sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Grupo de Teatro Grêmio Espírita Atualpa


O Grupo de Teatro Grêmio Espírita Atualpa apresenta "Na Hora do Culto"
Direção teatral: Cassius Vantuil
Apresentações:  30 OUT (DOM), 05 NOV (SÁB) e 06 NOV (DOM) sempre às 20h
Local: Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima - SGAS QD 610 - Av. L2 Sul - CONJ D - Salão do BL "A" Distrito Federal.
Entrada Franca - Censura Livre

Sinopse: A família de Helena e Abelardo está em crise. São filhos de dois casamentos que estão passando pela fase da adolescência. Aparecida, a filha mais velha, está em conflito. Os espíritos protetores de seu lar querem ajudar, mas, a situação vai de mal a pior. Será que a reunião do evangelho no lar pode ajudá-los a superar esta transição? 

 
Produção: Grêmio Espírita Atualpa/Departamento de Arte e Cultura Espírita

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Frutas de semáforo


Aqui em Brasília, na capital federal, sempre sabemos a fruta da época sem visitar as plantações. Às vezes é o caqui, em outras épocas é a tangerina (ou mexerica para alguns). O morango também comparece, em suas bandejas recheadas... Em cada época, os semáforos enchem-se de pessoas defendendo um trocado, vendendo suculentas frutas da estação aos motoristas naquele pequeno e infinito intervalo, no período em que o sinal fica vermelho.
Essa situação de economia informal típica de algumas cidades nos faz refletir que a nossa vida tem épocas também. Mas, por vezes, precisamos parar no semáforo e perceber que uma nova época chegou, com seu gosto próprio. Passamos audazes e velozes, sem olhar as árvores nas margens da rodovia.
Seguimos lépidos, dia após dia, sem dar conta das grandezas de cada época da vida. A força da juventude, a alegria da infância, a visão da madureza e a experiência da melhor idade, colhendo frutos e lembranças. Cada época tem seu sabor, suas grandezas e possibilidades, florescendo nos pomares, em árvores frondosas, mas que passam, por vezes, despercebidas.
Uma doença, uma decepção, um fato imprevisto e desastroso..., mudanças de rota que nos fazem perceber, no infinito dos 30 segundos do semáforo rubro, a grandeza de cada fase e de como não utilizamos a sabedoria para aproveitar, da melhor maneira, esses momentos.
Aos que nos abordam nos semáforos da vida, com suas bandejas de frutas da época, devemos render nosso agradecimento, por nos lembrarem dos tesouros dos pomares vizinhos, e das sementes que plantamos, imperceptíveis em nossa avidez de comer as frutas, e que por vezes virão a florescer apenas em outra encarnação.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os Cristãos da bíblia e os Teólogos antigos e dogmáticos


Há teólogos dizendo que os espíritas seguem os espíritos dos mortos, e que os verdadeiros cristãos seguem o próprio Deus.
Ainda bem que esses teólogos já admitem a verdade bíblica de que os espíritos dos mortos se comunicam conosco.
Nós devemos saber se os espíritos são bons ou maus (1 João 4:1). É que os espíritos que se manifestam são de vários tipos e não o do próprio Deus. E são Paulo chega a dizer que umas pessoas têm o dom de discernir espíritos. (1 Coríntios 12:10). As traduções bíblicas trazem muito a palavra espírito com a letra inicial maiúscula, como se fosse o do próprio Deus, e com o artigo definido “o”, em vez do indefinido “um”, que, salvo as exceções, é o certo, de acordo com os originais em grego ou hebraico. Assim, o correto seria “um espírito santo” ou “spiritus bônus”, como diz são Jerônimo na Vulgata Latina, e não o Espírito Santo. E o homem descobriu primeiro os espíritos dos mortos, depois o de Deus.
A Bíblia está cheia de manifestações de espíritos, que os tradutores chamam de anjos. Mas a palavra anjo, nos originais em grego (“aggelos”) e em latim (“angelus”) significa enviado, “office-boy” do mundo espiritual. E onde está escrito na Bíblia que esses espíritos são o Espírito do próprio Deus (chamado de Espírito Santo)? Que se chame o Espírito do próprio Deus de Espírito Santo, tudo bem, pois Deus é o Espírito Santo por excelência, o que, porém, é diferente do Espírito Santo ou Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, do que discordo, embora eu O respeite. Na verdade, o Espírito Santo é o conjunto de espíritos humanos avançados em evolução, o que todos, um dia, seremos. O Espírito Santo, no fundo, somos, pois, todos nós, embora muitos de nós só nos tornaremos santos mesmo no futuro. Por enquanto o somos apenas em estado potencial ou como sementes. Somos santuário dum Espírito Santo. (1 Coríntios 6:19).
Por os espíritos bíblicos serem de vários níveis de evolução, muitas passagens da Bíblia não podem ser tomadas como certas.
Umas, sim, mas não que o espírito responsável por elas seja o do próprio Deus, podendo ser de Deus no sentido de ser do bem. E é por isso que temos que examinar os espíritos, para concluirmos se devemos dar crédito a eles ou não, pois as profecias e revelações são feitas por eles, e muitas delas são falsas, exatamente porque os espíritos são falsos profetas. (Números 11:24 a 30; 1 João 4:1; e 1 Coríntios 14:30), lembrando que o médium é também profeta.
Uma polêmica que sempre dividiu os cristãos bíblicos e os dogmáticos antigos é o dogma da divindade de Jesus. De um lado, os teólogos do “partido” dos atanasianos (seguidores de santo Atanásio) a favor dessa doutrina instituída no Concílio Ecumênico de Niceia (325), e do outro, os contrários, representados pelos teólogos do “partido” dos arianos (seguidores de Ário). E os dogmas eram impostos à força, pois naqueles tempos passados, a Igreja era unida com o poder civil que lhe dava cobertura nas suas decisões doutrinárias dogmáticas. E toda doutrina que virou dogma, geralmente é porque é polêmica, e é polêmica porque seu fundamento bíblico é duvidoso, quando não contrário à Bíblia. Os espíritas preferem a Bíblia aos dogmas. Mas a própria Bíblia tem também as suas contradições, que não podem ser atribuídas Deus.
Lemos nela que foi Deus que entregou as Tábuas dos Dez Mandamentos a Moisés. (Êxodo 24:12). Mas, em outra parte (Atos 7:30), foi um espírito (anjo) que as entregou a Moisés!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”.
Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail:
jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.
 
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Jesus, os Pecadores e os Fariseus


“E aconteceu que, estando Jesus sentado à mesa numa casa, eis que vindo muitos publicanos e pecadores, se sentaram a comer com ele e com os seus discípulos”.
E vendo isto os fariseus, diziam aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores ?”. (Mateus 9 : 10 e 11)


Vaidosos e preconceituosos, os fariseus não toleravam a companhia de pessoas humildes e pecadoras.
Ao avistarem Jesus entre pobres, comentaram com seus discípulos em tom de reprovação que o Mestre se deixava rodear de gente de má procedência.
Jesus, que jamais perdia uma oportunidade para ministrar um ensinamento adequado ao momento, respondeu-lhes: “Os sãos não têm necessidade de médicos, mas sim os doentes”.
E, realmente, como autêntico médico, Jesus curava os doentes do corpo e os da alma, consolava aflitos, orava ao Pai rogando as bênçãos espirituais para os sofredores de todos os matizes.
Tanto quanto no passado, os fariseus modernos apegam-se ao poder temporal, apreciam pompas e honrarias, disputam posição de relevo social e, sobretudo, criticam, difamam o Espiritismo pela simplicidade de seus cultos e por estar, sempre, ao lado dos humildes, dos necessitados e dos sofredores.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com
Maceió, Alagoas (Brasil)


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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O paradigma cliente-fornecedor na Casa Espírita


Determinados teóricos gostam de aplicar o modelo empresarial em tudo. Escola, governo, família, casamento e até nas organizações religiosas, como se fosse uma formula mágica de eficiência e perfeição em tudo o que se faz. Aplicam os conceitos da administração e as regras de mercado sem adaptações, supondo que sejam os mesmos pressupostos aplicados a todas as organizações. Quase um dogma...
Assim como na gerência de uma empresa, onde importam metas, rendimentos e o lucro, aplicam alguns às organizações religiosas esta lógica, fortalecendo entre estas e seus integrantes a relação cliente-fornecedor.
As casas espíritas não estão isentas de serem incluídas nessa lógica. Na literatura, nas falas e nos documentos administrativos, essa visão de mundo se materializa, reforçando uma concepção empresarial que separa em castas trabalhadores e frequentadores.
Reduzem-se as relações – e digo: reduz, pois a relação em uma organização religiosa é muito mais do que isso – a questão de que um oferece um serviço (evangelização, assistência espiritual, palestra) e o outro recebe, consome, avalia e exige a qualidade prometida. Se não gostar, reclama e busca outro fornecedor no mercado. A idéia competitiva se sobrepõe à colaborativa, em rankings informais e disputas infindáveis.
Não vejo problema nenhum em se avaliar pessoas e organizações... O problema é essa relação empresarial, onde, sob o discurso da pretensa eficácia e eficiência, atropelamos pessoas. Temos indicadores de sucesso internalizados vinculados a eventos, quantidades de frequentadores e outros fatores, mensuráveis, mais exteriores. É complexa a importação de conceitos de outros campos, indistintamente. Produto é um conceito fabril... Falamos de resultados como se na tarefa espírita, no mundo das pessoas, todo resultado fosse palpável e imediato.
O aconchego, o ambiente fraterno, a comunhão de esforços são valores da casa espírita que não podem ser esquecidos. E são imensuráveis... A sanha de se avaliar tudo e todos não pode suplantar o desejo de vivenciar e sentir.
Na empresa, o funcionário problemático é descartado, o trabalhador que falha é demitido e o cliente, esse tem sempre razão. É uma relação contratual, de partes, de deveres e direitos mútuos. Para a casa espírita, templo-lar-escola entre dois mundos, devemos construir outros paradigmas de relação, que sejam suportados pelos paradigmas filosóficos aos quais estamos vinculados. Para isso estudamos e refletimos.
Na casa espírita buscamos aproveitar o melhor de cada um, entender as dificuldades e ajudar ao próximo, sem esperar a contrapartida. Entendemos a vida como eterna, sucedendo-se em múltiplas encarnações. A dimensão da prática do bem, reflexiva, não está vinculada à quantidade de bolsas distribuídas e sim à reforma íntima em nós proporcionada. O propósito da casa espírita é a construção do homem de bem!
O problema desse paradigma, sob o manto da miraculosa eficiência, é a segregação de papéis, a profissionalização religiosa, a frieza no envolvimento das tarefas e a burocratização das realizações, escondendo o jogo de poder imbricado nesse modelo.
Terminamos por achar que uma boa casa espírita é aquela que tem instalações físicas de primeira linha, um belo site e grandiosos eventos. Esquecemos a edificação no altar interior, que não se vincula a ostentação no plano concreto.
A missão, a meta da casa espírita, é de difícil mensuração. Falamos de dois planos de vida, de ações que às vezes demoram 20 anos para frutificar ou, ainda, ações de alto risco e de baixo retorno. Não é uma empresa, visando ao lucro, abocanhar outras fatias de mercado ou, ainda, remunerar o investimento de seus acionistas.
Na casa espírita trabalhamos com integração de forças e não na biunívoca relação contratual, do toma-lá-dá-cá. Bem, pelo menos deveríamos... Somos voluntários e não funcionários. Não temos chefes, temos amigos.
É um assunto delicado, mas que merece a nossa profunda reflexão, dando a César o que lhe pertence, inclusive na forma de ver o mundo.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)


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