Após a Introdução de O Livro dos Espíritos, o leitor atento
encontra matéria com o título Prolegômenos que significa exposição preliminar
dos princípios gerais de qualquer ciência ou arte, introdução expositiva de
algum tratado científico. Ela vem assinada por diversos sábios da Humanidade e
entre tais assinaturas destaca-se a de Vicente de Paulo (1576-1660), um
sacerdote francês que em 1633 fundou a Congregação das Irmãs de Caridade com o
objetivo de atender os pobres e os enfermos.
Quando morreu Vicente, já havia 40 casas das Irmãs de
Caridade, que depois se espalharam pelo mundo e chegaram ao Brasil em 1849.
Hoje, inspiradas por tal obra, distribuem-se pelo mundo através de hospitais,
ambulatórios médicos, dentários, enfermagem, sendo mais conhecido por aqui
através das Associações Vicentinas ou Casas de São Vicente de Paulo.
Por que falamos de Vicente de Paulo? Justamente para falar
do amor... O que é o amor? Seria a afeição entre homem e mulher? ou o amor de
mãe? Todas são expressões do amor, mas gostaríamos de comentar o amor vivido e
demonstrado por Vicente, assim como também por Jesus, Francisco de Assis e
tantos outros importantes nomes da história humana, inclusive na atualidade
como Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá ou Chico Xavier...
A Doutrina de Jesus, por exemplo, é a mais alta expressão do
amor. Ele já ensinava que o maior mandamento é o amor a Deus, ao próximo como a
si mesmo... A própria Parábola do bom samaritano já indica isso. O Livro dos
Espíritos em sua questão 888 traz resposta de Vicente e também em O Evangelho
Segundo o Espiritismo a presença de Vicente é marcante na exaltação do amor ao
próximo, através da caridade.
Nossa ausência de autoridade para falar do assunto, face à
fragilidade na vivência espontânea do amor ao próximo não nos tira, entretanto,
o entusiasmo de falar sobre o amor. Toca-nos o coração ver nossos irmãos
carentes entregues ao relento, passando imensas dificuldades na própria
sobrevivência, sofrendo a humilhação do desprezo social. Quantos irmãos nossos
não vemos pelas ruas, no trânsito, carregando caixas de papelão ou coletando
latinhas de refrigerantes, crianças em semáforos, velhos abandonados, enfermos
entregues à própria sorte em hospitais...
A mensagem de Vicente de Paulo, entre tantos vultos
inspirados pela mensagem do Evangelho, convida-nos a essa face real do amor.
Deixemo-nos impregnar por tais exemplos e verdadeiros convites para o bem. É
claro que ainda não somos capazes de agir como eles, nem ter a espontaneidade
com que viveram, mas pelo menos pensemos nos exemplos que deram diante de
nossos irmãos em dificuldade que encontremos pelo caminho, mesmo que for apenas
para oferecer-lhes um sorriso e um minuto de atenção...
Quando chegamos ao Natal, que o amor trazido por Jesus nos
inspire as ações nesse sentido para efetivamente vivermos o amor
espontaneamente.
Orson Peter Carrara
Nenhum comentário:
Postar um comentário