Pílulas de vida
Marinheiro de primeira viagem, Evilásio pediu a um amigo que o acompanhasse em sua primeira visita ao centro espírita. Depois de atravessar grandes sofrimentos, desejava libertar-se do alcoolismo.
- Sozinho eu não vou. Nunca se sabe.
No dia marcado, levantou-se bem cedo, sentindo-se fraco e derrotado.
Abandonado pela família, vivia sozinho, descontrolado pelas bebedeiras.
- Parar eu quero, mas só Deus pode me ajudar... – Falava em voz alta, como se conversasse com alguém.
Sentou-se na poltrona da sala – único móvel a povoar o recinto – e aguardou o amigo. Pontualmente, Romualdo bateu na sua porta às oito horas.
- Vamos! Já está pronto? – Perguntou o amigo.
- Prontinho para morrer – Respondeu mal-humorado.
Algum tempo depois, no centro espírita, aguardavam o inicio da sessão. Depois de pronunciar uma prece, o dirigente da reunião anunciou o tema da palestra:
“Ajuda-te e o Céu te ajudará”.
Ao final da preleção, Evilásio estava impaciente.
- Ele falou bonito. E agora, o que vai acontecer, Romualdo?
- Vamos aguardar para receber o passe.
- O que eles fazem naquela sala?
- Silêncio, Evilásio. Não é permitido conversar.
As pessoas entravam na sala de passe e saiam por uma porta lateral.
- Não sei não, Romualdo...
Evilásio dirigiu toda sua desconfiança para a câmara de passe.
Seu temor se ampliou ao entrever – no abrir e fechar silencioso da porta – pessoas que se movimentavam na sala, iluminadas apenas por uma tênue lâmpada azulada.
- É sua vez, Evilásio.
- Vai você primeiro, Romualdo.
- Vamos Evilásio, você não pediu ajuda? Eles vão te ajudar!
- Precisa mesmo?
Calado, Romualdo apontou na direção da sala.
Constrangido, Evilásio levantou-se e, passos curtos e hesitantes, entrou.
Sentou-se na cadeira, fechou os olhos e balbuciou:
- Valha-me Deus, Nossa Senhora!
Foi quando ouviu um pedido:
- Pense em Jesus...
Evilásio respirou fundo e, durante alguns instantes, elevou-se, em pensamento a uma instância de paz, um remanso tranqüilo e acolhedor, onde livrou-se de um peso que carregava há muitos anos... Uma indescritível felicidade invadiu seu coração. Depois de ouvir o som de uma sineta, foi convidado a levantar-se e sair por uma porta lateral. No corredor, Evilásio sentiu um impulso irresistível. Retornou ao salão pela porta principal e, diante de um senhor idoso que controlava o acesso das pessoas à sala de passes, perguntou sorridente:
- Será que dá para repetir a dose?
- Sozinho eu não vou. Nunca se sabe.
No dia marcado, levantou-se bem cedo, sentindo-se fraco e derrotado.
Abandonado pela família, vivia sozinho, descontrolado pelas bebedeiras.
- Parar eu quero, mas só Deus pode me ajudar... – Falava em voz alta, como se conversasse com alguém.
Sentou-se na poltrona da sala – único móvel a povoar o recinto – e aguardou o amigo. Pontualmente, Romualdo bateu na sua porta às oito horas.
- Vamos! Já está pronto? – Perguntou o amigo.
- Prontinho para morrer – Respondeu mal-humorado.
Algum tempo depois, no centro espírita, aguardavam o inicio da sessão. Depois de pronunciar uma prece, o dirigente da reunião anunciou o tema da palestra:
“Ajuda-te e o Céu te ajudará”.
Ao final da preleção, Evilásio estava impaciente.
- Ele falou bonito. E agora, o que vai acontecer, Romualdo?
- Vamos aguardar para receber o passe.
- O que eles fazem naquela sala?
- Silêncio, Evilásio. Não é permitido conversar.
As pessoas entravam na sala de passe e saiam por uma porta lateral.
- Não sei não, Romualdo...
Evilásio dirigiu toda sua desconfiança para a câmara de passe.
Seu temor se ampliou ao entrever – no abrir e fechar silencioso da porta – pessoas que se movimentavam na sala, iluminadas apenas por uma tênue lâmpada azulada.
- É sua vez, Evilásio.
- Vai você primeiro, Romualdo.
- Vamos Evilásio, você não pediu ajuda? Eles vão te ajudar!
- Precisa mesmo?
Calado, Romualdo apontou na direção da sala.
Constrangido, Evilásio levantou-se e, passos curtos e hesitantes, entrou.
Sentou-se na cadeira, fechou os olhos e balbuciou:
- Valha-me Deus, Nossa Senhora!
Foi quando ouviu um pedido:
- Pense em Jesus...
Evilásio respirou fundo e, durante alguns instantes, elevou-se, em pensamento a uma instância de paz, um remanso tranqüilo e acolhedor, onde livrou-se de um peso que carregava há muitos anos... Uma indescritível felicidade invadiu seu coração. Depois de ouvir o som de uma sineta, foi convidado a levantar-se e sair por uma porta lateral. No corredor, Evilásio sentiu um impulso irresistível. Retornou ao salão pela porta principal e, diante de um senhor idoso que controlava o acesso das pessoas à sala de passes, perguntou sorridente:
- Será que dá para repetir a dose?
Afonso Moreira Jr. é expositor e colaborador na "Federação Espírita do Estado de São Paulo", diretor responsável pelo "Grupo Espírita Geam", Rua Força Pública, 24 (Santana), São Paulo, SP. Telefone (11) 6221-1464 begin_of_the_skype_highlighting (11) 6221-1464 end_of_the_skype_highlighting, autor de obras paradidáticas e editor do Jornal dos Espíritos, e-mail afonsomoreirajr@jornaldosespiritos.com
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