Li o livro do Jesuíta espanhol José
Antônio Laburu: “Jesus Cristo é Deus?”, Edições Loyola e Ed. Cléofas. Laburu considera que a grande importância e o
grande triunfo do cristianismo se devem ao fato de Jesus ser outro Deus, quando
o certo seria atribuí-los ao Deus único e verdadeiro, o Pai.
O autor baseou sua tese no dogma do
Concílio Ecumênico de Nicéia (325). O líder contra a divinização de Jesus foi
Ário, daí o arianismo. Para se ter uma ideia de quanto foi polêmico esse
concílio, basta dizer que santo Atanásio, o chefe dos divinizadores, foi
exilado cinco vezes, havendo suspeita de que ele tenha morrido envenenado, ao
retornar de seu último exílio. E o imperador Constantino, defensor da
divinização, depois ficou vacilando, ora a favor, ora contra. E ele dominou
mais esse concílio do que o próprio bispo romano da época, Silvestre.
Deixemos a Bíblia falar:
“Filho Unigênito do Pai”. (São João 3:16).
Essa frase é uma das mais usadas pelos divinizadores de Jesus. Seria ela uma
interpolação? Para o teólogo e filólogo francês Etiènne, queimado em 1546, a
tradução certa seria “Filho de Deus único.” E diz são Paulo: “O próprio
espírito nos testifica que somos filhos de Deus” (Romanos 8, 16). E vejamos
esta outra: “Eu e o Pai somos um”. (São João 10: 30). Eles são um na sintonia,
e não nas identidades. E nós podemos ser também um com Deus e Jesus. “A fim de
que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles
em nós.” (São João 17: 21). “Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu
Pai e vós em mim e eu em vós.” (São João 14: 20). Jesus e todos nós somos
deuses, sim, mas relativos (São João
10,34-35; 1 Samuel 28,13; e Salmo 82,6). E Deus mesmo, absoluto e único,
é só o Pai nosso e de Jesus. E é também o único ser incontingente de são Tomás
de Aquino.
Outros textos bíblicos que dispensam
comentários. “O Pai é maior do que eu”
(São João 14: 28). “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (São
João 20: 17). “Deus é um só.” (Romanos
3: 30). “Há um só Deus verdadeiro, e um só Mediador entre Deus e os homens,
Jesus Cristo, homem.” (1 Timóteo 2: 5).
“Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um só, que é Deus.” (São
Lucas 18: 19).
E Jesus não ressuscitou, foi
ressuscitado por Deus, que nos ressuscitará também. (Romanos 8: 11).
A importância de Jesus é realmente o fato
de Ele ser o enviado de Deus como portador do evangelho para nós. E, pois, essa
importância para nós do homem Messias se torna tanto maior quanto maior é Deus
Pai, o Criador incriado, o enviador do enviado Jesus, Filho de Deus, Criador
também, mas criado, apesar de Primogênito das criaturas. (Colossenses
1:15).
Atentemos para o fato de que o enviador é
sempre mais importante do que o enviado, que é, portanto, inferior.
Como se vê, os teólogos fugiram muito da
Bíblia, ao criarem a teologia cristã. Acredite neles quem quiser!
Na TV Mundo Maior, por parabólica, a cabo
e o site www.tvmundomaior.com.br o programa “Presença Espírita na Bíblia”, com
Celina e este colunista, nas quintas-feiras, às 20h, e nos domingos, às 23h.
Para suas perguntas e sugestões: presenca@tvmundomaior.com.br - E, na Rede TV,
o programa “Transição”, aos domingos, às 16h15 e em horários da madrugada.
Obs.: Esta coluna é de José Reis Chaves, às
segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no
site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários
abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face
Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora
e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A
Reencarnação na Bíblia e na Ciência”
Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”,
Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e
meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser
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