sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Planos cognitivos da Natureza
O homem moderno, sobretudo da
parte dos mais soberbos, se gaba de sua inteligência, achando que nada pode
superá-la, ironizando os que creem e pensam diferente deles, dos que declaram
que o homem muito pouco sabe de si mesmo, da Natureza e das coisas que lhe
servem de morada temporária neste mundo terreno, bem como do universo, este
grande enigma de todos nós.
Com o advento do Espiritismo no
mundo, a partir de 1857, vislumbrara-se uma nova realidade do homem no mundo,
de todos os seres animados e inanimados, pelas provas evidentes de uma nova e
mais completa realidade a se destacar por força mesma das coisas, pois, de
fato, é isto o que o Espiritismo em si mesmo representa: uma potência
incontestável da natureza, que, mesmo em sua invisibilidade, representa uma
eterna e ordenada virtude de expressar-se e materializar-se no mundo das formas
físicas e materiais; potência sábia e benevolente, conquanto inabalável por
quaisquer outros decretos, e, da qual, portanto, nada pode escapar, fugir ou
negar, pois que é lei e força de todos os tempos, de todas as eras, vivificando
seres e coisas e atuando de modo ininterrupto nas suas composições e
recomposições transmigratórias, sendo o Espírito o seu motor principal, nas
idas e vindas constantes por sua imorredoura existencialidade.
Assim, com o Espiritismo, e sua
notável contribuição filosófica da verdade, o homem enfim compreendera que não
está só no universo, repleto de vida, de inteligência, de progresso das mais
diversas coisas, dos mais diversos seres que só desaparecem para o reaparecer e
progredir sempre, até que a casca grosseira e rude de suas formas se sutilize por
força imperiosa da evolução, do progresso irrefreável que lhe sublima a vida, a
consciência, o ser principal.
Com o Espiritismo, pois,
compreendeu-se e compreende-se que o universo é feito de inteligência
diversificada na forma; que todos os seres e todas as coisas só existem e se
mostram na forma física de suas vestes passageiras graças a um desenho prévio
anterior, de uma matriz invisível que lhe organiza e compactua a matéria
disforme, concedendo-lhe força e higidez, estrutura e plasticidade, consoante
normas processuais e evolutivas de um psiquismo interno, diretor da forma, seu
comandante decisivo e crucial.
Para o homem comum, soberbo e
culto, viciado e intransigente, só existia no mundo sua inteligência e sua
cultura, sendo tudo o mais, da natureza e das coisas que lhe cercam os passos,
forças instintivas em ação, operando aqui e trabalhando ali, cegas e mecânicas,
sem motivações outras que não o acaso de sua existência, sua vida desprovida de
objetivos, finalidades outras, tudo sem qualquer motivo, sem razão de
ser.
Entretanto, com o Espiritismo,
uma nova visão de mundo se lhe apresenta, onde tudo tem sua razão de ser, uma
causa, uma finalidade, destino certo e determinado para todos os seres e todas
as coisas, da pedra ao homem, da matéria à consciência, tendo como mola
propulsora de tudo o progresso, esta mudança para algo mais e melhor, para a
compreensão superior da vida, de tudo e de nós mesmos, como seres inteligentes
e imortais.
Assim, abaixo do homem, temos os
nossos irmãos menores, instintivos, mas também sensibilizados, dotados de uma
inteligência mecânica, não raciocinada, mas encaminhando-se para a
racionalização; e, ao lado do homem, na invisibilidade do espaço extracorpóreo
e fora do alcance dos seus olhos carnais, destacam-se individualidades
semelhantes, compondo vasta humanidade espiritual; e pairando acima de nós
todos e, paradoxalmente imanente a tudo e a todos nós, outra e mais destacada
Inteligência, a de Deus-Pai, Amorável Criador.
Assim temos, nas alíneas (a),
(b), (c) e (d), os seguintes parâmetros compondo uma complexa unidade
cognitiva, do átomo ao homem, e, do homem a Deus:
a) – Plano Cognitivo de Coisas e
Seres da Natureza: providos de variada forma de instintos, de inteligência
fragmentária, que, num crescendo ininterrupto, do átomo aos animais, passando
pelos vegetais, vão se aperfeiçoando a caminho da inteligência contínua, do
plano superior que se lhe segue naturalmente;
b) – Plano Cognitivo da
Humanidade; de inteligência contínua, raciocinada, que se prolonga ainda almejando
formas conscienciais mais elevadas e, portanto, muito acima do homo sapiens,
nós mesmos desta comunidade terrena;
c) – Plano Cognitivo da
Humanidade Espiritual: dos nossos irmãos extracorpóreos mais ou menos
inteligentes, como nós mesmos, estando apenas desenfaixados das formas físicas
do mundo pela desencarnação, e também consolidando progressos diversificados;
e
d) – Plano Cognitivo Imanente a
Tudo: presente em todos e em cada um, destacando-se do mesmo a Inteligência
Suprema, nosso Pai e Criador estando a velar por cada qual de suas criaturas,
componentes dos planos anteriormente citados, estando bem próximo de nós por Si
mesmo, ou, pela presença amiga dos protetores espirituais constantes da alínea
anterior; sendo este, pois, o Plano Dominante, que, incorporando (d) e (c), não
só abrange como também dirige evolutivamente todos os demais, pois que é
infinito em Sua Existencialidade, Espírito Supremo irradiando Bondade, seu
eterno Amor.
Com efeito, o Espiritismo
modifica e amplia a concepção dos instintos e da inteligência no mundo,
consoantes alíneas (a) e (b), mostrando-nos as possibilidades doutras formas
cognitivas inclusas nas demais e sucessivas alíneas (c) e (d).
E, mais ainda, conceituando, como
de fato assim o é, que o universo é feito de inteligência diversificada na
forma, seja ela material, vegetal, animal ou hominal, como também nas formas
não físicas do ser que se transmudara do corpóreo para o extracorpóreo, para,
então, mudar de novo, tal qual lagarta que abandona o casulo de sua obscuridade
e alça voos de borboleta livre e desembaraçada da imobilidade anterior; sendo
tais voos, entrementes, de curta duração e só se verificam tal como pausa
necessária para, então, encarcerar-se de novo na carruagem física do mundo,
mola e instrumento de sua evolução.
Assim, os processos cognitivos da
natureza se patenteiam como sendo bem mais amplos e bem mais complexos que o
paradigma materialista do mundo, forma acanhada e entristecida dos que pensam
por metades, filosofando o ceticismo, a angustiosa existencialidade dos
Nietsche, dos Sartre contemporâneos e suas fórmulas ridículas e bisonhas.
Ora, Kardec, com os Códigos
Imortais do Espiritismo, e como verdade iniludível da natureza, já invertera a
ordem das coisas: a substância fundamental do universo é o Espírito, o
princípio inteligente de todas as coisas, e não a matéria desprovida de quase
tudo, de movimento, de vida e de ação.
Invertendo-se a ordem das coisas,
e substituindo-se a matéria pelo Espírito, função de um cognitivo imortal, não
só se conhece como também se dignifica a substância arquitetônica de seres e
coisas que, no homem, atinge formas conscienciais mais elevadas, conquanto
suscetível, ainda, de novas e mais complexas formas mentais, crescendo,
ininterruptamente, para a compreensão do Deus-Pai, Inteligência Abrangente do
Cosmos Universal.
Imagem ilustrativa
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Inácio Ferreira de Oliveira foi um grande
trabalhador espírita. (Médico psiquiatra dirigiu por muito tempo o Sanatório
Espírita de Uberaba)
Desencarnado em 1988 vem, através da psicografia,
nos dar esse importante alerta.
Irmãos e irmãs, o que vale no Espiritismo é o que você faça
dos conhecimentos que for adquirindo nele. O resto – acredite –, não conta
muito.
Quando desencarnei, ninguém queria saber qual era o meu
nome, endereço, tampouco os títulos que eu possuía – aliás, ninguém queria
saber nada de mim, nem me perguntava coisa alguma.
A minha consciência é que, insistentemente, me pedia contas.
A bem dizer, a minha condição de espírita nada significava,
e nem significa até hoje.
Sem a intenção de ser redundante, o que vale é o valor – o
seu valor pessoal, sem rótulos, ou faixas, de qualquer espécie.
Deste Outro Lado, a única coisa capaz de lhe valer é o seu
currículo – o seu currículo de bondade! Porque, no fundo, é isto que irá
proporcionar a você alguma réstea de luz, para que, mesmo caminhando na
escuridão, consiga evitar o abismo...
Não cometa a tolice de imaginar que, na Vida de além-túmulo,
o espírita possa ser tratado com deferência. Privilégio, ou o famoso “jeitinho”
brasileiro, é algo que por aqui não existe!
Chico Xavier dizia, e com razão, que os espíritas estavam
desencarnando mal – estavam, e, em geral, ainda estão!
Sinceramente, o único predicado que eu invejo numa pessoa,
seja ela qual for, é a bondade! Depois que a gente larga a carcaça, para
quem é realmente bom, aqui todas as portas se abrem, e todos os caminhos
se desimpedem! Em vez de ele pedir audiência com os anjos, são os anjos que
pedem audiência com ele!...
Por isto, eis o conselho que lhe dou: teorize menos, e
procure servir mais!
O mundo é um caldeirão que ainda vai continuar fervendo
durante muito tempo... É possível que você vá desencarnar e tornar a reencarnar
nele, encontrando amanhã quase tudo como está agora.
De uma encarnação a outra, o espírito melhora muito pouco...
A evolução, para quem não se conscientiza, acontece quase que a passo de lesma
– dessas que deixam o seu rastro gosmento no chão!
Não creia ser diferente.
Não estou querendo desanimar a quem seja, mas, se você se
interessa pela Verdade, ei-la aqui de maneira nua e crua.
“Nosso Lar”, a colônia espiritual que muita gente na Terra
almeja habitar, tem muito mais católicos, protestantes, umbandistas, e até mais
ateus, do que espíritas...
Não, não se creia o suprassumo, porque você não o é!
Como é que eu posso dizer isto?! Ser espírita é só acréscimo
de responsabilidade espiritual – nada mais do que isto. O que nós já sabemos é
mais que suficiente para que, pelos nossos erros, a nossa consciência nos
penitencie por muitas e muitas encarnações.
Conheço muita gente que não quer saber o que a gente sabe só
para não ter que responder pelo que respondemos, ou responderemos.
Deixe, pois, de professar o Espiritismo como quem toca um
clube de futebol, ou um partido político.
Enquanto é tempo, pare de fazer “guerra santa” – contra os
outros, e contra os próprios companheiros que você considera equivocados!
Guardião da Doutrina, você?! Ora! Aceite os meus pêsames...
Cuide-se, porque a morte lá vem chegando, e ela é
uma locomotiva, que, para atropelá-lo, não pedirá licença!...
Inácio Ferreira
Uberaba – MG, 22 de julho de 2013.
domingo, 22 de dezembro de 2013
Abnegação
Onde a obrigação termina, começa a abnegação
“Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.”
Jesus (Lucas, 17:10.)
O verdadeiro discípulo do Cristo não conhece a acomodação e tampouco a
preguiça... Tem sempre “ligeiros os pés” e disposição constante
para as tarefas do Bem. Não se contenta tão-somente em cumprir suas
obrigações e deveres rotineiros, mas vai além, dá sempre um tanto mais de seu
tempo e de seus talentos...
No livro de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier,
intitulado “Pensamento e Vida”, no capítulo 17, “o nobre Mentor
define a palavra abnegação como aquela cota de serviço que se faz
além da obrigação, visto que onde termina o dever, aí começa a abnegação”.
O Espírito de Verdade ensina: “(...) A abnegação e o
devotamento são uma prece contínua e encerram um ensinamento profundo. A
sabedoria humana reside nessas duas palavras. Tomai-as, pois, por divisa:
devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres
que a caridade e a humildade vos impõem”.
Sobre o auxílio espontâneo, a doce Meimei conta que “(...)
Um homem, desejando aprender como colaborar na construção do Reino de Deus,
pediu ao Senhor o discernimento para compreender os Propósitos Divinos, e saiu
para o campo...
De início, encontrou-se com o Vento que cantava e o Vento
lhe disse: Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os
caminhos, mas eu gosto também de cantar, embalando os doentes e as criancinhas.
Em seguida, o homem surpreendeu uma Flor que embalsamava o
ar com seu inebriante perfume, e a Flor lhe contou: Minha missão é
preparar o fruto; entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os
lugares mais impuros.
Logo após, o homem estacou ao pé de grande Árvore, que
protegia um poço d`água, cheio de rãs, e a Árvore lhe falou: Confiou-me o
Senhor a tarefa de auxiliar o homem; contudo, creio que devo amparar igualmente
as fontes, os pássaros e os animais.
O visitante fixou os feios batráquios e fez um gesto de
repulsa, mas a Árvore continuou: Estas rãs são boas amigas. Hoje posso
ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas raízes,
contra os vermes destruidores.
O homem compreendeu o ensinamento e seguiu adiante,
deparando com uma grande cerâmica. Acariciou o Barro que estava sobre a
mesa e o Barro lhe disse: Meu trabalho é o de garantir o solo firme, mas
obedeço ao oleiro e procuro ajudar na residência do homem, dando forma a
tijolos, telhas e vasos.
Então, regressando ao lar, o homem compreendeu que, para
servir na edificação do Reino de Deus, é preciso ajudar os outros, sempre mais,
e realizar, cada dia, algo mais do que seja justo fazer”.
Se conforme o ensino dos Espíritos Superiores receberemos,
pelo cêntuplo, tudo que fizermos, quão afortunado não será aquele que, não se
restringindo apenas ao âmbito do dever, o extrapola, percorrendo, a largos
passos, o terreno fértil da abnegação!...
Rogério Coelho
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
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