segunda-feira, 19 de agosto de 2024

A Caridade de realizar bem os nossos deveres


Preciso se faz que compreendamos o conceito de caridade, não entendendo como somente nas grandes realizações da humanidade, mas também nos pequenos atos que são praticados em momentos precisos.
Caridade não deve ser entendida como sendo apenas os atos praticados nas tragédias de elevado alcance, dignos de registros pela imprensa, é também o providencial auxílio que podemos prestar ao necessitado de toda ordem em nosso cotidiano. “Podemos entendê-la também, como sendo a virtude de amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como amamos a nós mesmos, ou ainda, na ajuda ao semelhante em necessidade, fazendo a ele o que gostaríamos que ele nos fizesse se no lugar deles nos achássemos, sem qualquer outro interesse e sem esperar dele nada em troca.”

Como exemplo, podemos citar situações simples que nos sucedem a todo instante, reprimir o impulso de irritação para com o próximo, tratar com educação pessoas que nada têm a ver com os nossos problemas, escutar sem reação de impaciência a conversação de alguém que ainda não aprendeu a sintetizar sua fala, evitar o mal hábito da reclamação, entre outras tantas.

“A caridade é, invariavelmente, sublime nas menores manifestações, todavia, inúmeras pessoas muitas vezes procuram limitá-la, ocultando-lhe o espírito divino.
Muitos aprendizes creem que praticá-la é apenas oferecer dádivas materiais aos necessitados de pão e teto.
Caridade, porém, representa muito mais que isso para os verdadeiros discípulos do Evangelho.
Em sua carta aos filipenses, oferece Paulo valiosa assertiva, com referência ao assunto.
Indispensável é que a caridade do cristão fiel abunde em conhecimento elevado.”
(Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel, livro Vinha de Luz, cap 116).

Estejamos certos de que os maus hábitos, aparentemente inexpressivos, precisam ser imediatamente combatidos e posteriormente extirpados do nosso procedimento em nossos relacionamentos com o próximo, isto porque já dispomos de um grande conhecimento da vida espiritual, disponível nas obras espíritas.
O Espiritismo nos propicia amadurecimento psicológico, graças às propostas desafiadoras com que se apresenta, e todo aquele que se dedica a seguir seus postulados religiosos, entrega-se a uma nova visão graças a qual, descortina a possibilidade de realizações antes não imaginadas, e daí por diante esforça-se no desenvolvimento dos Sublimes Dons dos quais é portador, buscando seguir a Lei Divina que lhe solicita amar até mesmo nossos inimigos.
Urge não mais preguemos a reforma íntima aos outros como se apenas eles devessem realizá-la, mas é prudente verificar com sinceridade a nossa situação em relação a eles, se verdadeiramente já temos capacidade de exigir reforma de alguém, convictos de que o nosso comportamento não representa simplesmente máscara sem fundamento e sem alicerce, pois foi Jesus quem nos asseverou: “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.” – Lucas 17:20.

Francisco Rebouças

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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Caminhando com Jesus!


Por isso te lembro despertes o dom de Deus que existe em ti.
Paulo – II Timóteo, 1:6.

A Reencarnação é para cada filho de Deus a sublime oportunidade de empreender os sublimes objetivos a que se propõe realizar quando ainda se encontra na erraticidade, visando a harmonização de sua consciência perante a consciência cósmica universal.
Como e quando alcançá-la depende de cada indivíduo, isso porque todo empreendimento com finalidade superior impõe a seu pretendente a elaboração de um roteiro de trabalho e o indispensável empenho na sua execução da forma mais digna e responsável possível.
Cabe dessa forma a cada um de nós, utilizarmos dos recursos que trazemos da espiritualidade, na medida exata das nossas necessidades, para o êxito da empreitada que com certeza nos reservará inesperadas surpresas.
A vida física é comparável a uma viagem empreendida pelo Espírito com objetivos adredemente definidos pela Soberana Sabedoria do Universo, na busca do necessário aprimoramento como Ser imortal que é, para a conquista dos valores morais que lhe facultarão a conquista da paz e da felicidade que Deus a todos reservou.
Importante ressaltar que o caminho a seguir e a conduta a adotar, serão de responsabilidade de cada indivíduo na utilização do seu livre arbítrio. E, ainda, dependerá dos esforços empregados para conquistá-los vencendo cada etapa os empecilhos e dificuldades naturais do caminho vigiando e orando pois, como é sabido por todos, “a cada um segundo as suas obras”. Mateus: 16:27.

“É indispensável muito esforço de vontade para não nos perdermos indefinidamente na sombra dos impulsos primitivistas.
À frente dos milênios passados, em nosso campo evolutivo, somos suscetíveis de longa permanência nos resvaladouros do erro, cristalizando atitudes em desacordo com as Leis Eternas.
Para que não nos demoremos no fundo dos precipícios, temos ao nosso dispor a luz da Revelação Divina, dádiva do Alto, que, em hipótese alguma, devemos permitir se extinga em nós.
Em face da extensa e pesada bagagem de nossas necessidades de regeneração e aperfeiçoamento, as tentações para o desvio surgem com esmagadora percentagem sobre as sugestões de prosseguimento no caminho reto, dentro da ascensão espiritual.
Nas menores atividades da luta humana, o aprendiz é influenciado a permanecer às escuras.” 
Xavier, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel, livro Vinha de luz, cap. 30.

O caminho estará repleto de atrativos que nos aguçarão as tentações que nos fazem companhia há milênios e que se não estivermos atentos provocarão como sempre fizeram nossa ruína e nossa infelicidade. Foi por essa razão que Jesus nosso Mestre e Guia nos afirmou “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”. João 14:6.

Francisco Rebouças

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sábado, 20 de julho de 2024

Nós e a obra divina


“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” 
— Jesus. (Mateus, Capítulo 7, Versículo 24.)


Temos compromissos inadiáveis na execução dos planos traçados pela Soberana Inteligência do Universo na implementação do progresso do planeta no qual o Senhor nos concedeu a benção de poder habitar.
Não foram poucas as vezes em que afirmamos amar a Deus, por isso é justo perguntar: estamos realmente dispostos a servi-lo, não como desejamos, mas como as necessidades exigem?
Em incontáveis outras oportunidades afirmamos que temos fé na Providência Divina, mas verdadeiramente, será que já nos demos conta de que nossas rogativas foram acolhidas e que o Senhor por intermédio de vasta equipe de assessores, nos socorreu em dificuldades e problemas diversos resolvidos com sua intervenção e por Sua Infinita Bondade?
Dessa forma, é preciso pensar que temos também o nosso setor de ação individual, em que será necessário empregar esforço e dedicação nos cometimentos inevitáveis do encargo que nos foi confiado, a fim de que não só nos beneficiemos, mas também alcancemos o êxito nos empreendimentos que estão sob nossa responsabilidade nos compromissos assumidos perante as sábias e imutáveis leis de Deus.

“O mecanismo das relações humanas, no fundo, assemelha-se à máquina que a indústria aciona em benefício da Humanidade. E para que um engenho vulgar funcione devidamente lubrificado, ninguém se lembrará de atirar-lhe um punhado de areia nas engrenagens com a ideia de liquidar o problema do atrito. Indiscutivelmente, todos necessitamos do óleo da compreensão e da compaixão nas crenas das rodas de nosso entendimento uns com os outros. Em verdade, o aprendizado evolutivo não dispensa o trabalho da análise. Olhos são instrumentos para ver. Discernimento exige raciocinar. Todos, porém, que já despertaram para a responsabilidade de construir e elevar são chamados a ver e a raciocinar para o bem comum. Recordemos que se o Senhor nos permite identificar a presença do mal, isso ocorre, não para que venhamos a intensificar a esfera de influência do mal e sim para que nos decidamos a cooperar com Ele na supressão da sombra, em benefício da luz.” Xavier, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel. Livro Encontro Marcado, cap. Analisar.

Jesus nos deu o exemplo de que no nosso planeta, enfrentaríamos problemas de toda ordem, porque não são os sãos que precisam de médicos e remédios, mas os doentes. Por essa razão mães e pais, se espera da vida somente os filhos saudáveis, virtuosos, felizes, que indícios de amor ofereceriam a Deus, quando este nos solicita o coração mais profundamente voltado para as necessidades dos seres menos felizes, para os quais precisamos colaborar com bastante abnegação para ajuda-los ainda mesmo quando a sociedade os considere desprezíveis, sem futuro.
Se pensássemos em ter conosco na família ou na sociedade, somente os indivíduos inteligentes, saudáveis, equilibrados, a quem Deus reservaria o auxílio aos ignorantes, rebeldes, revoltados, infelizes, doentes etc.? Quem cooperaria com o Supremo Senhor, nas horas de tormentos pelas quais todos nós estamos sujeitos a passar?
O discípulo sincero não deve esperar na Terra apenas as demonstrações de apreço e nem as alegrias do triunfo, porque em colaboração com a obra divina, sabe que enfrentará dias de perturbação e dificuldade em constante luta contra o assédio das trevas, e convivendo com as vítimas da ilusão e da vaidade, onde Supremo Senhor conta com os corações devotados, corajosos e humildes para sustentar o bem na luta contra todo mal.
Urge entender que em qualquer lugar onde a Suprema Inteligência nos situou, com a responsabilidade e o serviço a realizar, útil sejamos gratos a Deus, trabalhando com esmero e alegria pavimentando de beleza e dignidade os caminhos que nos conduzirão aos cimos da espiritualidade Superior onde desfrutaremos da paz de uma consciência ciente do dever retamente cumprido, porque, se confias em Deus, Deus igualmente confia em ti.

Francisco Rebouças

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sexta-feira, 28 de junho de 2024

O vértice da virtude


“(…) agora, estas três virtudes: a fé a esperança e a caridade permanecem mas dentre elas, a mais excelente é a caridade.”  – Paulo (I cor., 13:13)


Afirmou São Vicente de Paulo:

“A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador”.  

Segundo Cárita (martirizada em Roma):

“A caridade segue o caminho principal que conduz a Deus”.

A caridade atualmente no Espiritismo:

Atualmente o Espiritismo tal como o Apóstolo dos Gentios ontem, coloca explicitamente a caridade no mais alto pedestal entre as demais virtudes ao expressar com força de lei: “Fora da caridade não há salvação”.
A caridade não é propriedade particular de ninguém. Todos, sem exceção podem exercê-la. Ela independe de quaisquer cores política, credo ou raça.

O que diz Paulo de Tarso sobre a caridade?

Voltando pelos canais da mediunidade, Paulo de Tarso assim se exprime:

“(…) meus filhos, na sentença: fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no Céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no Céu, porque os que a houverem praticado acharão graça diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si.
O Espiritismo não poderia provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará.
Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as consequências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá”.

Se pudéssemos estudar ou ensinar as virtudes tal como o fazemos com as ciências exatas, poderíamos afirmar, sem sombra de dúvida, que o vértice da virtude é a caridade, ou que a caridade é a soma de todos os elementos válidos para nossa emancipação espiritual, e onde quer que ela se manifeste jamais haverá subtração ou divisão, apenas soma e multiplicação; ou que ela é a incógnita localizada quando os outros elementos da equação da vida são constituídos pelo amor, perdão, abnegação, devotamento e compreensão.
Enfim, a caridade é a pedra angular onde repousa toda a estrutura da edificação cristã erguida pelo Meigo Pegureiro, que, como ninguém, a ensinou, praticou e exemplificou até o último momento de Sua vida e a exemplifica até hoje através da superlativa e imensurável paciência que continua tendo para com todos nós, os molengas retardatários da evolução.


Rogério Coelho

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