quinta-feira, 24 de junho de 2021

Aprimorando as qualidades!


Não é de estranhar que os adeptos da Doutrina Espírita, conscientes de suas responsabilidades perante a vida, estejam sempre preocupados em desenvolver suas atividades cotidianas da melhor forma possível, com o claro objetivo de evitarem as consequências lastimáveis da dor da consciência incomodada pelo desperdício das oportunidades que a vida lhes propõe.

“Nem todos conseguem, de improviso, realizar feitos heroicos ou desfrutar encargos de grande elevação, como sejam: apresentar uma vida sem erros; dirigir sabiamente a comunidade; ser um gênio na sublimação da inteligência; conservar equilíbrio invulnerável, a ponto de ser um modelo acabado de virtude; dispor de fortuna para garantir a beneficência; ou manejar o poder para a felicidade geral.
Mas todos podemos, seja onde for, dizer a boa palavra, esboçar o gesto de simpatia, estimular a cooperação fraternal, abençoar com a prece e auxiliar pelo prazer de servir.
Em resumo, nem todos estamos habilitados, de pronto, a desempenhar as funções da lâmpada perfeita do Eterno Bem, cuja luz remove as trevas do mal; entretanto, cada um de nós, onde esteja, pode e deve ser um pequenino raio de amor ou luz!” (1)

O verdadeiro espírita é alguém detentor de conhecimentos da vida para além do presente período de vida física; por essa razão é justo que guarde a lembrança de fazer sempre o bem cada vez mais e melhor, sabendo que não deve se deixar deter nas ilusões ou inibições na crença na fé raciocinada proposta pela doutrina espírita aos seus fiéis seguidores afirmando que “Fora da caridade não há Salvação “. (2)

Não podemos mais em sã consciência alegar desconhecimento das Sábias e Imutáveis Leis Divinas, que devolve a cada criatura, segundo seus merecimentos.
No mundo espiritual, quando da volta do Espírito após as experiências da vida física, encontraremos a nos esperar nossas construções positivas e negativas que nos proporcionarão paz ou intranquilidade, pois somos sabedores de que fomos educados pela doutrina consoladora e esclarecedora do Espiritismo quanto aos impositivos do bem e da verdade, que seguimos ou não tornando-nos construtores de nossa felicidade ou dos nossos tormentos.
Não nos faltam, em momento algum, as lições e exemplos de Jesus nas incontáveis páginas que temos à disposição e que se não tirarmos proveito será por livre vontade.
Fácil fica deduzir que perante os claros, lógicos e convincentes ensinamentos do Espiritismo, é certo esperar que a consciência do seu verdadeiro seguidor lhe solicite atitudes condizentes com o que os Imortais vieram nos lembrar dos ensinos e exemplos de Jesus nosso Mestre e guia.

Referências:
(1) Xavier, Francisco Cândido pelo Espírito AlbinoTeixeira. Livro Aulas da Vida, cap. Na Seara de Luz; e
(2) Kardec Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB. 121 edição, cap. 15.

Francisco Rebouças

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terça-feira, 1 de junho de 2021

O Dever e a Paz


“Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5:9)

Como podemos viver em paz em meio a tantas tribulações, violência, corrupção, tragédias, conflitos de relacionamentos? São empecilhos para a tranquilidade tão almejada?
A verdade é que os problemas existem e, se continuarmos buscando a paz no ambiente externo, não vamos encontrá-la, afinal a paz legítima não significa ausência de problemas; ela provém dos nossos sentimentos e capacidade de lidar com os percalços da vida.
Nossas fragilidades e desequilíbrios íntimos são antagônicos à paz, frutos do egoísmo e do orgulho, impedindo-nos de perdoar, buscar a humildade e de compreender o próximo. Para tanto, necessário se faz um exame interno, auscultando as profundezas da alma, identificando as imperfeições que estão bloqueando o avanço do Espírito para a paz e, assim, promover a desconstrução dos nossos sentimentos egóicos.
Nesse sentido, a doutrina espírita, que amplia a mensagem do Cristo, é uma poderosa ferramenta para se obter a paz, já que nos convida a uma reflexão intensa, apresentando a chave do progresso individual através do conhecimento de si mesmo, conforme nos orienta o benfeitor espiritual Santo Agostinho na questão 919a de O Livro dos Espíritos: “ Examinai o que pudestes ter obrado primeiro contra Deus, depois contra o vosso próximo e finalmente contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.”
Exigimos a paz exterior (do mundo) mas, em nossa vida, muitas vezes somos nós os responsáveis por conflitos de relacionamentos, promovendo desarmonia e nos afastando da Lei Divina. Isso está em consonância com nossa posição de Espíritos imperfeitos, inseridos em um mundo de provas e expiações. No entanto, somos filhos de Deus, criados para o amor, todos irmãos, em diferentes níveis de maturidade psíquica. A nossa meta deve ser a fraternidade universal, aprendendo a amar o próximo e fazer a ele somente o que desejaríamos que fosse feito para nós.
Conforme ressalta a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis: “Não sejais aquele que se transforma em obstáculo ao bem, criando situações embaraçosas que se convertem em amargura noutrem.”(Vitória sobre a depressão – Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco.)
Um caminho para a paz interior proposto por Kardec através do Espírito Lázaro, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 7, capítulo XVII: “ Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de ser cumprido, porque se acha em antagonismo com as seduções e interesses do coração; suas vitórias não têm testemunho e suas derrotas não têm repressão. O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre arbítrio: o aguilhão da consciência, esse guardião da probidade interior, o adverte e o sustenta, mas permanece, frequentemente impotente, diante dos sofismas da paixão. O dever do coração, como precisá-lo? Onde começa ele? Onde se detém? O dever começa precisamente do ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo; termina no limite que não gostaríeis de ver ultrapassado em relação a vós mesmos.”
Portanto, o convite amoroso para esse trabalho íntimo e para a condução dos relacionamentos encontra-se no dever, que é fonte de paz e alegria.
Importa mesmo percorrer esse caminho de desenvolvimento de virtudes, pensando, sentindo e agindo no bem. Assim, realizaremos o encontro com a paz da consciência do dever cumprido e, pacificados, encontraremos a paz do mundo.

Karina Rafaelli

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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Fé, esperança e caridade


Se tivessem a fé de um grão de mostarda, transportariam montanhas. - Jesus

Tema recorrente dentro da Doutrina espírita, mas sempre vale a pena conversar um pouco mais, pois nossa evolução depende muito desses três ensinamentos.
Nas nossas preces sempre pedimos a Deus ‘dai-nos a fé’, assim ficamos aqui pensando sobre essa nossa colocação de muitas vezes pedir fé.
Fé, vem do latim, que significa firme opinião de que algo é verdade, sem a necessidade de prova ou um critério objetivo.
Esperança, um estado de espírito que acompanha a fé. Elas são amigas inseparáveis.
Fé e esperança podem ser comparadas ao Sol e à lua. A lua não tem luz própria, mas usa da luz do Sol para brilhar. Assim a esperança depende da fé para se estabelecer em nossas vidas.
A fé na doutrina espírita diferencia-se um pouco dos demais segmentos religiosos, pois ela se baseia dentro de um estudo criterioso, ou pelo menos deveria ser assim, nos dando uma esperança para dias melhores, seja na matéria ou na vida espiritual, dentro do conhecimento das imutáveis Leis de Deus e de nossas ações positivas, éticas e construtivas. Ter esperança na verdadeira justiça e não na justiça humana que em muitas vezes está adequada a interesses e épocas. Precisamos desenvolver a esperança do justo, daquele que procurou fazer de seus pensamentos, palavra e atos, provas de verdadeira caridade, trabalho e mudanças íntimas profundas.
Justamente a fé e a esperança nos fazem lembrar da frase de Chico, quando ele dizia, isso vai passar... Quando ele nos convida a ter paciência, tolerância e força de vontade, para resistir aos problemas que aparecem, pois são como tudo nessa vida, temporário.
Como alguém pode dizer que uma tormenta ou uma alegria vai passar? Porque está balizada na fé em Deus e na esperança de suas Leis. Pois a única alegria que nunca vai passar será aquela que tem como base a caridade, pois essa é a alegria de servir. Precisamos desenvolver a caridade no olhar, no falar, no pensar, nas ações e tudo aqui que venha enobrecer o homem.
Assim, dentro da fé profunda e da esperança ativa, construiremos o maior de todos os sentimentos do homem de bem, a caridade, na sua mais profunda expressão de amor e dedicação ao próximo.
Caridade, como nos ensina Paulo, é a maior de todas as virtudes do espírito; fé e esperança são sentimentos nobres que devem e precisam ser cultivados, mas a que vai calar profundamente dentro de nós é a caridade. A fé nos faz acreditar, a esperança nos leva a esperar e a Caridade nos faz agir.
Caridade também chamada de Amor. Precisamos entender que o exercício da Caridade realiza no íntimo do ser profundas mudanças que nos conduzem à fé, consequentemente à esperança, pois podemos ver os frutos dessa luta incessante.
Hoje passamos momentos difíceis, mas na época de Jesus as coisas também não eram fáceis. O nosso grande problema está na nossa necessidade de exaltar nosso ego. Muito difícil em nossas atividades, decisões e comportamento, aniquilar ou pelo menos reduzir nossas vaidades, portanto, nosso orgulho. Mas hoje muitos companheiros de jornada enfrentam grandes dores, problemas de saúde, financeiro, entre outros, e nós precisamos nessa hora realizar tudo aquilo que está ao nosso alcance e quem sabe ir mais além. Tudo segue o rumo preparado por Deus; devemos confiar, seguir e agir no caminho do bem. Por isso disse Jesus: A minha paz vos dou, a minha paz vou deixo, mas não a paz do mundo...
Lembre-se sempre que na espiritualidade temos muitos irmãos torcendo por nós e nos ajudando, por isso devemos cultivar a fé e a esperança, mas nunca a fé cega. Também vamos sempre trabalhar pela fé e com a caridade.
Precisamos sempre fazer com que as nossas ações sejam marcadas pela caridade pura. Essa Caridade estará sempre baseada na fé e na esperança que não morre jamais.

Wagner Ideali

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