quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Outra coragem


Quanto mais leio, estudo e pesquiso o rico e incomparável conteúdo oferecido pela Doutrina Espírita, mais me alarga o horizonte de entendimento da outra coragem e disposição que precisamos desenvolver em nós mesmos para a harmonia interior que buscamos, com vistas às finalidades de viver e de atingir os altos objetivos fixados pela grandeza de Deus e suas soberanas leis.
Em todos os tempos, mártires e lideranças dos vários desafios que a vida apresenta no complexo relacionamento humano, entre os seres de uma mesma família ou nos intercâmbios entre as diversificadas culturas dos países, tiveram iniciativa, disposição e coragem no enfrentamento dos preconceitos, dos abusos de toda ordem (considere-se aqui de toda ordem mesmo, desde os de poder, da escravidão, da prepotência ou da ganância, da vaidade e tantos outros), da corrupção, enfermidades, das invenções, guerras e nas diversas situações construídas pelo egoísmo que ainda nos domina o comportamento.
Por força dessa situação, há que surgir aqueles que colocam a “cara para bater” nesses enfrentamentos advindos da coragem honesta, sincera, que muda os paradigmas da dominação ainda presentes no planeta.
Todavia, os grandes clássicos da literatura espírita nos fazem pensar na outra coragem, sempre esquecida e tão necessária para alterar completamente os doloridos quadros vividos no planeta.
Trata-se do enfrentamento de nós mesmos, nas imperfeições que todos carregamos. Isso significa, no entender da notável Amália Domingo Soler – que foi orientada em toda sua obra pela grandeza e nobreza do Espírito Germano –, melhorar nossos hábitos e costumes (depois de prévio e consciente exame de nossos próprios atos, bons e maus), estabelecendo um regime progressivo em harmonia com as aspirações do Espírito humano, opondo-se à propagação do mal e propugnando pela desinteressada prática do bem, segundo suas próprias palavras, aqui adaptadas em transcrição parcial e constantes do capítulo VIII – Conhecer-te a ti mesmo, do livro A luz do caminho.

Ela afirma no início do capítulo: “Cada um é o redentor de si mesmo (…) e para chegar a ser um verdadeiro apóstolo do progresso é preciso antes de tudo redimir-se (…)”. E acrescenta com sabedoria: “(…) Tão importante é ao homem aprender a conhecer-se a si mesmo como saber porque está na Terra, de onde vem, para onde vai (…)”.

O que mais me chamou atenção, todavia, está na seguinte afirmação, razão da presente abordagem: “(…) Se para progredir intelectualmente foi preciso lutar com a coragem dos heróis e dos mártires, há de ser menos para progredir moralmente? (…)”.

Na reflexão dessas duas linhas estão incluídas todas as lutas para vencer preconceitos e dominações de todo tipo, gerando mártires em todos os tempos e fazendo a humanidade avançar no entendimento de nossa igualdade e no respeito que se deve ter com a liberdade.
Pois a coragem é a mesma. É a coragem da iniciativa, da decisão, do planejamento, da perseverança, só que para enfrentamento de nossas próprias imperfeições. É a luta pela conquista das virtudes, é a dominação do orgulho, é a dispensa do egoísmo, é a renúncia aos pontos de vistas próprios em favor da paz coletiva, é o reconhecimento do valor alheio, em detrimento da vaidade e arrogância que ainda nos caracteriza. É, enfim, silenciar a agressividade, raivas, rancores, e atender à consciência, amar o dever.

Por isso a clássica pondera: “(…) Ao homem do mundo falta descobrir um simples, mas profundo segredo. (…) É aprender a conhecer-se a si mesmo. (…)”

A abordagem é notável e não cabe num único artigo. Há muito mais no precioso capítulo, mas deixamos um dos trechos para concluir: “(…) Todos nós, sem exceção, estamos doentes do espírito (…) Perguntemo-nos sempre: Que falta cometi hoje? (…)”.

E pondera que quanto mais afundados estamos nos vícios dos maus comportamentos (aí incluídos também o melindre, o orgulho próprio ferido e a teimosia rebelde), menos enxergamos o ridículo de nossos próprios comportamentos perante a finalidade maior de progresso oferecido pela vida.
Portanto, essa é a outra coragem: do enfrentamento de nós mesmos, virtude que atrairá o amparo e presença dos benfeitores espirituais, pois é exatamente a nova postura que nos aproxima deles para nossa harmonia interior.

Orson Peter Carrara
www.orsonpcarrara.com.br

Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve na maioria dos estados do país, por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita. Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas, sites e jornais do país, além de boletins regionais, no país e no exterior. Autor de treze livros, seus textos caracterizam-se pela objetividade e linguagem acessível a qualquer leitor, estando disponibilizados em vários sites de divulgação espírita.

Imagem ilustrativa

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Terapia de vivências passadas ganha pesos pesados da ciência


Os maiores adversários do espiritismo e da reencarnação foram os médicos, psicólogos e a Igreja. Hoje, por ironia, são os médicos, os psicólogos e os católicos que mais os aceitam.
Foi o coronel francês Albert de Rochas que, em 1893, deu início às pesquisas sobre regressão de memória, expondo-as em “Les Vies Successives” (“As Vidas Sucessivas”), em 1911. Atualmente, há milhares de pesos pesados da Ciência que se dedicam à Terapia de Vivências Passadas (TVP) e à pesquisa da reencarnação.
Nos Estados Unidos, a psicóloga Dra. Edith Fiore, com doutorado na Universidade de Miami, disse: “Você esteve aqui antes” e “A terapia da reencarnação é a chave”; Dra. Elisabeth Kubler-Rosss, médica especialista de pacientes terminais e de “experiências de quase morte”; Dr. Raymond A. Moody, especialista, também, em “experiências de quase morte”, autor do best-seller “Life after Life” (“Vida depois da Vida”; Dr. Bruce Goldberg, de Baltimore, autor de “Vidas Passadas e Vidas Futuras”; o teósofo Jonh Algeo, autor de “Investigando a Reencarnação”; e o Dr. Ian Stevenson, diretor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Virgínia e autor de “Vinte Casos sugestivos de Reencarnação” e de outra obra científica fantástica de 2.300 páginas, com pesquisas em 40 países, em dois volumes, ainda não lançada no Brasil; No Brasil: Dra. Maria Teodora, psiquiatra de Campinas (SP) e presidente da Sociedade Brasileira de Terapia de Vivências Passadas (SBTVP); Aqui em MG: Dr. Luís Benigno, Dr. Luís Braga, e o psicólogo Luís Fróis dirigem a SBTVP, há também o Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas (INTVPA), com sede no Rio de Janeiro (RJ); na Inglaterra, o Dr. Alexander Kannon, terapeuta da TVP, com diplomas de 9 universidades europeias, autor de “The Power Within” e que comanda uma equipe de cerca de 70 psiquiatras e psicólogos especialistas em TVP, os quais já curaram centenas de milhares de pessoas; deixemos que o Dr. Alexander nos fale: “Durante muitos anos, a “Teoria da Reencarnação” foi um pesadelo para mim. Esforcei-me ao máximo para invalidá-la, chegando até mesmo a discutir com meus pacientes em transe ... Agora com mais de mil casos investigados, tenho de admitir que a reencarnação existe.”; e J. G. Bennet, físico, matemático, filósofo e autor de “O Eneagrama”; na França, o Dr. Patrick Drouot, físico, filósofo, parapsicólogo e terapeuta da TVP, autor de, entre outros livros, “Reencarnação e Imortalidade”; do Canadá, Dr. Joel L. Witton, catedrático de psiquiatria da Universidade de Toronto e que lançou com seu colega Dr. Joe Fisher “Vida – Transição – Vida”; Na Índia, o catedrático universitário de parapsicologia Hamendra Barnejee, autor de “Extra Cerebral Memory”; na Rússia, atualmente, o mais importante parapsicólogo russo Vasiliev; na Bélgica, o cardeal Mercier; e na Itália, os cardeais Passavalli e Nicolau de Cusa.
E alguns papas eram reencarnacionistas, entre eles: Eugênio IV (1431 a 1447); Nicolau V (1447 a 1455) e são Gregório Magno (590 a 604).
Detalhes sobre esta matéria em meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, Ed. EBM-Megalivros, SP, e em “Estudos e Crônicas”, de Hermínio C. Miranda, FEB, DF.
E terminamos com o Mestre de todos nós (Mateus 11: 14 e 15), ao se referir a João Batista (Mateus 11: 14 e 15): “E se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.” 

N O T A 

A presente crise brasileira está realmente atingindo as atividades de muitos setores do nosso país. Nós espíritas e simpatizantes do Espiritismo façamos, pois, um esforço extra para ajudarmos a Rádio Boa Nova e a TV Mundo Maior a darem a volta por cima nessa crise que, lamentavelmente, as atinge de cheio.
Precisamos fazer alguma coisa  para que esses dois grandes veículos midiáticos possam continuar mantendo no ar  a sua programação normal, que  é indispensável  para a difusão dos postulados espíritas.
Se sabemos que a maior caridade que podemos fazer para com a Doutrina dos Espíritos codificada por Kardec é a sua divulgação, então, está na hora, pois, de nós cumprirmos o nosso dever, fazendo o que pudermos para com essas duas instituições, que representam os  maiores veículos do mundo de divulgação da nossa querida Doutrina. Vamos, portanto, agir, a partir de agora, fazendo o que pudermos para salvá-las!

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870.

Imagem ilustrativa