Uma jovem senhora, mãe de duas meninas, nos apresentou seu
filho mais novo, um lindo menino de cerca de 50 dias de idade e já com cinco
quilos. Contou-nos ela uma história emocionante, que nos faz, uma vez mais,
atestar o socorro incessante que nos é proporcionado pelo amor divino. Disse
ela que estava tudo certo para que tivesse um parto normal. Acompanhava tudo
corretamente com seu obstetra no pré-natal. Quando estava com 39 semanas de
gravidez, faltando poucos dias para o parto normal, numa sexta-feira, acordou
sentindo uma impressão angustiante. Não podia esperar o parto normal. Tinha que
fazer uma cesariana naquele dia mesmo. Começou a chorar sem parar, não
conseguia parar de chorar. Ligou para o médico, desesperada, que tinha que
fazer cesariana naquele dia mesmo e chorando sem parar. O médico aquiesceu e
conseguiu um centro cirúrgico para aquele dia mesmo. O marido assistiu à
cirurgia e ouviu o médico comentar várias vezes, surpreso: - Eu nunca vi isso
antes!
Eventualmente ouve-se comentar sobre o circular de cordão,
quando o cordão umbilical enrola no pescoço do bebê e é um risco para a vida da
criança ou para o cérebro, se apertar. Isso pode ser previsto hoje em dia com
aparelhos e salvar o bebê. Nessa gravidez, os exames pré-natais estavam
perfeitos, não havia suspeita de nada errado. O médico surpreendeu-se ao ver
que o cordão umbilical tinha virado sobre si mesmo, estava fazendo um nó em si
mesmo e, se apertasse, o bebê podia morrer no útero ou no parto normal. A
atitude da mãe salvou-lhe o filho. Ali estava ele, lindo, sem sequela alguma.
Perguntamos à mãe se ela havia sonhado com algo que lhe
pudesse ter sugerido aquela atitude. Ela disse que não, que só estava com aquela
impressão horrível e que tinha que fazer uma cesariana urgente. Ainda bem que o
médico a ouviu. Na questão 459 de “O Livro dos Espíritos”, Kardec pergunta se
os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e nossas ações e a resposta é que
nesse sentido a sua influência é maior do que supomos e que, muito
frequentemente, são eles que nos dirigem. Essa jovem mãe, com certeza, foi
amparada pelos benfeitores amorosos, para que tomasse a atitude referida, que
salvou a vida de seu filho.
Na questão 471, Kardec pergunta se quando experimentamos um
sentimento de angústia, de ansiedade indefinível, ou de satisfação interior sem
causa conhecida, isso decorreria unicamente de uma disposição física. Os
Espíritos respondem que isso é quase sempre um efeito das comunicações que, sem
o saber, tivemos com os Espíritos durante o sono.
A mãe não lembrava e, na grande maioria, as pessoas não se
lembram dos sonhos. Léon Denis explica isso em seu magistral livro “O Problema
do Ser, do Destino e da Dor”. O Espírito, em se desprendendo do corpo durante o
sono, permanece ligado a ele por um laço fluídico, que transmite ao corpo as
impressões do mundo espiritual. Ora, o corpo é matéria densa, que vibra em
estado desacelerado, enquanto o Espírito, em estado de vibração acelerada, fora
da matéria, está vivenciando uma situação energética rápida. Quanto mais longe
o Espírito for, em camadas mais elevadas, menos material será sua lembrança,
pois maior será o estado de energia e menor o da matéria densa. Menos nitidez
de lembrança, devido à densidade da matéria física, impressiona menos o corpo
material, a menos que o Espírito vivamente o deseje, com toda a força de sua
vontade. Como, espiritualmente falando, nem sempre o Espírito deseja ou tem
condições, esquecerá ao acordar, embora em sua memória espiritual a lembrança
se mantenha, fora de seu cérebro físico. Há também os casos em que os mentores
apaguem a memória, permitindo somente a lembrança do necessário, para que o
encarnado, em lembrando a alegria e a beleza do mundo espiritual, não perca a
vontade de viver aqui na Terra. Vemos isso expresso nas obras de André Luiz,
pela psicografia de Chico Xavier.
A mãe do bebê deve ter sido visitada em sonhos e alertada.
Ao acordar, não tinha a lembrança, mas uma impressão, um mal-estar, a certeza
de que tinha que intervir no mesmo dia e não aguardar o parto normal, que é o
que desejava.
Bendito é o amor de Deus que sempre socorre! Nunca estamos
sozinhos. Sempre amparados. Quantas vezes teremos sido socorridos, sem o saber?
Como diz Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, psicografado por Chico Xavier, na
mensagem Capacete da Esperança, resguardemos, pois, o nosso pensamento com o
capacete da esperança fiel e prossigamos para a vitória suprema do bem.
Tenhamos fé no amparo e socorro de Deus. Prossigamos na grande batalha com nós
mesmos, para o nosso aprimoramento, na certeza de que estamos sob a proteção
dos que nos amam, no mundo espiritual.
Jane Martins Vilela
Cambé, PR (Brasil)
Imagem ilustrativa
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