quarta-feira, 30 de junho de 2010

Nem tanto ao Espírito Santo nem tanto aos infelizes Demônios

Tudo no universo conspira a favor de Deus e de nós, pois Deus sabe até tirar do mal o bem, e Ele jamais criaria dor de cabeça para Ele. No Velho Testamento, o Espírito Santo é um espírito humano. Deus suscitou o espírito santo de um rapaz muito jovem chamado Daniel. (Daniel 13,45, da Bíblia Católica TEB). As iniciais maiúsculas de Espírito Santo das traduções bíblicas são para a interpretação forçada de que Ele é Deus, mas é mesmo um espírito humano. “Nosso corpo é santuário dum (conforme o original grego) Espírito Santo” (1 Coríntios 6,19).
Na verdade há um espírito no homem, e o sopro do Todo-poderoso o faz entendido”. (Jó, 32,8). Sopro na Bíblia é sinônimo de espírito. E, por ser ele emanado de Deus, é santo. E, se cada um de nós é um Espírito Santo, essa palavra é uma espécie de substantivo coletivo de todos os espíritos que nós somos encarnados e desencarnados. “Quando oro em línguas, é o meu próprio espírito que ora.”1 Coríntios 14,14). Não, pois, o Espírito Santo da Trindade que ora através de mim. E o Espírito Santo virou dogma exatamente porque é polêmico.
Mas nós somos geralmente espíritos santos apenas em estado potencial, isto é, ainda não atualizados, pois, por enquanto somos imperfeitos e impuros. Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo. (São Mateus 5,26).Os autores bíblicos chamam também de demônios os espíritos impuros que atormentam as pessoas. E nós somos denominados também na Bíblia de deuses. (São João 10,34; e Salmo 82,6). O espírito de Samuel é um deus. (1 Samuel 28,13). E há em Daniel o espírito dos deuses santos. (Daniel 4,8). As expressões bíblicas “o Espírito de Deus”, “o Espírito do Senhor” e “teu Espírito” nem sempre se referem ao próprio Espírito de Deus, como comumente se pensa, mas a um espírito do bem. “Espíritos dos justos
aperfeiçoados”. (Hebreus 12,23). E Deus ou espíritos em seu nome enviam-nos espíritos iluminados (Hebreus 1,14). “Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos enviei um espírito de sabedoria”. (Efésios 1,17). “Tirarei do Espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles”. (Números 11,17). “O Espírito de Elias repousa sobre Eliseu”. (2 Reis 2,15).
Quando João terminou o Apocalipse, ele fala do anjo, que já é um espírito perfeito e que pode ser até puro, do qual ouvira a descrição desse livro. E declara que se prostrou para adorar esse espírito angélico, que o repreende, dizendo-lhe que era um colega de serviço dele, como os profetas o eram, e que João adorasse apenas a Deus. (Apocalipse 22,8 e 9). Como se vê, esse espírito é humano, pois se iguala a seres humanos: João e os profetas. Ademais, fica evidente que o Apocalipse não é bem de João, pois ele foi apenas o médium (profeta) psicógrafo do espírito angélico narrador do livro. E João errou, ao querer adorar o espírito enviado que narrou o Apocalipse.
Mas há espíritos ainda atrasados que nos perseguem e que nos são enviados até pelo próprio Deus. “E sucedia que quando o espírito maligno da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a dedilhava; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele”. (1 Samuel 16,23). Na verdade, Saul o atraia.
Em todos os exemplos citados, os espíritos enviados não são o Espírito Santo da Trindade.
Ademais, só um é impuro. E, mesmo assim, é enviado pelo próprio Deus, demonstrando que Deus atua também por meio de espíritos doentes, que são igualmente seus filhos amados e que até recebem uma atenção mais especial Dele!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Choro Lamento surgiu de um episódio e preconceito racial

Em depoimento prestado num programa da TV Cultura de São Paulo, o músico e flautista Altamiro Carrilho disse que o choro Lamento, de Pixinguinha, foi composto após o compositor ter sido vítima de preconceito racial.
Disse Altamiro que certa vez, Pixinguinha e seus músicos dirigiram-se a um hotel, no Rio de Janeiro, para fazerem uma apresentação. Ao chegarem na portaria, foi-lhe comunicado que não poderia entrar pelo mesmo local que os outros hóspedes, mas pela porta da cozinha.
Alma nobre, Pixinguinha não discutiu diante da ordem recebida, tão pouco se identificou. Quando, depois, o episódio foi esclarecido, o porteiro, de joelhos, pediu-lhe desculpas, pois não sabia de quem se tratava e estava cumprindo ordens.
Incrível é que o gerente do hotel quis despedir o porteiro. Novamente se revela a fineza de caráter do autor de Carinhoso, que interveio a favor do porteiro, impedindo a demissão.
Ao terminara a apresentação, os músicos estavam reunidos quando Donga apanhou uma partitura e sugeriu que Pixinguinha compusesse uma música, inspirada no acontecimento. Assim surgiu o choro Lamento.
Este episódio está longe de ter-se constituído num caso isolado, perdido no tempo.
Albert Einstein já dizia: “Triste época a nossa, em que é mais difícil quebrar um preconceito, do que um átomo.” O preconceito, próprio da inferioridade humana, sempre aconteceu, em todas as épocas. O Espiritismo, que nos dá a certeza de que, perante Deus, todos somos iguais, também nos conscientiza de que, quando o homem exemplificar, com todas as letras, a Lei do Amor, o preconceito será totalmente extirpado na Terra.

Altamirando Carneiro
alta_carneiro@uol.com.br

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os exilados da Capela


Livro de:
EDGARD ARMOND


Os Exilados da Capela é uma das obras de Edgard Armond que trata de forma abrangente a evolução espiritual da humanidade terrestre segundo tradições proféticas e religiosas, apoiadas em considerações de natureza histórica e científica.
Além desta obra, que já é um best seller, o autor nos legou ainda Almas Afins e Na Cortina do Tempo, que compõem uma trilogia sobre os caminhos da humanidade, além de diversas outras obras de conhecimentos doutrinários.
Algumas estavam relativamente esquecidas ou sem condições de serem editadas, apesar de seu grande valor.
Com satisfação, a Editora Aliança reúne agora todas elas numa coletânea denominada Série Edgard Armond.
O leitor ávido de conhecimentos certamente irá apreciá-la, enriquecendo significativamente sua vivência espiritual.

EDGARD ARMOND


I - A CONSTELAÇÃO DO COCHEIRO

- “Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsam em seus estudos, observa-se, desenhada, uma grande estrela na Constelação do Cocheiro que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela”.
“Magnífico Sol entre os astros que nos são mais vizinhos, ela, na sua trajetória pelo Infinito, faz-se acompanhar, igualmente, da sua família de mundos, cantando as glórias divinas do Ilimitado." (A Caminho da Luz, Emmanuel, cap. III)
A Constelação do Cocheiro é formada por um grupo de estrelas de várias grandezas, entre as quais se inclui a Capela, de primeira grandeza, que, por isso mesmo, é a alfa da constelação.
Capela é uma estrela inúmeras vezes maior que o nosso Sol e, se este fosse colocado em seu lugar, mal seria percebido por nós, à vista desarmada.
Dista da Terra cerca de 45 anos-luz, distância esta que, em quilômetros, se representa pelo número de 4.257 seguido de 11 zeros.
Na abóbada celeste Capela está situada no hemisfério boreal, limitada pelas constelações da Girafa, Perseu e Lince: e, quanto ao Zodíaco, sua posição é entre Gêminis e Tauro.
Conhecida desde a mais remota antigüidade, Capela é uma estrela gasosa, segundo afirma o célebre astrônomo e físico inglês Arthur Stanley Eddington (1882-1944), e de matéria tão fluídica que sua densidade pode ser confundida com a do ar que respiramos.
Sua cor é amarela, o que demonstra ser um Sol em plena juventude, e, como um Sol, deve ser habitada por uma humanidade bastante evoluída.


* ver O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, perg.188. (Nota da Editora)


Disponibilizo todo o livro para download:  Os exilados da Capela

Juventude no Além

Fábio é um rapaz maravilhoso. Sempre tive muito orgulho por ele ser meu irmão gêmeo e continuo tendo cada vez mais com seus trabalhos realizados no Plano Espiritual, por sua força de vontade em querer aprender, estudar, ajudar ao próximo, progredir com tudo.
Estou muito feliz com este livro que ele acaba de escrever aos encarnados. Agradeço a Deus por permitir que a vontade de Fábio se realizasse.
O livro tem uma linguagem simples, onde descreve suas experiências desde o dia em que desencarnou.
Procura passar a todos mensagens de otimismo, amor, coragem, fé em Deus e, principalmente, nunca perder a esperança.
Que Deus o ilumine cada vez mais e o abençoe. Amo muito meu irmão, desejo a ele muita paz, coragem, sabedoria e muita força em seus trabalhos.
E que no futuro próximo ele tenha a oportunidade de escrever novas mensagens a todos.

Daniela Marcello Stanojev

Disponibilizo todo o livro para download: Juventude no Além

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ela não é feita de vingança


É comum que nas disputas de todo gênero, especialmente quando envolvem bens, guarda de filhos ou supostos danos morais, ofensas consideradas graves, separações ou rompimentos afetivos, que a figura da vingança surja com toda força.
Esse rancor, guardado e alimentado muitas vezes durante décadas, é gerador de enfermidades, de ódios que ultrapassam gerações e de tragédias que atingem famílias inteiras. Um equívoco, todavia, nisso tudo.
O sentimento de misericórdia nos convoca à modificação dos sentimentos, alijando a pesada carga do rancor, do desejo de vingança, do ódio contra alguém que muitas vezes está mais perturbado que nós próprios. O mundo melhor que todos desejamos não possui lugar para esses sentimentos, descontrolados e sem base no Amor.
Esse raciocínio recebe o desprezo de muita gente que supõe que a justiça esteja sendo burlada, que o mal que recebemos será esquecido, e que o suposto agressor sairá vencedor e nós ficaremos prejudicados, além do sentimento de agressão que já temos recebido.
Consideremos, porém, que a Grandeza de Deus não precisa de nosso ódio para corrigir um filho que se equivocou, que prejudica outros filhos seus, para que a Justiça funcione com perfeição. Não! Absolutamente. A justiça não é feita de vingança! Ela é feita de amor, de igualdade, de reparações com o tempo, de conscientização interior. Afinal, enquanto odiamos nosso perseguidor, nosso ofensor ou aquele que nos prejudicou, nos igualamos a ele. Entretanto, é bem interessante o que ocorre quando agimos ao contrário. Elevando-nos acima das próprias dores e ulcerações com o sentimento de compaixão pelos próprios adversários, movimenta-se a Justiça para retirar-nos do cárcere de dores que já não mais merecemos ou que estão superadas.
Peço ao leitor ler novamente o trecho final do último parágrafo. Quando usamos do perdão e da compaixão, a própria vida movimenta-se em nosso favor para remover outras dores, outros sofrimentos e obstáculos que ainda nos fazem sofrer. Isso é Lei. Se oferecemos a compreensão, o perdão e a compaixão, da mesma forma receberemos isso da vida nas ações em que nós mesmos fomos os algozes ou autores. Será que nos esquecemos dos inúmeros equívocos que praticamos contra os outros no curso da vida?
Quem de nós poderá erguer a mão e dizer que nunca errou, que nunca ofendeu, que nunca maltratou, que nunca prejudicou outra pessoa?
Por essa única pergunta podemos concluir que todos nos devemos compreensão e tolerância mutuamente, além dos esforços no exercício do perdão, sempre que necessário.
Vingança é peso inútil, gerador de ódios e aflições, numa "bola de neve" que precisa ser interrompida com o exercício do perdão. Este sim, alívio para o coração, libertador de consciência, estímulo de felicidade.
Recomendamos aos leitores o livro Herdeiros do Novo Mundo, de Lúcius, por André Luiz Ruiz, que inspirou a presente abordagem, inclusive com pequenas transcrições parciais. A edição é do IDE, de Araras-SP.

Orson Peter Carrara
orsonpeter@yahoo.com.br

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Todo espírito enviado é um anjo bom ou um anjo mau


O significado mais comum de anjo é mensageiro, que, por sua vez, significa enviado.
A Bíblia nos recomenda que examinemos os espíritos (1 João 4,1), é porque eles são de graus diferentes de evolução. Todo espírito que se manifesta é um enviado bom ou mau. E quando se diz enviado de Deus, não quer dizer que seja o próprio Deus que o envia, pois Deus tem seus espíritos ou anjos bons que cuidam de nos enviar outros espíritos bons encarnados e desencarnados. (Hebreus 1,14).E o espírito bom que envia outro não o obriga a isso. Jesus, o Enviado de Deus à Terra, agiu por sua livre e espontânea vontade. E quando Ele, desencarnado, se manifestou a Paulo na estrada de Damasco, foi também porque Ele o quis. Existe uma doutrina errada, que ensina que todos os espíritos manifestantes são maus. A exceção seria Deus, que essa doutrina denomina de Espírito Santo. Mas Deus mesmo nunca se manifesta. “Ninguém jamais viu a Deus”. (João 1,18). E há espíritos bons (evoluídos) e maus (atrasados). Sim, na Vulgata Latina de são Jerônimo, temos espíritos bons e espíritos maus, o que está de acordo com os originais bíblicos em grego. Porém os tradutores para as outras línguas falsificaram os textos bíblicos, para darem sustentação à doutrina dogmática do Espírito Santo.
Eles tentaram anular os fenômenos espíritas ou mediúnicos que sempre existiram em nosso planeta, desde o homem das cavernas. Kardec apenas estudou e criou normas científicas para o contato com os espíritos. São Paulo chamou esses fenômenos de dons espirituais, ou seja, do espírito do médium (profeta na Bíblia). Daí que Paulo ensina que quando alguém ora em línguas, (1 Coríntios 14,14), é o próprio espírito dele que ora, não, pois, o Espírito Santo da Trindade.
Aliás, Paulo não conheceu o Espírito Santo trinitário, que só foi instituído no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381). É por ser um assunto polêmico que essa doutrina virou dogma. E os teólogos e tradutores adaptaram os textos bíblicos a essa nova doutrina.
Recomendo, pois, aos interessados em conhecer a verdade sobre isso que estudem o assunto.
Têm surgido muitas obras desse gênero, desde que acabou a Inquisição. Até eu mesmo tenho escrito obras nessa área. Na maioria dos textos bíblicos antigos, lê-se “um” Espírito Santo, numa referência ao Espírito Santo que somos. Diz-se, pois, corretamente: inspiração de “um” Espírito Santo, e não de “o” Espírito Santo.Outros nomes que se dão aos espíritos enviados humanos são de demônios e de deuses pagãos, em oposição ao Espírito Santo. Mas, como vimos, diretamente, Deus nunca se manifesta.
Ele só pode ser “Enviador”, jamais um enviado, um mensageiro, um anjo, ainda que boníssimo, pois Ele é o Pai dos espíritos, dos mensageiros, anjos bons ou maus. (Hebreus 12,9). E como hoje se sabe, demônios, nos originais evangélicos gregos “daimones”, são espíritos (almas) dos seres humanos. Realmente, a hermenêutica nos mostra que, não só na Bíblia, mas também em outras obras antigas, demônios são os nossos próprios espíritos. Em Platão e Homero encontramos também esses exemplos.
Se nós quisermos seguir as instruções do apóstolo (1 João 4,1) para examinarmos os mensageiros ou espíritos enviados, nós temos que nos comunicar com eles. É o que faziam os primeiros cristãos (1 Coríntios capítulos 12,13 e 14), e o fazem, hoje, os espíritas, distinguindo os anjos bons dos anjos maus enviados. Os bons nos iluminam, e os maus são iluminados por nós. E, em tudo, o fundamento é o Evangelho do meigo Rabi!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para a publicação. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed.Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Auto-ajuda pelo pensamento positivo

Enfermidade ou saúde, tudo depende da direção dos pensamentos

O pragmatismo fez com que os norte-americanos concebessem diversas técnicas de auto-ajuda baseadas na força do pensamento. Nas mais das vezes, tais técnicas, quase sempre associadas a orações, visam a melhorias na saúde física e mental, no desempenho orgânico, nos relacionamentos interpessoais e, até mesmo, a obtenção de bens materiais ou de um bom casamento (segundo o imediatismo humano, conseqüência de nossa baixa elevação espiritual). As técnicas se apóiam no conhecimento das propriedades do pensamento e da vontade e sua atuação sobre o organismo, bem como na sugestionabilidade do inconsciente.
Importa-nos, espíritas, compreender essa ação do pensamento, com vista à sua utilização em favor de nossa elevação e dos que compartilham conosco os mesmos degraus evolutivos.
O pensamento é um fluxo fluídico, matéria sutil do corpo espiritual; logo, concreto e tangível. A vontade, por sua vez, é imaterial, força abstrata do Espírito, o senhor do corpo. Sabendo hoje que os mecanismos da vida são basicamente os mesmos em todos os seres, animais e vegetais (constituição celular, princípios genéticos, processos evolutivos da espécie, etc.), vejamos, por analogia, como funciona a atuação dos fluidos humanos sobre as plantas.
Uma planta, sendo tocada, suas células tornam-se excitadas, podendo essa excitação ser detectada por um aparelho chamado galvanômetro, o qual, conectado a uma impressora, faz representar sobre papel o estímulo recebido. Em geral, as plantas "respondem" a um estímulo exterior por meio de reações detectadas somente por aparelhos. São as chamadas reações elétricas. Contudo, há espécies que reagem com movimento.
Trata-se da reação motora, como é o caso daquelas plantas cujas folhas se fecham ao serem tocadas.
Ligada a um galvanômetro suficientemente sensível, uma planta exibe "respostas" a pensamentos, emoções e mesmo intenções de um ser humano. Pensamentos e estados emocionais dos homens são exteriorizados por cargas fluídicas mais ou menos densas. Suponhamos, então, que uma pessoa queira maltratar um vegetal. A qualidade vibratória dos seus fluidos, diferente das suas emissões habituais, despertará na planta uma "reação". É o que o galvanômetro detecta: reação pela diferença de potencial elétrico. A planta não "verá" nem "sentirá" dor, mas não quedará indiferente.
Significativos casos exemplificam o poder do pensamento e da fé dos humanos sobre as plantas. Conhecido pastor e químico, Franklin Loehr, em numerosos testes, empreendeu a ação da prece na aceleração da germinação de sementes, reduzindo em 20% o tempo germinativo normal. Sementes de centeio embebidas em água, cujas garrafas o coronel húngaro Oskar Estebany teria segurado, germinavam e cresciam muito mais rápido do que outras, plantadas nas mesmas condições, mas sem o toque do militar.
Esses exemplos nos levam à conclusão de que é muito útil a nós, espíritas, sempre pensarmos positivamente, confiando na Providência Divina, pois, conforme o tipo de vibração do nosso pensamento, poderemos atrair ondas semelhantes.
Enfermidade ou saúde, conflitos ou paz, tudo isso depende da natureza e direção dos nossos pensamentos; sem olvidarmos, porém, as limitações que nos impõe nosso próprio passado, os sofrimentos terapêuticos a que nos destinamos na atual encarnação.
Em consonância com o exposto, Ney Prieto Peres, autor espírita de renome, propõe a auto-sugestão para fortalecimento da nossa vontade. Explica que somos sugestionáveis com facilidade e que podemos fazê-lo por meio da repetição (de frases). Indica repetirmos ao longo do dia frases como "abandonarei o cigarro, decididamente". Segundo o autor, a sugestão provoca a ação correspondente ao pensamento emitido. Como recurso associado, aconselha a oração, a fim de obtermos a assistência superior na consecução dos nossos propósitos.

Eduardo Batista de Oliveira
ebatistadeoliveira@ig.com.br

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

A mediunidade de madre Teresa de Ávila

Num velho sebo (loja de livros usados), folheei um livro interessante: Os santos que abalaram o mundo, de René Fülõp - Miller, tradução de Oscar Mendes, Livraria José Olímpio Editora - 1948.
Abro na página 353: Santa Teresa. Numa nota de rodapé, o tradutor informa que certos fenômenos de ordem sobrenatural são considerados pelo autor de maneira puramente natural.
Cognominada A Santa do Êxtase, que ela descrevia como um vôo para o alto, que se efetua no interior da alma com a velocidade de uma bala disparada de uma arma, Teresa de Cepeda y Ahumada, ou madre Teresa de Ávila (ou Teresa de Jesus), canonizada em 1622, quarenta anos após a sua desencarnação, foi uma religiosa e "mística" espanhola, reformadora da Ordem das Carmelitas e doutora da Igreja, nascida em Ávila, em 1515 e desencarnada em Alba de Tormes, em 1582.
O autor do livro informa que "na vida extraordinária desta santa os acontecimentos naturais cruzam-se sobre esferas sobrenaturais, as ordens terrenas e celestes se misturam, visões emergem da percepção, o som de vozes humanas foi absorvido pelos chamados celestiais e a frágil forma humana serviu, em momentos de êxtase, de nave da abundância divina".
Ou seja, uma grande médium. Explica Allan Kardec, no capítulo XIV de O Livro dos Médiuns, que toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium e que essa faculdade é inerente ao homem. Pode-se dizer que todos são mais ou menos médiuns, embora, usualmente, essa qualificação se aplique somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada.
Interessante que mesmo considerando os fenômenos como de ordem puramente natural, o autor confirma, nas entrelinhas, a mediunidade de madre Teresa:
"Madre Teresa escreveu o que tinha aprendido na quieta solidão de sua cela, fora da confusão do tempo e do espaço, para além do dogma e da demonstração racional, para além de sua própria compreensão e da percepção dos seus sentidos. Descreveu as visitas de seu invisível Senhor e notou a Sua vontade, que Ele lhe comunicava em palavras inaudíveis".
Entendemos que René Fülõp-Miller se refere a uma comunicação direta com Deus, mas sabemos que esta comunicação acontecia entre madre Teresa e os Bons Espíritos, naturalmente, sob a proteção de Deus.
Grande Espírito! "Por meio de Teresa, a Igreja aprendeu uma vez mais que o Cristo era uma realidade viva, esse Cristo que os discípulos viram na estrada de Emaús, que Saulo de Tarso encontrara no caminho de Damasco...", enfatiza o autor.
Sofreu. Mas soube suportar todas as dores. Como disse Van Gogh, em carta a seu irmão, "quanto mais caio aos pedaços, quanto mais inválido e fraco me sinto, tanto mais artista me torno; pois graças à doença concebo idéias em profusão para trabalhar." Foi a doença que deu a Dostoievski o poder de produzir as suas maiores obras.

Informações correlatas

Segundo informações da contracapa do livro Perdôo-te - Memórias de um Espírito, da médium e grande vulto do Espiritismo na Espanha, Amália Domingo Soler - L.G.E. Editora (8a edição - 2003), o Espírito que ditou os escritos oralmente a Eudaldo Pagés, que os transmitiu a Amália, a qual passou-os para o papel, embora identifique-se como íris, teria sido Madalena. As comunicações aconteceram em Gracia, na Espanha, de 18 de fevereiro de 1897 a 23 de novembro de 1899. Eduardo ditava, Amália transcrevia.
Os relatos do Espírito antecederam à existência de Madalena, quando fez parte de uma civilização que teria existido na Atlântida. Um dos últimos capítulos fala sobre a reencarnação do Espírito como uma revolucionária religiosa - que se conclui que teria sido a madre Teresa de Ávila.

Observa o texto:

"Nominá-la em um livro espírita causaria demasiado impacto há cem anos atrás? E quanto a elucidar que as visões e transes de madre Teresa eram simplesmente manifestações mediúnicas?".

Altamirando de Carneiro
alta_carneiro@uol.com.br

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Consequências do Passado


1 - Como podemos compreender os resultados de nossas experiências anteriores?

Para compreender os resultados de nossas experiências anteriores, basta que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas.


2 - Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos das existências passadas?

Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantamos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreendê-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.

3 – Qual a lição que as horas nos ensinam?

Meditemos a simples lição das horas.
Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera.
Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.

4 – Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?

No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.

5 – Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?

Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de tudo o que fez consigo e com o próximo.

6 – Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?

Os grandes delitos operam na alma estados indefiníveis de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.

7 – O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?

Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatoriais, freqüentemente, após diversos tentames frustrados de renascimento, readquirem o corpo de carne, mas transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas obscuras.

8 – E os protagonistas de tragédias passionais?

Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos, exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consangüíneos, tolerando-se mutuamente até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atentos ao reequilibro de que se vêem necessitados; ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.


9 – E aos cúmplices de erros e enganos?

As grandes dificuldades não caem exclusivamente sobre os suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou indiretos das resoluções infelizes que se adotaram são impelidos a recebê-los nos próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.

10 – O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?

Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito breve, na condição de um filho-problema ou de um familiar padecente, requisitando-nos auxílio, na medida das responsabilidades que assumimos, na falência a que se arrojou.

11 – Que acontece àqueles que impelem o próximo à falência moral?

Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura, é certo que se corporificarão, de novo, na Terra, ao nosso lado, a fim de que lhes prestemos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos a que enredamos, ao precipitá-los aos enganos terríveis de que buscam desvencilhar-se, abatidos e desditosos.
Nas mesmas circunstâncias, carreamos em nós, enraizados nas forças profundas da mente, os bens ou os males que cultivamos.

12 – E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da idéia?

Quando desencarnados, não fugimos as leis de causa e efeito.
Se malbaratamos os tesouros da Terra, deambulamos nas esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação ensandece, fadados a reaparecer no plano carnal com as enfermidades conseqüentes, a se entranharem, nos tecidos orgânicos, que nos compõem a vestimenta física.

13 – E aqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?

Se abraçamos desequilíbrios de sexo, agravados com padecimentos alheios por nossa conta, agüentamos inibições genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a epilepsia ou o câncer, de permeio.

14 - E àqueles que perpetram crimes?

Se perpetramos crimes na pessoa dos semelhantes, ei-nos a frente de mutilações dolorosas.

15 – E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?

Se nos entregamos às extravagâncias da mesa, arcamos com ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as alterações do veículo espiritual.


16 – E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?

Se nos afeiçoamos ao alcoolismo ou ao abuso de entorpecente, somos induzidos à loucura ou à idiotia seja onde for.

17 – E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?

Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.


18 – As conseqüências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?

Não. Além disso, é preciso contar com as probabilidades da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que partilham a marcha, atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.

19 – Qual deve ser nossa atitude perante as provas da vida?

Diante das provas inquietantes que se demoram conosco, aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que nos cercam.

20 – Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?

Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas conseqüências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.

EMMANUEL
extraído do livro "Leis de Amor", ítem VI - Francisco C. Xavier e
Waldo Vieira - pelo espírito de Emmanuel - 3º ed. FEESP
GFEIC - Perguntas e Respostas à Emmanuel


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segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Casa espírita roubou meu pai...


(...) de mim. Acalme-se, prezado leitor. Não estamos falando de nenhum crime, à luz do Código Penal, cometido nas dependências de nossos templos religiosos.
Estamos, sim, verbalizando o sentimento, que percebemos ao longo de nossa vida como evangelizador, presente em muitos jovens, filhos de trabalhadores da casa espírita.
Por vezes o indivíduo dedica-se às tarefas da casa e da causa, com afinco e determinação, privando cronicamente a sua família do convívio, por força de seus inúmeros compromissos. Além das demandas profissionais, arvora-se a encontrar no templo espírita seu segundo emprego, com chefe, cargos, horários e metas.
É alçado assim à condição de “trabalhador”, como se fosse um nível hierárquico acima do “frequentador”, como se a ele coubesse uma atribuição especial, acima dos outros. Quantos jogos de poder e de orgulho se escondem nessas construções?
Quando constituímos uma família, abraçamos ali responsabilidades afetivas que demandam tempo, tempo de conviver, de conversar, de sermos amigos e irmãos e por que não, para o lazer. É fundamental o lazer em família, darmos gargalhadas, brincarmos. Esses momentos marcam a história de nossos filhos, que nos vêem como seus pais, únicos para eles.
Quando abraçamos diversas responsabilidades na Casa espírita, lembremos que não nos cabe fazer tudo. Por vezes, na busca do evento perfeito, sequiosos de cargos e não de encargos, relembrando o velho Chico Xavier, nos atolamos de atribuições, muitas delas burocráticas, constituindo a vivência espírita um fardo, um segundo emprego, estressante. Esquecemos que esse trabalho todo só terá valor se tiver reflexos na reforma íntima do trabalhador.
Essa ausência prolongada, com causa identificada, pode alimentar no jovem uma aversão à casa espírita, vendo ali a fonte de afastamento de seus pais, como um protesto por aquela situação, em uma atitude típica da juventude. Isso pode se refletir na falta do desejo de ir à casa espírita, na falta de envolvimento com as atividades da casa ou até na aversão completa.
Em hipótese nenhuma estou fazendo uma apologia à preguiça ou pregando que não venhamos a trabalhar na seara do bem. Pelo contrário, o que nos deve chamar a atenção é a motivação desse trabalho, essa ansiedade centralizadora de fazer tudo, às vezes à nossa maneira, e, pelo discurso da perfeição, abandonar o convívio dos nossos, afogados de atribuições.
A religião é uma ferramenta de nosso crescimento espiritual, tão valiosa quanto é a família. Esses institutos não devem concorrer entre si e sim cooperar. Temos de ter tempo de lazer, de conviver com nossos filhos, de conversar. Temos de ter tempo para o trabalho no bem. As tarefas da casa espírita devem crescer com a adesão do grupo e não de uns poucos que se matam para fazer as coisas. Se assim for, a casa não está envolvendo as pessoas e nos vemos nas antigas armadilhas do personalismo e do perfeccionismo.
No livro Conduta Espírita, o Espírito André Luiz afirma que:

“Acima de todas as injunções e contingências de cada dia, conservar a fidelidade aos preceitos espíritas cristãos, sendo cônjuge generoso e melhor pai, filho dedicado e companheiro benevolente”.

Relembrando o nosso dever em todos os planos e não apenas no religioso. Esse modelo de dedicação intensa à religião, principalmente no plano formal, já existiu no mundo e constatamos pela história que ele não dá certo.
No mesmo livro, André Luiz assevera:

“Situar em posições distintas as próprias tarefas diante da família e da profissão, da Doutrina que abraça e da coletividade a que deve servir, atendendo a todas as obrigações com o necessário equilíbrio”.

Apontado o equilíbrio como a tônica de tudo. Se tens família, se tens filhos, deves dedicar a eles um tempo, não como obrigação de um dever, mas como momento de amor e de comunhão com esses Espíritos, dádivas nessa tua encarnação. Não te permitas ser roubado por múltiplas atribuições na casa, pela perfeição dos eventos, das instalações, dos documentos, em um novo emprego oriundo dessa visão empresarial de gerir a casa espírita. Pensemos na qualidade e não na quantidade. Não seremos questionados pelo muito que fizemos quando chegarmos ao lado de lá, e sim pelo como fizemos...

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito Federal (Brasil)


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Católicos carismáticos já descobrem a mediunidade

O “Jornal de Opinião” Nº 1094, de 31-5 a 6-6-2010, da Arquidiocese Metropolitana de Belo Horizonte, tem como destaque esta manchete: “Renovação Carismática – Um Movimento que Divide Opiniões”. A matéria “Renovação carismática: Fenômeno humano ou manifestação do Espírito?”, nas páginas 7,8 e 9. 
O problema é antigo, pois as práticas pneumáticas (mediúnicas) foram ensinadas por Paulo a seus discípulos (1 Coríntios capítulos 12,13 e 14). As autoridades da Igreja trataram de eliminarem-nas, logo de início, porque os médiuns (profetas) tinham mais prestígio do que os padres nas comunidades cristãs. Mas com os carismáticos, elas ressurgiram no século 20 entre os evangélicos americanos e depois entre os católicos e evangélicos de vários países. Mas uma boa parte dos bispos e padres sempre os viu com um certo mal-estar e uma certa preocupação. Daí os freqüentes conflitos entre padres e eles. E a coisa se complica mais, quando se sabe que a Teologia Católica ensina que o Espírito Santo só inspira os bispos em concílios ecumênicos! O que os carismáticos chamam de Espírito Santo e que eles incorporariam (que presunção e ingenuidade!) é, na verdade, um espírito humano, que pode, inclusive, pelo seu atraso evolucional, ser até um espírito de trevas. E vamos à matéria citada. Você, que tem costume de ler esta coluna, observará que o que diz o monsenhor José Luiz Gonzaga do Prado, professor de Teologia, de grego bíblico, hebraico e literatura paulina e joanina do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), confere, praticamente, com os meus pontos de vista. Ele afirma que estaria pecando, se numa paróquia que dirigiu, não vetasse a formação de um grupo de orações de carismáticos. Mas ele aprova os fenômenos de êxtases, revelações proféticas entre as primeiras comunidades cristãs, citando a Primeira Carta de Paulo aos Coríntios capítulos 12,13 e 14, e os fenômenos pneumáticos ocorridos com Montano, Maximila e Priscila, no ano de 156. Mencionando as curas e o transe coletivo das reuniões dos carismáticos, ele afirma que esses episódios são conhecidos há muito tempo nos terreiros de Umbanda e Candomblé. Os estudiosos de religiões sabem que os fenômenos que acontecem com as duas religiões são mediúnicos. Ele não citou os espíritas que são os mais numerosos e os mais conhecidos na prática da mediunidade. Essa atitude dele, talvez, seja para não assustar muito os carismáticos.
Com uma certa reserva, monsenhor José Luiz Gonzaga inclina-se para as teses materialistas, que não creem no contato com os espíritos, mas menos ainda no contato com o Espírito Santo.
Ele narra o fato de uma pessoa, que participa de reunião dos carismáticos, ter ficado numa delas possuída pelo demônio. Por fim, o monsenhor, que é autor do livro “A Bíblia e suas Contradições, como Resolvê-las?”, fala o que eu tenho dito, ou seja, como explicar que a mesma causa produza efeitos tão diferentes? E pergunta: como atribuir isso ao Espírito Santo? Ademais, o que poucos carismáticos sabem é que a própria palavra carismático significa médium!
Como se vê, a tese dos católicos, protestantes e evangélicos de que eles se comunicam com o Espírito Santo e não com os espíritos, negando a mediunidade e o espiritismo, começa a desmoronar exatamente como aconteceu com a poderosa tese marxista, cujo fim aconteceu de dentro para fora!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Ficarei grato pela citação nelas de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) –  www.literarium.com.br - e meu email: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Chamo-me Amor ( Emmanuel )


 S l i d e

  Acesse  o arquivo: Chamo-me Amor ( Emmanuel )

Enviado por: Felinto Elízio Duarte Campelo       
( felintoelizio@gmail.com )
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terça-feira, 8 de junho de 2010

A piedade

   
Desde cedo ouvimos repetir nos cultos cristãos :


" Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, Daí-nos a paz." .

Para Jesus, o Cordeiro de Deus, clamamos por piedade há 2000 anos. No mesmo evangelho que pedimos piedade, Jesus nos relembra que " Com a medida que medires, serás medido", ou seja, que a piedade é uma via de mão dupla. Quando da execução dos criminosos na pena capital, estes clamam por piedade. Mas, o que é a Piedade ? 
Arriscaríamos algumas definições...Dizer que a piedade é o amolecimento de nosso egoísmo diante do sofrimento alheio. A lógica, fria e calculista, nos diz que aquela determinada pessoa está errada e deve ser castigada. Mas, nos fala no imo d'alma a piedade. Observamos na rua um indivíduo pedindo esmola, com frio. A razão nos diz que ele não quer trabalhar. Mas, nos fala no imo d'alma a piedade. Observamos aquele filho ingrato com a família e pensamos em deserdá-lo. Mas, nos fala no imo d'alma a piedade. Muitas vezes ouvimos clamar por piedade e calamos a nossa voz com a lógica.
Nos fala a psicologia que trazemos dentro de nós dois princípios : O paternal e o maternal, fruto de nossas potencialidades, como descrito no livro " Forças sexuais da Alma" do Dr. Jorge Andréa, editado pela FEB. O Paternal é aquele que é condicional , vinculado a uma reciprocidade. É quando nosso filho pede para viajar com os amigos e pedimos para ver seu boletim. O maternal é aquele incondicional, o amor de mãe, que não exige nada. É a mãe que tem o filho assassino na cadeia e vai lá consolá-lo. Na nossa estrutura social, temos esses dois princípios que se equilibram e convivem, no interior das pessoas, na família, nas intituições, de forma dialética. A piedade é o princípio maternal dentro de nós, nos chamando ao nosso lado humano, subjetivo. Por isso, o artista Michelangelo em sua escultura " Pietá", exposta no Basílica de São Pedro, Vaticano, retrata a piedade como Maria segurando Jesus retirado da cruz.. Culturalmente a mãe das mães que intercede junto ao pai (Neste caso, o impiedoso Deus dos exércitos), é a figura da piedade.
A piedade não é pena. A pena é um remoer-se interno pelo dor do outro. Um lamentar-se. Não, a piedade é ativa. Irmã da caridade, a piedade faz calar a lógica fria e matemática do olho por olho, dente por dente e nos lembra que a lei é de amor e que o pai é bondoso e amantíssimo. A piedade nos move na noite de frio a pensar em nossos irmãos com frio e levarmos para ele o nosso cobertor. A piedade detém a nossa mão para açoitar o irmão que nos feriu. A piedade está além da lógica e da razão, falando-nos ao coração. Os sistemas, estes que nos atendem nos caixas eletrônicos e nos telefones, são frios. Máquinas não são piedosas. Mas, a piedade faz aquele funcionário sair mais tarde por cinco minutos naquele dia para atender aquela senhora.
Quando em multidões, escondidos entre todos, é que vemos o quanto somos impiedosos. A pilhéria, a chacota só se faz em grupo. Em grupo, assistimos execuções públicas como espetáculos, assistimos programas de TV que exibem a dor alheia gratuitamente, gritávamos em Roma pelos leões, assistimos a touradas esperando o final sanguinário, assistimos lutas corporais sem sentido. Mas, nos lembramos sempre de pedir : " Senhor, tende piedade de nós" .
Piedade, nos olhos e no coração. Piedade que resulte da ação da caridade. Piedade que faça calar o paternal, o condicional em nosso coração e nos permita estender a mão ao nosso irmão em humanidade, antes que ele clame pela nossa piedade. Que a nossa piedade prescinda da humilhação...

Marcus Vinicius de Azevedo Braga ( acervobraga@gmail.com ) é Pedagogo e Articulista Espírita, frequenta o Grêmio Espírita Atualpa, em Brasília-DF; e publicou em 2000 o livro " Alegria de servir ", pela Editora da Federação Espírita Brasileira.

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Seria o batismo uma correção dum erro Divino na procriação?

Apesar da boa intenção e da boa fé dos teólogos do passado, ainda pouco evoluídos e com suas idéias antropomórficas sobre Deus, eles acabaram cometendo muitos erros no seu conceito de Deus.
Nós jamais somos infalíveis, como os espíritos que nos inspiram nunca o são também. Daí os erros bíblicos. E são João, sabendo da falibilidade e da ignorância dos espíritos, recomenda-nos que os examinemos, (1 João 4,1), no que os espíritas são rigorosos. Os espíritos humanos e já angélicos de alto nível de evolução ou puros merecem mais a nossa confiança. Mas nem por isso são infalíveis. Jesus nos ensinou que os anjos e Ele não sabiam quando seria o final dos tempos, pois que isso era da competência somente de Deus. (são Mateus 24,36). Kardec, que foi um estudioso sério da Bíblia, e que seguiu, pois, à risca o ensino de João, lembrou-nos de que deveríamos seguir a ciência, se amanhã for constatado um erro dum espírito da sua Codificação. Se os espíritos encarnados, como o de são Pedro e de outros apóstolos do excelso Mestre cometeram erros, por que não os cometeriam depois de desencarnados? Há na Bíblia e nos tratados teológicos antigos, idéias pueris sobre Deus. Elas são de inspirações de espíritos atrasados que foram tomados como sendo o do próprio Deus.
Mas o pior de tudo isso é que os teólogos modernos das igrejas cristãs, apesar de totalmente conscientes dos erros de seus colegas do passado, nunca reconhecem de público esses erros, continuando a ensiná-los como verdades para os seus fiéis analfabetos e cegos em Bíblia e teologia. Mas hoje, há um número maior de leigos estudiosos da Bíblia e teologia do que o número de padres e pastores. E esses leigos, que às vezes entendem de Bíblia e teologia tanto quanto os padres e pastores, e até mais do que eles, ao constatarem esses erros, apontam-nos para a sociedade, pois esses teólogos e biblistas leigos não são comprometidos com nenhuma hierarquia religiosa, e não vão perder seus empregos e privilégios por divulgarem a verdade. Muitos teólogos ensinam hoje que o pecado original de Adão e Eva, que seria herdado por todos nós, não tem nada a ver com a sexualidade. Mas, geralmente, ainda predomina o pensamento antigo de que o ato sexual da metáfora do primeiro casal humano é que é o tal de pecado original. Daí que a virgindade de Maria e o celibato dos padres são tão engrandecidos.
A fecundação sem a perda da virgindade é atribuída também às mães de Buda, Krishna e Zoroastro. (Recomendo ao leitor meu livro: “A Face Oculta das Religiões”, página 174, Ed. EBM, SP, onde verá, inclusive, o dogma da doutrina da Concepção Imaculada de Maria, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX, o mesmo que instituiu o da Infalibilidade dos Papas, em 1870). Essa doutrina de que Maria, nascida de são Joaquim e santa Ana, foi concebida também sem pecado original, como seria no caso de Jesus, foi rejeitada por alguns teólogos renomados da Igreja, entre eles são Tomás de Aquino, santo Agostinho e são Bernardo. Mas os teólogos fazem silêncio sobre se a fecundação de Maria foi feita também ou não pelo Espírito Santo! Essas polêmicas não diminuem para mim a importância de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e da Humanidade. Elas, porém, nos levam a pensar que a sexualidade que Deus criou como meio de conservação de todas as espécies e de fazê-las crescer numericamente seria uma coisa errada, e que o Batismo tem por fim o absurdo de corrigir esse suposto erro de Deus!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Ficarei grato pela citação nelas de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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