sábado, 21 de novembro de 2009

Livro Libertação



Psicografado por:

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ


Ante as portas livres


Ante as portas livres de acesso ao trabalho cristão e ao conhecimento salutar que André Luiz vai desvelando, recordamos prazerosamente a antiga lenda egípcia do peixinho vermelho.
No centro de formoso jardim, havia grande lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa.
Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita.
Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes, a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas, frescas e sombrias. Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de rei, e ali viviam, plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça.
Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho, menosprezado de todos.
Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se nos nichos barrentos.
Os outros, vorazes e gordalhudos, arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam, displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso.
O peixinho vermelho que nadasse e sofresse. Por isso mesmo era visto, em correria constante, perseguido pela canícula ou atormentado de fome.
Não encontrando pouso no vastíssimo domicilio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse.
Fêz o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existentes e sabia, com precisão, onde se reuniria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros.
Depois de muito tempo, à custa de longas perquirições, encontrou a grade do escoadouro.
A frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo:

— “Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?”

Optou pela mudança.

Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima.
Pronunciando votos renovadores, avançou, otimista, pelo rego d’água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu, embriagado de esperança ...
Em breve, alcançou grande rio e fêz inúmeros conhecimentos.
Encontrou peixes de muitas famílias diferentes, que com ele simpatizaram, Instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro.
Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredo.
Habituado com o pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e a agilidade naturais.
Conseguiu, desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo.
De Inicio, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda a água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária.
Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos Peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas.
O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações.
Plenamente transformado em suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz.
Vivia, agora, sorridente e calmo, no Palácio de Coral que elegera, com centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo laborioso, veio a saber que sômente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia, de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam a correr para o oceano.
O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles.
Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? não seria nobre ampará-los, prestando-lhes a tempo valiosas informações? Não hesitou.
Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no Palácio de Coral, empreendeu comprida viagem de volta.
Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo lar.
Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotava, varou a grade e procurou, ansiosamente, os velhos companheiros.
Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supôs que o seu regresso causasse surpresa e entusiasmo gerais. Certo, a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia.
Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saiam apenas para disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis.
Gritou que voltara a casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porqüanto ninguém, ali, havia dado pela ausência dele.
Ridicularizado, procurou, então, o rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura.
O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse.
O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu, com ênfase, que havia outro mundo liquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma Insignificância que podia desaparecer, de momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente.
Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqüalos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu repleto de astros sublimes e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e ofereceu-se para conduzi-los ao Palácio de Coral, onde viveriam todos, prósperos e tranquilos. Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém, tinha igualmente seu preço. Deveriam todos emagrecer, convenientemente, absten¬do-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à venturosa jornada.
Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram-lhe a preleção.

Ninguém acreditou nele.

Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram, solenes, que o peixinho vermelho delirava, que outra vida além do poço era francamente impossível, que aquela história de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos Peixes, que trazia os olhos voltados para eles ünicamente.
O soberano da comunidade, para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até à grade de escoamento e, tentando, de longe, a travessia, exclamou, borbulhante:

— “Não vês que não cabe aqui nem uma só de minhas barbatanas? Grande tolo! vai-te daqui! não nos perturbes o bem-estar... Nosso lago é o centro do Universo... Ninguém possui vida igual à nossa! ..

Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo, no Palácio de Coral, aguardando o tempo.
Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e devastadora seca.
As águas desceram de nivel. E o poço onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a perecer, atolada na lama...

O esforço de André Luis, buscando acender luz nas trevas, é semelhante à missão do peixinho vermelho.

Encantado com as descobertas do caminho infinito, realizadas depois de muitos conflitos no sofrimento, volve aos recôncavos da Crosta Terrestre, anunciando aos antigos companheiros que, além dos cubículos em que se movimentam, resplandece outra vida, mais intensa e mais bela, exigindo, porém, acurado aprimoramento individual para a travessia da estreita passagem de acesso às claridades da sublimação.

Fala, informa, prepara, esclarece ...

Há, contudo, muitos peixes humanos que sorriem e passam, entre a mordacidade e a Indiferença, procurando locas passageiras ou pleiteando larvas temporárias.
Esperam um paraíso gratuito com milagrosos deslumbramentos depois da morte do corpo.
Mas, sem André Luiz e sem nós, humildes servidores de boa vontade, para todos os caminheiros da vida humana pronunciou o Pastor Divino as indeléveis palavras: — “A cada um será dado de acordo com as suas obras.”



EMMANUEL

Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro de 1949.




Disponibilizo todo o livro para download:  Livro Libertação   

Revista Espírita de 1860


SUPERSTIÇÃO



Autor: Alan Kardec



Os adversários do Espiritismo acusam-no de despertar as idéias supersticiosas; mas o que há de comum entre a doutrina que ensina a existência do mundo invisível, comunicando com um mundo invisível, e fatos da natureza daquele que narramos que são os verdadeiros tipos da superstição? Onde se viu que o Espiritismo ensinasse semelhantes absurdos? Se aqueles que o atacam sob esse aspecto se dessem ao trabalho de estudá-lo antes de julgá-lo levianamente, saberiam que não somente ele condena todas as práticas adivinhatórias, mas que lhes demonstra a nulidade. Portanto, como dizemos freqüentemente, o estudo sério do Espiritismo tende a destruir as crenças verdadeiramente supersticiosas. Na maioria das crenças populares, quase sempre, há um fundo de verdade, mas desnaturado, amplificado; são os acessórios, as falsas aplicações que constituem, propriamente falando, a superstição.

É assim que os contos de fadas e de gênios repousam sobre a existência de Espíritos bons ou maus, protetores ou malévolos; que todas as histórias de fantasmas têm suas fontes no fenômeno, muito real, das manifestações Espíritas, visíveis e mesmo tangíveis; esse fenômeno, hoje perfeitamente averiguado e explicado, entra na categoria de fenômenos naturais, que são uma conseqüência das leis eternas da criação. Mas o homem raramente se contenta com a verdade que lhe pareça muito simples; eles se vestem com todas as quimeras criadas pela sua imaginação, e é então que cai no absurdo.

Depois vêm aqueles que têm interesse em explorar essas mesmas crenças, às quais acrescentam um prestígio fantástico, próprio para servirem aos seus objetivos; daí essa turba de adivinhos, feiticeiros, ledores da boa sorte, contra os quais a lei pune com justiça.

O Espiritismo verdadeiro, racional, não é, pois, mais responsável do abuso que se lhe possa fazer, que o médico não o é das ridículas fórmulas e práticas empregadas pelos charlatães ou ignorantes. Ainda uma vez, antes de julgar, dai-vos ao trabalho de estudá-lo.



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sábado, 14 de novembro de 2009

Revista Espírita, janeiro de 1859




Aforismos Espíritas


Sob esse título, daremos, de tempos em tempos, pensamentos destacados que resumirão,
em poucas palavras, certos princípios essenciais do Espiritismo.

I. Aqueles que crêem se preservar da ação dos maus Espíritos abstendo-se de comunicações espíritas, são como essas crianças que crêem evitar um perigo vendando os olhos.
Igualmente valeria dizer que é preferível não saber ler nem escrever, porque não se estaria exposto a ler maus livros ou escrever tolices.

II. Quem tem más comunicações espíritas, verbais ou por escritas, está sob má influência; essa influência se exerce sobre ele, que escreva ou que não escreva. A escrita lhe dá um meio de se assegurar da natureza dos Espíritos que atuam sobre ele. Se está bastante fascinado para não compreendê-los, outros podem lhe abrir os olhos.

III. Há necessidade de ser médium para escrever absurdos? Quem diz que, entre todas as coisas ridículas ou más que se imprimem, não ocorre que o escrevente, levado por algum Espírito zombeteiro ou malevolente desempenhe o papel de médium obsidiado sem sabê-lo?

IV. Os Espíritos bons, mas ignorantes, confessam sua insuficiência sobre as coisas que não sabem; os maus dizem tudo saber.

V. Os Espíritos elevados provam sua superioridade por suas palavras e a constante sublimidade de seus pensamentos, mas deles não se gabam. Desconfiai daqueles que dizem, com ênfase, estarem no mais alto degrau de perfeição, e entre os eleitos; a fanfarrice, entre os Espíritos, como entre os homens, é sempre um sinal de mediocridade.


Faça o download da revista completa:   REVISTA ESPÍRITA

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Biografia de Alan Kardec



Allan Kardec ou Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804 e desencarnou em 1869.

Antes de se dedicar à codificação do Espiritismo, exerceu, durante 30 anos, a missão de educador. Foi discípulo de Pestalozzi, tendo publicado diversas obras didáticas.

A partir de 1855 começou a estudar os fenômenos das manifestações dos Espíritos que se revelavam pelas mesas girantes, grande atração pública da época na França.

Em 1858, fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e a Revista Espírita, lançando na prática o Espiritismo não apenas em Paris, mas em toda a França,

alcançando a Europa inteira e todo o mundo, incluindo a América Latina.

 
Dowmload da sua biografia completa:     A L A N   K A R D E C

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Revista Espírita, janeiro de 1858



Diferentes naturezas de manifestações


Autor: Alan Kardec


Os Espíritos atestam a sua presença de diversas maneiras, segundo sua aptidão, sua vontade seu maior ou menor grau de elevação. Todos os fenômenos dos quais teremos ocasião de nos ocupar, se relacionam, naturalmente, a um ou a outro desses modos de comunicação.
Cremos, pois, para facilitar o entendimento dos fatos, dever abrir a série de nossos artigos pelo quadro das diferentes naturezas de manifestações. Podem ser resumidas assim:

1- Ação oculta, quando ela não tem nada ostensivo. Tais são, por exemplo as inspirações ou sugestões de pensamento, as advertências íntimas, as influências sobre os acontecimentos, etc.;
2- Ação patente ou manifestação, quando ela é apreciável de um modo qualquer;
3- Manifestações físicas ou materiais', são aquelas que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento de objetos. Essas manifestações não comportam, muito freqüentemente, nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão chamar a nossa atenção sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força superior à do homem;
4- Manifestações visuais ou aparições, quando um Espírito se revela à visão, sob uma forma qualquer, sem ter nenhuma das propriedades conhecidas da matéria;
5- Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporte um sentido, não fora senão um simples movimento ou um ruído que acuse uma certa liberdade de ação, responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Ocorrem em todos os graus;
6- As comunicações', são as manifestações inteligentes que têm por objeto uma troca seguida de pensamentos entre o homem e os Espíritos.

À natureza das comunicações varia segundo o grau, de elevação ou inferioridade, de saber ou ignorância do Espírito que se manifeste, e segundo a natureza do assunto de que se trata.
Elas podem ser: frívolas, grosseiras, sérias, ou instrutivas.
As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombadores e traquinas, mais maliciosos do que maus, que não ligam nenhuma importância ao que dizem.
As comunicações grosseiras se traduzem por expressões que chocam as conveniências. Elas não emanam senão de Espíritos inferiores, ou que não estão ainda despojados de todas as impurezas da matéria.
As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira que são feitas. A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna e isenta de toda a trivialidade.
Toda comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, e que tem um fim útil, seja de interesse privado, é, por isso mesmo, séria.
As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc.
São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, segundo o grau de evolução e de desmaterialização do Espírito. Para se retirar dessas comunicações um proveito real, é preciso que sejam regulares e continuem com perseverança.
Os Espíritos sérios se ligam àqueles que querem se instruir e os secundam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos o cuidado de divertir, com gracejos, aqueles que não vêem, nas manifestações, senão uma
distração passageira. Não é senão pela regularidade e pela freqüência das comunicações, que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais se conversa, e o grau de confiança que merecem. Se é preciso experiência para julgar os homens, é preciso, talvez, mais ainda para julgar os Espíritos.


Fica a disposição para download todo o material desta revista:     Revista Espírita de 1858

Traduções da Literatura Espírita.




*Espiritismo: doutrina fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e em suas manifestações.

** Espírita: todo aquele que aceita a Doutrina Espírita baseada nos ensinamentos morais do Cristo, que trata da inter-relação do mundo corpóreo com os Espíritos, a reencarnação, as vidas sucessivas e os mundos evolutivos, conforme a codificação de Allan Kardec das instruções que lhe deram os Espíritos.

**Espírito: no sentido especial da Doutrina Espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o universo fora do mundo material e que constituem o mundo invisível.
Não são seres de uma criação particular, mas as almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outras esferas e que deixaram seu envoltório corporal.

**** Médium: (do latim medium, meio, intermediário). Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.

***** Espiritualismo: diz-se no sentido oposto ao do materialismo (academia); crença na existência da alma espiritual e imaterial. O espiritualismo é a base de todas as religiões.

****** Perispírito: (do grego péri, ao redor). Envoltório semimaterial do Espírito. Nos encarnados, serve de laço ou intermediário entre o Espírito e a matéria; nos Espíritos errantes, constitui seu corpo fluídico.


Fica a disposição para download o dicionário completo:   DICIONÁRIO ESPÍRITA

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O que é prudente?





Autor: Alencar Campitelli


Passamos boa parte de nossa existência rogando a Deus o perdão e a compreensão de nossas faltas, algumas culturas fazem oferendas e outras promovem contra a saúde corporal as flagelações à maneira de justificarem a suas irregularidades morais.

Lembrando a passagem de Matheus (V: 23 e 24) que nos esclarece que devemos: “deixar no altar nossa oferta e nos reconciliar com aqueles que nos fizeram algum mal”, se ponderarmos este procedimento, veremos que o preferível para Deus é a relação com o semelhante e não as ofertas que são expressões transitórias de cunho material..

Cabe ressaltar que as práticas das ofertas têm sua reminiscência no politeísmo, na crença pagã, porém, em verdade, já que dificilmente estaremos totalmente limpos quanto à nossa animosidade, deveríamos avaliar esta parábola no devotamento aos preceitos da igualdade e da indulgência que elucida não guardarmos ressentimento quando somos feridos de alguma maneira, visto que todos erram e que perante Deus somos filhos em processo evolutivo, lembremo-nos: “Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”.

Quando oramos, devemos lembrar que esta conduta é uma expressão de submissão às leis de Deus e de reconhecimento e agradecimento Àquele que é misericordioso, benevolente e acima de tudo justo, nos concedendo a oportunidade da existência, deixando cada um no seu devido lugar com o que merece ter, senão não seria justa esta frase de Jesus: “ Cada um será conforme suas obras. “

Existe uma frase popular que diz: “Nem tudo o que queremos é o que merecemos”.

Qual a nossa posição perante a prece ou ofertas e ou flagelações perante a Deus?

Será que Ele realmente desejaria que nós nos flagelássemos ou fizéssemos oferendas, ou será que ele realmente desejaria de nós uma atitude mais sublimada que mudasse a nossa personalidade perante a suas leis?

A oração é uma atitude à altura, que tem alcance, que supera estas duas posturas anteriores, contudo, será que nossas orações não estão cheias de hipocrisia? Será que não estamos orando somente quando temos dificuldades e para pedirmos bens materiais ao invés de agradecermos as dificuldades rogando a Deus as forças necessárias para que o nosso propósito de reforma interior seja alcançado?

O sacrifício que realmente agrada a Deus é o de alijarmos em definitivo e com muita dedicação as nossas intemperanças ante as faltas alheias, como também o nosso excesso de orgulho e de egoísmo, tal qual uma chaga a nos impedir o crescimento.

Devemos lutar para expurgar o sentimento de ódio e de vingança de nossos pensamentos, eliminar o rancor e a amargura pelos valores da condescendência de que todos somos limitados.

Tudo no seu devido tempo se transforma, lutar para valorizar as Leis de Deus tão bem exemplificadas por Jesus é trabalho árduo, todavia, a recompensa é melhor pelo estado de espírito que nos encontraremos.

Tenhamos a certeza de que agradaremos ao nosso Pai se nos predispormos a transformação moral, Ele conhece as nossas limitações, mais se enche de ventura quando vê um filho lutando pela reforma intima e pelos melhores testemunhos.

Qual o seu retrato?,  perscrutemos, ante estas realidades.

domingo, 8 de novembro de 2009


Autora: Rubia A. Dantés


Estamos mesmo em um novo tempo e cada vez mais pessoas percebem isso e querem fazer mudanças em sua vida... Percebem que estão muito distantes da sua verdadeira natureza e já não se sentem mais felizes com a existência que levaram até então...

Contudo, entre o querer e o estar disposto a abrir mão do que precisa ser deixado, existe uma distância enorme.

Vejo pessoas que sabem que não querem mais ser do jeito que estão sendo e querem mudar coisas e coisas em suas vidas, mas... desde que algumas coisas sejam preservadas exatamente como estão...

Infelizmente... ou felizmente... as coisas não acontecem assim...
Nesse processo de mudança sei como é difícil abrir mão de algumas coisas... especialmente aquelas que pensamos serem as que mais queremos que aconteçam.

No entanto, se queremos realmente nos transformar de quem não somos em “Quem Somos” é preciso que estejamos dispostos a abrir mão de tudo que for preciso para que esse Ser apareça em toda a sua beleza...

A vida flui como um rio ininterruptamente e tentar segurar a felicidade entre os dedos só faz com que percamos esse fluxo... Acho que cada dia tem um prazo de validade que só dura um dia... tudo que tentamos manter na mesma forma no outro dia já vai estar vencido e não será mais saudável... Não daquela mesma forma...
Saber fluir com a vida é entender que tudo é impermanente e que estamos em constante transformação... nós e tudo ao nosso redor...

Tem uma parte nossa que não aceita a mudança e faz tudo para tentar segurar as coisas do jeito que estão... seguramos tanto que nem percebemos que a vida continua a passar e que, o que tentamos segurar... na mesma maneira que foi boa um dia, acaba se tornando ruim... cada dia pior...

Lembro-me quando, faz alguns anos, eu não conseguia, de jeito nenhum, abrir mão de algumas coisas que eu julgava serem indispensáveis para a felicidade...
Entregava ao Grande Mistério o meu destino, desde que aquelas coisas acontecessem da minha forma...
Eu até conseguia segurar o que queria... mas aquilo não me trazia felicidade.

Até que entendi que poderia me entregar com segurança às transformações que a vida me trazia... e que quando nos entregamos às mudanças sem resistência a vida flui com muito mais leveza...

Enquanto escrevia chegou um e-mail com essa mensagem que eu adorei:

“O navio estará seguro, enquanto estiver no porto; mas não foi para isso que os navios foram feitos”. (autor desconhecido)

Assim como os navios não foram feitos para ficar na segurança dos portos, nós também não estamos aqui para ficar na segurança das situações conhecidas e já vividas e que não nos levam mais a lugar nenhum...

Aceite o fluxo da vida e mergulhe no desconhecido... é de lá que a Alma costuma chamar para nos trazer aquilo que mais queremos...