domingo, 27 de outubro de 2013

É o Espiritismo uma ciência?


De vez em quando discute-se na imprensa espírita se o Espiritismo pode ser considerado efetivamente uma ciência, como Kardec o conceituou em conhecida passagem constante do livro O que é o Espiritismo.

Recordemos o que o codificador da doutrina espírita escreveu:

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.
Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” (O que é o Espiritismo – Preâmbulo.) (Grifamos.)
Recentemente, em carta publicada nesta revista, um leitor afirmou que a doutrina espírita não pode ser considerada religião, porque não tem ritos nem dogmas, e também “não pode ser considerada ciência, pois seus fenômenos, por não se repetirem metodicamente, não podem ser estudados”.

É óbvio que se trata de uma mera opinião manifestada por uma pessoa leiga, visto que nos dois casos – seja negando-lhe a condição de religião, seja negando-lhe a condição de ciência – o autor de semelhante ideia está totalmente equivocado.
O advento das chamadas ciências sociais deveria ser meditado por todos aqueles que gostam de dizer primeiro, para pensar depois, quando o correto, em qualquer setor de atividade humana, é, em primeiro lugar, pensar – e pensar bem – antes de emitir a nossa opinião.
As ciências de observação, como seu próprio nome indica, não operam como as ciências exatas, a exemplo da Física, da Química e da Matemática. O laboratório do Espiritismo e sua metodologia são necessariamente diferentes, e nem por isso perde ele sua condição de ciência, que efetivamente ele é. (1)
Se o leitor nutre alguma dúvida com relação a esse assunto, sugerimos que leia a entrevista publicada nesta mesma edição, a qual nos foi concedida por Otaciro Rangel Nascimento, doutor em Física pela PUC do Rio de Janeiro, atualmente professor e pesquisador no Instituto de Física da USP São Carlos.
Uma das perguntas propostas ao ilustre professor foi:  – Quais os principais pontos de ligação entre a ciência convencional, com suas pesquisas e busca do entendimento dos fatos na formulação de leis e princípios, e o Espiritismo?

Eis sua resposta:

“Já o disse anteriormente. Os pontos de ligação estão justamente nos métodos de análises utilizados por ambas. A Doutrina Espírita é uma ciência de observação e como tal não podemos ter domínio sobre os fatos, pois que os Espíritos têm vontade própria e não se submetem ao mando do cientista. Neste sentido ele é parecido com a Astronomia cujos fatos são observados, mas não realizados em laboratório, como outras áreas da Ciência material.”

Na resposta dada à pergunta subsequente, Otaciro Rangel afirmou:

“O estudo da Ciência e da Doutrina Espírita para mim são recursos educadores de minha alma. As estruturas de raciocínio lógico da Ciência e da Doutrina Espírita são equivalentes, e o entendimento de uma e outra me ajudam a viver com mais equilíbrio e serenidade. Saber-se imortal e saber que aprenderei sempre é uma grande felicidade.”

(1) Sobre o método adotado por Kardec na codificação da doutrina espírita, leia o editorial intitulado “A insensatez e seu antídoto”. Eis o link: http://www.oconsolador.com.br/ano3/122/editorial.html 

Matéria extraída da Revista Semanal de Divulgação Espírita: O Consolador 

Imagem ilustrativa

Nenhum comentário:

Postar um comentário