Estabelecer critérios competitivos faz parte da natureza
humana em todos os aspectos da vida, sempre comparamos nossa vida e as
situações que ela envolve com as das demais pessoas. Acostuma-se dizer que
política e religião não são passíveis de discussão, entretanto deixar de
apresentar nossa opinião sobre os assuntos a nossa volta é tarefa quase
impossível.
No processo de estruturação de “O Livro dos Espíritos”,
Allan Kardec perguntou aos espíritos na questão de número 842, qual seria a
melhor religião. Na íntegra a questão foi formulada da seguinte maneira: - “Por
que indícios se poderão reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a
pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se
apresentar como tal?”.
A resposta é inundada de profundo bom senso:
- “Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas
fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais
ampla aplicação. Esse é o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa,
visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer
uma linha de separação entre os filhos de Deus, não pode deixar de ser falsa e
perniciosa.”
Analisar a questão acima nos evidencia uma fonte inesgotável
de reflexões a serem feitas, afinal, seria natural que cada segmento religioso
defendesse o caminho por ele proposto como sendo “o melhor”, mas a natureza
elevada e universalista oferecida pelos espíritos à Allan Kardec, apresenta uma
visão dilatada, sem defender esta ou aquela filosofia religiosa. Simplesmente
esclarece que a melhor religião, a mais verdadeira, é a que fizer “mais homens
de bem”. Desta forma, pouco importa a que religião pertencemos, o mais
importante é possuir um comportamento de religiosidade, norteado por um caráter
sólido e bases éticas depositadas nas próprias ações. Nossas atitudes, nossos
comportamentos mostram quem verdadeiramente somos, todo o resto forma apenas o
cenário onde a vida se desenrola, visando o crescimento moral e espiritual da
criatura humana. Em boa definição é indiferente o rótulo utilizado para nossa
apresentação na vida social, apenas o bem que fazemos e a nobreza que
imprimimos em nossos atos, é capaz de dizer se a religião que abraçamos é a
melhor, pois isso só pode ser medido quando ela nos faz melhor.
Por meio desse bom senso universal, é que o Espiritismo
contribui para o desenvolvimento da consciência do homem e como consequência,
auxilia a construção de um mundo melhor.
Roosevelt Andolphato Tiago
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Imagem ilustrativa