoluímos os nossos sentimentos nestes dois milênios; quanto estamos diferentes daquele povo que crucificou o substrato e a essência do amor e da paz; como estou me comportando diante do meu próximo que não pertence à minha família consanguínea, religião ou partido político; quanto estou disponível para ajustar os meus pensamentos, sentimentos, atos e emoções, para que a harmonia e o equilíbrio possam ser a palavra de ordem do meu existir. Por onde vagueiam os meus desejos ocultos? Estou sendo verdadeiro e sincero comigo e com os outros? Posso no fim do dia, ao recolher-me para repousar, ter a coragem de fazer a pergunta de Santo Agostinho: “o que fiz hoje que poderei fazer melhor amanhã? O que preciso melhorar em mim?” Estou, de fato construindo a paz?


“A Paz do Mundo
Começa em mim.
Se eu tenho amor,
Com certeza sou feliz.

Se eu faço o bem ao meu irmão,
Tenho a grandeza dentro do meu coração.
Chegou a hora da gente construir a Paz
Ninguém suporta mais o desamor.

Paz pela paz, pelas crianças, pelas florestas, pela coragem de mudar, pela justiça, pela liberdade, pela beleza de te amar, pro mundo novo, a esperança.

Paz pela Paz.” (*)

(*) Letra da canção de Nando Cordel – Paz pela Paz.

Arleir Bellieny

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quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Bons hábitos


"A moral é a regra do bem proceder..."

As pessoas que têm moral são as que procedem bem, ou seja, tem hábitos positivos. Agir moralmente é ter atitudes que promovam o bem geral.
Moral, desta forma, está relacionada à ação, ou seja, aos hábitos adquiridos.
Podemos melhorar moralmente e, para isso, não existe outro caminho senão o que passa pela aquisição de bons hábitos.
A razão tem papel fundamental nesse processo, pois, antes de adquirirmos hábitos morais sadios, precisamos usar bem o intelecto. É ele que vai nos dar consciência do que é certo e do que é errado nas diversas situações que vivemos.

James Hunter e os hábitos morais

O autor do best-seller O Monge e o executivo trabalha com uma linha muito interessante. Propõe que hábitos morais podem ser adquiridos com treinamento e muito esforço. Para tanto precisamos, necessariamente, passar por algumas etapas.

1. Inconsciente e sem hábito

Antes de ter o hábito adquirido a pessoa não sabe que necessita tê-lo.
É preciso saber o que deve ser mudado, o que deve ser conquistado e por quê, para que haja um esforço na aquisição do hábito.
Dessa forma, todos passamos por essa etapa de não saber o que precisamos mudar. Somos ignorantes em relação aos novos hábitos. É como a criança que ainda não foi orientada que deve escovar seus dentes sozinha.

2. Consciente e sem o hábito

Chega um momento em que alguém nos informa, ou tomamos conhecimento através de livros, palestras ou experiências de vida, da necessidade de termos hábitos morais sadios.
É aí que passamos a ter conhecimentos teóricos sobre a importância desses hábitos. Ainda não agimos, mas temos o conhecimento intelectual. Somos semelhantes às crianças que ouviram da mãe a importância da higiene bucal e as instruções de como escovar corretamente os dentes.

3. Consciente com o hábito

Após a tomada de consciência do que deve ser feito e do como deve ser feito, passamos a treinar os hábitos morais sadios.
Após um bom período de repetições e esforços, já agimos com mais naturalidade. Sabemos como agir e nos esforçamos para isso.
Nossos esforços são recompensados com as ações boas. As situações problema surgem e o intelecto já aciona a pessoa na tomada de decisões.
Seguindo o exemplo da criança, estamos numa fase onde além de saber como escovar os dentes e da importância desse hábito, despertamos pela manhã e nos lembramos de que devemos realizar a escovação e nos dirigimos à pia, procurando de forma consciente a escova e o creme dental.

4. Inconsciente e com o hábito

Essa é a fase onde sabemos o que precisamos fazer, mas não necessitamos lembrar a cada situação. Agimos de forma correta nas situações onde devemos fazer o melhor.
Não precisamos recorrer à memória ou a teorias. Passamos a agir naturalmente, de forma espontânea, pois já temos o hábito adquirido.
O menino já escova os dentes de forma automática. Pensa em outras coisas, sem precisar repassar as instruções da mãe no que diz respeito ao sentido da escovada... se de baixo para cima ou de cima para baixo. Simplesmente faz.
É uma espécie de segunda natureza. O hábito está adquirido.
Treino, treino e treino.
Mesmo que muitos digam: "falar é fácil, o negócio é fazer", é bom nos desafiarmos a adquirir bons hábitos.
O mundo se tornará um lugar melhor para viver, na medida em que nos melhorarmos moralmente.
Precisamos agir corretamente, pensando no bem das pessoas a nossa volta.
E nada melhor do que o esforço real, que o treinamento constante, para adquirirmos novos valores, novas capacidades.
São esforços pequenos e diários que certamente valerão a pena.

Cristian Macedo
https://www.oconsolador.com.br/3/cristianmacedo.html

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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Lições da Natureza


Alguns anos atrás, um dentista no início de sua carreira profissional, para poder atender seus primeiros clientes, precisou alugar uma residência e montar o seu próprio consultório.
E de frente a sala onde ele atendia, havia uma grande árvore que lhe causava muito transtorno com a queda de folhas, pequenos gravetos e insetos que eram atraídos sobrevoando o local. Entretanto, como a situação era bastante desagradável, decidiu então manter a porta fechada. Mas em virtude dos dias quentes e do insuportável calor que fazia, não havia como mantê-la daquela maneira, apesar de todo o incomodo.
Certo dia, saindo de casa para o trabalho, lembrou-se que na véspera havia esquecido a porta do consultório aberta, e lá chegando encontrou o chão todo sujo. Daquele dia em diante, sempre numa alternativa de solucionar ou atenuar o seu problema, cadeiras e móveis eram dispostos de maneira diferente, mas de nada adiantava.
Cansado e muito aborrecido por não mais suportara sujeira daquela árvore, decidiu realizar um plano. Na posse de um galão de ácido clorídrico, sem que ninguém pudesse dele suspeitar, numa certa altura da noite, espalhou o corrosivo e tóxico produto sobre as raízes.
Ao passar do tempo, percebia intrigado que a árvore permanecia do mesmo jeito, inalterada, imaginando o que poderia ter dado de errado. Contrariado e insatisfeito, sem se dar por vencido, outra dose de ácido foi administrada. Após alguns dias, observando agora mais atentamente a árvore, visíveis sinais já eram notados; folhas amareladas começavam a cair e galhos a secar. Aliviado exclamou intimamente consigo – Finalmente, acho que me livrei desta árvore!
E as semanas se passaram, quando por um momento, relanceando novamente o seu olhar sobre a árvore, foi colhido por uma grande surpresa. Perplexo e admirado, começou a observar minúsculas e viçosas folhas verdejantes, a despontarem nos galhos aparentemente secos e mortos; com flores ressurgindo em tons de belíssimas cores e suave perfume, anunciando a chegada da majestosa primavera.
Por fim, numa bela manhã, quando pela segunda vez havia esquecido aberta a porta do consultório, notou agora que o chão estava todo atapetado de lindas e coloridas flores. Arrependido e chateado, passou então a refletir no amoroso gesto e a forma com que a árvore lhe dera como resposta, compreendendo finalmente, que a sabedoria e a força da natureza pelo inexcedível amor de Deus, são capazes de nos dar grandes lições de vida, nos ensinando sempre retribuir o mal com o bem; segundo o sublime preceito de Jesus Cristo anunciado em Mateus capítulo 5 – versículos de 38 a 42 – “Se alguém vos fere a face direita, apresente também a outra”.
Essa é uma história real contada por um amigo, demonstrando o quanto é imperioso recapitularmos as lições inolvidáveis do Mestre Querido, considerando que, como Espíritos milenares no transcurso de nossas existências múltiplas, muito temos negligenciado e ferido as leis amorosas e santificantes.
Ninguém pede angelitude nos desdobrar da noite para o dia, mas acautelemo-nos na observância de vigiar e iluminar nossos próprios passos, compreendendo por fim, que a vida sem se limitar aos nossos caprichos desvairados e egoísticos, só nos pede um pouco mais de amor a natureza e aos nossos semelhantes.

Marildo Campos Brito

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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Viver é dançar


A vida é como uma dança, um movimento constante de passos e manobras que realizamos durante toda a nossa existência. Quando interrompemos estes movimentos para lamentarmos das dificuldades que nos surgem acabamos tropeçando nos “pés” do nosso próprio destino.
E por que será que lamentamos tanto, se nós mesmos escolhemos antes de nascer os “ritmos” que iriam ser executados?
A vida é uma escola de aprendizados profundos para a alma. As dificuldades, os obstáculos surgem em nossa vida com um único objetivo: proporcionar a nossa evolução.Quando a vida só exige de nós uma dança simples de apenas um dois pra lá, um dois pra cá, e tudo corre bem, parece que nossa caminhada é moleza, não é verdade? O difícil é encarar as dificuldades que parecem ser insuperáveis, onde somos obrigados a dançar ritmos de difícil execução como o tango argentino.
Tenhamos sempre em mente que Deus sempre guia e conduz cada um de nossos passos. Basta apenas que confiemos em sua bondade de Pai. As dificuldades precisam ser encaradas não como instrumentos de dor, mas como escolas que formam seres de grande sabedoria.
E como estamos falando de dificuldades e obstáculos, acredito que seja de extrema importância investir um pouco mais do nosso tempo para refletir a respeito dos relacionamentos familiares. Afinal, passamos maior parte de nosso tempo aqui na Terra em contato com a família. Nosso lar é o ambiente que nós mesmos escolhemos para vencer nossas dificuldades e limitações. Ou você acredita que está vivendo em um local por sorte, azar ou, simplesmente, por obra do acaso?
Atraímos as pessoas para perto de nós, isso é lei. Guarde isso! As afinidades nos atraem. Estamos na maior parte do tempo com pessoas que possuem a mesma afinidade que a nossa.
É importante frisarmos que todos nós estamos no mesmo “barco”. Aqui na Terra ninguém é superior a ninguém. Todos devem aprender uns com ou outros. Uns já conseguiram superar certas inferioridades, outros já desenvolveram algumas virtudes, mas todos ocupam um grau similar de evolução.
Para vivermos em paz é necessário utilizarmos os sentimentos nobres que temos a nosso favor. E por que não começarmos exercitando cada vez mais o respeito, este sentimento que deveria estar sempre na moda entre os relacionamentos? Os filhos, por exemplo, devem sempre respeitar seus pais, mas também é tarefa dos pais respeitarem seus filhos. Quando este sentimento estiver presente em todas as faixas etárias atingiremos um ponto de equilíbrio, onde prevalecerá o amor entre as pessoas.
Quando a vida te cobrar passos difíceis, lembre-se sempre de Deus!
Confie! Ele sempre tocará o melhor ritmo para sua evolução!

André Luiz Zanoli

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sábado, 21 de outubro de 2023

Hoje o seu dia está triste? Mude de janela!


A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de seu cão de estimação. Com pesar, observava atenta o jardineiro enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.

O avô, que observava a neta, aproximou-se, envolveu-a em um abraço e falou-lhe com serenidade:
- Triste a cena, não é verdade?

A netinha ficou ainda mais triste, e as lágrimas rolaram em abundância.

No entanto, o avô, que desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu para uma janela localizada no lado oposto da ampla sala. Abriu as cortinas e permitiu-lhe que visse o jardim florido a sua frente. Então, perguntou-lhe carinhosamente:

- Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali na frente?
- Lembra-se que você me ajudou a plantá-lo?
- Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos. Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos, e hoje, veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas.

A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso, mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim.

O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto:

- Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente.

Mude de janela!
Certos acontecimentos na vida só farão sentido depois de alguns dias, meses ou até anos. São fatos que não temos como mudar, voltar no passado para rearranjar ou até mesmo esquecer. Simplesmente aconteceram, e nós devemos encarar a vida daqui para a frente com aquela realidade.
Por mais triste que seja, ficar olhando somente o cenário desta janela fará com que a mágoa seja corrosiva e profundamente dolorida. Não se trata de fechar aquela janela - até porque se é muito triste, você certamente não conseguirá simplesmente "esquecer".
Quando meu pai faleceu - de forma muito repentina -, a família inteira ficou profundamente abalada. Mas havia algo - outra janela - que nos rendia sorrisos e esperança: a minha filha caçula, que chegaria à luz dentro de algumas semanas. Veja: aquela janela - alegre e esperançosa - não fechava a outra - triste e cheia de saudades. Mas era um ponto de conforto, de apoio para os nossos pensamentos.
As experiências que se passam são verdadeiras joias - lições de vida que, quando se partem, doem-nos o coração. Mas não podemos ter a visão do mundo limitada a essa perda, já que são tantas as conquistas e alegrias que temos.
Nossa vida tem várias "janelas", com paisagens diferentes! Encontre alguma que você goste de ficar olhando! Não se permita contemplar a janela da dor.

Autor desconhecido

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