terça-feira, 9 de agosto de 2011

A mistura de crenças de hoje deve-se à evolução cultural


A lei da evolução é como a da gravidade e outras da natureza, ninguém a segura.
No passado, apenas os líderes religiosos sabiam ler. E pegou a moda de que apenas eles podiam ensinar a religião. Com o crescimento da população alfabetizada, eles, para manterem seu status quo de únicos donos das verdades religiosas, acabaram proibindo os leigos de lerem a Bíblia. E a Igreja tinha razão para isso, pois, por ignorância, as pessoas interpretavam a Bíblia apenas literalmente, quando seus textos são mais simbólicos. E, hoje, é o grande abuso dessas interpretações literais, mas também metafóricas, da Bíblia que mais divide os cristãos.
Porém, graças à evolução cultural das pessoas, o cristianismo caminha para uma nova realidade. Não são apenas os padres, bispos e os pastores que entendem de questões bíblicas e teológicas. E há até leigos que sabem mais desses assuntos do que eles, tanto pela sua inteligência como pela sua dedicação por robe ao estudo dessa área. E quem estuda um assunto por robe, sabe mais. Com a aceleração da evolução cultural, as polêmicas religiosas vão se multiplicar. Daí que vamos ter muitos católicos e evangélicos que vão dizer, como já acontece muito, que creem na reencarnação e outras doutrinas, que, oficialmente, o cristianismo condena. É até comum o indivíduo ter hoje mais de uma religião, o que irrita os líderes religiosos. E nada lhe vai acontecer, se ele não for membro duma hierarquia religiosa. E os padres e pastores vão parar de pregar certas doutrinas, que eles sabem que seus fiéis não as aceitam mais, como já acontece, nas comunidades religiosas de melhor nível cultural. Mas isso é feito discretamente, pois eles não querem complicações com seus superiores. Um padre ou pastor, que já que crê na reencarnação, não pode defendê-la de público.
Em 1904, num exemplo da mistura de crenças oriundas da evolução cultural do mundo moderno, o italiano Dr. José Lapponi, antropólogo e médico dos papas Leão XIII e são Pio X, lançou a famosa obra científica e espírita “Hipnotismo e Espiritismo”, a qual foi apoiada pelo Papa Leão XIII. Estudioso profundo dos fenômenos espíritas, e com o aval de famosos corifeus da ciência de sua época, Lapponi defende o espiritismo, demonstrando de modo convincente e contundente que ele é uma realidade objetiva histórica, bíblica e científica. E eu afirmo aqui que o católico que ler essa obra, no mínimo, se tornará simpatizante do espiritismo. Não foi, pois, à toa que a Federação Espírita Brasileira (FEB) a traduziu para o português.
Mas chegando às partes finais do livro, o autor assusta o leitor, dizendo que o espiritismo é imoral e deve ser evitado, embora não negue a realidade dos fenômenos espíritas de cuja autenticidade, como vimos, faz uma brilhante apologia no desenrolar de toda a sua obra.
Ficou em mim uma dúvida se Lapponi foi totalmente sincero ou se ele teve que, na ultima hora, sacrificar parte da sua verdade, para poder contar com a valiosa aprovação citada do seu trabalho literário pelo Papa Leão XIII, precavendo-se, assim, contra prováveis condenações desta sua monumental obra em defesa da realidade dos fenômenos espíritas!


Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar: “TODAS AS COLUNAS”.
Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147
 
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sábado, 30 de julho de 2011

Nosso Lar - Mensagem de André Luiz - 01



Obs.: Foi produzido pela TV Alvorada Espírita e apresentado por André Luiz Ruiz, o programa O Espírito da Letra é exibido pela TV Mundo Maior analisando a obra do Espírito André Luiz a partir do livro Nosso Lar, psicografia de Chico Xavier, trazendo em uma linguagem de fácil compreensão as explicações da vida no mundo.
Os capítulos 1, 2 e 3 ( Novo Amigo) foram postados no dia 04/07/11, caso queiram acompanhar desde o início.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Por que e para que o Centro Espírita?


Certa vez, quando eu era ainda um adolescente, um amigo indagou-me por que existiam e o que se fazia nos Centros Espíritas.
Com muita simplicidade e sem maior aprofundamento no mérito da questão, respondi-lhe que o Centro Espírita é uma casa de orações, onde se pratica a fraternidade entre seus componentes encarnados e desencarnados.
Desconhecedor da Doutrina Espírita, meu amigo, ironicamente, argumentou que para se rezar, a cidade estava cheia de igrejas e de padres.
Por serem diminutos os meus conhecimentos, curta a minha inteligência e fraca a minha habilidade para contra-argumentar, faltou-me, na ocasião, a palavra fácil e bem conduzida para maiores explicações.
Agora, lendo o livro “MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS”, de Eliseu Rigonatti, encontrei no capítulo “Os Centros Espíritas”, o necessário esclarecimento, a resposta adequada àquela pergunta, que passo a transcrever:

“Um Centro Espírita é uma agremiação que tem por finalidade:

1. - A difusão dos ensinamentos de Jesus, consubstanciados em seu Evangelho e explicados à luz do Espiritismo.
2. - A difusão do Espiritismo que é uma doutrina que tem por bases a imortalidade da alma e a reencarnação dos espíritos.
3. - A prática da caridade espiritual através dos passes, da água fluida e da prece.
4. - O desenvolvimento da fraternidade universal pela extinção dos preconceitos de raças, de cor, de religiões e das classes sociais e de outras quaisquer barreiras que separam a família humana e a tornam infeliz.
5. - O desenvolvimento do senso de responsabilidade de cada indivíduo, demonstrando que pelo livre arbítrio cada um é responsável plenamente pelos seus atos, cujas conseqüências atingirão quem os pratica mais cedo ou mais tarde.

Um Centro Espírita é dirigido por duas diretorias: a diretoria terrena e a diretoria espiritual.
A diretoria terrena é composta de um grupo de pessoas de boa vontade, dotados de idéias nobres que se reúnem para lutar pelo progresso espiritual da humanidade. A diretoria espiritual é composta de espíritos abnegados que lutam ao lado da diretoria terrena e lhe secundam os esforços.
Entre as duas diretorias reinará a harmonia a fim de que os trabalhos não sejam perturbados pelas entidades malfazejas. Íntima e sincera amizade ligará os diretores terrenos e os espirituais porque são, de fato, amigos que habitam planos diversos e aos quais foi permitido congregarem-se para a realização de um ideal comum. Para presidir ao Centro, escolhe-se, sempre, o irmão mais capaz, mais estudioso e que apresente as melhores garantias de que não falhará no desempenho da tarefa que lhe foi confiada.
Entre os médiuns é preciso que haja uma grande estima, nunca um se julgando mais do que o outro e lembrando-se de que o pequenino esforço de cada um resultará em engrandecimento de todos.
Enfim, um Centro Espírita é um templo de estudo, de fé, de oração e de trabalhos, onde encarnados e desencarnados, estudando as leis eternas que emanam do Senhor, assentam os alicerces de um mundo de compreensão e de amor”.
Hoje, transcorridos quase setenta anos, após tantos fatos vividos e revividos, depois de tantas lições recebidas e repetidas, quando, por fim, adquiri o mínimo de experiência desejável e um pequeno acervo de conhecimentos da Doutrina Espírita, respondo com mais detalhes ao meu amigo, se é que ele me pode ouvir em algum lugar do mundo ou da espiritualidade:
Meu amigo, a Casa Espírita pode e deve ser considerada uma igreja, uma escola, um hospital, conforme as necessidades de quem a procura.
É uma igreja onde se louva a Deus em Espírito e Verdade, sem o culto a ídolos, sem incensos, sem velas e outros apelos materiais, sem rituais e formalidades; é uma casa de orações onde se reza com sentimento de espontaneidade, sem textos decorados e repetitivos, sem fórmulas preconcebidas, sem oblatas, sem óbolos, sem espórtulas ou quaisquer retribuições financeiras.
É uma escola onde se estuda o Evangelho de Jesus e se vive o Cristianismo em sua pureza e simplicidade primitivas; é um educandário onde se aprende a amar a Deus, ao próximo, aos inimigos, onde se instrui sobre a lei de causa e efeito, ou seja, a cada um segundo as suas obras, onde se busca adotar o lema “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”.
É um hospital onde são atendidos os sofredores encarnados e desencarnados, possuidores de chagas morais, portadores de desequilíbrios emocionais provocados por desatinos cometidos nesta ou em encarnações passadas, vítimas de desajustes familiares e sociais.
Ah ! meu amigo, a Casa Espírita é tudo isso e mais, é um refúgio de paz para as almas atribuladas.
Praza aos céus que você, depois de tanto tempo decorrido, já possa entender toda essa realidade.
Que Jesus o abençoe e que você possa ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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