terça-feira, 8 de junho de 2010

A piedade

   
Desde cedo ouvimos repetir nos cultos cristãos :


" Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo, Daí-nos a paz." .

Para Jesus, o Cordeiro de Deus, clamamos por piedade há 2000 anos. No mesmo evangelho que pedimos piedade, Jesus nos relembra que " Com a medida que medires, serás medido", ou seja, que a piedade é uma via de mão dupla. Quando da execução dos criminosos na pena capital, estes clamam por piedade. Mas, o que é a Piedade ? 
Arriscaríamos algumas definições...Dizer que a piedade é o amolecimento de nosso egoísmo diante do sofrimento alheio. A lógica, fria e calculista, nos diz que aquela determinada pessoa está errada e deve ser castigada. Mas, nos fala no imo d'alma a piedade. Observamos na rua um indivíduo pedindo esmola, com frio. A razão nos diz que ele não quer trabalhar. Mas, nos fala no imo d'alma a piedade. Observamos aquele filho ingrato com a família e pensamos em deserdá-lo. Mas, nos fala no imo d'alma a piedade. Muitas vezes ouvimos clamar por piedade e calamos a nossa voz com a lógica.
Nos fala a psicologia que trazemos dentro de nós dois princípios : O paternal e o maternal, fruto de nossas potencialidades, como descrito no livro " Forças sexuais da Alma" do Dr. Jorge Andréa, editado pela FEB. O Paternal é aquele que é condicional , vinculado a uma reciprocidade. É quando nosso filho pede para viajar com os amigos e pedimos para ver seu boletim. O maternal é aquele incondicional, o amor de mãe, que não exige nada. É a mãe que tem o filho assassino na cadeia e vai lá consolá-lo. Na nossa estrutura social, temos esses dois princípios que se equilibram e convivem, no interior das pessoas, na família, nas intituições, de forma dialética. A piedade é o princípio maternal dentro de nós, nos chamando ao nosso lado humano, subjetivo. Por isso, o artista Michelangelo em sua escultura " Pietá", exposta no Basílica de São Pedro, Vaticano, retrata a piedade como Maria segurando Jesus retirado da cruz.. Culturalmente a mãe das mães que intercede junto ao pai (Neste caso, o impiedoso Deus dos exércitos), é a figura da piedade.
A piedade não é pena. A pena é um remoer-se interno pelo dor do outro. Um lamentar-se. Não, a piedade é ativa. Irmã da caridade, a piedade faz calar a lógica fria e matemática do olho por olho, dente por dente e nos lembra que a lei é de amor e que o pai é bondoso e amantíssimo. A piedade nos move na noite de frio a pensar em nossos irmãos com frio e levarmos para ele o nosso cobertor. A piedade detém a nossa mão para açoitar o irmão que nos feriu. A piedade está além da lógica e da razão, falando-nos ao coração. Os sistemas, estes que nos atendem nos caixas eletrônicos e nos telefones, são frios. Máquinas não são piedosas. Mas, a piedade faz aquele funcionário sair mais tarde por cinco minutos naquele dia para atender aquela senhora.
Quando em multidões, escondidos entre todos, é que vemos o quanto somos impiedosos. A pilhéria, a chacota só se faz em grupo. Em grupo, assistimos execuções públicas como espetáculos, assistimos programas de TV que exibem a dor alheia gratuitamente, gritávamos em Roma pelos leões, assistimos a touradas esperando o final sanguinário, assistimos lutas corporais sem sentido. Mas, nos lembramos sempre de pedir : " Senhor, tende piedade de nós" .
Piedade, nos olhos e no coração. Piedade que resulte da ação da caridade. Piedade que faça calar o paternal, o condicional em nosso coração e nos permita estender a mão ao nosso irmão em humanidade, antes que ele clame pela nossa piedade. Que a nossa piedade prescinda da humilhação...

Marcus Vinicius de Azevedo Braga ( acervobraga@gmail.com ) é Pedagogo e Articulista Espírita, frequenta o Grêmio Espírita Atualpa, em Brasília-DF; e publicou em 2000 o livro " Alegria de servir ", pela Editora da Federação Espírita Brasileira.

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Seria o batismo uma correção dum erro Divino na procriação?

Apesar da boa intenção e da boa fé dos teólogos do passado, ainda pouco evoluídos e com suas idéias antropomórficas sobre Deus, eles acabaram cometendo muitos erros no seu conceito de Deus.
Nós jamais somos infalíveis, como os espíritos que nos inspiram nunca o são também. Daí os erros bíblicos. E são João, sabendo da falibilidade e da ignorância dos espíritos, recomenda-nos que os examinemos, (1 João 4,1), no que os espíritas são rigorosos. Os espíritos humanos e já angélicos de alto nível de evolução ou puros merecem mais a nossa confiança. Mas nem por isso são infalíveis. Jesus nos ensinou que os anjos e Ele não sabiam quando seria o final dos tempos, pois que isso era da competência somente de Deus. (são Mateus 24,36). Kardec, que foi um estudioso sério da Bíblia, e que seguiu, pois, à risca o ensino de João, lembrou-nos de que deveríamos seguir a ciência, se amanhã for constatado um erro dum espírito da sua Codificação. Se os espíritos encarnados, como o de são Pedro e de outros apóstolos do excelso Mestre cometeram erros, por que não os cometeriam depois de desencarnados? Há na Bíblia e nos tratados teológicos antigos, idéias pueris sobre Deus. Elas são de inspirações de espíritos atrasados que foram tomados como sendo o do próprio Deus.
Mas o pior de tudo isso é que os teólogos modernos das igrejas cristãs, apesar de totalmente conscientes dos erros de seus colegas do passado, nunca reconhecem de público esses erros, continuando a ensiná-los como verdades para os seus fiéis analfabetos e cegos em Bíblia e teologia. Mas hoje, há um número maior de leigos estudiosos da Bíblia e teologia do que o número de padres e pastores. E esses leigos, que às vezes entendem de Bíblia e teologia tanto quanto os padres e pastores, e até mais do que eles, ao constatarem esses erros, apontam-nos para a sociedade, pois esses teólogos e biblistas leigos não são comprometidos com nenhuma hierarquia religiosa, e não vão perder seus empregos e privilégios por divulgarem a verdade. Muitos teólogos ensinam hoje que o pecado original de Adão e Eva, que seria herdado por todos nós, não tem nada a ver com a sexualidade. Mas, geralmente, ainda predomina o pensamento antigo de que o ato sexual da metáfora do primeiro casal humano é que é o tal de pecado original. Daí que a virgindade de Maria e o celibato dos padres são tão engrandecidos.
A fecundação sem a perda da virgindade é atribuída também às mães de Buda, Krishna e Zoroastro. (Recomendo ao leitor meu livro: “A Face Oculta das Religiões”, página 174, Ed. EBM, SP, onde verá, inclusive, o dogma da doutrina da Concepção Imaculada de Maria, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX, o mesmo que instituiu o da Infalibilidade dos Papas, em 1870). Essa doutrina de que Maria, nascida de são Joaquim e santa Ana, foi concebida também sem pecado original, como seria no caso de Jesus, foi rejeitada por alguns teólogos renomados da Igreja, entre eles são Tomás de Aquino, santo Agostinho e são Bernardo. Mas os teólogos fazem silêncio sobre se a fecundação de Maria foi feita também ou não pelo Espírito Santo! Essas polêmicas não diminuem para mim a importância de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e da Humanidade. Elas, porém, nos levam a pensar que a sexualidade que Deus criou como meio de conservação de todas as espécies e de fazê-las crescer numericamente seria uma coisa errada, e que o Batismo tem por fim o absurdo de corrigir esse suposto erro de Deus!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Ficarei grato pela citação nelas de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ferramenta do Bem


1- A NECESSIDADE DE FAZER O BEM:

Uma das questões cruciais e que funciona como um divisor de águas da Doutrina espírita em relação a outras religiões é a necessidade de se praticar o bem para o desenvolvimento espiritual. As palavras de Jesus (4), “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” e o exposto na sua parábola do Bom Samaritano tornam bem claro esta questão.
Não nos basta ser bons e pertencer ao grupo A ou B. É imperioso praticarmos o bem. A lei é de amor e o amor é que nos elevará. Por isso, o espiritismo cristão deve estar vinculado à prática da beneficência e este artigo buscará elucidar algumas razões desse imperativo.


2- A PERSPECTIVA INTERVENCIONISTA:

Ao contrário da história religiosa da humanidade, repleta de isolamentos, reclusões, clausuras e retiros espirituais, na busca de nos isolarmos do mundo³, inspirados nas temáticas do Filósofo Rosseau da Revolução Francesa, que pregava o corrompimento do homem bom pelo mundo, a perspectiva espírita enunciada por Kardec na sua máxima (4) “fora da caridade não há salvação”, incita-nos ao contato com o mundo na busca de transformá-lo e averba que o mundo somente se transformará quando transformarmos a nós mesmos. Ou seja, o espiritismo tem esse caráter intervencionista nas questões que se apresentem diante do cristão, combatendo a omissão e o isolamento, demonstrando que é na luta do mundo que crescemos rumo a perfeição.
A reforma íntima é uma necessidade. Paradoxalmente, não haverá reforma íntima sem contato com o nosso próximo, mais próximo ou não. Como amar sem ter ação para o amor. Como perdoar sem ter objeto de perdão.


3- FAÇA VOCÊ MESMO:

Na década de oitenta nos deliciávamos com revistas que nos ensinavam a fazer os pequenos reparos de nossa residência. Essa lógica do “faça você mesmo” também se aplica à questão da prática do bem. Jesus já asseverava (4): “Vai tu e faze o mesmo”, reforçando a necessidade da ação no bem ser realizada pessoalmente. As pessoas que nos rodeiam são a nossa ferramenta de progresso e não podemos olvidar que o nosso coração é uns músculos poderosos, que precisa ser exercitado no sentido físico e principalmente no sentido espiritual.
Na prática do bem não cabe terceirização. Mandar entregar na porta do centro espírita não tem o valor de se envolver na entrega. A prática do bem deve ser bilateral, ajudando a quem dá e permitindo a reflexão de quem recebe. Esse é o princípio que rege o Bônus-Hora (6) descrito em Nosso Lar por André Luís. Somente tem valor quando permite a reflexão e reforma de quem praticou a ação. Caso contrário, instauraríamos um ranking de doações volumosas que nos conduziriam a “salvação”, como na época das indulgências.
Recordemos a passagem do óbolo da viúva, onde valeu mais aos olhos de Jesus aquela que tirou do seu próprio sustento. A matemática divina funciona subjetivamente.

4- OS MOVIMENTOS SOCIAIS:

Outrossim, consideremos sempre que “movimentos geram movimentos”. A nossa ação no bem sempre se alinhará com outras iniciativas que em composição gerarão movimentos sociais em prol dos nossos irmãos menos favorecidos. Nenhum benemérito fundador fez ou faz tudo sozinho em qualquer obra assistencial.
Entretanto, constatamos também que a sociedade influencia o espiritismo, por ser esse uma parcela dela. Na década de 70/80, fruto de conjunturas políticas, as pessoas se engajavam em movimentos sociais, onde existiam iniciativas diversas de preocupação com o coletivo, no campo da assistência, do ambientalismo e da educação. Podemos citar os grupos ambientais, o Projeto Rondon e os movimentos de Alfabetização de adultos. No espiritismo, observamos o florescer de caravanas, campanhas e iniciativas diversas no campo assistencial, onde as casas espíritas logo buscavam atrelar a sua programação diversas atividades assistenciais com a participação de seus freqüentadores.
Na década de 90, observamos o individualismo campear em nossa sociedade, onde a tecnologia nos fez cada vez mais desiguais e isolados e estabeleceu níveis de conforto e divisão social nunca antes visto. Hoje, o indivíduo pode pedir as suas compras pela internet, assistir ao filme no shopping transitando pelas ruas sem sair de seu automóvel, vivendo sem conviver, isolado no seu mundo e nas suas necessidades. No movimento
espírita, observamos a explosão dos romances, falando de uma esperança passiva e a busca de um esoterismo voltado para previsões futurísticas e a busca da paz por fórmulas e meios exteriores, sem contar a desenfreada busca da cura do corpo.

5- TERAPIAS E AUTO-AJUDA:

Esses fatores geram uma tendência atual de terapizar-se tudo, em um “psicologismo” que reduz a problemática da criatura humana a solução por um simples diálogo como um passe de mágica. Os aspectos psicológicos da criatura são fundamentais, mas não podemos nos esquecer das questões do Coletivo. Essa preocupação com o indivíduo deságua em um conceito que muitos se equivocam em classificar as nossas obras espíritas que é a auto-ajuda.
Podemos compreender a auto-ajuda como aquela literatura que expõe a felicidade como uma questão de disposição pessoal, de se sentir bem, de acreditar e se programar mentalmente para isso. Infelizmente, uma questão tão complexa aparece reduzida a uma questão da vontade momentânea indivíduo.


6- A FELICIDADE:

Isso ocorre, pois o nosso conceito de felicidade está difuso. A felicidade está associada a ter coisas, ter status, ter reconhecimentos e direitos. Esquecemos que a vida é uma balança de direitos e deveres. Não há felicidade egoística. Não há como ser feliz se o nosso irmão está infeliz, se no mundo ainda há infelicidade. Por isso, Kardec assevera que a felicidade na Terra é relativa (4). Confundimos hoje o nosso conceito de felicidade, ignorando que a felicidade está implícita no desejo de um mundo melhor. Um mundo que será construído por nós e que seremos felizes nesse processo e não se buscarmos diminuir tantos números do nosso manequim ou se não estamos nos aceitando com o nariz que nós nascemos. A felicidade transcende tudo isso e a sua conquista deve se fazer sem muletas.


7- O PARADIGMA HOLÍSTICO:

Tomando o Paradigma Holístico do mundo², podemos ter bem claro a importância da ferramenta do bem como caminho da nossa felicidade. Segundo o livro “A canção da inteireza²”, o homem inicialmente adotou um paradigma Teocêntrico, onde tudo se prendia a um mundo sobrenatural onde a vida existiria em função deste. Inicialmente subordinados as forças da natureza, passando para os deuses antropomórficos até quando o conceito cristão de ressurreição subordinou de vez a vida na terra à espera de outro mundo, chegando ao seu auge na Idade média com as indulgências.
Com o renascentismo, quando Galileu tira a Terra do Centro do Universo, o paradigma antropocêntrico começa a levar o centro das questões para o homem, sendo este então a medida de tudo. Com os iluministas, temos o racionalismo de Descartes, onde todo conhecimento vem da razão e o Empirismo de Locke e Hume, onde todo conhecimento provém da experimentação, colocando a fonte de saber sempre pelo viés humano, reforçando através de Newton que o universo funciona como uma engrenagem determinista, gerando os modelos de pensamento para a futura sociedade industrial que através das revoluções tecnológicas se estabeleceu a vida que preza o “Ter” e o individualismo que vivemos em pleno auge nos dias de hoje. Mais uma vez, como na negritude da idade média, o homem se vê em uma encruzilhada temporal, tendo acesso aos bens de forma desigual e se preocupando cada vez mais consigo e com as suas necessidades enquanto o mundo padece da violência e do desamor.

8- O FOCO NO COLETIVO:

O paradigma Holístico propõe um novo foco. Nem no homem, nem no mundo que virá. Ele propõe que o Universo é um todo dinâmico que se relaciona. É um complexo sistema de relações e que o foco deve ser na interdependência. Toda ação que realizamos ecoa no universo e reverbera pelos outros elementos. A nossa relação é de Co-criadores, com o planeta e com a vida, sendo também co-responsáveis , como cita Emmannuel em A Caminho da luz (5): “Mas é chegado o tempo de um reajustamento de todos os valores humanos. Se as dolorosas expiações coletivas preludiam a época dos últimos ”ais” do Apocalipse, a espiritualidade tem de penetrar as realizações do homem físico, conduzindo-as para o bem de toda a humanidade (Grifo nosso) .”
Ou seja, o foco deve ser no bem de toda a humanidade, inclusive dos animais, das plantas e dos minerais, habitantes de nosso globo. O nosso desenvolvimento espiritual é uma responsabilidade individual que somente tem sentido no coletivo. Esse deve ser o foco.
O espiritismo como doutrina libertadora e transformadora das consciências, para que entendamos que a solução de nossos problemas está na solução dos problemas do mundo e que os nossos grandes vultos, dentro da sua dimensão humana, também tinham seus problemas e não se imobilizaram em uma postura passiva, partindo para a Terapia da prática do bem, ferramenta que cura os nossos males e de nossos semelhantes.

9- AMAR A SI MESMO E A DEUS ATRAVÉS DO PRÓXIMO:

Sabemos que a auto-estima e o amor a si mesmo é uma condição fundamental, para que não incorramos novamente em flagelações e autocomiserações de outras épocas. Mas, faz-se mister amar a si mesmo e a Deus através do próximo, dentro do enunciado evangélico (4) de que quando fazemos a um destes pequeninos, é ao Mestre que fazemos. A palavra Bem-estar não existe no dicionário espírita-cristão associada ao próprio bem da pessoa, pois metodologia nenhuma trará o nosso bem se não envolver o bem de nossos irmãos. Como amar a si mesmo se não amamos o mundo, a natureza e os nossos irmãos.

10- O TRABALHO NA CASA ESPÍRITA:

Após falarmos da evolução histórica do planeta, terminamos por nos defrontar com a nossa realidade diante da prática do bem. O que temos feito? A casa espírita é a Oficina que deve viabilizar as equipes que permitam aos freqüentadores a oportunidade de abraçar cada irmão, pois “a disciplina antecede a espontaneidade (6)” e se nos disciplinarmos para o bem no trabalho organizado, o nosso coração romperá o gelo de nossa sociedade para que possamos estender seu amor aos próximos mais próximos e a nós mesmos.
Cabe-nos a construção na juventude do hábito da prática do bem desde cedo¹, para que tenhamos como objetivos que todos sejam em um futuro trabalhadores e colaboradores da casa espírita, doando-se nas frentes que são inúmeras. Espíritas envolvidos e comprometidos com a causa da Casa espírita na construção de um mundo melhor. Um sonho, talvez, uma utopia, não.


11- CONCLUSÃO:

A ferramenta da nossa evolução está bem claro nas palavras do Espírito de Verdade (4): “Espíritas, Amai-vos é o primeiro mandamento. Instrui-vos é o segundo.”
E como não cremos no amor como verbo intransitivo, cabe-nos utilizar esta ferramenta no palco do mundo para o nosso crescimento, na luta diária, onde realmente descobrimos quem somos e o que necessitamos ainda aperfeiçoar. Sem fórmulas mágicas...



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :

1. BRAGA, Marcus Vinícius de Azevedo. Alegria de Servir, FEB, 2001.
2. CARDOSO, Clodoaldo Meneguello- A canção da inteireza- Uma visão holística da educação- Editora Summus - São Paulo- 1995
3. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos, FEB.
4. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo, FEB.
5. XAVIER, F.C..A caminho da luz, pelo espírito Emmanuel, FEB.
6. XAVIER, F.C.. Nosso Lar, pelo espírito André Luís, FEB.


Marcus Vinicius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Perguntas para Chico (Indiferença, violência e útil)


Tema: Indiferença


Haverá maior frio na alma que a indiferença dos nossos semelhantes?

Chico Xavier:

- Pode haver indiferença dos nossos semelhantes para conosco, entretanto de nós para com os outros isso não deveria acontecer.
Cremos que se Jesus houvesse levado em conta nossa incapacidade para assimilar-lhe de pronto o desvelado e intenso amor, o Cristianismo não estaria brilhando, e brilhando cada vez mais na Terra.

Pergunta feita por Fernando Worm.
Consta do livro "Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, Escrito por Marlene R. S. Nobre. - Enviado por Luz do Evangelho - luzdoevangelho@aol.com

Tema: Violência

Chico, como é que você vê a onda de violência que aumenta a cada dia?

Chico Xavier:

- A violência é qual se fosse a nossa agressividade exagerada trazida ao nosso consciente, quando estamos em carência de amor. Ela lava, por isso, o desamor coletivo da atualidade.
Se doarmos mais um tanto, se repartirmos um tanto mais, se houver um entendimento maior, estaremos contribuindo para a diminuição desta onda crescente de agressividade.
À medida que a riqueza material aumenta, o conforto e a aquisição de bens também cresce, com isso retornaremos à autodefesa exagerada, isolando-nos das criaturas humanas. A vacina é o amor de uns pelos outros, programa que Jesus nos deixou há dois mil anos.

Pergunta feita por Ana Maria Farias, jornalista da Editora Abril, numa entrevista coletiva perante as câmeras da Rede Globo, comandada por Augusto César Vanucci, em julho de 1980.
Consta do livro "Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, Escrito por Marlene R. S. Nobre. - Enviado por Luz do Evangelho - luzdoevangelho@aol.com

Tema: Útil

Diga-nos o que deve fazer, dentro de suas capacidades, um médium, a fim de poder ser completo e útil para o Plano Espiritual?

Chico Xavier:

- Devotamento ao bem do próximo, sem a preocupação de vantagens pessoais, eis o primeiro requisito para que o medianeiro se torne sempre mais útil ao Plano Espiritual. Em seguida, quanto mais o médium se aprimore através do estudo e do dever nobremente cumprido, mais valioso se torna para a execução de tarefas com os instrutores da Vida Maior.

Pergunta feita pela equipe de jornalistas de a Flama Espírita, de Uberaba, em entrevista feita em junho de 1990. Consta do livro "Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, Escrito por Marlene R. S. Nobre

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Apóstolo da Fé, do Amor e da Caridade


Domingo, 30 de junho de 2002, enquanto o Brasil todo extravasava sua alegria pela conquista do Penta Campeonato de Futebol, serenamente fazia sua passagem para o plano espiritual nosso diligente e multifacetado médium Francisco Cândido Xavier.
Emissoras de televisão divulgaram que era desejo do Chico desencarnar em dia festivo. Pelo muito que mereceu, o cândido médium partiu feliz com a felicidade dos seus irmãos brasileiros a quem tanto amou e serviu.
Dados biográficos dão conta de que Francisco Cândido Xavier, órfão de mãe aos cinco anos de idade, teve uma infância difícil, de muito trabalho e sofrimento físico. Só mais tarde, quando seu pai veio a contrair novas núpcias, ele teve a felicidade de encontrar na alma boa e caridosa da madrasta uma nova mãe que lhe deu atenção, amor e carinho.
Sua mediunidade começou a aflorar depois do desencarne da genitora. Surrado diariamente pela madrinha que, na ausência materna, o abrigara em casa, mesmo assim não se permitiu vacilar em sua fé. Costuma recolher-se nos fundos do quintal para orar, ocasiões em que entrava em contato com o bondoso Espírito que fora sua mãe na Terra. Nesses encontros, ele visualizava a figura materna, pedia-lhe conselhos e força e saía revigorado, capaz de restabelecer seu equilíbrio e autocontrole.
O apostolado mediúnico iniciou-se praticamente aos dezessete anos de idade no Grupo Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo – MG., sem jamais ter sido interrompido.
Baluarte da fé, paladino da caridade, gigante no amor ao próximo, Francisco Cândido Xavier, como homem, como médium, como espírita é o exemplo do verdadeiro cristão.
Experimentando as mais acerbas provações, não fraquejou em sua crença, nem no exercício de suas funções, como líder espiritual; soube amar a todos indistintamente, sem preconceito de posição social, de raça, de religião. Compreensivo, tolerante, solidário, exerceu o mediunato caridosamente como fiel servo de Deus, amparando, consolando, doando-se, orientando, evangelizando, curando chagas do corpo e da alma.
Chico se foi para os altiplanos espirituais deixando em sua passagem um rastro de luz e de esperança, levando em sua bagagem de bem-aventuranças nossa admiração, respeito e carinho.
Que sua vida de missionário sirva de exemplo aos que almejam evoluir espiritualmente.


Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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