sábado, 3 de julho de 2010

A régua de Deus

A avaliação sempre foi uma tarefa complexa para os seres humanos.
Apesar disso, avaliamos continuamente as pessoas, as situações, os dias...Sempre na busca de uma idéia, uma representação em nossa mente sobre alguma questão. Essa necessidade de se posicionar, de construir uma referência no nosso mundo interior advém da nossa necessidade de segurança em relação ao incerto e ao exterior, onde nós formulamos juízos que preparam defesas e abrem sorrisos.
Jesus, no evangelho, assevera que com a medida que medirmos, seremos medidos, exemplificando a mecânica da avaliação divina, a régua de Deus. Entretanto, em um errôneo pensamento inverso, pensamos que seremos medidos pela nossa medida, julgando que a divindade se utilizará de nossa ótica para nos avaliar, crendo que Deus usará a “nossa régua”.
André Luis, pela Psicografia de Chico Xavier, no seu Conduta Espírita, nos informa que “não é a posição que exalta o trabalhador, mas sim o comportamento moral com que se conduz dentro dela”. Sabedoria profunda emana dessa sentença, que afirma que a avaliação divina é contextualizada sem ser, no entanto, vinculada a amplitude temporal o situacional do cargo. O júbilo está na interação coração-coração e não na dimensão da platéia que nos assiste. “O essencial em seu êxito não é tanto aquilo que você distribui e sim a maneira pelo qual você se decide a servir”, complementa ainda André Luis, no Livro Sinal Verde.
Ou seja, se desconhecidos ou celebridades, a Régua de Deus nos medirá na conduta que apresentamos e não na relevância do Cargo ou da empreitada.
As vezes nos detemos na busca de inaugurarmos hospitais, esquecidos dos necessitados trabalhos que estão em andamento. Buscamos as vezes descerrar placas, esquecendo do verdadeiro envolvimento com as pessoas e com a prática do bem. Cabe sempre relembrar que o saudoso Chico Xavier nos falava da necessidade de querermos encargos e não cargos. O cargo, a evidência, constituem prova para o espírito encarnado, exigindo dele grande sacrifício. Na busca de fazer o bem e colaborar, não podemos nos esquecer
que os meios geram consequencias para os fins.
Não por outro motivo a literatura espírita é farta em pessoas famosas na vida terrena confrontadas a ilustres desconhecidos, que pelos seus méritos galgaram alto nível de elevação em sua encarnação. A carne é efêmera, a Terra é a escola e a conduta reta é a medida, em que pese a nossa era da
comunicação de massa exaltar o contrário.
Celebridades ou anônimos, somos todos espíritos em evolução se alternando em papéis na nossa longa jornada evolutiva rumo a perfeição.
Amados pelo Pai criador e orientados pelo Mestre Jesus, somo todos, do átomo ao arcanjo, sujeitos aos imperativos da Lei, e dessa forma que Deus nos verá.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga ( acervobraga@gmail.com ) é Pedagogo e Articulista Espírita, frequenta o Grêmio Espírita Atualpa, em Brasília-DF; e publicou em 2000 o livro " Alegria de servir ", pela Editora da Federação Espírita Brasileira.

Imagem ilustrativa

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