quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Pequeninos prazeres


Momentos!...
Nossa existência, assim como os filmes e novelas, é fragmentada.
É feita de momentos. De passagens ora alegres, ora tristes, mas que fluem sempre.
Viver é atravessar portas que nos conduzem à salas que se sucedem infinitamente.
Neste movimento, como é natural, escolhemos permanecer mais tempo nas salas alegres, enquanto que buscamos fugir rapidamente das tristes, forjando rotas de fuga de acordo com nossa criatividade e determinação.
Em horas assim podemos adquirir hábitos que nos torturarão os dias lá na frente.
Surgem como pontos de apoio aos maus momentos, pequeninos prazeres que ajudam a superar horas tristes ou dias sem viço.
De tão normalizados, sua validade parece incontestável.
São as amizades "leves", aquelas que nos alegram momentaneamente o coração com suas gracinhas e inconsequências.
É a roda de amigos no bar.
É o álcool turvando a mente.
A alimentação exagerada.
Os encontros infelizes.
É o romance de uma noite, o sexo casual.
A piada que faz gargalhar, o humor chulo, a fofoca, as drogas, a diversão deprimente, os desvios mascarados de "cult", "cool" e etc.
É certo que ninguém precisa sucumbir ao sofrimento, se deixar arrastar pela dor, ou viver num mundo a parte, distanciado do que acontece ao seu redor.
É instintivo que se procure, nas horas tristes, um caminho alternativo, algo que traga alívio, da mesma forma como tomamos alguma medicação sempre que o corpo acuse dor ou desconforto.
Rir é bom, é saudável.
Não se deixar abater pelas provas da vida é sinal de maturidade.
Preservar a serenidade nos dias difíceis poupa o corpo e a alma de sofrimentos maiores.
O que queremos anotar aqui são as rotas de fuga infelizes.
Nada demais experimentar um drinque de vez em quando, se é do gosto da pessoa, rir de uma anedota, confraternizar, apreciar um bom prato.
Se não estamos bem, é importante que se busque algo que possa melhorar o ânimo.
Há multidões de pequeninos prazeres, e alguns podem efetivamente colaborar no retorno de nossa paz e bem estar.
O que André Luiz explica aqui é que existem determinados "pequeninos prazeres" que podem intoxicar nossa alma e destruir nossas melhores esperanças.
Citamos alguns acima.
Outros, talvez só você conheça ou procure.
Vivemos tempos em que o mal que ainda habita entre nós luta para que o obsceno vire o novo normal. Consumimos orientações neste sentido o tempo todo.
É quando aquilo que piora o que já está ruim, acaba virando hábito degradante, vício pernicioso.
Aquilo que termina por derrubar o que já está em queda.
Entre risos e "cachacinhas", lá se vai a vida.
Entre quitutes e guloseimas, lá se vai a saúde.
Entre intimidades aviltantes, lá se vai o equilíbrio.
Entre juízos irrelevantes e "conversa fiada", lá se vai a sanidade.
Se o caminho para sair de um quadro enfermiço passa pela alegria e pelo bom convívio, busque-o.
Alimente-se com qualidade, brinde com os amigos e familiares, ria muito, divirta-se.
Sim, você pode e deve fazer isso.
Mas escolha bem como fazer, com quais ingredientes e com quem.

Instituto André Luiz

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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

O Essencial


“Renunciemos às ocupações extras que nos permitem obter o que pode ser dispensado.”

(Ney Prieto Peres – Manual Prático do Espírita)

Nós vivemos em uma sociedade que nos estimula o consumo. Queremos ter o máximo de conforto possível, o melhor modelo de celular, de carro, a televisão maior, e por aí vai, a ponto de termos dias e semanas especiais de ofertas como “Black Friday”.
Tal excitação nos torna muito difícil a noção da diferença entre o “precisar” e o “querer” e esse é um ponto de muita importância nas escolhas que fazemos em nossas vidas, ainda mais, quando conhecemos, nesta doutrina abençoada, as leis que nos regem que nos tornam escravos das consequências daquilo que fazemos.
É preciso termos tempo para tudo, para as coisas da matéria e as coisas do espírito. Tempo para o trabalho e tempo para o descanso. Alimento para o corpo e pão para o espírito, tempo para o lazer, mas também para a instrução e administrar tudo isso tem relação com as escolhas que fazemos diante da enorme gama de opções.
Negligenciar as coisas do espírito por conta do material, naquilo em que ele é excesso, demonstra claramente a quem servimos, à Deus ou à matéria. É inegável a importância do trabalho em nossas vidas e, por consequência, o necessário repouso para o refazimento e reposição das energias, mas, tomemos cuidado com os comprometimentos, além do necessário, que nos tire do foco no crescimento pessoal no seu sentido mais amplo, intelecto e espírito.
Não adiemos mais os compromissos no aprendizado e trabalho no bem. Não deixemos distrair pelas tentações supérfluas em nossas vidas. Viemos aqui para aprender e crescer e, finda a missão, não gostaríamos, por certo, de ver que perdemos tempo no acúmulo do desnecessário.

André Tarifa

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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Filhos? Por que não?


Casal sem filhos é algo que não se via, com frequência, no passado. Talvez, seja uma das muitas características da “nova família”.
São, certamente, decisões respeitáveis, afinal, cada um sabe da sua vida e faz suas próprias escolhas. Deus admite que seja assim.
O Espiritismo, todavia, considera a maternidade e a paternidade como uma das mais admiráveis missões, dentre aquelas vinculadas às nossas experiências corpóreas.
O Espírito Emmanuel, coloca, no livro Vida e sexo, que de todas as associações existentes na Terra nenhuma talvez seja mais importante em sua função educadora e regenerativa que a constituição da família.
Lembra que por intermédio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher adquirem mais amplos créditos da Vida Superior. Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa da Espiritualidade superior, de vez que todos nós integramos grupos afins. Na arena terrestre, é justo que determinada criatura se faça assistida por outras que lhe respiram a mesma faixa de interesse afetivo. De modo idêntico, é natural que as inteligências domiciliadas nas Esferas Superiores se consagrem a resguardar e guiar aqueles companheiros de experiência, volvidos à reencarnação para fins de progresso e burilamento.
Fui pai duas vezes, e fico pensando (talvez lamentando) em torno daqueles que não puderam (ou não quiseram) vivenciar os profundos e encantadores sentimentos que decorem da paternidade.
Para concluir, reproduzo a cartinha que recebi de meu caçula, Vítor, ainda bem pequeno, em um “Dia dos pais”:

Pai
Você é tudo!
Você me leva para frente, me entende, me faz não ter vergonha do que eu sou.
De vez em quando dá algumas broncas, me corrige pelo que eu faço, mas brinca comigo, me protege quando eu caio, conta piada, você é o máximo!
Parabéns pelo seu dia,
Feliz dia dos Pais.

Beijos e abraços.

Ricardo Baeso de Oliiveira

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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Antes de desencarnar, vítima de câncer, jovem médica deixa carta com reflexão sobre a vida!


Dra. Larissa Alessandra Medeiros, natural de Lages, fez Medicina na UFSC, onde se formou em 2001. Fez residência de Clínica Médica no HU/UFSC e de Hematologia no Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis. Especializou-se em Transplante de Medula Óssea em Curitiba, onde fixou residência e estava atuando como médica contratada e preceptora no Hospital de Clínicas da UFPR.
Foi a óbito em 22/12/18, por um câncer de mama metastático. Poucos dias antes de falecer, deixou uma carta, transcrita abaixo:


“Querida família!
Ando mais reflexiva e ausente... tem sido dias difíceis. Pensei na morte, mas vi um documentário da minha incoerência, já q é a coisa mais certa... pedi a Deus uma 2a chance ou força p entender se ele tiver outro propósito.
Vou fazer um pedido aqui:

- hoje minhas chances de cura são menores do que as de sucesso! Luto por 10% de cura!!sem drama, é um fato!
- quero e vou vencer, com a ajuda de Deus e Nossa Senhora, sem as estatísticas dos homens!

Mas queria com muito carinho q se lembrem das coisas q estou aprendendo...

- hoje ter 1,2,5 ou 20 milhões num banco ; ter um bilhete de viagem maravilhosa; um vestido lindo ou poder ir em restaurantes incríveis.. um bom vinho, um doce delicioso... NADA NADA disso eu poderia usufruir agora. Não mudaria minhas chances ou acessos à remédios, não teria pique e disposição p viajar (não posso me ausentar por mais de 15 dias pela quimio, que tem dado muitas reações extras), não posso beber, comer muitos doces... e não tenho ânimo físico p usar um lindo vestido com alegria...

A vaidade de crescer cientificamente, ganhar algo na profissão, prestígio??? Nada fica... perdi tanto tempo c isso... fui tão tola em varios aspectos... só o carinho dos amigos colegas e pacientes que o trabalho trouxe... Mas claro q não serei hipócrita: Trabalhar, responsabilidades, ter economias... são coisas importantes, mas NÃO são mais do que viver o hoje... ter conforto, usufruir das boas coisas da vida valem a pena... Já viver sempre esperando um futuro que pode não chegar, isto é ir morrendo aos poucos.
Então, o que ficou e o que mais me alegra? As boas lembranças dos momentos e experiências q vivi... as risadas, os carinhos, a alegria das viagens q tanto gostava, da comida gostosa fosse caseira ou de um bom restaurante... os sentimentos verdadeiros e o amor puro da família e tantos amigos queridos q redescobri...
Sei q nada será tão palpável como é p mim q precisei passar por isso p ter tanta clareza de pensamentos... ouvia isso dos pactes mas não coloquei em prática...

Gostaria q experimentassem sem ter q passar por algo ruim p mudar:

- brigas, reclamações, vaidades, conflitos... acontecem mas deixam o ar muito pesado, sugam nossa energia e não levam a nada. Transformam a reunião alegre em algo desagradável... Amor, perdão, paz, alegria renovam tudo...
- nós sendo filhos, noras e genros, pais, irmãos, casais, todos iremos errar... escolher o caminho tem esse desfecho: de acertar ou errar. E errar tem o aprendizado, só o erro traz essa graça de aprender e mudar! não aprendemos com os erros alheios infelizmente... Os acertos infelizmente também não trazem esse conhecimento todo, por ironia... ninguém sabe o que é certo... o certo p mim não é para os demais.

Vamos conviver em paz, respeitar a individualidade das pessoas, dos casais, mesmo não sendo nossa opinião. Vamos celebrar a vida, ter prazer nos encontros, evitar brigas ou assuntos pesados... queria q todos q puderem começassem a passear, viajar, praticar a leveza no dia a dia... quem quiser ir, voltar, sair, ficar, silenciar... siga seu coração... decida por si... não esperem permissão para serem felizes. Só quem pode nos autorizar somos nós mesmos...

- Américo, meu amor, tem me ensinado muito também... foi um ano terrível p nos... muitas concessões, ajustes... mas nosso amor tem aprendido a ser laço de fita, não e nunca NÓ... nos respeitamos, apoiamos, nos incentivamos mutuamente... se vc está estressado, volta da corrida, leve, com o sorriso mais lindo no rosto e só traz boas energias p mim. Não fala nada pesado, não fala de ninguém, sempre positivo, o melhor companheiro q eu poderia ter... meu amor! Muitas vezes discordamos, queremos coisas diferentes, mas aprendemos a respeitar a decisão do outro sem perder tempo tentando convencer a nossa maneira... acho q ganhamos mais amor e respeito!! Amor não é posse ou prisão, é liberdade e respeito...

Sei q ainda temos muito a aprender... mas acho q estamos no caminho, entre acertos e erros...

- tenho vontade de gritar, para todos que quero bem:

“Tomem as rédeas de suas vidas... viajem, namorem, comprem c responsabilidade o que lhes dá prazer... a vida é HOJE!! Só hoje!!! Viagens, comer num lugar gostoso, comprem a roupa bonita q querem...”Não sabemos se viveremos até o futuro... se gozaremos da aposentadoria... se teremos saúde e ânimo p aproveita - lá!! Vivam vivam, cada um é dono da sua trajetória...e a vida dará em troca, amor verdadeiro, grandes amigos q farão parte da família... e muito boas memórias...”


Imagem da autora

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

A Caridade de realizar bem os nossos deveres


Preciso se faz que compreendamos o conceito de caridade, não entendendo como somente nas grandes realizações da humanidade, mas também nos pequenos atos que são praticados em momentos precisos.
Caridade não deve ser entendida como sendo apenas os atos praticados nas tragédias de elevado alcance, dignos de registros pela imprensa, é também o providencial auxílio que podemos prestar ao necessitado de toda ordem em nosso cotidiano. “Podemos entendê-la também, como sendo a virtude de amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como amamos a nós mesmos, ou ainda, na ajuda ao semelhante em necessidade, fazendo a ele o que gostaríamos que ele nos fizesse se no lugar deles nos achássemos, sem qualquer outro interesse e sem esperar dele nada em troca.”

Como exemplo, podemos citar situações simples que nos sucedem a todo instante, reprimir o impulso de irritação para com o próximo, tratar com educação pessoas que nada têm a ver com os nossos problemas, escutar sem reação de impaciência a conversação de alguém que ainda não aprendeu a sintetizar sua fala, evitar o mal hábito da reclamação, entre outras tantas.

“A caridade é, invariavelmente, sublime nas menores manifestações, todavia, inúmeras pessoas muitas vezes procuram limitá-la, ocultando-lhe o espírito divino.
Muitos aprendizes creem que praticá-la é apenas oferecer dádivas materiais aos necessitados de pão e teto.
Caridade, porém, representa muito mais que isso para os verdadeiros discípulos do Evangelho.
Em sua carta aos filipenses, oferece Paulo valiosa assertiva, com referência ao assunto.
Indispensável é que a caridade do cristão fiel abunde em conhecimento elevado.”
(Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel, livro Vinha de Luz, cap 116).

Estejamos certos de que os maus hábitos, aparentemente inexpressivos, precisam ser imediatamente combatidos e posteriormente extirpados do nosso procedimento em nossos relacionamentos com o próximo, isto porque já dispomos de um grande conhecimento da vida espiritual, disponível nas obras espíritas.
O Espiritismo nos propicia amadurecimento psicológico, graças às propostas desafiadoras com que se apresenta, e todo aquele que se dedica a seguir seus postulados religiosos, entrega-se a uma nova visão graças a qual, descortina a possibilidade de realizações antes não imaginadas, e daí por diante esforça-se no desenvolvimento dos Sublimes Dons dos quais é portador, buscando seguir a Lei Divina que lhe solicita amar até mesmo nossos inimigos.
Urge não mais preguemos a reforma íntima aos outros como se apenas eles devessem realizá-la, mas é prudente verificar com sinceridade a nossa situação em relação a eles, se verdadeiramente já temos capacidade de exigir reforma de alguém, convictos de que o nosso comportamento não representa simplesmente máscara sem fundamento e sem alicerce, pois foi Jesus quem nos asseverou: “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.” – Lucas 17:20.

Francisco Rebouças

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