sexta-feira, 29 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Sabe onde estamos nos perdendo?
É comum surgirem crises
nas instituições humanas. Somos seres falíveis, com inúmeras limitações e
dificuldades, e nossas falhas pessoais refletem-se diretamente nas atividades a que nos
dedicamos ou nas instituições a que nos vinculamos, seja na condição de funcionário,
voluntário, diretor ou mero colaborador.
Estas crises podem receber
vários títulos: desorganização, desencontro, melindres, desentendimentos, agressões,
separações, divisões, disputas, intrigas, "fofocas de bastidores", abandonos,
brigas, inimizades, calúnias, desastres financeiros e administrativos, entre tantos
outros adjetivos que poderíamos colocar.
E as instituições
espíritas, compostas por seres humanos igualmente falíveis que todos somos, não estão
livres desses pesadelos que colocam a perder grandes investimentos de pioneiros, no
passado, como de dedicados trabalhadores do presente. Isso nos dois planos da vida e não
exclusivamente do ponto de vista material, mas especialmente na valorização da
condição humana nas diversas áreas que se queira relacionar.
Muitas dessas crises são
oportunidades de crescimento; outras poderiam ser evitadas e muitas – a maioria delas
– simplesmente surgem porque ainda nos deixamos perder por bagatelas do
relacionamento. Porém, sabe-se de onde se originam?
É simples. Muitas crises
são construídas paulatinamente pela nossa invigilância, quando:
- Consideramo-nos indispensáveis;
- Tornamo-nos centralizadores e deixamos de preparar sucessores ou continuadores;
- Desejamos impor pontos de vistas, considerando que somente nós sabemos;
- Tornamo-nos indiferentes aos sentimentos das pessoas;
- Desejamos fazer como achamos que deve ser feito, desconsiderando posições alheias;
- Desejamos abraçar todas as tarefas, concentrando-as em nossa incomparável capacidade e experiência;
- Tomamos para nós o título de enviado, missionário, porta-voz da espiritualidade ou aquele trabalhador sempre consciente e infalível;
- Tornamo-nos fiscalizadores da conduta alheia;
- Deixamo-nos levar pela crítica costumaz aos esforços alheios...
- Quando levamos para o lado pessoal...
- Quando consideramos as outras pessoas incapazes de levar adiante qualquer tarefa e as marginalizamos pelo ponto de vista de nossa opinião pessoal.
Será preciso continuar
com tão nefasta relação? Não, são as circunstâncias humanas, não é mesmo?
Infelizmente. Mas é daí que surgem as crises, que nem sempre são construtivas. Nossos
pensamentos infelizes, nossa língua inoportuna, nossos gestos e posturas destroem
iniciativas e "matam" ambientes, relacionamentos e instituições.
Pessimismo? Exagero? Penso
que não.
Estamos nos deixando
perder por bagatelas... Voltemo-nos para a finalidade principal de nossa amada e grandiosa
Doutrina Espírita: o aprimoramento moral de nós mesmos.
Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com
Imagem ilustrativa
segunda-feira, 11 de junho de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Bandeiras, pautas e lutas
O movimento espírita materializa as ações dos espíritas, à luz de seus ideais, onde isso implica, consequentemente, abraçar determinadas bandeiras, pautas e lutas, eleitas por circunstâncias próprias. Tudo muito natural...
Por motivos históricos diversos, por ações de grupos em momentos específicos, na soma de forças e esforços, abraçamos com afinco determinadas bandeiras, e relegamos outras, também de grande relevância. Essas breves linhas nos motivam a analisar algumas causas que o movimento espírita não abraçou, de forma
ostensiva, ou o fez timidamente, para que possamos refletir sobre estas.
Dessas inúmeras e valorosas causas, podemos citar, por exemplo:
DESARMAMENTO: a oposição ao uso extensivo de armas de fogo, seja na guerra, seja nos crimes do cotidiano, é uma causa extremamente relevante, em uma sociedade que, a despeito de toda a tecnologia, padece o fantasma da violência e da criminalidade;
RACISMO: as décadas de escravidão deixaram em nosso país suas marcas, na discriminação da população negra inserida nas falas e artefatos culturais, com práticas de hostilidade, em uma falta de caridade com os nossos irmãos, Espíritos imortais, ainda que esta questão seja figura ausente ou pouco presente em nossas tribunas e linhas;
INCLUSÃO DE DEFICIENTES: a luta por tornar a nossa sociedade acessível e receptiva aos irmãos que apresentam deficiências de diversos matizes carece avanços no movimento espírita, pela falta de ações expressivas na tradução de obras e palestras, na carência de rampas nas casas espíritas e, ainda, na rasa produção de material pedagógico que discuta essas especificidades;
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: uma triste realidade, oculta nos discursos e atrelada a uma cultura machista e a dependência química, demandando discussão e esclarecimento nas pautas das discussões espíritas e no combate a essa prática hedionda;
COMBATE À CORRUPÇÃO: a malversação do dinheiro público, o desvio de recursos, a propina e o patrimonialismo são uma realidade tratada como um tabu, mas que se faz presente em pessoas bem vestidas e com instrução, na dilapidação de recursos destinados aos menos favorecidos. Uma discussão ética que com certeza traz em seu bojo interesses concomitantes às lutas do cordeiro.
MEIO AMBIENTE: a despeito do esforço pioneiro e hercúleo do nosso confrade e jornalista André Trigueiro, na inserção desse tema na nossa agenda, ele ainda se faz incipiente na lembrança da caridade com o nosso planeta.
Apesar de não serem estas listadas, entre outras, bandeiras clássicas do nosso movimento, nada nos impede de aderir a estas lutas como cidadão, Espírito encarnado consciente, o que pode trazer, pelo nosso interesse, a entrada dessa bandeira no movimento espírita no futuro.
Trazemos lutas do mundo e vice-versa, pois o movimento espírita está imerso no mundo. Elegemos diversas lutas em função de nossa história, de nossos valores, e isso se relaciona com os rumos adotados pelo movimento, mas não é condicionado totalmente por estes.
Fica aqui então a reflexão sobre as lutas nas quais nos alistamos coletivamente e individualmente, todas valorosas. Também são valiosas as bandeiras abraçadas atualmente pelo movimento espírita, como a defesa da vida, o estudo sistematizado e o esperanto.
O que traz esse artigo é a ideia de que a trincheira é maior do que enxergamos, na luta por um mundo melhor, onde cada um tem a sua parcela de responsabilidade, independente do credo.
Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)
Imagem ilustrativa
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