quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Por que nos sentimos mal em determinados ambientes?


Você já esteve em ambientes em que se sentiu mal, constrangido, pouco à vontade?
Ao comentar essas coisas com alguém pode ser que tenham dito que é coisa de sua cabeça, ou, então, má vontade de sua parte para com aquela "turma".
Até pode ser, mas... nem sempre é má vontade de nossa parte.
Ocorre que nossa alma sente, por intermédio da expansão do perispírito, se aquele ambiente ou aquelas pessoas têm fluidos simpáticos aos nossos.
O corpo engana, os gestos podem ser perfeitamente traçados e planejados para agradarmos os outros, mas o mesmo não ocorre com os fluidos que não podem ser manipulados por algo que não seja o pensamento.
Os fluidos não se corrompem com as aparências e os sorrisos falsos, eis porque podemos sentir uma estranha sensação de mal querer mesmo com todos nos tratando de forma simpática.
Nossos fluidos, pois, conforme ensina Kardec, interpenetram-se com os de outros Espíritos e sentimos bem ou mal estar, a depender dos Espíritos encarnados ou desencarnados que estejam ao nosso redor.
Eis a razão pela qual buscamos, até de forma inconsciente, estar ao lado de pessoas que possuem valores semelhantes aos nossos.
É que nossa alma anseia a calmaria e busca ficar longe dos embates, principalmente os embates psíquicos, internos, que ocorrem longe da vista de todos.
Em nossa relação com as pessoas, ou com os Espíritos, há muito mais do que atração dos corpos, há, sobretudo, uma busca da alma, da essência que existe em nós por fluidos que se combinem com os nossos.
Nosso ser almeja a felicidade mesmo que relativa, e impossível é ser feliz num ambiente de constante intriga, mal querer, inveja, portanto, de fluidos que não se combinam.
Não é sem razão que os Espíritos informam ser uma das maiores felicidades da Terra estar ao lado de almas amigas, que têm valores muito próximos aos que temos.
Entretanto, vale salientar que, conforme crescemos, levaremos em nós somente o amor e a simpatia, de tal modo que teremos poucas antipatias e muitas afeições.
Mas isto é fruto de um intenso labor do Espírito por conquistar a capacidade de amor incondicional.
Um dia chegaremos lá e teremos apenas afetos, amores, pessoas pelas quais simpatizamos, pois pouco importará o fluido que emana do outro, porquanto o fundamental será o fluido que nós emanamos, e este será, tão somente, salpicado de amor e bem querer.

Wellington Balbo

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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Educação no Lar


Cada dia a violência torna-se mais constante e perversa, atingindo índices insuportáveis.
Todo o sentido ético da existência humana vem desaparecendo para dar lugar à agressividade, ao desrespeito aos códigos do dever e do respeito que nos devemos todos uns aos outros.
As estatísticas sobre o comportamento primitivo são alarmantes, inclusive, na intimidade doméstica, na qual não vigem a consideração nem a compreensão entre pais e filhos, irmãos e demais membros da família.
O femicídio covarde assusta e a cada dia aumenta na razão direta em que se avolumam os desequilíbrios de toda ordem, inclusive, de natureza sexual, que se fazem naturais na sociedade.
A mulher, quase sempre desrespeitada, vem sofrendo tratamento incompatível com os princípios da cultura e da civilização.
Nas escolas confundem-se as más condutas de alguns mestres despreparados para o mister assim como de alunos deseducados e cínicos que se agridem reciprocamente, assim como aos professores, especialmente femininos.
A desordem reina de maneira assustadora e as pessoas estão praticamente armadas uma contra as outras, demonstrando nas feições carrancudas, os tormentos íntimos que as afligem e descaracterizam.
Sem dúvida, vivemos momentos muito graves na infeliz civilização dos nossos dias, nos quais, o amor e a honra perderam o significado, estimulando os valores insensatos do aventureirismo.
Há uma necessidade urgente de reorganizar-se o lar, de voltar-se para os costumes retos e as famílias equilibradas, reconstruindo-se o ninho doméstico e tornando-o essencial para uma existência feliz.
Narra-se que oportunamente o jovem Edison entregou à genitora uma carta que o seu professor encaminhara-lhe.
Indagada sobre o conteúdo ela explicou ao filho que se tratava de uma informação na qual o professor explicava-lhe ser necessário que ela mesma educasse e instruísse o filho, por ser ele portador de inteligência brilhante e de muitos valores morais que necessitavam ser trabalhados.
Edison, o criador da lâmpada elétrica entre outros notáveis descobrimentos, sensibilizou o mundo e o deslumbrou com as suas conquistas.
Após a desencarnação da mãezinha dispôs-se a arrumar papéis e outros objetos, havendo reencontrado a carta em uma gaveta.
Abriu-a e leu-a. Tomado de surpresa, constatou que a carta dizia exatamente o contrário do que a sua mãe lera: – Seu filho é um doente mental e não têm condições de frequentar a escola. Assim cancelamos sua matrícula.
A nobreza dessa senhora incomum transformara o diamante bruto em estrela luminosa que cl o mundo até hoje.
Ninguém mais nem melhor do que os pais para serem os primeiros educadores porque o lar é a primeira escola, no qual se corrigem as heranças morais negativas, as tendências nefastas, as paixões primitivas e mediante os exemplos de amor e de treinamento para o bem são desenvolvidos os sentimentos morais que jazem adormecidos.
O ser humano está fadado a conquistar as estrelas, mas necessita muito antes de autoiluminar-se, conhecendo as imensas possibilidades espirituais e morais que lhe jazem adormecidas no imo do ser.
Na convivência doméstica caldeiam-se as paixões que se transformam em fontes de bençãos e de plenitude.

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 28 de novembro 2019.

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista


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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

A missão de Allan Kardec


Camille Flammarion tinha razão quando, à beira do túmulo de Allan Kardec, afirmou que ele era o bom senso encarnado.
Se estudarmos a sua vida, desde que teve conhecimento das mesas girantes pelo magnetizador M. Fortier, até o final da sua existência terrena, veremos, realmente, que o Mestre pautou a sua vida estritamente pelas normas da ponderação, do exame sem preconceito e da análise imparcial.
Esse seu espírito de perscrutador profundo foi que contribuiu consideravelmente para que a Doutrina dos Espíritos tomasse corpo, assumindo proporções gigantescas até hoje.
A missão de Allan Kardec foi a de um reformador. Ele codificou a Doutrina Espírita, que condiz com a comunicação do Espírito de Verdade que, na afirmação de Jesus Cristo (João, 14:15 a 17 e 26), viria em tempo oportuno trazer novos ensinamentos, quando o gênero humano estivesse melhor preparado para assimilá-los.
O notável francês desempenhou uma tarefa árdua e cheia de imensos sacrifícios, principalmente por ter como cenário um século no qual a ciência caminhava a largos passos para o materialismo, distanciada de Deus.
A exemplo do que aconteceu com Jesus Cristo, Allan Kardec também teve opositores sistemáticos, que jamais esmoreciam no combate às novas ideias.
Entretanto, como os tempos são chegados, a Doutrina Espírita se apresentou como verdade irretorquível, abalando a estrutura milenar dos velhos sistemas religiosos e empolgando a Humanidade do mundo em que vivemos.
O ilustre filho de Lyon não veio para destruir o que Jesus havia ensinado, mas, sim, descerrar o espesso véu que empanava as palavras contidas no Evangelho, e, auxiliado pelos Espíritos esclarecidos, extrair desses ensinamentos a letra que mata, deixando tão somente o espírito que vivifica.

Altamirando Carneiro

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