A médica suíça Elisabeth Kübler Ross (08 de julho de 1926 –
24 de agosto de 2004) passou décadas ao lado de pacientes em estado terminal.
Sua experiência a fez escrever o livro “Sobre a morte e o processo de morrer”,
em que apresenta o modelo de Kübler Ross a informar familiares e amigos de
doentes terminais a melhor maneira de conviver com a situação.
A pesquisadora estudou mais de 20.000 casos de EQM -
Experiência de quase morte - e verificou que todos tinham um ponto em comum:
aqueles indivíduos que foram e se depararam com o outro lado da vida não
queriam voltar para o lado de cá. Relataram sobre o sentimento de liberdade e
plenitude que experimentaram ao não estarem carregando o pesado corpo de carne.
Tiveram sensações das mais agradáveis, como se estivessem
num sonho bom, mas que, infelizmente, segundo narrativas, foram obrigados a
acordar e utilizar novamente a máquina física que, bem o sabemos com o
conhecimento espírita, oblitera a manifestação do Espírito em sua força total.
Foi-se o tempo em que triunfava o argumento de que
"ninguém ainda voltou para contar como é o lado de lá". Muitos foram,
todos gostaram e quiseram ficar.
As pesquisas da Dra. Ross evidenciam um outro ponto
importante: somos amparados pelos Espíritos que nos precederam na grande viagem
da vida. A bem da verdade, é que, seja aqui ou no Além, Deus está conosco,
amparando sempre.
Pena em algumas ocasiões duvidarmos de sua bondade e cairmos
no fosso dos incrédulos.
Dia desses, um amigo comentou que ao comparecer ao
consultório médico para renovação de sua CNH, iniciou um bate-papo com a médica
que o atendeu.
Estava ela amargurada com a morte do marido. Segundo ela,
homem alto, forte, bonito, e que se cuidava muito. Colesterol em dia, glicose
idem, pressão 12/08, de menino, não obstante os seus 55 anos.
Foi-se embora sem dizer “adeus”. Numa dessas noites dormiu
com a visita da lua, porém não se levantou com o alvorecer.
Partiu fulminado por inexplicável ataque cardíaco.
Com tristeza, indagou:
- Por que com ele, se
há tanta gente malvada no mundo?
- Há pessoas que vêm
para uma vida breve, existência curta mesmo, entretanto, a morte não existe,
pois o que morre é o corpo – tentou consolar o amigo...
- Chega, moço! Chega!
Calou-se meu amigo; percebeu que naquele momento suas
palavras seriam inócuas, porquanto não estava a doutora com ouvidos de ouvir.
Ele apenas pediu que ela o procurasse quando quisesse
conversar sobre a imortalidade da alma.
Despediu-se da doutora e partiu, não sem antes lançar-lhe um
olhar de compaixão...
Ela passa pela segunda etapa do luto: a raiva.
São cinco as fases do luto: negação, raiva, negociação,
interiorização e aceitação. Sugiro que estudem o modelo de Kübler Ross para
melhor compreensão do tema.
Não adiantam discursos religiosos ou conselhos nesta segunda
etapa do luto. É preciso cada um vivenciar o luto e ter seu tempo.
Pena que para os que desconhecem a imortalidade da alma o
processo de luto seja extremamente doloroso...
Não precisaria ser assim, mas, enfim, num mundo ainda
demasiado materialista poucos entendem a necessidade do “morrer”...
Ainda bem que Espíritos como a Dra. Ross nos visitam aqui na
Terra e deixam um legado que faz aquecer corações e esclarecer mentes.
Muitos não ouvem, mas os que ouvem terão analgésicos para
suas dores...
Pensemos nisto.
Wellington Balbo
Salvador,
BA (Brasil)
Imagem do livro
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