terça-feira, 12 de julho de 2011

Internet, Infância e Juventude

 
Muitas invenções e descobertas do ser humano modificaram a sua vida cotidiana de forma irreversível. A lâmpada elétrica, o avião, a propulsão a vapor, a pílula anticoncepcional... somente para apresentar as mais relevantes no campo da tecnologia.
A última década inseriu com grande capilaridade em nossas vidas uma outra descoberta a Internet que pela sua capacidade de vencer distâncias e a promover interação entre os componentes dessa rede, trouxe mudanças significativas em nossos hábitos, em especial os das crianças e jovens atuais, que cresceram à luz desse mundo multiconectado.
Para além da questão da habilidade em operá-la, onde jovens e crianças manuseiam os computadores com destreza e naturalidade, a Internet mexeu diretamente com o contato destes com o mundo, sendo esta uma relação mediada. Os nossos jovens conversam com seus amigos por meio de teclados, monitores e programas. Os encontros, as brigas, o lazer, tudo se faz por intermédio da máquina, em jornadas de horas a fio, em dias e madrugadas, conversando, navegando e interagindo.
Além da mediação, a internet cria no jovem e na criança o hábito de realizar várias coisas ao mesmo tempo, a similitude do ambiente multitarefa dos computadores, com múltiplas janelas abertas, disputado a atenção dos sentidos sobreexcitados, entre sons e imagens.
Por fim, a internet traz ao jovem e a criança uma lógica programática, de seguir um rumo pré-determinado pelos sistemas, a maneira dos "if-then-else" da programação, atingindo os níveis pelo seu esforço e dedicação e pouco pela sua criatividade, no perigoso "efeito RESET': onde não gostou, reinicia tudo. O amigo máquina pode servir de substituo do convívio, do abraço e do "bom dia", O jovem vê tudo pela lente, escravo daquela forma de se relacionar com o mundo, como uma muleta para ser ele mesmo.
Essa vivência mediatizada pela máquina esconde o jovem dos outros, dos seus próximos, em máscaras de "nicknames". As ações múltiplas que trazem movimento, ao mesmo tempo impingem pouca profundidade nas relações. A visão programática favorece o individualismo, a competitividade e o desapego. Pequenos exemplos de pontos negativos na personalidade e que necessitam ser trabalhados, entendendo a internet como algo irreversível, que trouxe avanços, mas como tudo, demanda cuidados.
Entretanto, como tudo na vida, a internet guarda em si grandes possibilidades, latentes, que precisam ser exploradas. As construções colaborativas - (WIKI) - as possibilidades de pesquisa e ainda a imensa capacidade de mobilização da rede, agindo no mundo virtual para operar mudanças no mundo real são exemplos dessa atuação que enriquece. A internet, bem dosada, é ferramenta de desenvolvimento e de amadurecimento da infância e da juventude, para a construções do Reino de Deus sobre a terra.
Como realidade inconteste e sem volta, cabe a nós no movimento espírita que labutamos na seara infanto-juvenil, propiciar a orientação adequada do uso dessa potencialidade, incentivando nessa rede as opções de crescimento, de troca de material, de divulgação de artigos, de reencontro dos amigos, de debates virtuais, blogs, coberturas on-line, campanhas fraternas e uma gama de boas práticas que mostram que usar essa rede é muito mais que isolar-se no seu mundinho em jogos e movimentos superficiais.
Não adianta torcer o nariz para essa inovação tecnológica que diariamente bate à porta de nossas residências. Importa enxergar nesse instrumento um caminho de fraternidade e de união entre os espíritos encarnados, na realização do grande sonho da comunicação global, no respeito as diferenças e na construção da almejada fraternidade universal entre os povos, que depende muito mais de nossa transformação moral do que de equipamentos eletrônicos.
Faz-se necessário incluir a internet em nossas aulas, atividades e discussões com os jovens, aproveitando essa dádiva. Negá-la é isolar-se do mundo dos jovens e das crianças, afastando-os da mesma forma.
 
Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

  
Imagem ilustrativa

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Espírito da Letra - Novo Amigo - 01


Obs.: Foi produzido pela TV Alvorada Espírita e apresentado por André Luiz Ruiz, o programa O Espírito da Letra é exibido pela TV Mundo Maior analisando a obra do Espírito André Luiz a partir do livro Nosso Lar, psicografia de Chico Xavier, trazendo em uma linguagem de fácil compreensão as explicações da vida no mundo.

O Espírito da Letra - Novo Amigo - 02

O Espírito da Letra - Novo Amigo - 03

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Assédio sexual


A sexualidade mal resolvida pode causar obsessão


Certamente boa parte dos tarefeiros dos centros espíritas são pessoas mal resolvidas em se tratando de libido e sexualidade. Para os espíritos aqui encarnados os grandes problemas e porta de entrada para o processo obsessivo são a gula e os problemas sexuais; além dos tradicionais: egoísmo, orgulho, vaidade, melindres e desejo de poder. Inevitável que os comandantes das sombras usem e abusem dessas dificuldades para criar empecilhos ao bom andamento dos trabalhos de esclarecimento e ajuda aos encarnados e desencarnados – o problema é que nós facilitamos demais a tarefa deles levando a sexualidade mal resolvida para dentro da casa espírita. Daria para separar? Até certo ponto sim; lógico que não vamos deixar nossos problemas de libido e outros distúrbios psicológicos e até psiquiátricos na esquina do centro; mas, vigiar e orar; nunca é demais. Fora do centro podemos dar vazão aos nossos instintos mal resolvidos? Claro que não, pois nossos amiguinhos do além podem ficar tão grudados em nós que os mentores são obrigados a permitir sua entrada nos locais de tarefa e, caso o padrão vibratório do grupo esteja em baixa, situações constrangedoras de assédio irão ocorrer.
A quem muito for dado...
Claro que os alvos principais serão os dirigentes e todos os que se encontram em tarefa com algum destaque – esses devem vigiar e orar mais ainda, para não dar sopa para o azar; pois o assédio será inevitável e sempre usando assistidos de carteirinha (fiéis do centro) ou de forma mais comum e contundente: trabalhadores.
Todos nós corremos o risco de alguém distraído se apaixonar pela nossa pessoa ou pelo que representamos em situação e momento completamente fora de propósito (obsessor); ou vice versa.
Nestes não tão longos assim, anos de andança pelas casas espíritas já presenciei situações inusitadas e até engraçadas com relação à libido e aos interesses sexuais. Numa delas um dirigente muito, mas muito lido e instruído, uma pessoa absurdamente conhecedora da Doutrina dos Espíritos, estava de caso com uma trabalhadora (seu braço direito) – nada de condenável nem de ilegal, pois ambos eram divorciados, mas o romance era mantido em sigilo - só que todos sabiam, apenas fingiam não ver, pois nessas coisas até cegos enxergam o que não precisariam ver. Num belo dia surgiu assim do nada (será?), durante a tarefa, uma discussão a respeito de almas gêmeas. Confesso que a culpa foi minha (descuido e falta de qualidade espiritual), pois senti onde a coisa ia dar, mas nada fiz para impedir – e afirmei que essa coisa de alma gêmea eterna me parecia “besteira”; tamanhas as nossas necessidades de aprender a ajudar e a receber auxílio. Disse que alma gêmea é a que está ao nosso lado – e que nos bons momentos é nosso amorzão eterno e nos maus é a mala que temos que carregar. Sem querer querendo, ofendi mortalmente o interesse sexual ou não do dirigente que logo começou a citar Emmanuel, Kardec e sei lá mais quantos; para referendar seu ponto de vista de alma gêmea – e a coisa rolou ainda bom tempo depois com trique-triques, falatórios e mensagens escritas. O pior: para alegria dos mentores das trevas, o grupo acabou rachado: pois o dirigente colocou as coisas nestes termos: ou está comigo e com dona pureza doutrinária ou está contra mim. Ainda bem que boa parte do grupo fez ouvidos moucos a essa situação, e tudo seguiu em frente, mas o grupo das sombras conseguiu expressiva vitória ao atrasar o deslanche dos trabalhos – em situações desse tipo sempre há alguém que misture as coisas e aproveite a deixa para debandar – usando esse problema como desculpa e justificativa para sua falta de entendimento e de vocação para a prática do bem.
Num centro do qual participei mais ativamente aprendi muito a esse respeito. No começo achava excesso de preocupação da dirigente quando colocava as regras básicas de comportamento na casa: roupa sóbria; esconder os dotes (nada de roupa decotada nem curta); cuidado com o uso de perfumes, adereços e badulaques. Postura sóbria na fala, etc. Essas recomendações me pareciam excesso de puritanismo: grave erro de interpretação meu, pois hoje as coisas por lá mudaram, uma nova turma assumiu o poder – nenhum cuidado a esse respeito foi tomado e a qualidade dos trabalhos, o número de trabalhadores e de assistidos caiu muito – numa época de dificuldades quando a tendência é que a procura pela ajuda no centro aumente, toda casa que encolhe sinaliza que está mal gerida.
Que providências tomar?
Cultivar a simplicidade é uma regra a ser seguida sempre.
Se passa pela prova da beleza e da sensualidade evite realçá-la. Se na prova da riqueza tente cultivar a simplicidade e evite ostentar. Neste jogo sempre há as pessoas cobiçadas e os cobiçadores. Evite ser cobiçado.
Uma providência eficaz: Adotar um uniforme para todos os trabalhadores.
Todo cuidado é pouco, pois os surtos psicóticos a cada dia estarão misturados à mediunidade em desvario; e muita gente boa vai dançar feio.
Dica da hora para trabalhadores: se ainda precisa dessa válvula de escape da sexualidade mal elaborada ou reprimida – nunca, jamais se masturbe usando um trabalhador ou trabalhadora como vítima; pois isso é tudo que os colegas das sombras desejam para abrir as portas da casa a todo tipo de desvario.
A capacidade de sedução e a sexualidade bem conduzidas são alavancas fantásticas de evolução; não devem ser reprimidas; muito menos devem ser usadas como ferramenta para dominar.
Tarefeiro: Ao se dirigir à casa espírita deixe a libido e capacidade de sedução em casa.

Américo Marques Canhoto
Casado, pai de quatro filhos. Nasceu em Castelo de Mação, distrito de Santarém, em Portugal. Médico da família, clinica desde o ano de 1978. Hoje, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto, Estado de São Paulo. Conheceu o Espiritismo em 1988. Recebia pacientes indicados pelo doutor Eduardo Monteiro. Depois descobriu que esse médico era um espírito.

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