terça-feira, 14 de junho de 2011

Relembrando doutrinas da teologia dogmática sobre Jesus


Para os espíritas, todos os seres humanos estão para sempre em caminhada evolutiva em direção ao nosso Deus Pai e Mãe, do qual procedemos e para o qual, um dia, retornaremos. Realmente, Deus não faz acepção de pessoas e pelo que não dá nó cego em sua criação!
Quem é de outra crença, pode estar mais próximo de Deus do que eu.
E eu não me preocupo tanto com o aspecto literário desta coluna, mas apenas com a sua correção e a sua clareza. Para que complicar mais ainda os assuntos teológico-bíblicos?
Quando o Concílio Ecumênico de Nicéia (325) decretou que Jesus é também Deus, o que é contra o ensino Dele próprio, pois Ele sempre se declarou apenas Filho de Deus e jamais Deus, a Teologia Cristã começou a entrar em crise, da qual não sairá enquanto não a reformar.
Como não se podia negar que o Nazareno é também um ser humano, o arcebispo e teólogo sírio Nestório, patriarca de Constantinopla, concluiu que Jesus tinha, então, duas pessoas, uma divina e outra humana. Mas o Concílio Ecumênico de Éfeso (431) decretou o dogma de que Jesus é só Pessoa Divina. E foi criado também o de “Maria Mãe de Deus” (“Theotokos”), acrescentado ao texto da Ave Maria bíblica do Anjo Gabriel, e que foi, assim, transformado na oração da Ave Maria. E esse concílio condenou Pelágio, criando também o Dogma do Pecado Original.
O teólogo grego Eutiques defendeu, então, a doutrina de que, se Jesus é só uma Pessoa Divina, então Ele só tem uma natureza, a divina.
(Monofisismo). Porém o Concílio Ecumênico de Calcedônia (451) estabeleceu que Jesus tem duas naturezas: uma divina e outra humana.
Os Dogmas do Espírito Santo e da Santíssima Trindade já haviam sido declarados no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381). Mas o da Trindade foi esclarecido principalmente por santo Agostinho, e confirmado pelo Concílio Ecumênico de Constantinopla (553), quando também foi condenada a preexistência do espírito antes da concepção do corpo, o que é contra a Bíblia. (Jeremias 1:5; e Sabedoria 8:19-20), e que, automaticamente, tirou a doutrina da reencarnação do cristianismo.
Mas por ter sido esse concílio muito tumultuado e contra o Papa Virgílio, há teólogos que são de opinião de que a reencarnação não foi condenada. (Mais detalhes em meu livro: “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 8a Edição, Ed. EBM, SP).
Cerca de oito séculos depois, essas doutrinas polêmicas ainda incomodavam os teólogos, como ainda vão incomodá-los até que elas sejam retificadas. E assim, foi decretado o Dogma do “Filioque” (e do Filho) pelo Concílio Ecumênico de Lion (1274), França, dogma esse que dá mais importância à divinização de Jesus, ensinando que o Espírito Santo procede não só do Pai, mas também do Filho. Já a Igreja Católica Ortodoxa Oriental, que não aceita o dogma do “Filioque”, ensina que Jesus e o Espírito Santo procedem do Pai. A Igreja Oriental é separada da Igreja Romana desde 1054 por questões doutrinárias e políticas.
Muitos de vocês, que me honram com sua leitura, nunca ouviram padres e pastores falarem sobre essas coisas misteriosas e não bíblicas. E isso tem uma explicação: Eles mesmos não creem nelas, deixando-as cair no esvaziamento.
É que já se foi a época do “Creio porque é absurdo”, de Tertuliano, Doutor da Igreja, mas condenado também por sua heresia montanista!

Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

Imagem ilustrativa

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