Tártaro, Geena, Sheol, Hades, Inferos e Limbo designam geralmente o inferno, que é de origem
mitológica, quando seu chefe era Plutão e que, no cristianismo, passou a ser
Satanás, Belzebu ou Lúcifér. E o inferno cristão tornou-se muito mais terrível
do que o mitológico pagão, graças a Dante Alighiere (século 13), que o recriou
na sua “Divina Comédia”.
Examinando 1 Coríntios
3: 15, os versículos em torno e outros textos da Bíblia, conclui-se que o
inferno não é um lugar, que ele e seu fogo são figurados e que ele é
mesmo temporário. Aliás, a parábola do Filho Pródigo (Lucas capítulo 15); o
desejo de Deus de que todos se salvem (Mateus 18: 14; 1 Timóteo 2: 4); a
afirmação de Jesus de que há mais alegria nos céus quando um se converte do que
pela alegria lá já reinante por 100 já convertidos; a busca da ovelha perdida
até ser encontrada (Lucas 15: 4) e outras passagens bíblicas pulverizam as
penas sempiternas dos teólogos medievais baseados na poesia do terror infernal
de Dante.
“Manifesta se tornará a obra de cada
um. O dia demonstrará a boa obra que se revela pelo fogo; e tal como com a obra
de cada um, o próprio fogo a provará. Se ela permanecer edificada sobre o
fundamento, seu autor receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, ele
sofrerá dano; mas esse autor será salvo, como que através do fogo.” (1
Coríntios 3: 15).
Numa linguagem simples, vejamos esse
texto até o versículo 17. As obras boas e más estão relacionadas com o fogo. A
obra boa e fundamentada, como acontece com a de cada um, é revelada pelo fogo,
e se ela permanece no fundamento, o seu autor receberá o galardão. Mas
queimando-se a obra de alguém por ela não ser boa, ele sofrerá punição pelo
fogo, pois sua obra será queimada, mas ele será salvo pelo próprio fogo
destruidor da sua obra má. Se ele se salva, logo a pena é temporária. “Vós não
sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1
Coríntios 3: 16). E Paulo termina com uma linguagem figurada profética
(ameaçadora) aos suicidas: “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o
destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.” (1 Coríntios
3: 17).
Kardec elogiou o
Purgatório da Igreja, por ser temporário, de acordo, pois, com a justiça
perfeita de Deus, que dá a cada um conforme suas obras.
Nossas faltas são
finitas. Puni-las, pois, com penas infinitas ou sempiternas seria um erro de
justiça gravíssimo. Assim, atribuir a Deus a criação dessas penas sem fim é até
uma blasfêmia!
O Inferno na verdade é,
pois, tal qual o Purgatório temporário da Igreja. O grande santo sábio e bispo
da Igreja Primitiva, são Gregório de Nissa (4º século), um dos Padres da
Igreja, notável pela sua lógica, já ensinava também que o inferno é temporário.
Que os teólogos dogmáticos, pois, se cuidem!
Obs.: Esta coluna é de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”
Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.
Na TV Mundo Maior, também pelo www.tvmundomaior.com.br, o “Presença
Espírita na Bíblia”, com Celina Sobral e este colunista, às 20h das quintas, e
às 23h dos domingos. Perguntas e sugestões: presenca@tvmundomaior.com.br E,
na Rede TV, o “Transição”, aos domingos, às 16h15.
“O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, de Kardec, pela Ed. Chico Xavier. www.editorachicoxavier.com.br (31)
3636-7147 - 0800-283-7147, com tradução deste colunista.
Recomendo “O
Despertar da Consciência – do Átomo ao Anjo”, de Sebastião Camargo. www.sebastiaocamargo.com.br,
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