“O corpo gera o corpo, porém o Espírito não é gerado pelo
Espírito, porque já existia antes da gestação do corpo. Não foram os pais que
geraram o Espírito de seu filho, eles apenas forneceram-lhe um corpo carnal.” –
Está escrito n’O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 8.
Quando encarnamos recebemos uma carga de fluido vital
(fluido de vida). A quantidade de fluido vital não é a mesma para todos os
seres; isso depende da necessidade reencarnatória de cada um.
André Luiz, em livro psicografado por Chico Xavier, explica
que poucos são os completistas, ou seja, nascemos com uma estimativa de vida
estabelecida pela quantidade de fluido vital recebido e, com os abusos que
cometemos, podemos desencarnar antes do previsto, não completando o tempo
estipulado.
Se viemos para acertar as pendências biológicas por mau uso
do nosso corpo, como o suicídio direto ou indireto, vamos ficar aqui pouco
tempo, somente o necessário para cobrir o tempo que desperdiçamos com os abusos
numa vida anterior. Uma pessoa pode ter sua estimativa de vida programada para
viver 80 anos e, em consequência de abusos químicos, por exemplo, desencarnar
aos 65 anos, ficará devendo 15 anos. Na próxima encarnação, viverá somente 15
anos.
Outros indivíduos vêm para uma tarefa prisional. Ao conviver
com gerações que não são a sua, o indivíduo vai se sentindo isolado, um
estranho no ninho. Os jovens o olham como se fosse uma peça de museu; com os
companheiros da sua idade já não consegue se entender, pois lhe faltam
estímulos visuais, auditivos ou lucidez. Torna-se pessoa dependente dos
parentes, dos descendentes, para levá-lo aqui e acolá, para cuidar-se e
tratar-se. Alguns idosos apanham, outros são explorados em seus bens materiais,
outros são colocados em asilos onde nunca recebem visitas. Apesar do descaso
dos filhos, dos familiares e da sociedade, que também terão de resgatar suas
posturas equivocadas, esta é uma oportunidade de resgate dos abusos cometidos
em outras vidas para, quem sabe, dobrar seu orgulho ou sua vaidade.
Em compensação, outros indivíduos vêm, cuidam da família,
educam os filhos, se preocupam com o entorno, com a natureza. Ao findar a carga
de fluido vital, voltam para o plano espiritual com a missão cumprida.
A escritora espírita, Dora Incontri, afirma que quem
envelhece de modo apropriado é capaz de entender o conjunto da vida, que é uma
preparação para o encontro com Deus. Quando o indivíduo estiver consciente
deste destino eterno e tiver acumulado experiências proveitosas e puder
repartir com os mais jovens o testemunho de uma vida exemplar, o declínio
físico pouco importará.
É necessário, portanto, a compreensão de que "o jovem
de hoje, pelas determinações biológicas do Planeta, será o velho de amanhã; e o
ancião de agora, pela lei sublime da reencarnação, será o moço do futuro".
(André Luiz, do livro "Correio Fraterno", Francisco Cândido Xavier.)
Maria Angela Miranda
Londrina, PR (Brasil)
Fonte:http://www.oconsolador.com.br/ano9/425/maria_miranda.html
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